terça-feira, 17 de maio de 2016

Dilma rebate Serra: Mundo expressa indignação com farsa jurídica


Vermelho - Por meio de sua conta no Facebook, a presidenta eleita do Brasil, Dilma Rousseff, pronunciou-se sobre a reação do mundo contra o golpe em curso no Brasil. E criticou comunicados divulgados pelo Ministério de Relações Exteriores, agora comandado pelo tucano José Serra. Segundo ela, na tentativa de "justificar o ataque aos Estado Democrático de Direito", a pasta emitiu nota repudiando governos e órgãos internacionais que denunciam o golpe parlamentar no Brasil.

De acordo com Dilma, "a reação de governos estrangeiros e de importantes setores da opinião pública mundial, entre eles o Secretário-Geral da OEA, expressa a indignação internacional diante da farsa jurídica aqui montada".

"Ao mesmo tempo, revela a preocupação de que essas práticas, travestidas de legalidade, possam se espalhar por outras partes do mundo, especialmente na América Latina, promovendo a desestabilização de governos legítimos e revertendo as grandes conquistas sociais e democráticas alcançadas nos últimos 15 anos", reforçou.

A presidenta eleita afirmou ainda que "forças partidárias, como as que pretendem agora conduzir a política externa brasileira", são "tradicionalmente submissas às grandes potências". Não teriam, portanto, ela avalia, "autoridade política ou moral para invocar o princípio da soberania, sobretudo quando têm costumeiramente praticado a ingerência nos assuntos internos de outros países da região".

O recado de Dilma direcionado a Serra ocorre após o Itamaraty emitir comunicados em que repudia declarações de líderes latino-americanos e do Secretário-Geral da Unasul [União das Nações Sul-Americanas], Ernesto Samper, sobre a conjuntura política no Brasil.

Confira abaixo a íntegra do texto de Dilma:

O mundo preocupado com o golpe no Brasil

Na tentativa de justificar o ataque ao Estado Democrático de Direito conduzido por partidos políticos, empresários, oligopólios da informação e corporações, o Ministério Interino de Relações Exteriores do Brasil emitiu notas criticando governos latino-americanos e o Secretário-Geral da Unasul, Ernesto Samper, por denunciarem o golpe parlamentar que afastou Dilma Rousseff da Presidência da República.

A reação de governos estrangeiros e de importantes setores da opinião pública mundial, entre eles o Secretário-Geral da OEA, expressa a indignação internacional diante da farsa jurídica aqui montada. Ao mesmo tempo, revela a preocupação de que essas práticas, travestidas de legalidade, possam se espalhar por outras partes do mundo, especialmente na América Latina, promovendo a desestabilização de governos legítimos e revertendo as grandes conquistas sociais e democráticas alcançadas nos últimos 15 anos.

Forças partidárias, como as que pretendem agora conduzir a política externa brasileira – tradicionalmente submissas às grandes potências – não têm autoridade política ou moral para invocar o princípio da soberania, sobretudo quando têm costumeiramente praticado a ingerência nos assuntos internos de outros países da região.

Governos e povos da América Latina estão também preocupados com as ameaças que o novo ministro recorrentemente fez ao Mercosul e com sua disposição de estabelecer acordos econômicos e comerciais profundamente lesivos ao interesse nacional.

Fieis e gratos à solidariedade que estamos recebendo do mundo inteiro, nos sentimos mais fortalecidos em nossa disposição de resistir ao golpe que se pretende consumar contra nossa democracia.

Assessoria de Imprensa
Presidenta Dilma Rousseff

WASHINGTON POST: NOVO PRESIDENTE DO BRASIL JÁ É PROFUNDAMENTE IMPOPULAR


Jornal americano ressalta ainda que, além de dúvidas sobre a legitimidade de seu caminho para o poder, Temer também enfrenta o risco de que as acusações o façam perder o mandato: "O nome de Temer não foi incluído em uma lista de políticos poderosos que o procurador da República enviou semana passada ao Supremo Tribunal Federal. Mas o promotor disse que o partido de Temer, o PMDB, estava profundamente envolvido durante o período em que ele foi presidente do partido", diz o texto

Em reportagem, Washington Post destaca que o novo presidente do Brasil já é profundamente impopular.

Jornal americano ressalta ainda que, além de dúvidas sobre a legitimidade de seu caminho para o poder, Temer também enfrenta o risco de que as acusações o façam perder o mandato.

Leia trechos:

“Temer foi acusado por uma testemunha do governo na investigação da Lava Jato, o escândalo que varreu dezenas de legisladores e alimentou a raiva no governo de Dilma e toda classe política do Brasil.

O nome de Temer não foi incluído em uma lista de políticos poderosos que o procurador da República enviou semana passada ao Supremo Tribunal Federal. Mas o promotor disse que o partido de Temer, o PMDB, estava profundamente envolvido durante o período em que ele foi presidente do partido.

