segunda-feira, 2 de novembro de 2015
Força Aeroespacial russa destrói alvos do Estado Islâmico na província síria de Homs
A Força Aeroespacial da Rússia destruiu várias posições subterrâneas e pontos de artilharia antiaérea dos terroristas na província síria de Homs, disse nesta segunda-feira (2) o representante oficial do Ministério da Defesa da Rússia, major-general Igor Konashenkov.
"No distrito de Tadmor, província de Homs, um bombardeiro Su-25 aplicou um golpe a uma posição fortificada dos militantes do Estado Islâmico. No resultado de golpes diretos estruturas fortificadas, esconderijos subterrâneos e pontos de artilharia antiaérea dos terroristas, com dois dispositivos 3SU-23, foram eliminados", disse Konashenkov.
Segundo ele, 237 alvos dos terroristas situados em seis províncias da Síria foram atingidos pela aviação russa em 28 horas.
Konashenkov explicou que os golpes eram direcionados contra os grupos terroristas Estado Islâmico e Frente al-Nusra.
Hospitais inexistentes
O representante do ministério chegou a comentar as acusações dos EUA sobre supostos alvos civis, inclusive hospitais, que a aviação russa teria atacado — juntamente ou em vez de alvos do Estado Islâmico.
"Cinco dos seis hospitais que foram supostamente alvos de ataques russos não existem", disse Konashenkov.
Campanha
A Rússia está realizando a sua operação aérea na Síria desde 30 de setembro, quando a câmara alta do parlamento russo aprovou o envio da Força Aeroespacial a esse país, após pedido oficial de Damasco.
Sputniknews
O império late e a caravana passa
Pepe Escobar, Sputnik News - Tradução: Vila Vudu
A Marinha dos EUA escolheu belo modo de celebrar a semana, quando a liderança de Pequim discutia o mapa do caminho para fazer da China vire "sociedade moderadamente próspera" já em 2020.
Lançaram provocação militar no Mar do Sul da China. Ou, segundo a novilíngua pentagonesa, "desafiaram" as "pretensões" chinesas naquelas "águas em disputa".
Lacaios proverbiais do Império do Caos – Austrália, Japão, Filipinas – endossaram a provocação. A Indonésia, em avaliação sóbria, chamou a ação, na essência, de provocação desnecessária.
Afinal, o almirante Harry Harris, Comandante dos EUA no Pacífico, se reunirá em novembro em Pequim com o alto comando militar chinês para diluir as proverbiais "tensões" no Mar do Sul da China, inventadas pelos suspeitos de sempre.
Nada sugere que a espiral de provocações seja esvaziada em breve. EUA e Japão estão objetivamente alinhados no Mar do Sul da China. Pequim já disse claramente a Washington, em várias ocasiões, que se alguma Tóquio militarmente ressurgente iniciar alguma espécie de jogo naval, a resposta será dura.
Pode acontecer via Filipinas, armadas pelo Japão, tentando provocar a China por causa de uma ilhota no Mar do Sul da China, e contando com a Cavalaria, digo, a Marinha dos EUA, para vir socorrer. Os chineses dirão com todas as letras, bem claramente, ao almirante Harris, que os EUA estarão brincando com fogo.
O verdadeiro inimigo público
O encontro rascante no Mar do Sul da China ocupou umas poucas manchetes, mas o pessoal tinha coisa mais importante a fazer, escrevendo o Shinsanwu – o 13º Plano Quinquenal.
Aqui se ouve/vê a versão pop – com legendas para cantar junto – do 13º Plano Quinquenal da China, o qual, depois de quatro dias de debates, cristalizou o mapa do caminho para 2020.
Assim sendo, o mundo deve esperar é massivo esforço coletivo, com a China que continuará a crescer a ainda enormíssimos 6,5%/ano, ao mesmo tempo em que, lenta mais firmemente, beliscará o próprio modelo econômico. Como tarefa história, é equivalente às três décadas de milagre chinês desencadeado pelas reformas "Enriquecer é Glorioso" do Pequeno Timoneiro Deng Xiaoping.
Paralelamente, podem todos contar com que Washington continue obcecada pelo inimigo público número 1. Não, não é o presidente Vladimir Putin da Rússia. É o Banco Central da China.
O Banco Central da China está integralmente dedicado à criação de uma moeda global de reserva, feita de uma cesta de moedas mundiais e controlada pelo FMI. O processo deve basear-se nos direitos especiais partilhados pelos 185 estados-membros do FMI, os SDRs, special drawing rights.
A nova moeda global deve ser usada para comércio, para preço de commodities, contabilidade e finanças governamentais.
Para Washington, não surpreendentemente, qualquer tipo de moeda global que não seja o dólar é anátema absoluto.
Assim sendo, o incansável impulso de Pequim para reformar as instituições de Bretton Woods – dando maior voz aos BRICS – deve continuar contido.
OK, mesmo assim, tudo bem com Pequim – porque o mesmo impulso está agora distribuído para vários mecanismos alternativos: o Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS (NBD), o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (BAII), liderado pela China; maior cooperação econômica dentro da Organização de Cooperação de Xangai (OCX); e a fabulosa expansão, nos próximos dez anos, das Novas Rotas da Seda, ou "Uma Estrada, Um Cinturão", como são conhecidas na China. A China tem muitas opções para gastar seus $4 trilhões em moedas estrangeiras de reserva – a maior, em todo o mundo.
E os mortos vivos voltaram
Paralelamente, a parceria estratégica Rússia-China continua a avançar, com a Rússia já hoje, como principal fornecedora da petróleo para a China.
Xi Jinping, não por acaso, foi recebido como novo Rei da Inglaterra, no seu mais recente tour de force, assim como a chanceler Angela Merkel esteve na China, com os empresários alemães já de olhos postos nas Novas Rotas da Seda, que terão um de seus terminais em Duisburg.
E também não por acaso, o ministro da Economia alemã Sigmar Gabriel, em reunião com o presidente Putin, disse que as sanções da União Europeia contra a Rússia devem ser levantadas. O comércio bilateral Alemanha-Rússia está agora refém das sanções da União Europeia contra a Rússia, muitas das quais impostas por Washington aos lacaios de sempre. Berlin quer cair fora, e rápido. E daí, que haja "fricções" Alemanha e cestas alemãs e centro-leste-europeias.
À medida que avança inabalável a integração alemã-russa de energia, a sociedade civil em toda a Europa começa a se posicionar empenhadamente contra as confusões e desgraças promovidas pela OTAN.
"Um Cinturão, Uma Estrada" será meio para catalisar todos esses movimentos interconectados, como o principal projeto de integração pan-Eurasiana que é: uma caravana multiétnica que propõe comércio total, não guerra total. Os aspectos básicos encontram-se aqui.
Não surpreende que Washington tenha tanto medo da integração dos BRICS, do NBD, do BSII, da OCX e das Novas Rotas da Seda, quanto tem medo do Banco Central da China.
Assim sendo... O que temos, vindo do governo dos EUA, como proposta para o século 21? Só a Volta dos Mortos Vivos – que se lê no manifesto que os neoconservadores estão lançando para 2016. Que se lambuzem do infinito glitter da guerra lá deles.
Visão da China para 2020
Pepe Escobar, RT - Tradução: Vila Vudu
Todo mundo está indo de Shisanwu. Quer dizer, centenas de milhões de chineses, pelo menos, sim, estão.
Podem ver aqui a versão pop; chamem de versão do plano quinquenal chinês para idiotas [orig. for dummies]. Qualquer um pode até cantar junto, enquanto dá tratos à bola sobre como pôr abaixo o mapa do caminho para o desenvolvimento econômico e social da China para 2016-2020.
O People's Daily disse que o 13º plano quinquenal trata principalmente de crescimento econômico, reformas institucionais, meio ambiente e redução da pobreza. O que não diz é que é mapa do caminho tipo vai-ou-racha, para que a China escape da temida armadilha da renda média.
O primeiro traço fulgurante do Shisanwu é a consagração do já famoso "novo normal" do presidente Xi Jinping – com a economia chinesa entrando em padrão de crescimento mais lento, sustentável; 6,5% de crescimento anual, ainda deslumbrante, embora abaixo dos 7% atuais. O premiê Li Keqiang destacou que a China tem de crescer 6,5% ao ano, nos próximos cinco anos, para conseguir tornar-se sociedade "moderadamente próspera".
O professor Zhao Xijun da Universidade Renmin de Pequim, explica tudo, logo: "O timing do 13º plano quinquenal é crucial, porque em 2020, a China deverá ter cumprido a meta do primeiro centenário, no 100º aniversário da fundação do Partido [1921], completando a construção de uma sociedade moderadamente próspera."
Mas... e como se tem de cumprir essa tarefa sobre-humana? Essencialmente, com Pequim mudando o foco, da manufatura intensiva em mão de obra com vistas à exportação, base do modelo até o presente, para uma economia de serviços/consumo, com papel chave reservado também para uma agricultura modernizada.
Todos na Ásia sabem como as empresas chinesas de manufatura vêm perdendo regularmente aquela famosa "margem competitiva" [orig. "competitive edge"], com custos do trabalho e da terra subindo sempre, especialmente nas regiões litorâneas do leste. Assim, o "novo normal" de Xi implica processo complexo de transferir empregos, da manufatura para o setor de serviços. Isso também implica aumentar a inovação na tecnologia, indústria, design e na gestão empresarial, na China.
Conheçam o Matador de Zumbis
O plano quinquenal tem de ser visto como relíquia da economia de estilo soviético na China. O primeiro plano quinquenal foi de fato redigido em 1953, cópia direta da URSS. Mas os conservadores do Partido Comunista da China (PCC) insistem em que se mantenha forte controle pelo estado, dados os notórios desastres do mercado ocidental, como se viram na crise financeira de 2008 induzida pelas hipotecas podres [orig. sub-prime].
O plano agora proposto tem coisa de 100 páginas; lista as principais metas políticas e muitos, muitos alvos importantes, relacionados a crescimento econômico, exportações, investimento externo direto e criação de empregos. Virtualmente, todos os principais ministérios e agências, além dos governos provinciais, regionais e municipais, contribuem para o texto que se divulga agora.
Com as linhas gerais publicadas pelo Conselho de Estado, os planejadores dos ministérios e agências do governo central, bem como os governos regionais, trabalharão para conceber e traçar todos os detalhes. O plano então será debatido na sessão anual do Congresso Nacional do Povo, na primavera de 2016.
Xi – renovado depois de seu recente, espetacular tour de force pelo antigo Império Britânico – trabalhou muito para promover e expandir o mapa do caminho. De maio a julho, reuniu-se com os líderes do PCC de metade das 31 províncias da China, muito antes de a crise do mercado de ações e de crescimento do PIB chinês ter despencado abaixo de 7% pela primeira vez desde 2009.
Essa semana, líderes do PCC passaram horas revisando o texto do plano no Jingxi Hotel na zona oeste de Pequim, como parte do 5º Pleno do PCC, realizado a portas fechadas.
Todos eles, é claro, conhecem bem o homem que vem com o plano: Liu He, um dos principais conselheiros econômicos de Xi, formado em economia industrial pela Universidade Renmin, pós-graduado em administração pública por Harvard.
Liu He também é vice-diretor da Comissão para Desenvolvimento Nacional e Reforma, a todo-poderosa agência que cria políticas para o desenvolvimento econômico e social da China.
E Liu He é a cereja do bolo: é o Matador de Zumbis.
"Matador de Zumbis ", em contexto pop chinês, significa alguém que quer fechar 'por bem' as empresas de fachada conhecidas como empresas zumbis.
