sexta-feira, 19 de agosto de 2016
100 DIAS DE TEMER: ROMBO FISCAL, QUEDA DE MINISTROS, VAIAS E PROTESTOS
O governo interino de Michel Temer (PMDB) chega ao seu centésimo dia nesta sexta (19), envolvido em polêmicas, recuos e com um programa que difere totalmente daquele pelo qual a chapa que ele integrou nas eleições de 2014 foi eleita; após um início trôpego, com recuos sobre extinção de ministérios, ampliação do rombo fiscal e envolto no escândalo das gravações do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que levou a queda de três ministros, o peemedebista foi alvo, ao longo deste tempo, de diversos protestos em todo o país, cujo ápice ocorreu na abertura dos Jogos Olímpicos, no último dia 5, quando foi vaiado no Maracanã; tal fato fez com que ele desistisse de participar do encerramento do evento; enquanto isso, mercado dá sinais de que cheque em branco dado ao presidente pode ser sustado a qualquer hora
247 - O governo interino de Michel Temer (PMDB) chega ao seu centésimo dia nesta sexta-feira (19), envolvido em polêmicas, recuos e com um programa que difere totalmente daquele pelo qual a chapa que ele integrou nas eleições de 2014 foi eleita. Após um início trôpego, com recuos sobre extinção de ministérios, ampliação do rombo fiscal e envolto no escândalo das gravações do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que levou a queda de três ministros, o peemedebista foi alvo, ao longo deste tempo, de diversos protestos em todo o país, cujo ápice ocorreu na abertura dos Jogos Olímpicos, no último dia 5, quando foi vaiado no Maracanã. Tal fato fez com que ele desistisse de participar do encerramento do evento. Mercado também já dá sinais de impaciência. Voraz no ataque ao governo Dilma Rousseff, a imprensa familiar nacional fechou os olhos para as fraquezas da gestão interina.
Relembre os fatos:
Queda de ministros
A divulgação das gravações de Sérgio Machado com políticos derrubou os ministros Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência) e Henrique Eduardo Alves (Turismo). Os áudios evidenciaram que o golpe contra Dilma Rousseff tinha o objetivo de enfraquecer a Operação Lava Jato.
Rombo fiscal
Temer fez passar pelo Congresso um projeto que ampliou o déficit fiscal do país para R$ 170 bilhões.
Com rombo de R$ 170 bi, Temer autoriza aumentos de servidores
A presidente Dilma Rousseff denunciou o rombo.
O mercado já sinaliza que o cheque em branco concedido ao presidente interino está com os dias contados.
Recuos
Ao assumir o governo, Temer extinguiu o Ministério da Cultura. Após muitos protestos, desiste da ideia e recriou a pasta. O presidente interino, que acabou com a pasta do Desenvolvimento Agrário, após ser ameaçado pelo deputado Paulinho da Força, decidiu criar uma Secretaria Especial e prometeu devolver o status de ministério ao órgão após a votação do impeachment.
Além disso, ele, que assumiu prometendo ajuste fiscal de impacto, desistiu da ideia, alegando falta de clima no Congresso.
Teto de gastos e retirada de direitos
É projeto de Temer impor um limite de gastos, pelos próximos 20 anos, para áreas essenciais como Saúde e Educação, além de defender flexibilização das leis trabalhistas e mudanças na Previdência, com aumento da idade para aposentadoria. As propostas enfrentam resistências no Congresso.
Protestos
Protestos contra Temer ocorrem diariamente em todo o país. Por isso, ele não tem participado de agendas públicas. Inclusive, já avisou que não irá ao encerramento dos Jogos Olímpicos, após ser vaiado na abertura da Rio 2016. O governo até tentou calar as manifestações no evento, mas não conseguiu. No último dia 9, manifestações contra Temer ocorreram em várias partes do país.
6 milhões de mortos no Congo ignorados por toda a Comunicação Social
Um genocídio está a acontecer na República Democrática do Congo (RDC). Mais de 6 milhões de pessoas (das quais metade são crianças com menos de 5 anos!), foram massacradas, sob uma indiferença geral e com o apoio dos Estados Unidos e da Europa!
Centenas de milhares de mulheres e de raparigas foram violadas e mutiladas pelas tropas de ocupação. Isto com o único objectivo: para se apoderarem das riquezas minerais excepcionais que se encontram no subsolo do país…
Em pleno centro de África, o Congo é um país rico, cheio de matérias-primas (diamantes, ouro, estanho, gás, petróleo, urânio, acrónimo de colombite-tantalite…), florestas, água, mulheres e homens, múltiplas tribos reunidas numa nação desenhada por colonos, e que corresponde historicamente a nada. No seguimento do genocídio no Ruanda, os países vizinhos aproveitaram-se da incerteza político-institucional do Congo (país limítrofe do Ruanda), para atacar, de todos os lados, este gigantesco país cheio de tesouros.
E qual a reacção dos Ocidentais face a isto?
A culpa dos dirigentes americanos e europeus quanto ao genocídio da Ruanda, levou-os a optar por uma politica pró-Ruanda, deixando os rebeldes Ruandeses passar para o Congo, livremente, e podendo fazer o que querem, ajudados pelos aliados da Uganda e do Burundi…
É imprescindível salientar que as numerosas riquezas naturais da RDC são vitais para as economias ocidentais, especialmente, para os sectores automóvel, aeronáutico, espacial, a alta tecnologia e a electrónica, a joalharia… O acrónimo de colombite-tantalite sobretudo (o Congo que possui pelo menos 60% dos recursos mundiais), é essencial no fabrico dos componentes electrónicos que encontramos nas televisões, nos computadores, nos smartphones mas também em certas armas com o os mísseis! A RDC sofre, igualmente, de um desflorestação maciça. E quais são os principais importadores? Os EUA, a Europa, a China, nada de surpreendente.
Como os conflitos parecem ser internos, dizendo unicamente respeito à África, ninguém pode acusar os EUA e as outras potências ocidentais, por se aproveitarem dos recursos e das riquezas do Congo, uma vez que não têm uma intervenção directa. Não há dúvida, que é muito mais prático deixar os povos matarem-se entre si. Em paralelo, os EUA apoiam as ditaduras que se sucedem no Congo e as milícias da Ruanda e da Uganda. É uma maravilha.
A pobreza mantida e as condições de vida miseráveis, as violações constantes (quando a taxa de SIDA é superior aos 20%, nas províncias a Leste do país), a deslocação da população, os ultrajes, as epidemias, etc. Trata-se de uma estratégia de desumanização usada para tornar as vitimas impotentes. Não existem palavras suficientemente duras para descrever esta terrível situação.
Serão os dirigentes ocidentais tão sedentos de riqueza, ao ponto de não intervir num novo genocídio? Sim! Aliás, não só não intervém, como escondem esse genocídio, ajudam com armas e permitem a observação dos treinos militares realizados pelas nossas elites.
Uma coisa é certa: o que se passa no Congo, dos negócios político-económicos ao genocídio, nada é determinado, unicamente, pelos Congoleses, tendo as potências da carnificina, ávidas de riqueza e sem consideração pelos povos, um papel determinante.
A situação no Congo será resolvida pelos Congoleses, desde que a comunidade internacional pare de apoiar os Ruandeses, os Ugandeses e todas as milícias que perpetuam este estado de guerra insuportável. Ao apoia-los, a comunidade internacional está a permitir-lhes a tomada das riquezas de um país, sem qualquer justificação. 6 milhões de mortes, metade das quais, eram crianças pequenas. O mundo que se diz «livre» – ou seja, nós – tem a obrigação de encarar o que essa «liberdade» deixa acontecer. Porquê tanta violência e tão pouco barulho por parte dos meios de comunicação?
Será que é suficientemente interessante para o Francês médio? Não será suficientemente sensacionalista, este massacre que se conta em milhões de pessoas? Será que é muito longe de «vossa casa»? Aplicam, mais uma vez, esta odiosa «lei da proximidade»? Qual o motivo da inexistência de reacção? Não há qualquer impacto no imaginário colectivo? Nenhuma indignação? Nenhuma cólera? Nenhuma emoção?
A nossa obrigação como cidadãos do mundo é, portanto, de fazer circular esta informação, para que o mundo saiba, antes que algo mais aconteça. Existem culpados tanto em África como na Europa. O silêncio dos poderosos mata tanto como o barulho das metralhadoras. Ponhamos os assassinos face às suas responsabilidades.
