domingo, 10 de setembro de 2017

Um domingo a mais no Estado Policial chamado Brasil


Por Fernando Brito - Tijolaço

O domingo promete ser agitado, dentro desta ópera bufa de policialismo que está instalada no Brasil.

O site da extrema direita que recebe informações privilegiadas de criminosos instalados no Ministério Público e na Justiça anuncia que Luiz Edson Fachin tem guardada na gaveta a ordem de prisão de Joesley Batista, Ricardo Saud e do ex-braço direito de Rodrigo Janot.

Se tomou a decisão, não se entende porque não a colocou em prática, já que a “justificativa” da prisão é a urgência em impedir o desaparecimento de provas de uma eventual ação articulada dos três. Justificativa formal, porque a verdadeira, mesmo, ou é a “vingança” pura e simples pela engambelação que promoveram ou, pior, encobrir a suspeita de que a articulação tenha ido além do trio.

O clima de suspeitas, aliás, ganha mais mistério quando – casualmente ou por estar sendo seguido – o mesmo site registra o encontro, no fundo de um botequim, entre Janot e Pierpaolo Bottini, advogado de Joesley Batista. Nada ilegal, claro, mas algo que, fosse outro o personagem, já seria motivo de prisão preventiva, por tentativa de obstrução da Justiça.

O filme policial da Lava Jato – como se previu um fracasso retumbante de bilheteria – deu chabu nas telas, mas na vida real é só o que se pode assistir. Surgirão mais gravações? A gangue dos Batista fez registros, mafiosa que é, de outros encontros?

Janot e Moro tiveram de por na mesa seus trunfos de acusações a Lula para não perderem a mão da semana passada.

Nesta, terão de encarar seus alvos: Moro, com o depoimento de Lula; Janot, com a prometida segunda denúncia contra Michel Temer.

Se, claro, o Supremo deixá-lo fazer.

Gilmar Mendes prepara um espetáculo para a sessão de quarta-feira, quando será pedido o impedimento de Janot no caso JBS.

Nas telas dos cinemas, melhor que o filme policial, estão fazendo sucesso os filmes de deploráveis palhaços.