Assim, Liu He é homem que muitos amam odiar, porque muitas das zumbis são poderosamente conectadas a empresas que pertencem ao Estado [ing. state-owned companies (SOEs)]. Governos locais recusam-se a fechar as tais zumbis, porque temem uma explosão de empréstimos podres; aumento no desemprego; e queda violenta nas respectivas arrecadações locais.
No plano público, Liu He é totalmente pragmático; insiste em que a China precisa de "reformas orientadas para o mercado, foco gerencial mais ativo sobre a oferta, esforços cada vez mais intensos para fechar as empresas zumbis e o fim da superoferta." Mas esse ajuste estrutural tem de ser gradual; o PCC teme mortalmente o desemprego e a instabilidade social [como, aliás, também a Casa Branca (NTs)].
Como se não bastasse o caso com as empresas zumbis, Liu também é diretor do Escritório Geral do Grupo Central para Questões Financeiras e Econômicas, principal corpo gerador de políticas econômicas da China, cujo presidente é – e quem mais poderia ser? – Xi.
Liu He foi ator importante para a aprovação do pacote chinês de estímulos, de 4 trilhões de yuans, em 2009, que foi o contragolpe que Pequim usou contra a crise financeira global de 2008 provocada por Wall Street.
É ele, pois, o homem com quem conversar para todas as políticas econômicas e a rapidez com que devem avançar. Mas destacados economistas chineses dizem que tudo que se relacione a política e governança hardcore das empresas de propriedade do Estado sempre será conduzido pelos grandões do PCC, se não por Xi em pessoa.
'Bora microgerenciar a coisa toda
Tudo sempre volta àqueles ainda deslumbrantes 6,5% de crescimento anual do PIB. Segundo o China Finance 40 Forum, Pequim deve orientar-se por um quadro de "banda de controle", com limite superior do PIB definido pela inflação, e limite inferior definido pelo desemprego.
Acima disso tudo, Pequim ainda tem de microgerenciar pelo menos três variáveis cruciais: o excesso de capacidade industrial do país; "correções" que afetam o mercado da propriedade; e empresas altamente endividadas.
Mas no momento, tudo tem a ver com o sonho chinês. O premiês Li Keqiang disse que a meta de Pequim é, nada menos, que dobrar o PIB per capita até 2020, comparado ao de 2010, para assim criar "uma sociedade próspera em geral" [orig. "all-around prosperous society"]. Com empurrão extra, o alvo pode ser fixado em cerca de 7% em 2016 e 2017 para "estimular a confiança".
E tratando-se de China governada pelo PCC, onde tudo é planejado, lá está a lista das tarefas que cabem a Pequim – acompanhada de zilhões de mecanismos para cuidar que nenhum dos encarregados diretos meta os pés pelas mãos. E assim será. Bárbaros do mundo, abram o olho: 2020 está aí, virando a esquina.
Fim da era do AKP do pres. Erdogan na Turquia
Lambert Strether, Naked Capitalism - Tradução: Vila Vudu
O pior ataque terrorista na história da República da Turquia aconteceu dia 10/10/2015 em Ancara. O massacre de Ancara. Dois suicidas-bomba mataram 102 pessoas que participavam de um comício que reivindicava Paz e Democracia, e fizeram centenas de feridos.
Por que aconteceu?
Para encontrar algumas respostas, voltemos a 2002.
O partido islamista sunita que governava a Turquia, o Partido Justiça e Desenvolvimento (tu. AKP), tomou o poder em 2002. De 2002 até 2015, já vencera quatro eleições gerais em sequência e nas três primeiras garantira votos suficientes na Assembleia Nacional para formar governo de partido único.
Na terceira daquelas eleições, em 2011, o AKP obteve 50% dos votos, e desde então está em declínio. E nas últimas eleições gerais, que aconteceram dia 7/6/2015, o partido não obteve assentos suficientes no Parlamento que lhe permitisse formar governo próprio. Mas o AKP mesmo assim é o partido governante, pelo menos na prática, porque é o único partido no governo provisório, até que aconteça a eleição 'extraordinária' [snap election, "eleição extraordinária"] que acontecerá dia 1/11. Os outros partidos ou recusaram-se a unir-se ao governo interino, ou uniram-se, mas logo depois deixaram o governo.
Marco importante entre as eleições gerais de 2011 e de 2015 foi a eleição presidencial de 10/8/2014. Apesar do declínio do AKP, seu líder e primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan obteve 51,8% dos votos no primeiro turno, para ser o primeiro presidente eleito da Turquia. Ekmeleddin İhsanoğlu, candidato conjunto do Partido Republicano do Povo (tu. CHP) e do Partido da Ação Nacionalista (tu. MHP), recebeu 38,4% e Selahattin Demirtaş, candidato do Partido da Democracia do Povo, predominantemente curdo nacionalista (HDP), recebeu 9,8%.
Contudo, o comparecimento dos eleitores às urnas foi muito baixo, pelos padrões da Turquia, essencialmente porque İhsanoğlu é também islamista conhecido. Quando uma devotada sessão secularista dos eleitores do CHP reagiu contra İhsanoğlu e boicotaram a eleição, o comparecimento às urnas caiu para magros 74%. Foi o mais baixo comparecimento desde o golpe de Estado de 1980; mais baixo até que os 79% de comparecimento da eleição de 2002, que aconteceu depois de um grande colapso econômico em 2001.
Mas o principal evento dessa eleição presidencial foram os 9,8% dos votos que recebeu o candidato Demirtaş do HDP. A barreira de 10% dos votos nacionais, imposta pela junta militar de 1980, foi mantida desde a eleição geral de 1983, e nenhum partido curdo jamais conseguira ultrapassá-la até 7/6/2015.