Como podem 6 Milhões de mortos serem absolutamente silenciados, sem qualquer repercussão mediática?
Nas cinzas do genocídio ruandês, a segunda guerra do Congo rebenta em 1998, na região dos grandes lagos, a Este do Congo. Através da acção de cerca de trinta milícias locais, nove países Africanos estão directamente envolvidos: a Angola, o Zimbabué, a parte sul da Namíbia, o Ruanda, o Uganda, o Burundi, o Congo, o Chade e a parte Norte do Sudão.
Esta guerra do Congo está marcada: pelas sequelas do genocídio ruandês, pela fraqueza do Estado congolês, pela vitalidade militar do novo Ruanda, pela sobrepovoação da região dos grandes lagos, pela permeabilização das velhas fronteiras coloniais, pela intensificação das tensões étnicas devidas à pobreza, pela presença de riquezas naturais, pela militarização da economia informal, pela procura a nível mundial de matérias primas minerais, pela procura local de armes e pela impotência das Nações Unidas.
O balanço é pesado: 6 milhões de mortes, próximo dos 4 milhões de deslocados, campos de refugiados saturados e centenas de milhares de pessoas empobrecidas. As populações não morrem debaixo de fogo. Elas morrem, maioritariamente, de doenças e de fome. As armas de guerra são a violação e a destruição do tecido social.
Para a exploração do acrónimo de colombite-tantalite, esgota-se as populações locais, empobrecendo-as, violando-as, incitando-as a ir embora. Destruindo, para esse fim, as infra-estruturas sanitárias, transformando, assim, a mais pequena patologia mortal. O acrónimo de colombite-tantalite é um cascalho preto que se encontra na lama e que possui um poder económico muito pesado. 80% das reservas mundiais estão na RDC. O acrónimo de colombite-tantalite contem tântalo e todo o planeta quer. Trata-se de um elemento químico adaptado às superligas da indústria da aeroespacial e aos condensadores no domínio da electrónica. Indispensável na produção de tablets e smartphones.
A debandada a volta do acrónimo de colombite-tantalite é organizada pelas grandes multinacionais longínquas, pelos mafiosos e pelos ditadores dos países vizinhos.
Os agricultores da província de Kivu são perseguidos, caçados. A militarização da economia gera a comercialização da violência. As milícias propõe os seus serviços para aterrorizar, torturar, violar. O ódio étnico é exposto, como numa montra, para justificar as acções, mas é só areia para os olhos. A realidade é outra, a violência atende à concorrência comercial.
O historiador David Van Reybrouck, num Opus admirável que se dedicou ao sujeito «Congo» chez actes sud, descreve os mecanismos da região e admira-se com o facto de 6 milhões de mortos não ter qualquer cobertura mediática e nem provocar qualquer indignação popular.
«Ela desapareceu da actualidade mundial porque era inexplicável e confusa. Para cobrir guerras, o jornalismo recorre a um enquadramento de referências morais, nesta guerra do Congo não há um lugar dedicado aos bonzinhos».
E quando, com alguma regularidade, uma reportagem vem descodificar esta guerra, não tem eco, não há nenhuma reacção da opinião pública, é o silêncio da comunidade internacional. Ninguém quer saber e todos se acomodam.
(isto nunca será foto de capa do jornal Libération, não sonhem…)
l’Indigné du Canapé
Jornal X
Aviões oferecidos pela Rússia são grande ajuda a Damasco na luta contra terrorismo
O major-general do exército sírio Hassan Hassan falou ao jornal russo Izvestia sobre o sucesso da utilização na batalha de Aleppo dos bombardeiros russos Su-24M2 oferecidos a Damasco.
A informação de que a Rússia entregou à Síria bombardeiros Su-24M2 apareceu na mídia no final de julho.
"Estes aviões atuaram nos subúrbios do sul e sudoeste da cidade, para onde eram dirigidos os principais ataques dos terroristas. Lá os alvos principais eram os acampamento de jihadistas, centros de comando e colunas, incluindo as de veículos blindados ", destaca Hassan, citado pela edição Izvestia.
Segundo ele, aos ataques, antes de mais, eram submetidos as estruturas de retaguarda dos terroristas a partir das quais se realiza o abastecimento de armas e munições.
Quanto à geografia do uso das aeronaves, além de Aleppo, os Su-24M2 realizaram operações bem sucedidas nas províncias de Idlib e Hama, de onde os terroristas recebem tudo o que precisam, sublinha alto militar sírio.
Segundo ele, aos ataques, antes de mais, eram submetidos as estruturas de retaguarda dos terroristas a partir das quais se realiza o abastecimento de armas e munições.
Quanto à geografia do uso das aeronaves, além de Aleppo, os Su-24M2 realizaram operações bem sucedidas nas províncias de Idlib e Hama, de onde os terroristas recebem tudo o que precisam, sublinha alto militar sírio.
Hassan também observou que os bombardeiros russos têm a boa reputação de serem uma "arma terrível".
Segundo escreve o Izvestia, os Su-24M2 desempenharam um papel importante durante os combates de 6 e 7 de agosto, quando grupos armados tentaram romper o bloqueio, usando suicidas, artilharia e tanques capturados. Os atacantes conseguiram abrir um corredor estreito a sudoeste da cidade, no entanto os ataques aéreos do exército sírio anularam esse sucesso dos terroristas.
Sputniknews
"La aviación militar rusa en Irán cambia el equilibrio de fuerzas en Oriente Medio"
Según los expertos, el uso de la base iraní por las Fuerzas Espaciales rusas refuerza la coalición formada por Moscú, Damasco, Bagdad y Teherán.
El permiso de Irán a Moscú para el despliegue de la aviación militar rusa desde la base aérea de Hamadán en plena lucha contra el Estado Islámico (EI) en Siria ha cambiado el balance de fuerzas en Oriente Medio, según opinan los expertos citados por TASS.
El uso de la base de Hamadán por parte de las Fuerzas Espaciales rusas refuerza a la coalición antiterrorista integrada por Moscú, Damasco, Bagdad y Teherán, estima el presidente de la Academia de Asuntos Geopolíticos, el general Leonid Ivashov. "El acuerdo alcanzado eleva las relaciones entre Moscú y Teherán hasta el nivel de la colaboración estratégica", señala. "Rusia e Irán son los participantes más activos y reales en la lucha contra los terroristas del Estado Islámico", destaca.
Por su parte, el presidente del Instituto de Oriente Medio, Evguéniy Satanóvskiy, cree que la coalición de estos cuatro países "se formó en teoría" hace un año al establecerse en Bagdad un centro de coordinación e información para la lucha contra el EI. Coincidiendo con Ivashov, Satanóvskiy subraya que "el acuerdo de Moscú y Teherán para que las Fuerzas Aéreas Espaciales de Rusia utilicen el aeródromo de Hamadán fortalece la coalición".
Ambos expertos subrayan la importancia de las fuerzas terrestres en los combates contra los yihadistas. Ivashov destaca que el Cuerpo de Guardianes de la Revolución Islámica iraní está luchando contra los terroristas en los accesos a Alepo. Satánovskiy subraya el importante papel que desempeñan los militares iraníes en las operaciones terrestres.
La reacción de Washington
En una conversación con el ministro de Exteriores de Rusia Serguéi Lavrov, el secretario de Estado de EE.UU. John Kerry ha expresado su preocupación por el uso de la base militar iraní por parte de Rusia en los bombardeos contra los terroristas en Siria. Según el portavoz del Departamento de Estado estadounidense, Mark Toner, la información recibida por Washington sobre la materia es "desafortunada pero no inesperada".
Satanóvskiy explica la reacción de EE.UU. porque no hay precedentes de que Teherán haya dado a un Estado la oportunidad de operar desde un aeropuerto iraní. "Rusia ha hecho algo impensable para cualquier otro país", manifiesta el orientalista. A su juicio, "la presencia de las Fuerzas Espaciales rusas en Irán es un factor de estabilidad regional".
Actualidad RT
DESARTICULAN UNA RED ISRAELÍ QUE TRAFICABA CON ÓRGANOS DE REFUGIADOS SIRIOS
La policía turca ha arrestado a un israelí por vender órganos humanos de refugiados sirios en Estambul.
Boris Walker, también conocido como Boris Wolfman, fue arrestado por llevar a cabo operaciones quirúrgicas ilegales con refugiados sirios en clínicas turcas.
Los clientes de la red recibían un órgano a cambio de pagar entre 70.000 y 100.000 euros, según la acusación dirigida contra él. Por el contrario, los refugiados sirios que donaban los órganos recibían una cantidad muy baja.
Wolfman estuvo buscado por la Interpol por tráfico de órganos en el pasado. Fue acusado de tráfico de órganos humanos en el pasado en Kosovo, Azerbairán y Sri Lanka entre los años 2008 y 2014.
Por aquel entonces, Wolfman formaba parte de otra red, dirigida e integrada por siete israelíes, que llevó a cabo “decenas de operaciones” entre 2008 y 2014, según fuentes del Ministerio de Justicia israelí. La red explotaba la necesidad económica de los donantes y la angustia de los receptores para ganar grandes cantidades de dinero.
Uno de los miembros de la red, Avigad Sandlar, visitaba a pacientes en Israel proponiéndoles la adquisición de órganos de personas que vivían en Kosovo, Azerbaiyán y Sri Lanka.
Otro tercer inculpado, Moshé Harel, actuaba también en Kosovo con un médico turco, Yusuf Ercin Sonmez.
Un cuarto miembro era el doctor israelí Zaki Shapira, considerado como un experto en materia de trasplantes de órganos. Él fue jefe de servicio para este tipo de intervenciones en el Hospital Beilinson, cerca de Tel Aviv, hasta su jubilación en 2003.
LA RED DE BRASIL
El pasado año, otro israelí, Gadelya Tauber, fue detenido en la ciudad brasileña de Recife. Estaba considerado como jefe de una red israelí implicada en el tráfico de órganos humanos y estaba en búsqueda y captura desde 2009 cuando fue arrestado en Italia y logró huir.
Durante estos cuatro años, Tauber circuló libremente por varios países como Israel, EEUU y Canadá cambiando frecuentemente de residencia.
Según los cargos que constan contra él, el israelí organizó desde 2002 una red de tráfico de órganos a partir de Brasil. Engañó a 47 brasileños de barrios pobres de Recife y Pernambuco para que le vendieran sus órganos. Eran enviados al Hospital Sant Agostini en Durban (Sudáfrica), donde sus órganos eran extraídos y transplantados en pacientes israelíes que esperaban sobre todo un riñón. Las víctimas firmaban una falsa declaración afirmando que los destinatarios de esos órganos pertenecían a su familia.
Cada operación proporcionó a Tauber y otros miembros de su red en Israel y Brasil una suma de 150.000 dólares estadounidenses. Los brasileños donantes recibían una pequeña suma de entre 5.000 y 30.000 reales brasileños (entre 2.200 y 13.200 dólares) por sus órganos. En total, la red se embolsó más de 4 millones de dólares por estas operaciones.
Tauber fue condenado por un tribunal italiano a 11 años y 9 meses de cárcel, pena que fue posteriormente reducida a 8 años y 9 meses. Cuando emprendió la huida, él debía todavía cumplir 4 años y 9 meses en prisión. El gobierno brasileño pidió la extradicción de Tauber a fin de que cumpliera el resto de su pena en Brasil.
Otras 12 personas fueron detenidas en Brasil como reclutadores de donantes. En Sudáfrica, 20 médicos y enfermeras que practicaban las intervenciones quirúrgicas han sido también detenidos.
Esta red de tráfico de órganos fue desarticulada en mayo de este año.
el microlector
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
Lava Jato entregou segurança militar a Israel
Fernando Brito - Tijolaço
Toquei neste assunto no programa Melhor e Mais Justo, da TVT, que fiz com o ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella: a entrega, para uma empresa israelense, da divisão da Odebrecht que desenvolve mísseis para as Forças Armadas brasileiras.
Hoje, o The Intercept Brasil, em reportagem de Breno Costa, vai mais fundo nesta questão, que envolve também os drones usados para o patrulhamento de fronteiras.
Tecnologia militar da qual não se detém o controle é o mesmo que nada, nestes tempos modernos.
Um chip e puff…
Alguém tem dúvidas de que Israel partilha com “vocês sabem quem” todas as suas informações militares?
Com queda da Odebrecht, Elbit, fabricante israelense de drones, tenta decolar no Brasil
Breno Costa, no The Intercept Brasil
A crise financeira gerada pelas descobertas da Operação Lava Jato sobre os negócios do grupo Odebrecht acaba de provocar um efeito secundário preocupante: o crescimento expressivo, dentro do Brasil, da principal fabricante mundial de drones de uso bélico e alvo de fortes críticas de organizações de direitos humanos.
No último dia 5, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)aprovou a venda dos negócios de comunicação militar da Mectron Engenharia, empresa da área de defesa do grupo Odebrecht, para a Elbit Systems. Essa companhia é responsável pela fabricação de quase todas as aeronaves não tripuladas usadas por Israel em bombardeios na Faixa de Gaza, além de ter papel preponderante na vigilância que envolve o muro erguido pelos israelenses para separar o país do território palestino. Na última ofensiva de Israel, em 2014, a organização Defense for Children International relatou que 164 crianças foram mortas em ataques executados por drones fabricados pela Elbit.
A Elbit é a maior companhia privada da área militar dentro de Israel. Somente com a produção de drones e a venda deles para o Exército de Israel e forças armadas de outros países em todo o mundo, a empresa faturou US$ 1,2 bilhão em 2015, conforme seu último balanço.
Devido a esse envolvimento direto da Elbit Systems nas ações militares de Israel, a corporação é alvo de boicotes internacionais entre defensores dos direitos humanos e da causa palestina, mas também por parte de governos estrangeiros, que acabaram vetando negócios com a empresa. Entre eles, estão Suécia, Noruega, Dinamarca (cujos fundos de pensão retiraram investimentos feitos na empresa) e, mais recentemente, a França, que, em fevereiro deste ano, anunciou que não compraria mais drones produzidos pela Elbit.
No Brasil, entretanto, a companhia israelense opera normalmente. E com força. Desde 2008, quando a Elbit em Israel passou a ser vinculada com violações de direitos humanos depois que o Conselho de Direitos Humanos da ONU considerou que os ataques apoiados por drones na ofensiva de 2008-2009 contra a Palestina representaram graves violações de direitos humanos e possíveis “crimes de guerra e crimes contra a humanidade“, a principal subsidiária da empresa dentro do Brasil já recebeu mais de R$ 456 milhões das Forças Armadas Brasileiras, especialmente da Aeronáutica, de acordo com dados do Portal da Transparência do governo federal.
A empresa já tinha três subsidiárias dentro do Brasil. A principal delas, que atua na área de drones, é a AEL Sistemas Ltda, com sede em Porto Alegre.
O único sobressalto que os israelenses tiveram em suas operações no Brasil aconteceu no final de 2014, quando o então governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) cancelou um acordo assinado no ano anterior com a AEL, que permitia financiamentos públicos à empresa, além de acesso a tecnologias produzidas por universidades gaúchas. O objetivo da parceria era a construção de um parque aeroespacial militar no Estado.
É essa empresa que irá herdar os negócios da Mectron na sensível área de comunicação militar – incluindo o desenvolvimento de computadores de missão para drones.
No pacote negociado, também estão sistemas de Rádio Definido por Software (RDS) e outros sistemas de comunicação, além, claro, de todos os contratos vigentes da Mectron com as Forças Armadas brasileiras. Nesse grupo está incluído, entre outros, um contrato de R$ 193 milhões com a Força Aérea Brasileira, assinado em 2012 e ainda vigente, para a produção de um moderno e inovador sistema de comunicação entre caças e torres de comando (projeto Link BR-2).
Os israelenses da Elbit agora terão controle sobre isso – desde que as nossas Forças Armadas autorizem que os contratos da Mectron sejam repassados para a Elbit. Consultada a respeito pelo The Intercept Brasil, a FAB respondeu apenas que “O assunto está sendo analisado pela Força Aérea Brasileira”.
Para Michel Temer, drones usados no Brasil têm “resultado extraordinário”
A chegada dos drones israelenses ao Brasil começou em 2010. Em dezembro daquele ano, a Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate, vinculada ao Comando da Aeronáutica, acertou com a Aeroeletrônica (antigo nome da AEL, mas já controlada pela Elbit), o fornecimento de dois drones Hermes 450, fabricados pela empresa israelense.
Esses drones foram contratados sem licitação. O argumento do governo era anotória especialização da fabricante. De fato, o drone já tinha sido testado em combate havia pouco tempo. Na ofensiva de 2008-2009 ao território palestino, Israel usou e abusou desses mesmos drones para lançar bombas contra, supostamente, alvos militares. Centenas de civis morreram.
Naquele mesmo ano, no Brasil, a Polícia Federal também contratou drones, mas da EAE Soluções Aeroespaciais Ltda, uma joint venture formada entre o grupo brasileiro Synergy, dos donos da Avianca, e a empresa estatal israelense IAI (Israel Aerospace Industries).
Em 2012, o então vice-presidente Michel Temer elogiou entusiasmadamente a eficiência dos drones israelenses da Elbit. Ao lado de um deles, em entrevista dada na ocasião, o então vice-presidente destacou que o avião não tripulado produz “um resultado extraordinário” e “uma eficiência extraordinária” no controle das fronteiras.
Os contratos de 2010 abriram as portas do Brasil para o mercado de drones. No ano seguinte, a Elbit anunciou uma união com a Embraer para criar uma empresa destinada a produzir aeronaves não tripuladas com design brasileiro, a Harpia Sistemas. Diante da crise econômica no país, a empresa acabou sendo fechada em janeiro deste ano. No entanto, em comunicado aos investidores, a Elbit deixou claro que as empresas “concordaram em trabalhar juntas no futuro”.
Os grandes eventos do país, mais especificamente a Copa do Mundo de 2014, serviram de impulso para as operações da Elbit no Brasil. Apenas em 2013, quando foi realizada a Copa das Confederações, a empresa recebeu R$ 102,6 milhões do governo, e os drones foram usados para monitorar inclusive as manifestações de rua daquele ano. Foi o maior valor registrado até aqui.
Em março de 2014, a Elbit anunciou o fornecimento de uma linha de Hermes 900 para a FAB. O Brasil foi o oitavo país do mundo a adquirir essa aeronave, o drone mais moderno e mais potente fabricado pela empresa israelense. O modelo tem autonomia de voo de 36 horas e alcança raio de 300 km em relação à sua base em solo. É o dobro da capacidade do Hermes 450.
A caçada vai além da deposição de Dilma
A deposição de Dilma pelo impeachment retorcido em golpe é só uma face do expurgo político que, já em 2005, foi sintetizado por Jorge Bornhausen com aquela frase: “vamos ficar livres desta raça por uns 30 anos”. Com algum atraso aquele augúrio vem se realizando. Integram a “raça” o PT, Lula, Dilma e as esquerdas aliadas ao projeto petista. As últimas movimentações político-judiciais sugerem que Dilma, além da cassação, pode enfrentar, como Lula, outras ações judiciais. Com a autorização, pelo ministro do STF Teori Zavascki, a pedido do procurador-geral Rodrigo Janot, de investigação contra ela, Lula e mais cinco pessoas, por tentativa de obstrução da Justiça, Dilma também corre o risco de ser julgada e até condenada por Sergio Moro.
Sim, pois se esta investigação evoluir para uma denúncia, Dilma provavelmente já não será presidente da República e terá perdido o direito ao foro especial do STF. Quando e se isso acontecer, a ação será direcionada para a primeira instância, ainda que Teori prefira encaminhar a ação para outra vara e não para a de Moro em Curitiba. Ele fez isso com a outra ação contra Lula, também por obstrução da Justiça, decorrente de outros elementos da delação de Delcídio Amaral, as supostas articulações para evitar a delação de Nestor Cerveró. A ação foi direcionada para a 10ª. Vara da Justiça Federal em Brasília e ali o juiz Ricardo Leite denunciou Lula, tornando-o réu pela primeira vez. O novo pedido de Janot também se baseia na delação de Delcídio, mas em outras duas partes: a nomeação de Lula como chefe do Gabinete Civil por Dilma (que teria o objetivo de dar-lhe foro no STF, livrando-o de Moro) e a nomeação, por ela, do ministro do STJ Marcelo Navarro, com a ajuda do então ministro da Justiça Eduardo Cardoso e de Francisco Falcão, supostamente para que o ministro atuasse na corte em favor de empreiteiros presos.
Outros fatos dos últimos dias e horas convergem na mesma direção: a mulher e o filho de Lula foram intimados e mais um ex-tesoureiro do PT foi incriminado (até parece que os outros partidos que receberam doações de empreiteiras não tinham tesoureiros). O TCU abriu sindicância para investigar suposto sumiço de presentes presidenciais (embora a equipe de Dilma diga que todos estão catalogados, inventariados e guardados) e a Operação Acrônimo voltou a mirar o governador de Minas, Fernando Pimentel.
Dilma segue em seu combate ao impeachment, agora com a decisão de comparecer pessoalmente ao Senado para apresentar sua defesa. Uma decisão ousada e arriscada: ela deve ouvir desaforos que as excelências, tão obsequiosas com quem detém o poder, reservam para os que já o perderam ou estão prestes a perde-lo. Mas o jogo de Dilma, nesta altura, é para a História. Assim como sua carta divulgada ontem, os anais guardarão o vídeo desta exposição no Senado, bem como as inquirições dos senadores. Não faltarão cenas de exibicionismo explícito, excessos verbais e até insultos. Consumado o golpe, ela poderá enfrentar um calvário judicial como o de Lula e até ficar impedida de deixar o país.
Lula e seus advogados, com a petição de agora à tarde ao STF, seguem no esforço para demonstrar que o juiz Sergio Moro perdeu as condições para julgá-lo, seja pelas ilegalidades que cometeu ao vazar grampos também ilegais, seja pelas reiteiradas manifestações de pre-julgamento. Mas o Supremo já se acomodou na posição de Pilatos. Dificilmente impedirá a marcha do expurgo “desta raça”.
A nota fora do tom é a delação da Odebrecht, sempre retardada, que pode espalhar brasas sobre todo o sistema, inclusive sobre Temer. Mas está visto e demonstrado que o sistema judicial trata de formas distintas as denúncias. Se envolvem a “raça petista”, avançam. Se os atingidos são outros, as denúncias são postas para dormir.
Teresa Cruvinel - Brasil 247
EUA não confiam mais na Turquia e deslocam armas nucleares para a Romênia
Os EUA começaram a deslocar munições nucleares da Turquia para a base Devesel na Romênia, informou na quinta-feira (18) o jornal on-line belga EurActiv citando fontes.
"Os EUA começaram a deslocar armas nucleares da Turquia para a Romênia em meio a relações deterioradas entre Washington e Ancara", informou a publicação.
De acordo com a edição, a operação é difícil "tanto em termos técnicos, como políticos". "Não é fácil transportar 20 bombas nucleares", cita uma das fontes do EurActiv.
Na base aérea Incirlik na Turquia, que fica a 100 km da fronteira síria, são deslocados cerca de 50 unidades de armas nucleares táticas desde o período da Guerra Fria. Estes dados não foram confirmados.
Durante tentativa fracassada de golpe de estado na Turquia, na noite de 16 de julho, foi detido um comandante de uma base que tinha relação com o golpe e foram proibidas temporalmente decolagens e aterrissagens de aviões da Força Aérea dos EUA, que seriam realizadas na base anteriormente citada.
Segundo fonte do EurActiv, despois da tentativa de golpe, as relações entre Turquia e EUA se deterioram de tal forma, que os EUA não querem mais guardar armas nucleares em território turco.
A nova base, para onde foram deslocadas as armas nucleares, fica na Romênia e é um local com escudo antimíssil que provoca indignação da Rússia, destacou a publicação.
Sputniknews
Revelados documentos sobre ogivas nucleares 'secretas' dos EUA na Islândia
A mídia descobriu que os EUA tiveram planos de implantar ogivas nucleares na Islândia clandestinamente.
Nos documentos secretos, divulgados no âmbito do projeto "Arquivo Nacional de Serviços de Segurança", afirma que os Estados Unidos fizeram planos de colocar ogivas nucleares na Islândia na década de 1950. Como escreve o Popular Science, Washington nem quis levar ao conhecimento das autoridades islandesas os seus planos.
De acordo com os documentos, a Islândia sempre exigiu garantias de que não terá armas nucleares no território do país. No entanto, o Departamento de Estado dos EUA considerou que tais garantias só beneficiariam a União Soviética.
O Pentágono, entretanto, continuou elaborando planos de implantação de armas nucleares. No entanto, as autoridades da Islândia souberam das intenções e ameaçaram sair da OTAN.
