quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Até o papa já falou sobre a matança de Manaus. Temer? Nem um pio


O papa Francisco fez orações pelas vítimas da rebelião no presídio de Manaus na primeira audiência geral de 2017, realizada nesta quarta-feira. Ao todo, 56 pessoas morreram barbaramente no complexo penitenciário Anísio Jobim após uma rebelião. “Exprimo dor e preocupação pelo que aconteceu. Convido a todos para rezar pelos mortos, pelos seus familiares, por todos os presos daquele presídio e por aqueles que lá trabalham. E renovo meu apelo para que os institutos penitenciários sejam locais de reeducação e de reinserção social e as condições de vida dos presidiários sejam dignas de pessoas humanas”, disse o sumo pontífice.

Nesta terça, de acordo com uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a avaliação no Planalto era de que a ação do governo já estava sendo cumprida com a atuação do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que foi para Manaus. Segundo auxiliares de Michel Temer, o presidente iria aguardar o “diagnóstico” de Moraes e apenas depois definir se tomará ações. Moraes já foi, viu, falou e voltou para Brasília. Temer segue em silêncio.

É difícil entender o que Temer está esperando para comentar as 56 mortes de pessoas sob a tutela do Estado. A tragédia expôs negativamente o país em jornais de todo o mundo e o presidente da República não diz uma palavra sobre o assunto. O mínimo que ele poderia fazer seria lamentar e condenar as mortes. Na melhor das hipóteses, poderia anunciar parcerias do governo federal com o Amazonas para sanar a crise, ou ainda um plano nacional para tentar humanizar e controlar o sistema prisional medieval brasileiro. Não fez uma coisa nem outra. Prefere um silêncio constrangedor.


Regalias antes do massacre: Presos tiveram direito a festinha de Natal na penitenciária de Manaus

Um documento divulgado pelo Antagonista, obtido através de uma comunicação interna da Secretaria de Administração Penitenciária, revela que os presos da penitenciária Anísio Jobim, em Manaus, tiveram direito a uma “festinha de natal” antes do massacre.

O documento revela que as companheiras dos presidiários foram autorizadas a dormir na penitenciária no natal, com direito até a entrega de gelo para a festa: