segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Ex-senador boliviano golpista sofre grave acidente em Goiás


O ex-senador boliviano Roger Pinto Molina, golpista refugiado no Brasil, sofreu um acidente de ultraleve em Goiás. Segundo informações do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer), a aeronave Excel, de matrícula PUMON, caiu na cabeceira do aeródromo de Luziânia por volta das 17h. Ele foi levado com vida ao Hospital de Base de Brasília. Segue o hospital, seu estado é grave.

Após ingressar no Hospital de Base, o ex-senador foi atendido no centro de traumas e passou por exames de raio X, tomografia e exames laboratoriais para definir a conduta médica indicada. De acordo com o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, o primeiro atendimento foi feito no local do acidente pela corporação de Goiás, mas, como Luziânia é próxima ao DF e é nele que haveria estrutura melhor de atendimento, um helicóptero foi enviado de Brasília para a remoção.

Molina, de 57 anos, sofreu traumatismo craniano grave, trauma de face e abdômem. Ainda no local do acidente, sofreu uma parada cardiorespiratória, mas os bombeiros conseguiram revertê-la e realizar o transportaram até Brasília. Ele chegou ao hospital inconsciente e em estado grave. O ultraleve ficou bastante danificado.

Em 2012, Molina recebeu asilo na Embaixada brasileira na Bolívia, onde passou mais de um ano, alegando ser perseguido político, por ter feito denúncias contra o governo de Evo Morales. Molina, então senador de oposição ao governo boliviano, na verdade foi um dos organizadores do levante de mercenários apoiados pelos EUA em Santa Cruz de La Sierra, para tentar derrubar Moralez. Ele foi condenado à prisão pela Justiça boliviana mas fugiu para o Brasil em 2013, com o apoio do diplomata brasileiro Eduardo Saboia, que agiu sem autorização do Itamaraty.

Com a ajuda de Saboia, Molina percorreu mais de 1.600 km em um carro da Embaixada rumo ao Brasil. Saboia, que assumiu ter comandado a operação de fuga sem o aval do Itamaraty, foi punido com 20 dias de suspensão.

Na época da fuga do ex-senador, o governo boliviano acusou o Brasil de descumprir normas de direito internacional. Em agosto de 2015, O Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) aprovou a concessão de refúgio a Molina. Assim, conseguiu o registro nacional de estrangeiro, podendo permanecer no país. Em janeiro do ano passado, a coluna de Lauro Jardim noticiou que o ex-senador passou a trabalhar como piloto de helicóptero.

Caso o ex-senador boliviano escape com vida desse acidente, é muito provável que sofra graves sequelas no cérebro.