Somente após o ultimato os norte-americanos reconheceram que a instalação oculta de armas nucleares na Islândia teria mais contras do que prós.
Sputniknews
Celtic recibe a su rival israelí con banderas palestinas
La afición del Celtic Glasgow tapizó el martes de banderas de Palestina su estadio para recibir al equipo israelí Hapoel Beer Sheva.
Los hinchas del equipo escocés, que se midió con su rival israelí en el marco de los partidos de ida de la última ronda previa de la Liga de Campeones, protagonizaron una de las imágenes más impactantes del encuentro al mostrar cientos de banderas de Palestina en las gradas del Celtic Park.
Desde los prolegómenos del encuentro, los alrededores del Celtic Park se poblaron de emblemas y pancartas a favor de la causa palestina, que tuvo su máximo exponente cuando ambos equipos saltaron al terreno de juego.
oma/anz/msf/HispanTv
100.000 fuerzas chiíes apoyadas por Irán combaten a Daesh en Irak
Miembros de las Unidades de Movilización Popular (PMU, por sus siglas en inglés) de Irak realizan el signo de la victoria durante una operación antiterrorista.
El número de efectivos chiíes apoyados por Irán, que combate el terrorismo en Irak, ha aumentado en 100.000 personas, dijo un oficial militar de EE.UU.
El coronel Chris Garver, portavoz de la llamada coalición liderada por EE.UU. que lucha contra el grupo terrorista EIIL (Daesh, en árabe), cifró en 100.000 los combatientes chiíes que cooperan con el Gobierno iraquí en la lucha contra los terroristas y dijo que el número de tales fuerzas ha crecido considerablemente desde el inicio de la ofensiva terrorista hace más de dos años.
En un correo electrónico a Fox News, publicado el martes, Garver precisó que los combatientes chiíes han sido capaces de crecer dentro de las Unidades de Movilización Popular (PMU, por sus siglas en inglés), conocidas como Al-Hashad al-Shabi.
A su vez, la cadena estadounidense Fox News expresó su alarma por la elevada cifra de combatientes chiíes en Irak y manifestó su preocupación por el creciente poder que tendrán dichos efectivos, a los que considera una "fuerza antiestadounidense" en un Irak libre de Daesh.
La presencia militar de EE.UU. en Irak, tanto en forma de contingentes de fuerzas especiales como en forma de un dirigente de la alianza anti-Daesh, ha sido criticada por buena parte de los líderes políticos y activistas iraquíes, quienes la consideran una verdadera ‘ocupación’. Los críticos cuestionan la eficacia de los bombardeos de la coalición contra posiciones del EIIL.
El pasado mes de julio, el parlamentario iraquí Nayef al-Shamari se opuso a una eventual participación de las tropas estadounidenses en la liberación de Mosul, la segunda ciudad más grande de Irak y el último bastión de Daesh en el país árabe. Según el legislador, "los iraquíes ya han retomado Tikrit, Faluya y Ramadi .... (de manos del EIIL)".
En cuanto a la posible participación de los combatientes chiíes en la liberación de Mosul, el portavoz militar estadounidense dijo que "el Gobierno de Irak está a cargo de esta ofensiva. Estamos aquí para apoyarlos. Por lo tanto, quien quiera estar en la campaña es realmente su decisión". No obstante, aseguró que “no existe ningún tipo de coordinación entre EE.UU. y los iraníes”.
Irak se está preparando para una ofensiva a gran escala para expulsar a los terroristas de Mosul, ciudad que cayó en manos de Daesh en junio de 2014.
ftm/anz/msf/HispanTv
quarta-feira, 17 de agosto de 2016
Entrevista com o presidente da Síria, Bashar Al Assad
Traduzido por Vila Vudu
Damasco (Prensa Latina) Prensa Latina distribuiu a íntegra da entrevista exclusiva com o presidente da Síria Bashar Al Assad:
Prensa Latina:Sr. Presidente, obrigado por dar a Prensa Latina de Cuba a oportunidade histórica de transmitir o seu ponto de vista ao resto do mundo sobre a realidade na Síria. Como o senhor sabe, há muita desinformação sobre o seu país, sobre a agressão estrangeira que seu belo país está sofrendo.
Sr. Presidente, como o senhor avalia a situação militar atual da agressão externa contra a Síria, e quais os principais desafios das forças sírias em campo, para combater os grupos anti-governamentais? Se for possível, gostaríamos de saber sua opinião sobre as batalhas ou combates em Aleppo, em Homs.
Presidente Assad: Claro, os terroristas receberam muito apoio, de todo o mundo. Temos mais de cem nacionalidades que participam na agressão contra a Síria, com o apoio de certos países como a Arábia Saudita e Qatar com o seu dinheiro e da Turquia, com o apoio logístico e, claro, com o aval e supervisão dos países ocidentais, principalmente os Estados Unidos, França e Reino Unido, e alguns outros aliados.
Mas desde que os russos decidiram intervir no apoio legal ao Exército Sírio na luta contra os terroristas na Síria, principalmente contra a Frente al-Nusra e o ISIS e alguns outros grupos afiliados, os resultados têm pendido contra os terroristas, e o Exército Sírio tem feito muitos avanços em diferentes áreas na Síria.
E ainda estamos avançando, e o Exército Sírio está determinado a destruir e derrotar aqueles terroristas. O senhor mencionou Homs e Aleppo.
Claro, a situação em Homs, uma vez que os terroristas deixaram Homs há mais de um ano, a situação tem sido muito, muito melhor, mais estável.
Têm-se alguns subúrbios da cidade que foram infiltrados por terroristas. Agora, há um processo de reconciliação nas áreas em que ou os terroristas depõem armas e voltam à vida normal com a anistia que o Estado lhes garante, ou podem deixar Homs e mudar-se para qualquer outro lugar dentro da Síria, como o que aconteceu há mais do que um ano, no centro da cidade.
Para Aleppo é uma situação diferente, porque os turcos e seus aliados, como os sauditas e cataris perderam quase todos seus trunfos nas batalhas na Síria. De tal modo que o último trunfo que lhes resta, especialmente para Erdogan, é Aleppo.
É por isso Erdogan trabalhou duro com os sauditas para enviar o máximo que pudessem de terroristas – estimamos que tenham sido enviados mais de cinco mil terroristas – para Aleppo.
Prensa Latina:Através das fronteiras turcas?
Presidente Assad: Sim, da Turquia para Aleppo, durante os últimos dois meses, a fim de recapturar a cidade de Aleppo. E não funcionou.
Na verdade, o nosso exército tem feito avanços em Aleppo e nos subúrbios de Aleppo, a fim de cercar os terroristas. E depois, digamos, ou negociar a volta deles à vida normal, como parte da reconciliação, ou que os terroristas abandonem a cidade de Aleppo, ou que sejam derrotados. Não há outra solução.
Prensa Latina:Sr. Presidente, quais são as prioridades do Exército Sírio no confronto com os grupos terroristas? Qual o papel dos grupos populares de defesa, no teatro de operações?
Presidente Assad: A prioridade do Exército Sírio é, antes de tudo, derrotar o ISIS, a Frente al-Nusra e Ahrar al-Cham, e Jaish al-Islam. Estas quatro organizações são diretamente ligados à Al Qaeda, pela ideologia; todos têm a mesma ideologia, são grupos extremistas islâmicos que querem matar qualquer um que não separeça, ou não se sinta igual a eles, ou não se comporte como eles.
Mas sobre o que o senhor chamou de grupos de milícias populares, na verdade, no início da guerra, os terroristas começaram uma guerra não convencional contra o nosso exército e nosso exército é exército tradicional, como qualquer outro no mundo. Por isso o apoio daquelas milícias populares de defesa foi muito importante, para derrotar terroristas naquele confronto não convencional.
Elas foram muito úteis para o Exército Sírio, porque aqueles combatentes, aqueles lutadores nacionais, lutam em suas regiões, nas suas cidades, nas suas aldeias, e, claro, conhecem a área muito bem, quero dizer, as vias , o terreno, conhecem tudo isso muito bem.
Assim, podem ser ativos importantíssimos para o Exército Sírio. É o papel deles.
Prensa Latina:Sr. Presidente, como a resistência do povo sírio se dá na frente econômica, ante a agressão externa? Falo da economia, e por favor, qual é a sua opinião sobre que setores da economia síria permaneceram funcionando apesar da guerra, do bloqueio econômico, saques e tudo mais?
Presidente Assad: Na verdade, a guerra contra a Síria é guerra total, não se trata só de apoiar terroristas. Eles apoiam os terroristas e, ao mesmo tempo lançaram uma guerra política contra a Síria no plano internacional. E o terceiro front foi o front econômico. Mandaram seus terroristas, seus mercenários de aluguel, para começar a destruir a infraestrutura na Síria da qual depende a economia e o atendimento das necessidades diárias dos cidadãos sírios.
Ao mesmo tempo, eles começaram um embargo diretamente sobre as fronteiras da Síria, servindo-se dos terroristas; e no exterior, servindo-se dos sistemas bancários em todo o mundo. Apesar disso, o povo sírio manteve-se determinado a viver a vida mais normal possível.
Muitos empresários sírios ou os proprietários, digamos, de indústrias, que na Síria são médias e pequenas indústrias, foram forçados a mudar-se das zonas de conflito instáveis, para áreas mais estáveis, em menor escala do negócio, para sobreviver e para manter a economia funcionando, atendendo as necessidades do povo sírio.
Assim, posso deizer que a maioria dos setores ainda estão trabalhando. Por exemplo, mais de 60% do setor farmacêutico ainda está trabalhando, o que é muito importante, útil, e muito favorável à nossa economia em tais circunstâncias.
E eu acho que agora nós estamos fazendo nosso melhor para re-expandir a base da economia, apesar da situação, especialmente depois que o Exército Sírio fez muitos avanços em diferentes áreas.
Prensa Latina: Sr. Presidente, falemos um pouco sobre o ambiente internacional. Dê-me sua opinião, por favor, sobre o papel da ONU no conflito sírio, as tentativas de Washington e seus aliados para impor sua vontade sobre o Conselho de Segurança e nas conversações de paz de Genebra.
Presidente Assad: Falar do papel da ONU ou do Conselho de Segurança pouco acrescenta, porque, na verdade, a ONU é agora um braço norte-americano, que os EUA podem usar como queiram, podem impor ali seus seus padrões duplos, mesmo que desrespeitem a Carta da ONU.
Eles podem usá-lo como qualquer outra instituição no âmbito do próprio governo norte-americano. Sem algumas posições russas e chinesas em certas questões, a ONU e o CS seriam instituições completamente norte-americanas.
Assim, russos e chineses têm imposto lá algum equilíbrio, principalmente em relação à questão da Síria, nos últimos cinco anos. Mas se o senhor quiser falar sobre o papel dos mediadores ou enviados, como recentemente de Mistura e, antes, de Kofi Annan, e entre eles, Brahimi, e assim por diante… Digamos que esses mediadores não são independentes; eles refletem ou a pressão dos países ocidentais, ou às vezes o diálogo entre as principais potências, principalmente Rússia e EUA.
Não são independentes, de modo que o senhor não pode falar de papel da ONU; é um reflexo desse equilíbrio. Por isso, até agora a ONU não teve papel algum no conflito sírio; há apenas o diálogo entre russos e americanos. Sabemos sim que os russos estão trabalhando duro e sério e honestamente, a fim de derrotar os terroristas. E os norte-americanos, enquanto os americanos sempre tentar jogadas, querendo usar os terroristas, não derrotá-los.
Prensa Latina: Sr. Presidente, como o senhor vê no presente momento a convivência entre grupos étnicos e religiosos da Síria contra esta intervenção estrangeira? Como podem contribuir ou não a este respeito?
Presidente Assad: O mais importante sobre esta harmonia entre os diferentes espectros do tecido da Síria, é que ele é genuíno, porque foi construído ao longo da história, através dos séculos. Assim sendo, esse conflito não pode destruir o tecido social .
É por isso que se o senhor anda pelo país e visita diferentes áreas sob controle do governo, o senhor verá todas as cores da sociedade síria que convivem em harmonia umas com outras.
E eu diria, gostaria de acrescentar que durante o conflito, essa harmonia tornou-se muito melhor e mais forte. E não é retórica; é a realidade, por diferentes razões, porque este conflito é uma lição.
Esta diversidade que se tem é ou uma riqueza para o seu país, ou um problema. Não há meio termo. Então, as pessoas aprenderam que é preciso trabalhar mais a favor dessa harmonia, porque a primeira retórica utilizada pelos terroristas e aliados na região e no Ocidente a respeito do conflito sírio, foi a retórica do sectarismo.
Eles queriam dividir as pessoas, criar conflitos de todas com todas, incendiar a Síria. Mas não funcionou. E os sírios aprenderam a lição. Viram que, antes, havia harmonia; que tivemos harmonia antes do conflito, nos tempos normais; mas que seria preciso trabalhar mais para reforçar aquela harmonia.
Então, posso dizer sem exagero que a situação quanto a isso é boa. Mesmo assim eu diria que, nas áreas sob controle dos terroristas – principalmente grupos extremistas afiliados à Al Qaeda – eles trabalharam muito na doutrinação dos mais jovens; e conseguiram, algumas áreas, divulgar aquela ideologia obscura e sinistra.
Quanto mais tempo passe, mais difícil lidar com esta nova geração de jovens que foram doutrinados com doutrina e ideologia de Al-Qaeda e wahhabismo. Portanto, este é o único perigo que nossa sociedade enfrenta, para manter a harmonia e a boa convivência que o senhor acabou de mencionar.
Prensa Latina:Sr. Presidente, gostaria de ir novamente para a arena internacional. Na sua opinião, qual é o papel da coalizão internacional liderada pelos EUA, no trato com os grupos que operam no norte da Síria, em particular em relação aos curdos. Aviões americanos e da coalizão têm bombardeado o norte do país. O que o senhor tem a dizer sobre isso?
Presidente Assad: O senhor sabe. Tradicionalmente, os governos norte-americanos quando têm relações com qualquer grupo ou comunidade em qualquer país, nunca é para o bem do país, com vistas a atender interesses do povo: trata-se, sempre, da agenda dos EUA.
Então, o que temos de nos perguntar é: por que exércitos norte-americanos apoiariam algum grupo na Síria? Para ajudar a Síria não é. Devem ter agenda deles, e a agenda dos EUA sempre opera para dividir qualquer país. Não trabalham para unir povos: trabalham para promover divisões entre diferentes tipos de pessoas.
Às vezes, escolhem um grupo sectário; às vezes, um grupo étnico, a fim de apoiá-los contra outras etnias ou para empurrá-los de tal modo que se afastem do resto da sociedade.
Esta é a agenda dos EUA. Então, é muito claro que este apoio norte-americano não está relacionado com o ISIS, não está relacionada com a al-Nusra, não está relacionada com a luta contra o terrorismo, porque desde o início da intervenção americana, ISIS estava se expandindo, e não diminuindo. Ele só começou a diminuir quando o apoio russo para o Exército Sírio ocorreu em setembro passado.
Prensa Latina: Sr. Presidente, qual sua opinião sobre o recente golpe de Estado na Turquia, e seu impacto sobre a atual situação no país, no plano internacional e no conflito sírio?
Presidente Assad: Temos de olhar para aquela tentativa de golpe como um reflexo da instabilidade e perturbações dentro da Turquia, principalmente no nível social. Poderia ser instabilidade política, poderia ser qualquer outra coisa, mas no final, a sociedade é a questão principal quando o país enfrenta instabilidade.
Independentemente de quem vai governar a Turquia, que vai ser o presidente, que vai ser o líder da Turquia; esta é uma questão interna. Os sírios não interferimos. Não cometemos o erro de dizer que Erdogan deve ir ou deve ficar. Esta é uma questão turca, e o povo turco tem de decidir.
Prensa Latina:Sr. Presidente, como o senhor avalia as relações do governo sírio com a oposição dentro da Síria? Qual é a diferença entre estas organizações da oposição e as outras, que têm base fora da Síria?
Presidente Assad: Temos boas relações com a oposição dentro da Síria com base nos princípios nacionais. Claro, eles têm agenda política própria e suas próprias crenças, e nós temos nossa própria agenda e nossas crenças. O modo que há para dialogar é ou diretamente ou por meio das urnas. Votar é uma forma diferente de diálogo, conforme a situação em cada país.
