segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Temer recebe em palácio o maior contrabandista das Américas


Em artigo divulgado nos meios de comunicação hoje, o presidente Michel Temer (PMDB) anunciou que receberá em palácio o presidente do Paraguai, Horário Cartes.

"Nesta segunda (21), tenho a satisfação de receber em Brasília, em visita de Estado, o presidente do Paraguai, Horacio Cartes. Daremos continuidade a nosso diálogo pragmático. Trataremos de fortalecer nossa cooperação naqueles temas que dizem respeito mais diretamente ao bem-estar de nossos povos: qualidade de vida nas fronteiras, segurança pública, comércio e investimentos.

É ao longo de uma fronteira densamente povoada que temos constituído, geração após geração, vínculos fraternais entre nossa gente. Atentos para legítimas demandas em ambos os lados da fronteira, queremos, cada vez mais, facilitar o dia a dia dos que vivem a vida entre os dois países."

Horacio Cartes é o maior produtor de cigarro do Paraguai, responsável por 30% dos 3,3 bilhões de maços fabricado por ano no país. Cinco das 11 marcas de Cartes respondem por 49% do cigarro paraguaio contrabandeado para o Brasil, conforme estatísticas da Receita Federal. A média anual apreendida nos últimos quatro anos mostra que o que entra chega a US$ 2,2 bilhões por ano, considerando que para cada maço apreendido, outros nove vencem as barreiras fiscais.

A REvista Isto é divulgou anos atrás a ficha secreta de Cartes: "ISTOÉ teve acesso ao prontuário de Horácio Cartes, o qual havia sido apagado dos registros da Justiça paraguaia. Documentos revelam prisão por evasão de divisas e processos por falsidade ideológica, falsificação de documentos e estelionato.


Em um dos relatórios da "CPI da Piratería" da Câmara de Deputados do Brasil, a empresa de propriedade de Cartes, a TABESA (Tabacalera del Este SA), de Ciudad del Este, figura como uma das empresas que contrabandeiam cigarros paraguaios ao país vizinho. Ou seja, o presidente do Paraguai pode estar envolvido em um sistema a de contrabando de cigarros que abastece o mercado informal brasileiro.

Além disso, executivos relacionados com as empresas de Cartes, como Juan Carlos Ramírez Villanueva e Eduardo Campos Marín, têm os nomes envolvidos em investigações por crimes econômicos no Brasil.

Como o seguinte decreto do Superior Tribunal de Justicia brasileiro: "o Superior Tribunal de Justiça decretou a prisão preventiva do paraguaio Juan Carlos Ramírez Villanueva, acusado por crimes de lesa ao sistema financeiro nacional, pelo suposto desaparecimento de mais de 35 milhões de reais em operação não autorizada pelo mercado".

Em março de 2000, a Dinar apreendeu 343 quilos de maconha e 20 quilos de cocaína de um dos aviões que aterrissaram na fazendo Esperanza, de propriedade de Horacio Cartes. Além disso, o mais novo representante do Partido Colorado no Paraguai, comprou, na década de 90, uma fazenda que pertencia ao brasileiro Milton Machado, o qual esteve envolvido em denúncias de que aviões carregados com cocaína haviam sido interceptados nesse local.

Cartes também é suspeito de mandar matar o general Lino Oviedo que disputou a eleição presidencial em 2013 no Paraguai. Na reta final da campanha Oviedo crescia nas pesquisas e misteriosamente o helicóptero em que fazia campanha explodiu no ar no Chaco paraguaio.