De fato, na eleição de 2002, vale dizer, quando o AKP chegou ao poder, só três partidos (AKP, CHP e MHP) haviam conseguido ultrapassar o limiar dos votos mínimos. Com a eleição de 2007, um quarto partido começou a aparecer na assembleia nacional, porque os partidos curdos e seus aliados de esquerda conseguiram ultrapassar a barreira, com candidatos que participaram da eleição como independentes, depois se reunindo num partido na Assembleia Nacional. Contudo, apesar de eles sempre terem tido entre 5-7% dos votos, o truque levou a que ficassem sub-representados na Assembleia, porque grande fatia dos votos dados aos independentes foi desperdiçada.
Depois de Demirtaş obter 9,8%, o que indicava que havia alta probabilidade de ultrapassar os 10% da cláusula de barreira, o HDP entrou nas eleições gerais de 2015 como partido, não como coleção de candidatos independentes. O HDP estava perfeitamente consciente de que, se tivesse ultrapassado o limite mínimo de 10%, já teria representação muito maior na Assembleia Nacional.
E ultrapassaram com folga a barreira dos votos mínimos exigidos, na eleição geral de 7 de junho, com inesperados 13% dos votos. Quando o HDP conseguiu eleger 80 representantes e empurrou o AKP para baixo de 276, com 18 votos a mais num assembleia nacional de 550 membros, o governo do AKP estava acabado, pelo menos no plano legal.
Foi momento de definições na história da República da Turquia.
Saindo das cinzas do Império Otomano em 1923, a República da Turquia herdou as diversas identidades do império e acrescentou a elas mais uma nova identidade.
Uma grande divisão identitária no Império havia corrido ao longo das linhas religiosas: muçulmanos versus não muçulmanos. Contudo, desde o início do século 20 houve uma exclusão consciente de não muçulmanos do país e, resultado dela, essa divisão é hoje de 99% para 1% (depois de, no começo, ter sido de 70% para 30%).
A nova identidade que a República acrescentou foi a identidade secular. Assim a nova e mais importante divisão religiosa no país é hoje de crentes versus secularistas, criada pelos fundadores da República (apesar de as origens dessa divisão virem de muito longe). Claro, os fundadores eram secularistas, e o interesse deles era construir estado-nação secular e capitalista, acompanhando as linhas dos estados capitalistas mais avançados do ocidente. Assumindo o nome do líder mais carismático e primeiro presidente da República da Turquia, Mustafa Kemal, a ideologia dessa nova identidade foi chamada de kemalismo.
Interessante, eles definiram a nação desse estado-nação – i. e., a nação turca – com base em identidades religiosas. Os que hoje designamos como turcos – se se pensa em cidadãos da República da Turquia – são essencialmente os netos dos muçulmanos (a maioria deles, sunitas) vassalos do Império Otomano, muitos dos quais procuraram refúgio na atual Turquia, fugidos de outras partes do Império, para escapar a perseguições religiosas. Podem ser filhos de qualquer das muitas etnias que havia no antigo Império, desde que seus avôs/avós fossem ou se tivessem tornado muçulmanos (preferencialmente sunitas).
Mas os curdos majoritariamente sunitas (e eles também uma coleção viva de etnias) jamais aceitaram essa definição. E, apesar de o Islã Sunita ter sido a religião 'não oficial' dessa República 'secular' desde o início, os alevitas [em port. mais frequentemente "alawitas"] – alguns dos quais são curdos – continuaram a existir, embora o número deles tenha diminuído percentualmente.
Resumo disso tudo, as divisões identitárias atuais mais notáveis incluem – mas não se limitam a essas – turcos versus curdos; sunitas versus alevitas; e crentes versus seculares.
Por fim, há os militares, de cujos quadros saíram muitos dos fundadores da República, inclusive o próprio Mustafa Kemal. Até recentemente, os militares eram vistos por muitos como guardiões da República secular. E tomaram o poder três vezes: em 1960, 1971 e 1980, embora tenha havido também várias outras tentativas de golpe. Vistos como arquirrivais, os militares foram "atacados" pelo governo do AKP, como em 2010, nas cortes capturadas por islamistas. Muitos altos oficiais foram encarcerados sob as mais diversas acusações (muitas das quais, como o presidente Erdogan confessou recentemente, sabidamente falsas) e a instituição resultou muito enfraquecida. Ainda hoje é muito discutível que os militares estejam sob total controle do partido AKP, e por inúmeras razões, dentre as quais a evidência de que ainda há muitos kemalistas nas forças armadas turcas.
Embora o conflito entre turcos e curdos venha de muito antes do início da República, o mais recente conflito armado começou em 1984. Desde então, os militares turcos e o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (tu. PKK) vêm lutando praticamente sem cessar (mais intensamente no início dos 1990s) e o total de mortos é da ordem de dezenas de milhões. Em resumo, eis a chamada "questão curda" na Turquia.
The PKK (fundado em 1978) é organização armada considerada por muitos, inclusive pelo governo turco, como organização terrorista. O HDP (fundado em 2013), por sua vez, se autodefine como partido de esquerda e internacionalista (não nacionalista). Além disso, há muitos não curdos no partido. Mas muitos consideram o HDP como braço político do PKK – e a questão de se é assim ou não, é tema de debates acalorados no país.
Entram o presidente Erdoğan e o primeiro-ministro Davutoğlu
Queridinhos do ocidente até há cerca de três anos, Erdoğan e o seu partido AKP seguiram, evidentemente, um programa cujos objetivos nem todos viram muito claramente. Pode-se deduzir que assim foi, das recentes confissões de várias figuras nacionalmente destacadas – a maioria dos quais intelectuais liberais – que foram ardentes apoiadores de Erdoğan e do AKP até há pouco tempo. Ao longo do último ano, tem-se a impressão de que não passou um dia sem que alguma daquelas figuras venha a público para reclamar de traição que lhe teria sido feita por Erdoğan e/ou o AKP.
