terça-feira, 26 de julho de 2016

Damasco apela à ONU contra os crimes cometidos por França e EUA


A Síria está exigindo que a ONU tome medidas contra a França após a denúncia da criminosa investida dos aviões de guerra franceses contra a população civil que deixou um rastro de 120 pessoas mortas durante ataques aéreos na terça-feira,(19/07) próximo a fronteira entre a Turquia e a Síria. As mortes foram produzidas apenas um dia após ataques aéreos dos EUA que, por sua vez, mataram mais 20 pessoas em Manbij.

O Ministério das Relações Exteriores da Sírio enviou cartas ao secretário-geral das Nações Unidas e ao presidente do Conselho de Segurança da ONU, cargo que no momento é ocupado pelo Japão.

Damasco quer que a ONU investigue sobre as atrocidades cometidas pela França, país membro da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, por ter alvejado a aldeia de Toukhan Al-Kubra, localizada na fronteira entre a Turquia e a Síria e a cidade de Manbij, alvejada pelos EUA.

"A agressão injusta da França custou a vida de mais de 120 civis, a maioria deles são crianças, mulheres e idosos, além de dezenas de cidadãos feridos, a maioria deles também são crianças e mulheres segundo os relatórios, além disso não se sabe o destino de dezenas de outros civis que ainda se encontram abaixo dos escombros", escreveu o Ministério das Relações Exteriores sírio, citado pela Agência Syrian Arab News .
"O governo da República Árabe da Síria condena, com firmeza, os dois massacres sangrentos perpetrados pelos aviões franceses e norte-americanos e os aliados da chamada coalizão internacional que estão enviando seus mísseis e bombas para os civis em vez de direcioná-los para as gangues de terroristas ... a Síria afirma que aqueles países que de fato querem combater o terrorismo deveriam se coordenar com o governo e o exército da Síria ", acrescentou o ministro.

Na carta, o Ministério das Relações Exteriores da República da Síria condena o contínuo apoio dos EUA, França, Arábia Saudita, Reino Unido e Qatar às organizações terroristas como a Al-Nusra e Jaish Al-Islam, além de outros que têm vínculos estreitos com Estado islâmico (IS, anteriormente ISIS / ISIL ou DAESH) e Al-Qaeda.


Até a entidade de direitos humanos Anistia Internacional criticou a coalizão liderada pelos Estados Unidos, dizendo que é preciso ter mais cuidados para evitar a morte de civis.
"Qualquer pessoa responsável por violações do direito internacional humanitário deve ser levado à justiça e as vítimas e suas famílias devem receber reparação integral," declarou a diretora interina para Oriente Médio da Amnistia Magdalena Mughrabi, citada pela Reuters.
O porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos que está ciente da perda de vidas de civis na Síria.
"Estamos cientes dos relatórios alegando as baixas civis perto Manbij, na Síria, recentemente. Tal como acontece com qualquer alegação que recebemos, vamos analisar todas as informações que temos sobre o incidente ", disse Matthew Allen em um comunicado.
"Tomamos todas as medidas durante o processo de focalização para evitar ou minimizar as baixas civis ou danos colaterais, em conformidade com os princípios da Lei de Conflito Armado", acrescentou.

A coalizão liderada pelos Estados Unidos têm proporcionado apoio aéreo aos grupos "rebeldes" próximo a cidade de Manbij, atualmente sob o controle do Estado Islâmico.
O grupo terrorista tem estado no controle da cidade, desde que tomou boa parte da Síria e do Iraque no Verão de 2014.
Em entrevista à NBC News na semana passada, o presidente sírio, Bashar Assad, afirmou que os EUA não estão interessados em derrotar os terroristas na Síria, mas quer de fato controla-los e usá-los.

"A realidade é que, desde o início dos ataques aéreos americanos, o terrorismo tem se expandido e prevalecido", declarou o Presidente da Síria à NBC, especificando que "durante os ataques aéreos americanos e da aliança, o ISIS (DAESH) se expandiu e assumiu novas áreas na Síria."
"Se trata de ser sério, ter a vontade . Os Estados Unidos não têm a vontade de derrotar os terroristas. Querem controlá-los e usá-los como uma carta, como fizeram no Afeganistão. Isso irá refletir no aspecto militar do problema ", disse Assad.

Somos Todos Palestinos