Mas não podemos comparar a oposição síria que vive aqui e outros, supostos de oposição que não vivem aqui. “Oposição” significa convivência e implica recurso a meios pacíficos para superar diferenças. Não se pode dizer que os terroristas sejam ‘oposição’.
Ninguém que viva no Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido, na França, no Qatar e na Arábia Saudita ou nos EUA pode pretender que seria oposição ao governo da Síria. Não são grupos de oposição: são traidores.
A oposição real são as pessoas e grupos que trabalham para o povo sírio e vivem na Síria e sua agenda. Podem tem projetos diferentes, mas são atentos aos interesses dos sírios.
Prensa Latina:Sr. Presidente, como o senhor avalia a insistência dos EUA e seus aliados, de que o senhor deixe o poder? E a campanha para distorcer a imagem do seu governo?
Presidente Assad: No que diz respeito à vontade deles de que eu deixe o poder, sim, querem muito, e não falaram de outra coisa nos últimos cinco anos. Nunca respondemos, nem uma linha.
Nós nunca nos preocupamos com eles. Todas essas são questões sírias e só o povo sírio pode dizer quem deve ir ou ficar ou deixar o governo. O ocidente conhece perfeitamente nossa posição sobre isso.
Estou onde estou porque essa é a decisão do povo sírio. Se o povo sírio não quisesse, eu não estaria aqui. Isso é muito simples.
Quanto a eles difamarem ou tentarem demonizar certos presidentes, esta é a maneira americana, pelo menos desde a segunda Guerra Mundial. Como se os EUA tivessem substituído a colonização britânica nesta região, e talvez no mundo. Os governos norte-americanos e os políticos dos EUA jamais disseram uma única palavra honesta sobre qualquer coisa.
Sempre mentem. E o tempo passa, e eles estão-se tornando mais inveterados mentirosos. É parte da política deles. Tentam demonizar o presidente da Síria como tentaram demonizar o presidente Vladimir Putin, durante os últimos dois anos. Também fizeram o mesmo com o líder cubano Fidel Castro durante as últimas cinco décadas.
Esta é o jeito deles. Temos de saber que esse é o modo norte-americanos. Não nos preocupamos com isso. O que importa é ter boa reputação e nome honrado para o próprio povo. Só temos de nos preocupar com isso.
Prensa Latina: Sr. Presidente, qual sua avaliação das relações da Síria com a América Latina, em particular os laços históricos com Cuba?
Presidente Assad: Apesar da longa distância entre a Síria e a América Latina, sempre me surpreendo com o quanto as pessoas na América Latina, não só os políticos, sabem sobre nossa região. Há muitas razões para isso. Uma delas são as semelhanças históricas entre nossa região, entre Síria e América Latina.
A América Latina viveu sob a ocupação direta há muito tempo, mas depois passou a viver sob a ocupação das empresas americanas, dos golpes de Estado promovidos pelos EUA e sob intervenção norte-americana.
Quero dizer que os latino-americanos conhecem o que é ser independente ou não ser independente. Por isso entendem que a guerra na Síria é guerra de independência.
Mas o mais importante da América Latina é Cuba e o papel de Cuba. Cuba foi a ponta de lança do movimento de independência na América Latina, e Fidel Castro foi a figura emblemática nesse sentido.
Assim, no nível político e o nível de conhecimento, há uma forte harmonia entre Síria e na América Latina, especialmente Cuba. Mas entendo que ainda temos de trabalhar muito para melhorar a outra parte da relação; para estar no mesmo nível do que Cuba conseguiu no plano da educação dos cidadãos e no plano econômico.
Foi meu modelo e era minha aspiração antes da crise. Por isso visitei a América Latina, Cuba, Venezuela, Argentina e Brasil, para revigorar nossas relações. Mas em seguida começou este conflito, que foi grande obstáculo a todos os nossos planos. Mas entendo que temos de ampliar nossas relações para além do plano político e histórico. Todos temos de conhecer melhor uns os outros.
Creio firmemento que, se superarmos a crise em que nos debatemos e essa guerra que os sírios não procuramos, chegará o momento de dinamizar os diversos setores desta relação com a América Latina e especialmente com Cuba.
Prensa Latina: Sr. Presidente, gostaria de conhecer sua opinião sobre o processo eleitoral nos Estados Unidos, principalmente a eleição presidencial. Agora são dois candidatos, o republicano sr. Donald Trump e a democrata sra. Hillary Clinton. Qual sua opinião sobre esse processo, sobre o resultado deste processo e como ele pode afetar o conflito aqui na Síria?
Presidente Assad: Retomamos nossa relação com os Estados Unidos em 1974. São 42 anos e testemunhamos muitos presidentes norte-americanos em diferentes situações. A lição que aprendemos é que ninguém deve apostar em nenhum presidente americano. O nome faz pouca diferença.
Eles têm instituições, têm sua própria agenda e todos os presidentes vêm para implementar sua agenda à sua própria maneira. No final, é disso que se trata.
Todos eles têm agendas militaristas. Só muda o caminho. Um manda o próprio exército, como Bush; outro contrata mercenários e ‘procuradores’ locais, que lutam ‘por procuração’, como Obama. Mas todos eles têm de implementar a tal agenda.
Não acredito que o presidente dos EUA tenha autonomia para fazer valer as suas próprias convicções políticas. Ele tem de obedecer às instituições e aos lobbies, e os lobbies não mudam e a agenda das instituições não muda.
Assim, nenhum presidente aparecerá capaz de promover mudança séria e dramática na política dos EUA.
Prensa Latina: Sr. Presidente, para encerrar: que mensagem o senhor envia, servindo-se dessa entrevista com à Prensa Latina de Cuba, aos governos e aos povos da América Latina, no Caribe, e também, por que não?, ao povo norte-americano, sobre a importância de apoiar a Síria contra o terrorismo ?
Presidente Assad: A América Latina é exemplo muito bom e importante, para todo o mundo, de como povos e governos podem recuperar a independência.
Os EUA os veem como se fossem ‘o quintal dos EUA, onde os EUA habituaram-se a jogar suas próprias jogadas, para implementar a própria agenda. As pessoas na América Latina sacrificaram muito a fim de recuperar a independência e todos sabem disso.
Depois de recuperar a independência, os países deixaram de ser países em desenvolvimento, ou países, por vezes, subdesenvolvidos e começaram a crescer e a desenvolver-se. A independência é valor muito caro a todos os cidadãos da América Latina.
Entendemos que cabe aos latino-americanos manter essa independência, porque os Estados Unidos não vão parar de tentar derrubar todo e qualquer governo independente, qualquer governo que manifeste a vontade e os interesses da maioria das pessoas em todos os países da América Latina.
E mais uma vez, Cuba sabe disso, sabe do que estou falando mais do que qualquer outro povo no mundo. O povo cubano sofreu mais do que qualquer outro as tentativas americanas, mas conseguiu resistir a todas estas tentativas durante os últimos 60 anos ou mais, exclusivamente porque governo cubano manifestava o desejo e a visão do povo cubano.
Assim, entendo que o mais importante é garantir firmemente esta independência. É o mais importante, o mais crucial para o futuro da América Latina.
Em relação à Síria, podemos dizer que a Síria está pagando o preço de sua independência, porque nunca trabalhou contra os Estados Unidos; nós nunca trabalhamos contra a França ou o Reino Unido. Sempre tentamos ter boas relações com o Ocidente.
Mas o problema é que eles não aceitam país independente. Acho que acontece o mesmo com Cuba. Os cubanos jamais tentaram fazer qualquer mal para o povo americano, mas o governo dos EUA é incapaz de aceitar país independente, seja qual for.
O mesmo vale para outros países da América Latina, e daí vê os golpes de Estado, como nos anos sessenta e setenta.
Entendo, portanto, que preservar a independência de um determinado país nunca é caso isolado; se eu quiser ser independente, tenho de apoiar a independência no resto do mundo. Assim, a independência em qualquer lugar do mundo, incluindo a América Latina, dará forças à minha independência. Se estiver sozinho, serei fraco.
Todos podem apoiar a Síria, principalmente, na arena internacional. Existem muitas organizações internacionais, principalmente as Nações Unidas, apesar da sua impotência. Mas seja como for, o seu apoio de cada país sempre será vitalmente importante, também, claro, no Conselho de Segurança; depende de quem seja o membro temporário do Conselho de Segurança. Toda e qualquer qualquer outra organização de apoio a Síria sempre será muito importante.