A existência do programa tornou-se óbvia para todos depois que Erdoğan venceu as eleições presidenciais. Aconteceu quando o herdeiro que Erdoğan escolheu para si, seu ex-ministro de Relações Exteriores e atual primeiro-ministro Ahmet Davutoğlu anunciou publicamente, dia 21/8/2014, o tal "programa de restauração". Segundo Davutoğlu e seus assessores, o termo nada tem a ver com restaurar o Império Otomano, mas com reparar a democracia e a política exterior da República, bem como um modelo de economia que teria sido "ferido" ao longo dos últimos 92 anos.
Mas... E o que aconteceu há precisos 92 anos?
Ora. Terminou o Império Otomano e foi fundada a República da Turquia.
Na verdade, em 2001, um ano antes de o AKP tomar o poder, o então professor e acadêmico Davutoğlu publicou um livro intitulado Strategic Depth [Profundidade Estratégica], no qual expõe as bases de seu programa. E é ler, e logo se entende porque aqueles intelectuais liberais sentiram-se traídos.
Segundo a doutrina de Davutoğlu, a Turquia é daqueles países que nascem abençoados por ser "potências centrais". Por seu legado otomano, a Turquia é país do Oriente Médio, do Mediterrâneo, dos Bálcãs, do Cáucaso, do Cáspio, da Ásia Central, do Golfo e do Mar Negro. Pode exercer influência em todas essas regiões e assim se tornar ator estratégico global. Ou, pelo menos, é o que diz Davutoğlu em seu Strategic Depth. E sua política agora já gravemente fracassada de "problemas zero com os vizinhos" teve a ver com a Turquia capitalizar esse seu potencial poder suave, culminação de laços históricos e culturais com todas essas regiões bem como com suas "instituições democráticas" e "pujantes economias de mercados".
Por isso, e também porque Davutoğlu parecia estar fazendo objeções à teoria do 'choque de civilizações' de Huntington, sua doutrina foi frequentemente descrita como "neo-otomanismo". Mas o rótulo é incorreto, porque o otomanismo foi movimento político liberal do século 19, cujo objetivo era formar uma identidade otomana nacional cívica que se sobreporia a todas as identidades étnicas, linguísticas e religiosas.
Qualquer leitura cuidadosa do livro de Davutoğlu já revelaria que sua doutrina nada tinha a ver com qualquer forma de otomanismo. Mais que isso, sua objeção à teoria de Huntington nada tinha a ver com Davutoğlu não concordar com o tal choque de civilizações: ele sempre concordou com Huntington nesse ponto. Diferiam, sim, mas só porque, para Davotoğlu, o Islã seria a civilização superior. Dito de outro modo: a doutrina de Davotoğlu nunca foi algum neo-otomanismo: sempre foi um pan-islamismo.
Hoje, até seus mais aplicados apoiadores, e potências ocidentais como EUA e União Europeia já veem claramente que não só Davutoğlu, mas também Erdoğan, concordam com a tese de choque de civilizações de Huntington. Exceto que Erdoğan também acredita na superioridade da civilização islamista. Agora já todos veem claramente também que se tornar líder do mundo muçulmano e (até disso já se fala) califa dos muçulmanos sunitas sempre foram duas das três maiores fantasias de Erdoğan.
Claro, essas duas fantasias sempre estiveram além do alcance de Erdoğan, se por mais não fosse, pela simples razão de que se baseiam na terceira das fantasias que Davutoğlu inventou: o caráter unificador que teria o Império Otomano.
Mas pergunte em qualquer nação árabe ou dos Bálcãs, que viveram sob mando dos otomanos, e veja como se sentem quanto ao Império. Além do mais, há fortes rivais, como Arábia Saudita, Egito, Irã e até o ISIL (Estado Islâmico do Iraque e do Levante, também conhecido como ISIS), e Síria, Iraque e Líbia estão em ruínas, só até aqui. Não há dúvidas de que a política de "problemas zero com os vizinhos" de Davutoğlu acabou por deformar-se até converter-se em sua atual política externa de "solidão honrosa".
E a terceira grande fantasia de Erdoğan é vir a ser sultão da Turquia. Foi fantasia potencialmente realizável, porque, depois de ele chegar à presidência, só precisaria conseguir mudar a Constituição para introduzir um sistema presidencial que o coroasse com poderes executivos. Tivesse conseguido tal coisa, poderia ter-se tornado sultão efetivo, para continuar o processo de restauração pelo qual a Turquia seria convertida em alguma espécie de estado islamista repressivo (e ainda mais repressivo que a Turquia, hoje).
Por isso, o AKP tinha de conseguir pelo menos 330 deputados na Assembleia Nacional.
E Erdoğan tinha um medo. Se o AKP não conseguir formar governo de partido único, começariam a pipocar denúncias contra ele na Suprema Corte de Juízes, por incontáveis razões por ainda mais incontáveis possíveis graves consequências criminais.
Para evitar isso, o AKP teria, de qualquer modo de conseguir pôr pelo menos 276 deputados na Assembleia Nacional.
OK. Posso agora oferecer algumas respostas à primeira pergunta que fiz aqui, i.e., por que aconteceu o massacre de Ancara. É o que farei na segunda parte desse artigo, depois da eleição de 1º de novembro.
Rusia derribará aviones de EEUU que se acerquen al palacio de Al-Asad
Cuatro aviones de combate rusos Sukhoi-34 en el cielo de Siria.
La Fuerza Aérea de Rusia ordena a sus aviones de combate que derriben cualquier caza extranjero que se aproxime al palacio del presidente sirio, Bashar al-Asad, en Damasco, la capital de Siria.
El diario libanés Addiyar informó el domingo de que el servicio de inteligencia de Rusia no descarta que los aviones de la llamada coalición internacional anti-Daesh, liderada por EE.UU., ataquen el palacio Al-Shaab, donde reside Al-Asad, con la intención de asesinar al mandatario sirio.
