quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
Vitória da direita na Venezuela enfraquece a luta antiimperialista na América Latina
O presidente Nicolás Maduro pediu ontem a todos os seus ministros que coloquem seus cargos à disposição para uma "revisão profunda" na execução do novo plano nacional.
Maduro declarou: "Pedi ao Conselho de Ministros que coloquem seus cargos à disposição para fazer um processo de revisão, retificação e reimpulso de todos os ministérios", informou o site Aporrea.
A derrota dos políticos bolivarianos na Venezuela representa um duro golpe à luta antiimperialista na América Latina. A maioria do povo venezuelano decidiu apoiar a oposição nas eleições de domingo passado, após enfrentar privações com uma guerra comercial sem precedentes em nosso continente. Os empresários e industriais venezuelanos sabotaram a economia nacional para enfraquecer o governo de Nicolás Maduro. Produtos e gêneros de primeira necessidade foram boicotados, escondidos em galpões e até mesmo enterrados, para que o povo se rebelasse contra o governo, exatamente como a CIA fez no Chile para derrubar o presidente Salvador Allende em 1973.
O preço do petróleo nos últimos meses atingiu valores muito baixos, prejudicando ainda mais a economia venezuelana. A Venezuela tem uma economia voltada para a exportação. A principal atividade econômica é a exploração e refino de petróleo.
Entretanto, como dizia Hugo Chávez, "pode-se perder uma batalha, mas a guerra não está vencida", e estas eleições são vistas apenas como uma batalha perdida na luta contra o imperialismo em nosso continente. A guerra continuará sendo travada até a vitória dos povos latino-americanos.
Os oposicionistas venezuelanos terão pela frente parte do povo venezuelano organizado. Terão muitas dificuldades para entregar o país aos norte-americanos, como fizeram seus antecessores no passado.
Quando Hugo Chávez assumiu o poder na Venezuela, o controle da PDVSA (a empresa estatal de petróleo venezuelano) era feito no Texas, por empresa norte-americana da família Bush. Chávez rompeu os contratos abusivos da PDVSA e devolveu a empresa ao povo venezuelano. Agora, os traidores da pátria retornam ao poder, mas hoje a realidade é outra: o povo está organizado e não permitirá a entrega das riquezas do país como fizeram no passado.
A eleição da direita na Argentina também é outro retrocesso na América Latina. Mas também o povo argentino saberá enfrentar a elite entreguista do país e fazer valer os seus direitos conquistados nos últimos anos com governos progressistas.
As vezes, perder uma batalha significa arregimentar forças para vencer a guerra.
Carla Regina - Movimento Marcha Verde, Brasil