sexta-feira, 21 de outubro de 2016

MUAMAR KADAFI, O ETERNO, JAMAIS MORRERÁ


Nascido em 7 de junho de 1942, martirizado em 20 de outubro de 2011, o beduíno líbio Muamar Muhamad Abu Minyar al Kadafi escreveu seu nome com letras de ouro na história da humanidade.

Kadafi foi um revolucionário honrado, valente, combativo, que desafiou como poucos o poder dominante que escraviza e idiotiza a maioria dos seres humanos: o imperialismo e o sionismo.

Nascido no deserto de Sirte, aprendeu a história do homem através de livros dos viajantes que passavam em caravanas pelo deserto. Ainda jovem, decidiu entrar para as Forças Armadas para conseguir força e apoio para derrubar o governo da época, o Rei Ídris I. Por sua inteligência e honra, foi escolhido para estudar em Londres, algo reservado apenas para os estudantes mais brilhantes do país. No velho reino decadente (Reino Unido), Kadafi desafiou os costumes e as leis ao se recusar a vestir roupas ocidentais. Foi punido, e ao regressar à Líbia, havia formado um grupo de oficiais que lideraram a Revolução Al Fateh, derrubando o rei Ídris I, apesar do apoio das potências ocidentais que tinham grandes bases militares no país: EUA, Inglaterra e França.

Aclamado pelo povo líbio, Kadafi construiu uma nação soberana, independente, onde o povo desfrutava das riquezas do petróleo. A Líbia de Kadafi tinha o maior IDH (índice que mede bens como saúde, educação e habitação) da África. O país com pequena população prestava solidariedade internacional levando remédios, médicos e dentistas a vários países africanos, e além de tudo isso, a Líbia apoiava e financiava os povos que lutavam por libertação em diversas partes do mundo, principalmente Mandela na África do Sul e Ortega na Nicarágua.

Por tudo isso, por construir um poder popular – Jamahiriya Árabe Popular Socialista da Líbia -, Kadafi sempre foi perseguido pelos governos imperialistas e terroristas dos Estados Unidos da América. Foram décadas de boicotes e sanções injustificadas, de acusações de terrorismo, de campanha midiática diária tentando difamar no mundo ocidental o líder líbio.


Em 1982, como medida punitiva ao suposto patrocínio líbio a grupos terroristas, o governo norte-americano proibiu a importação de petróleo da Líbia. Em 1986, após um atentado a bomba numa discoteca de Berlim, quando morreram dois cidadãos norte-americanos, os EUA, sem nenhuma prova, lançaram ataques aéreos contra em Trípoli e Benghazi e impuseram sanções econômicas contra o país. No final da década de 1980 o governo líbio foi acusado de apoiar atentados contra aviões da Pan Am e da UTA, o que motivou a imposição de sanções também pela ONU, em março de 1992, e indenizações milionárias em 2010.

No ataque norte-americano à Líbia em 1982, foi assassinada a filha caçula de Kadafi, Hana.

Em 1992 e 1993 a Organização das Nações Unidas impôs sérias sanções à Líbia acusando Kadafi de financiar o terrorismo pelo mundo. Essas sanções foram suspensas em 1999.

Mesmo com a Líbia sofrendo ataques militares e sanções econômicas, Kadafi jamais de rendeu às grandes potências, e o povo líbio escreveu páginas imortais na história da humanidade através de sua perseverança na defesa da verdade e da justiça. O país cresceu e progrediu economicamente sob o governo da Jamahiriya (Poder Popular).

Em março de 2011 o governo norte-americano mudou sua estratégia para atacar a Líbia. Sabendo, por experiência própria, que não conseguiria vencer a resistência do povo líbio com ataques militares isolados, reuniu nas Nações Unidas a maioria das nações ocidentais e monarquias árabes corruptas para atacar de forma massiva, utilizando a Otan para infiltrar mercenários (embriões do Estado Islâmico, Daesh, Isis) em algumas cidades líbias, produtoras de petróleo. O governo norte-americano decretou uma Zona de Exclusão que foi interpretada pelo governo francês como ordem para iniciar os ataques aéreos que assassinaram mais de 200.000 líbios, entre civis e militares.

Diversas cidades líbias foram praticamente destruídas, principalmente Sirte, que concentrou a resistência patriótica e serviu de local para o martírio do líder Muamar Kadafi.

A maior obra arquitetônica da modernidade, o Grande Rio Verde, que transportava água potável para dezenas de cidades líbias, foi destruído pelos agressores. O maior e mais moderno aeroporto do mundo que estava sendo construído por empreiteiras brasileiras em Trípoli foi atacado até em suas fundações.


Mesmo recebendo diversas propostas de abandonar o país, Kadafi se recusou a deixar sua terra e lutou até o final, como um verdadeiro herói. Tombou no dia 20 de agosto, combatendo, a exemplo de seus familiares que foram mortos, exilados ou aprisionados.

Para destruir o governo da Líbia, um pequeno país com 6 milhões de habitantes, o governo norte-americano precisou unir 70 países na Otan, entre eles os mais poderosos do mundo, e ainda assim levaram mais de seis meses para sufocar a resistência do povo líbio, através de ataques aéreos de destruição em massa, vitimando na maioria das vezes civis indefesos.

Em vida, Kadafi sempre se referiu ao legendário Omar Moukhtar como exemplo maior do povo árabe líbio. Ele morreu combatendo contra a dominação italiana na Líbia. Moukhtar morreu mas seu exemplo continuou vivo, e contagiou Muamar Kadafi.


No dia 20 de agosto de 2011 Muamar Kadafi foi morto de forma covarde e traiçoeira por mercenários e militares estrangeiros em Sirte, sua terra natal, depois que sua guarda pessoal tombou lutando gloriosamente, sufocada pelo grande número de mercenários apoiados pela tecnologia militar mais avançada do planeta.

O homem morreu, mas suas ideias não morrerão. O Livro Verde continua esclarecendo as pessoas sobre a verdadeira democracia, o verdadeiro poder popular.

O nome de Muamar Kadafi está escrito com fogo e sangue na história de libertação dos povos oprimidos e escravizados ao longo das últimas décadas. Os governantes norte-americanos, ingleses e franceses, jogaram seus nomes na lata de lixo da história por agirem com covardia, de forma criminosa, para expandir seus domínios e conquistas imperialistas.

Kadafi vive e para sempre viverá. O povo árabe líbio resgatará a Jamahiriya e expulsará de suas terras os mercenários e terroristas plantados pelos EUA e seus cúmplices.

José Gil (Curitiba, Brasil)