En consecuencia, la Fuerza Aérea rusa ha designado aviones Sukhoi-34, destacados en la base aérea de Latakia (noroeste) para suministrar la seguridad del palacio del presidente sirio y evitar el posible magnicidio, dice el rotativo libanés.
"Cualquier avión estadounidense, británico, francés, israelí o jordano que se acerque a la residencia de Bashar al-Asad en Damasco debe ser inmediatamente derribado, sin necesidad de pedir permiso", subrayó Addiyar, citando fuentes fidedignas de Rusia.
Además señala que Moscú está considerando instalar un sistema de misiles tierra-aire de corto alcance para aumentar la seguridad de los alrededores de la residencia de Al-Asad en Damasco.
De hecho, los grupos terroristas que gozan del apoyo de los extranjeros ya atacaron con proyectiles de mortero uno de los palacios del mandatario sirio en Damasco, aunque solo provocaron daños materiales.
Desde el pasado 30 de septiembre Rusia realiza ataques aéreos con cazas y misiles de crucero contra posiciones del grupo takfirí EIIL (Daesh, en árabe) y otras bandas extremistas para ayudar al Ejército de Damasco a recuperar el control de ciertas zonas actualmente en poder de los terroristas.
Solo en el pasado mes de octubre, la aviación rusa acabó con la vida de 28 cabecillas de los grupos terrorista Frente Al-Nusra, filial siria de Al-Qaeda, y el EIIL en Siria.
Unas 500 000 personas, según el opositor Observatorio Sirio para los Derechos Humanos (OSDH), han perdido la vida desde el inicio de la crisis en Siria en marzo de 2011, cuando grupos radicales, con el apoyo de algunos países, entre ellos Arabia Saudí, Turquía y Estados Unidos, iniciaron sus ofensivas para provocar el derrocamiento del Gobierno de Damasco.
mkh/nii/ HispanTv
Un grupúsculo aplica juego sucio en los comicios venezolanos
Tibisay Lucena, presidenta del Consejo Nacional Electoral (CNE) de Venezuela.
El Consejo Nacional Electoral (CNE) de Venezuela advirtió de que un “grupúsculo” trata de alterar por “vías antidemocráticas” las próximas elecciones parlamentarias de su país.
“No podemos generalizar y en eso hay que ser muy responsables; no es un ataque (al CNE) de todo un sector (sino) de un grupúsculo que insiste en irse por caminos equivocados para arrebatar. No están buscando el juego político, sino arrebatar el poder político que no alcancen por la vía democrática, la de los votos”, declaró el domingo la presidenta del CNE, Tibisay Lucena.
En una entrevista concedida al canal local Televen, la funcionaria explicó que en Venezuela antes, durante y después de las elecciones unos técnicos de todos los partidos “con altísimo nivel” verifican y auditan el sistema electoral.
Además, el proceso para los venideros comicios legislativos, que se celebrarán el próximo 6 de diciembre, se llevó a cabo en marzo, por lo que un posible fraude es impensable, añade.
Para Lucena los resultados de las próximas elecciones en la nación bolivariana serán "perfectos, legitimados por la voluntad expresada a través del voto", y el trabajo de las auditorias estará disponible en la página del CNE en cada una de sus fases.
Los resultados electorales, prosiguió, son el reflejo fidedigno de la voluntad popular. El actual sistema electoral “es el más seguro y el más verificable que se ha tenido en la historia del país”, destacó la jefa del CNE.
El Gobierno de Caracas en varias ocasiones ha advertido sobre complot de la extrema derecha para desestabilizar el país en vísperas de los comicios parlamentarios.
Por su parte, el presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, denunció a mediados de octubre los planes desestabilizadores de la oposición, y más tarde aseguró que el pueblo venezolano podrá resolver los problemas y neutralizar las conspiraciones.
En ese sentido, diferentes movimientos sociales y políticos internacionales, así como embajadas de Venezuela en otros países, expresaron el sábado su solidaridad con el pueblo y Ejecutivo bolivarianos frente a esos desafíos y las injerencias de Estados Unidos.
bhr/nii/ HispanTv
Seúl y Washington “preocupados” por ensayos nucleares de Pyongyang
Estados Unidos y Corea del Sur han expresado este lunes gran “preocupación” por las actividades nucleares de Corea del Norte.
El ministro surcoreano de Defensa, Han Min-Koo, ha recibido a su homólogo estadounidense, Ashton Carter, en la ciudad capitalina de Seúl; y ambos han exigido que se clausure el programa nuclear norcoreano.
A pesar de la preocupación de Washington y Seúl por una eventual ofensiva de Pyongyang en su contra, el Gobierno norcoreano asegura que sus actividades nucleares persiguen fines pacíficos y sus ensayos son, de hecho, una respuesta a las maniobras militares conjuntas de Estados Unidos y Corea del Sur.
bhr/nii/HispanTv
Armada israelí bombardea suroeste de Yemen
Columnas de humo salen de los edificios atacados por la coalición liderada por Arabia Saudita al norte de la capital, Saná. 29 de septiembre 2015
El régimen de Israel, que ya estaba ayudando a Arabia Saudí a perpetrar bombardeos aéreos ilegales contra Yemen, ataca ahora desde el mar a este empobrecido país.
Una fuente militar yemení reveló que la armada israelí bombardeó las costas de la ciudad de Al-Maja, en la provincia suroccidental yemení de Taiz, ha informado este lunes la agencia iraní de noticias IRNA.
De acuerdo con la fuente, la armada israelí participa directamente en la agresión saudí a Yemen, valiéndose de su artillería naval desplegada en el mar Rojo y en las costas de las islas saudíes y eritreas en el mismo mar.