Prensa Latina:Sr. Presidente, sabemos que o senhor é muito ocupado. Agradecemos encarecidamente o tempo que os senhor dedicou à Prensa Latina de Cuba.
Presidente Assad: O senhor é bem-vindo sempre.
Dilma: 'devolver ao povo, o que só ao povo pertence, a escolha do futuro'
Mensagem da Presidenta Dilma Rousseff ao Senado e ao Povo Brasileiro.
Dirijo-me à população brasileira e às Senhoras Senadoras e aos Senhores Senadores para manifestar mais uma vez meu compromisso com a democracia e com as medidas necessárias à superação do impasse político que tantos prejuízos já causou ao País.
Meu retorno à Presidência, por decisão do Senado Federal, significará a afirmação do Estado Democrático de Direito e poderá contribuir decisivamente para o surgimento de uma nova e promissora realidade política.
Minha responsabilidade é grande. Na jornada para me defender do impeachment me aproximei mais do povo, tive oportunidade de ouvir seu reconhecimento, de receber seu carinho. Ouvi também críticas duras ao meu governo, a erros que foram cometidos e a medidas e políticas que não foram adotadas. Acolho essas críticas com humildade e determinação para que possamos construir um novo caminho.
Precisamos fortalecer a democracia em nosso País e, para isto, será necessário que o Senado encerre o processo de impeachment em curso, reconhecendo, diante das provas irrefutáveis, que não houve crime de responsabilidade. Que eu sou inocente.
No presidencialismo previsto em nossa Constituição, não basta a desconfiança política para afastar um Presidente. Há que se configurar crime de responsabilidade. E está claro que não houve tal crime.
Não é legítimo, como querem os meus acusadores, afastar o chefe de Estado e de governo pelo “conjunto da obra”. Quem afasta o Presidente pelo “conjunto da obra” é o povo e, só o povo, nas eleições.
Por isso, afirmamos que, se consumado o impeachment sem crime de responsabilidade, teríamos um golpe de estado. O colégio eleitoral de 110 milhões de eleitores seria substituído, sem a devida sustentação constitucional, por um colégio eleitoral de 81 senadores. Seria um inequívoco golpe seguido de eleição indireta.
Ao invés disso, entendo que a solução para as crises política e econômica que enfrentamos passa pelo voto popular em eleições diretas. A democracia é o único caminho para a construção de um Pacto pela Unidade Nacional, o Desenvolvimento e a Justiça Social. É o único caminho para sairmos da crise.
Por isso, a importância de assumirmos um claro compromisso com o Plebiscito e pela Reforma Política.
Todos sabemos que há um impasse gerado pelo esgotamento do sistema político, seja pelo número excessivo de partidos, seja pelas práticas políticas questionáveis, a exigir uma profunda transformação nas regras vigentes.
Estou convencida da necessidade e darei meu apoio irrestrito à convocação de um Plebiscito, com o objetivo de consultar a população sobre a realização antecipada de eleições, bem como sobre a reforma política e eleitoral.
Devemos concentrar esforços para que seja realizada uma ampla e profunda reforma política, estabelecendo um novo quadro institucional que supere a fragmentação dos partidos, moralize o financiamento das campanhas eleitorais, fortaleça a fidelidade partidária e dê mais poder aos eleitores.
A restauração plena da democracia requer que a população decida qual é o melhor caminho para ampliar a governabilidade e aperfeiçoar o sistema político eleitoral brasileiro.
Devemos construir, para tanto, um amplo Pacto Nacional, baseado em eleições livres e diretas, que envolva todos os cidadãos e cidadãs brasileiros. Um Pacto que fortaleça os valores do Estado Democrático de Direito, a soberania nacional, o desenvolvimento econômico e as conquistas sociais.
Esse Pacto pela Unidade Nacional, o Desenvolvimento e a Justiça Social permitirá a pacificação do País. O desarmamento dos espíritos e o arrefecimento das paixões devem sobrepor-se a todo e qualquer sentimento de desunião.
A transição para esse novo momento democrático exige que seja aberto um amplo diálogo entre todas as forças vivas da Nação Brasileira com a clara consciência de que o que nos une é o Brasil.
Diálogo com o Congresso Nacional, para que, conjunta e responsavelmente, busquemos as melhores soluções para os problemas enfrentados pelo País.
Diálogo com a sociedade e os movimentos sociais, para que as demandas de nossa população sejam plenamente respondidas por políticas consistentes e eficazes.
As forças produtivas, empresários e trabalhadores, devem participar de forma ativa na construção de propostas para a retomada do crescimento e para a elevação da competitividade de nossa economia.
Reafirmo meu compromisso com o respeito integral à Constituição Cidadã de 1988, com destaque aos direitos e garantias individuais e coletivos que nela estão estabelecidos. Nosso lema persistirá sendo “nenhum direito a menos”.
As políticas sociais que transformaram a vida de nossa população, assegurando oportunidades para todas as pessoas e valorizando a igualdade e a diversidade deverão ser mantidas e renovadas. A riqueza e a força de nossa cultura devem ser valorizadas como elemento fundador de nossa nacionalidade.
Gerar mais e melhores empregos, fortalecer a saúde pública, ampliar o acesso e elevar a qualidade da educação, assegurar o direito à moradia e expandir a mobilidade urbana são investimentos prioritários para o Brasil.
Todas as variáveis da economia e os instrumentos da política precisam ser canalizados para o Paísvoltar a crescer e gerar empregos.
Isso é necessário porque, desde o início do meu segundo mandato, medidas, ações e reformas necessárias para o País enfrentar a grave crise econômica foram bloqueadas e as chamadas pautas-bomba foram impostas, sob a lógica irresponsável do “quanto pior, melhor”.
Houve um esforço obsessivo para desgastar o governo, pouco importando os resultados danosos impostos à população. Podemos superar esse momento e, juntos, buscar o crescimento econômico e a estabilidade, o fortalecimento da soberania nacional e a defesa do pré-sal e de nossas riquezas naturais e minerárias.
É fundamental a continuidade da luta contra a corrupção. Este é um compromisso inegociável. Não aceitaremos qualquer pacto em favor da impunidade daqueles que, comprovadamente, e após o exercício pleno do contraditório e da ampla defesa, tenham praticado ilícitos ou atos de improbidade.
Povo brasileiro, Senadoras e Senadores,
O Brasil vive um dos mais dramáticos momentos de sua história. Um momento que requer coragem e clareza de propósitos de todos nós. Um momento que não tolera omissões, enganos, ou falta de compromisso com o País.
Não devemos permitir que uma eventual ruptura da ordem democrática baseada no impeachmentsem crime de responsabilidade fragilize nossa democracia, com o sacrifício dos direitos assegurados na Constituição de 1988. Unamos nossas forças e propósitos na defesa da democracia, o lado certo da História.
Tenho orgulho de ser a primeira mulher eleita presidenta do Brasil. Tenho orgulho de dizer que, nestes anos, exerci meu mandato de forma digna e honesta. Honrei os votos que recebi. Em nome desses votos e em nome de todo o povo do meu País, vou lutar com todos os instrumentos legais de que disponho para assegurar a democracia no Brasil.
A essa altura todos sabem que não cometi crime de responsabilidade, que não há razão legal para esse processo de impeachment, pois não há crime. Os atos que pratiquei foram atos legais, atos necessários, atos de governo. Atos idênticos foram executados pelos presidentes que me antecederam. Não era crime na época deles, e também não é crime agora.
Jamais se encontrará na minha vida registro de desonestidade, covardia ou traição. Ao contrário dos que deram início a este processo injusto e ilegal, não tenho contas secretas no exterior, nunca desviei um único centavo do patrimônio público para meu enriquecimento pessoal ou de terceiros e não recebi propina de ninguém.
Esse processo de impeachment é frágil, juridicamente inconsistente, um processo injusto, desencadeado contra uma pessoa honesta e inocente. O que peço às senadoras e aos senadores é que não se faça a injustiça de me condenar por um crime que não cometi. Não existe injustiça mais devastadora do que condenar um inocente.
A vida me ensinou o sentido mais profundo da esperança. Resisti ao cárcere e à tortura. Gostaria de não ter que resistir à fraude e à mais infame injustiça.
Minha esperança existe porque é também a esperança democrática do povo brasileiro, que me elegeu duas vezes Presidenta. Quem deve decidir o futuro do País é o nosso povo.
A democracia há de vencer
Dilma Rousseff
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