domingo, 12 de novembro de 2017

Vazamento revela plano para guerra financeira contra o Catar


Do The Intercept

VAZAMENTO REVELA PLANO PARA GUERRA FINANCEIRA CONTRA O CATAR E “ROUBO” DA COPA DE 2022

Por Ryan Grim, Ben Walsh

UM PLANO DELINEADO para que os Emirados Árabes Unidos iniciassem uma guerra financeira contra o Catar, seu rival no Golfo Pérsico, foi encontrado em arquivo de conta de e-mail do embaixador dos Emirados nos Estados Unidos, Yousef al-Otaiba, e posteriormente obtido pelo The Intercept.

O conflito econômico envolveria um ataque ao sistema monetário do Catar por meio de manipulação de títulos públicos e de instrumentos financeiros conhecidos como derivados. O plano, disposto em apresentação de slides, foi acessado por The Intercept por meio do grupo Global Leaks. O objetivo era prejudicar a economia do Catar, de acordo com documentos que mostram a estratégia em linhas gerais.

Esses documentos foram preparados pelo Banque Havilland, banco privado com sede em Luxemburgo e pertencente à família do controverso empresário britânico David Rowland. O esboço aponta um esquema para provocar uma queda no valor dos títulos do Catar, o que aumentaria os custos de seguro, com o derradeiro fim de criar uma crise monetária que esgotaria as reservas de dinheiro do país.


Captura de tela do Outlook do embaixador Yousef al-Otaiba - Global Leaks

Rowland tem relação próxima de longa data com líderes políticos dos Emirados Árabes, sobretudo com o príncipe de Abu Dhabi, Mohammed bin Zayed, conhecido como MBZ. O banco está em vias de criar uma instituição financeira em parceria com o Mubadala, o fundo soberano de investimentos dos Emirados Árabes Unidos, de acordo com contratos e correspondências obtidos por The Intercept que delineiam os termos do contrato. O projeto é independente da operação Catar, mas reflete a estreita relação entre o banco e os Emirados.

O plano de endividar o Catar era altamente ambicioso. “Controlar a curva de rendimento, decidir o futuro” diz o documento, fazendo referência a um gráfico padrão sobre os custos dos empréstimos de um país para pagar dívidas com vencimentos em diferentes datas. Acredita-se que a altura e o formato da curva de rendimento refletem quão saudável é uma economia e influenciam as opções financeiras disponíveis para um país.

Atacar a economia de uma nação com manipulação financeira representaria uma grave violação das normas tradicionais de conduta na diplomacia e mesmo na guerra.

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