“El objetivo de los sionistas (israelíes) para participar en la agresión saudí a Yemen es hacerse con el control del estrecho de Bab el-Mandeb (una de las rutas marítimas más transitadas del mundo) y de las cercanas costas yemeníes”, dijo la fuente que, no obstante, desea permanecer en el anonimato.
La fuente precisó, además, que los cazabombarderos israelíes ya habían participado en operaciones de la alianza agresora liderada por Arabia Saudí para arrojar armas a los grupos takfiríes y a los terroristas miembros de la congregación yemení por la Reforma, conocida también como Al-Islah, un partido salafista que coopera con la coalición en los bombardeos.
La coalición también suministra armas desde el aire a las fuerzas afines al expresidente fugitivo Abdu Rabu Mansur Hadi, a fin de ayudarlas a mantener su control sobre las regiones que dominan y frenar el avance de las tropas del Ejército y de los combatientes del movimiento popular yemení Ansarolá, agregó.
No obstante, aseguró que el Ejército y los combatientes de Ansarolá siguen de cerca los movimientos de Israel en el territorio yemení y advirtió de que los agresores israelíes tendrán el mismo destino que la coalición liderada por Riad.
El régimen saudí atacó militarmente a Yemen el pasado 26 marzo, en un intento por restaurar en el poder a Mansur Hadi, fiel aliado de Riad.
A partir de entonces, Arabia Saudí ha estado armando a los grupos terroristas, a la vez que perpetra incesantes bombardeos contra Yemen, lo que ha provocado la muerte de al menos 6090 personas —entre ellos, 1698 niños y 1038 mujeres, según las cifras anunciadas por la Coalición Civil de Yemen.
Según un informe del diario estadounidense The Washington Post, Arabia Saudí evita todo enfrentamiento con Al-Qaeda en la Península Arábiga (AQPA) en Yemen y sus bombardeos han coadyuvado al avance de este grupo terrorista.
Desde el inicio de los bombardeos saudíes contra Yemen, Israel participa en los ataques aéreos de la coalición y proporciona servicios de inteligencia a los agresores.
ftm/nii/ HispanTv
'The New York Times': Las acciones de Obama en Siria parecen "la improvisación continua"
La decisión del presidente de EE.UU., Barack Obama, de enviar un pequeño grupo de fuerzas especiales a Siria para que contribuyan a la lucha contra el Estado Islámico, ha planteado nuevas preguntas sobre la estrategia militar de la Casa Blanca, así como de su fundamento jurídico, publicó el diario 'The New York Times'.
El líder estadounidense rechazó durante años la estrategia de "botas sobre el terreno" en el país árabe. Después de todo este tiempo, la actual decisión de desplegar hasta 50 soldados de Operaciones Especiales de EE.UU. en el norte de Siria "para brindar asesoría militar en la lucha" contra los terroristas parece "un compromiso relativamente modesto".
"Junto con los 3.500 soldados estacionados ahora en el vecino Irak, [esa decisión] refleja la continua improvisación en una guerra que ha endemoniado a Obama y ha puesto a prueba los límites de los intereses estadounidenses en la región", escribe 'The New York Times'.
Las autoridades estadounidenses optaron por emprender esa acción "después de dejar los esfuerzos fallidos del Pentágono para entrenar a su propio ejército rebelde para enfrentarse con el Estado Islámico en Siria", recuerda el diario. Además, esta decisión "destaca un cambio hacia la confianza en los aliados kurdos".
Efectivamente, este paso es "un experimento" para averiguar si el pequeño contingente militar estadounidense puede hacer cambiar la situación en el terreno. En caso de resultados positivos, Washington "ha dejado claro que consideraría la posibilidad de enviar a más estadounidenses".
Según estimaciones de algunos críticos, la decisión de Barack Obama no refleja la introducción de una nueva estrategia integral, sino un simple cambio de táctica. "Los republicanos menospreciaron [el paso] como un movimiento insignificante que no cambiaría la dinámica sobre el terreno, especialmente tomando en cuenta la actual operación antiterrorista rusa. Algunos demócratas, a su vez, expresaron la angustia de que Obama esté llevando a EE.UU. a un conflicto fratricida", indicó 'The New York Times'.
Actualidad RT
domingo, 1 de novembro de 2015
Por que EUA não bombardeiam depósitos de petróleo do Estado Islâmico?
Em entrevista à Sputniknews, o conhecido jornalista turco Alptekin Dursunoglu expressou surpresa sobre a relutância da coalizão liderada pelos EUA em bombardear depósitos de petróleo controlados pelo Estado Islâmico (EI) na Síria, que, segundo ele, são uma das principais fontes de renda do grupo jihadista.
O jornalista se refere ao contrabando de petróleo do Estado Islâmico para a Turquia através de um gasoduto ilegal, cuja existência ainda não foi confirmada.
Ao mesmo tempo, ele chamou a atenção para o fato de que a campanha aérea liderada pelos EUA nunca teve como alvo os depósitos de petróleo controlados pelo EI na Síria.
"Este fato [me] faz realmente admirar, uma vez que uma das etapas do plano de Obama para combater o EI era a destruição das fontes de renda do Estado Islâmico", disse Dursunoglu.
Dursunoglu pergunta por que razão os drones americanos não conseguiram ainda detectar uma estrutura de tão grande escala.
Ele também disse que o fornecimento de petróleo não é a única fonte de renda do EI, que, como ele fez lembrar, fazia parte da al-Qaeda em 2012.
"Esta organização unificada evitou deliberadamente ser chamada de al-Qaeda. O Estado Islâmico ficou com uma parte considerável do dinheiro que foi entregue pelos países do golfo Pérsico e Turquia sob o pretexto de ajudar a oposição síria", disse Dursunoglu.
Ele citou trabalhadores humanitários locais que tinha dito, em 2012, que o dinheiro foi enviado em "bolsas, malas e sacos". Dursunoglu acrescentou que, além do comércio de petróleo ilegal e extorsão, outras fontes de financiamento do Estado Islâmico são o contrabando de antiguidades e artefatos históricos, bem como o tráfico de pessoas e de órgãos humanos.
Sputniknews
Líder feminista e comunista é eleita 1ª mulher presidente do Nepal
Nepal: líder feminista e comunista é eleita primeira mulher presidente. Bidhya Devi Bhandari é uma das líderes do PC nepalense e lutou pela inclusão dos direitos das mulheres na recém-adotada Constituição
Bidhya Devi Bhandari, do Partido Comunista do Nepal, foi eleita pelo Parlamento nepalense para ser presidente do país nesta quarta-feira (28/10). Ela será a primeira mulher a ocupar o cargo.
Bidhya era deputada e foi ministra da Defesa do país. Ela venceu a eleição com 327 votos, derrotando Kul Bahadur Gurung, ex-ministro da educação do partido Congresso Nepalês. O Congresso do país possui 601 cadeiras.
O Nepal se tornou uma República em 2008 e em 2013 criou sua segunda Constituição. Bidhya lutou para incluir os direitos das mulheres no novo documento, adotado no mês passado. A Constituição nepalense estipula que um terço de todas as cadeiras do Parlamento devem ser ocupadas por mulheres e que o presidente ou o vice-presidente deve ser uma mulher.
Após ser designada, ela afirmou a jornalistas que iniciará conversas com os partidos do sul do país contrários à nova Constituição, que protestam e mantêm um bloqueio da fronteira com a Índia.
“Considerarei o Himalaia, as montanhas e a região Tarai como um todo”, declarou.
Além de ser a primeira presidente mulher, ela é a segunda pessoa a ocupar o cargo depois que a democracia foi instaurada. O primeiro presidente foi Ram Baran Yadav, eleito em 2008 e com um mandato estipulado em dois anos, que acabou se estendendo devido à demora na elaboração e adoção da Constituição.
Pragmatismo Político
Dez líderes da UE que preveem o colapso da União Europeia
As opiniões pessimistas relativamente ao futuro da União Europeia são cada vez mais frequentes, especialmente tendo em consideração a crise migratória.
Parece que os líderes europeus deixaram de ter fé na sua própria criação. A edição Politico Europe compôs uma lista das frases mais sombrias dos líderes europeus em relação à UE.
O primeiro na lista é Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, que chamou a crise migratória de “terramoto político para a Europa”.
“Não há dúvidas de que esta crise pode modificar a UE que nós construímos”.
O segundo lugar é ocupado por Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, que disse na semana passada que a UE enfrenta o declínio e que o "caso de amor" da integração pode terminar.
A chanceler alemã Angela Merkel, que é criticada pela sua postura para com a crise dos refugiados, apareceu na lista por ter afirmado: “Se a Europa falhar na questão dos refugiados, então não será a Europa que desejávamos".
Por sua vez, o presidente francês François Hollande disse que a Europa por ter um fim, ao intervir no Parlamento Europeu no mês passado: “Nós não precisamos de menos Europa, mas de mais Europa. A Europa deve se afirmar, caso contrário vamos ver o fim da Europa, o nosso fim".
Afirmações parecidas foram feitas pelo primeiro-ministro eslovaco Miro Cerar, pelo chanceler austríaco Werner Faymann e por Mark Rutte, premiê holandês.
Miro Cerar afirmou no domingo passado (25) que, se a decisão da crise migratória não for encontrada, a Europa vai colapsar daqui a algumas semanas.
O líder austríaco destacou que neste momento se trata “ou da Europa comum ou do colapso silencioso da UE”.
A Politico Europe também incluiu na lista de “profecias” sobre o futuro da UE o líder dos membros liberais do Parlamento Europeu, Guy Verhofstadt, o líder do partido francês Frente Nacional Marine Le Pen e Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu.
Guy Verhofstadt opina que, se a Europa não se juntar frente à crise, a UE a os seus valores serão destruídos. Martin Schulz disse durante o encontro em Berlim que a Europa está “numa condição má”.
Marine Le Pen, por sua vez, conclamou a acabar com a União Europeia, mas não com a Europa.
“Quero destruir a UE mas não a Europa! Eu acredito em uma Europa composta por Estados-nações”.
Sputniknews
Esgrimista iraní se niega a competir contra un atleta israelí
El esgrimista de la selección nacional iraní Mohamad Rahbari se negó a competir contra un atleta israelí en un gesto de solidaridad con el oprimido pueblo de Palestina.
La oficina del Deporte y la Juventud de Guilan, la provincia natal de Rahbari, ubicada en el norte de Irán, ha afirmado que el mencionado deportista en las competencias realizadas el sábado por la noche optó por no seguir en el torneo en rechazo a la participación del equipo del régimen de Israel, por lo cual fue eliminado de las competencias internacionales que se celebrarán en Hungría.
Rahbari ya había obtenido 40 puntos en su camino a los Juegos Olímpicos de Río de Janeiro 2016 (Brasil) y con esta contundente decisión perdió la cuota con la que podría participar en esa cita deportiva.
En la edición 17 de los Juegos Asiáticos de Incheon 2014, en Corea del Sur, Rahbari se hizo merecedor a la medalla de plata en sable.
Hungría alberga durante tres días dicho campeonato con la participación de más de 200 esgrimistas de 33 países.
No es la primera vez que los deportistas boicotean al régimen de Israel, incluso otros países toman tales decisiones como una manera para apoyar a la nación palestina.
Los palestinos denuncian la discriminación sistemática que sufren por parte de las autoridades israelíes.
Entre las acusaciones contra el régimen de Israel se mencionan el obstáculo a las actividades deportivas en los territorios ocupados, sobre todo imponiendo restricciones de movimiento a los deportistas palestinos entre la Franja de Gaza y la Cisjordania ocupada, la detención de algunos deportistas y el control a la importación de equipos deportivos.
msm/ctl/msf - HispanTv
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