Temer foi multado este ano após um processo no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por ter descumprido leis de financiamento de campanhas, o que significa que ele está inelegível por 8 anos.

Ele é ridicularizado como “O Mordomo”, porque ele lembra um personagem de um filme de terror e é o tipo de figura contida que parece saber muito, mas diz pouco em público.”

Brasil 247

A primeira crise diplomática provocada pelo governo Temer


A crise política interna do Brasil ultrapassou as fronteiras nacionais e provocou o primeiro transtorno diplomático. O governo de El Salvador, que desaprovou o processo de impeachment contra Dilma, em resposta à linguagem pouco profissional da nota diplomática redigida pelo próprio José Serra, suspendeu contatos oficiais entre os países.

A canhoada diplomática do novo dono do Itamaraty, José Serra, contra os parceiros latino-americanos já no seu primeiro dia como chanceler brasileiro causou constrangimento nas relações na região. Notas oficiais do ministério redigidas pelo próprio tucano acusavam Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua, assim como a Aliança Bolivariana os Povos de Nossa América/Tratado de Comércio dos Povos (ALBA/TCP) de “propagar falsidades”. A outra nota já lança críticas contra o secretário-geral da UNASUL, Ernesto Samper, atribuindo a ele “interpretações falsas e absurdas”, e pondo em dúvida a compatibilidade da postura de Samper “às funções que exerce”.
Não foi surpreendente que o primeiro embaixador dos países atacados por o ex-presidenciável brasileiro foi chamado para consultas já poucas horas depois da publicação das notas. O desrespeito aos vizinhos articulado pelo tucano fez o líder venezuelano Nicolás Maduro convocar seu diplomata em Brasília de volta a Caracas em represália a “esta dolorosa página na história do Brasil”.

Já no dia seguinte, outro líder do continente – o salvadorenho Salvador Sanchez Cerén – se solidarizou com o herdeiro de Chavez, anunciando que as autoridades do seu país não estão disponíveis para reconhecer o governo provisório de Michel Temer e classificando o impeachment da presidente Dilma como um “golpe de Estado”. O Twitter oficial do Sanchez anunciou o retorno da embaixadora a San Salvador para consultas, reiterando a posição articulada anteriormente pela chancelaria do país.

Até o momento, o MRE só reagiu oficialmente a retirada do embaixador salvadorenho, que causou “especial estranheza” no gabinete do tucano, em vistas da intensa cooperação económica entre os países, citada na nota sobre o pronunciamento do país vizinho. A Venezuela nem teve a “honra” de tal fraca tentativa de retomar o bom senso na retórica ofensiva do político, que foi nomeado ao comando da diplomacia sem qualquer experiência nas relações internacionais.

Sputniknews

‘Rusia no permitirá que Siria viva lo que sucedió en Libia’


Una explosión provocada por una ofensiva de la OTAN en Libia en 2011.

Rusia no permitirá que se repita en Siria el escenario de Libia, aseveró Alexander Zasypkin, embajador ruso en El Líbano.

En una entrevista con la agencia estatal de noticias libanesa (NNA) el diplomático ruso se refirió a las negativas consecuencias de la intervención militar de la Organización del Tratado del Atlántico Norte (OTAN) en territorio libio e indicó que Moscú recurrió a su derecho a veto para impedir que Siria experimente lo que está viviendo Libia.

“Rusia intenta impedir la destrucción de Siria, por lo que seguirá sus cooperaciones militares y técnicas con Damasco”, enfatizó Zasypkin, además de recordar que la participación de Moscú en operaciones militares contra el terrorismo en Siria obedece a una petición del Gobierno sirio.

Insistiendo en que la crisis de Siria, Irak, Libia y Yemen solo se resolverán a través de medidas políticas y con el apoyo al Gobierno nacional, Zasypkin resaltó el principio que prohíbe el acceso de terroristas al poder.

De igual forma, el funcionario ruso precisó que una operación política en Siria no significa que el Gobierno se rinda a sus opositores y apostilló que, para acabar con la crisis que vive el país árabe, además de los diálogos y el apoyo al Gobierno, es necesario dejar de lado la discusión sobre el destino del presidente Bashar al-Asad ya que el fin de la cuestión siria no depende de una persona.

“Moscú colabora tanto con el Estado sirio como con ciertos grupos de la oposición. El problema es que EE.UU. no hace nada para convencer a sus aliados regionales y otro problema que existe es el envío de terroristas al territorio sirio”, adujo el embajador ruso.

Respecto a la política exterior rusa en Oriente Medio, recalcó que Moscú no está de acuerdo con dividir la zona en regiones de penetración de otros países y reiteró que Rusia no alega ser un polo de un mundo bipolar sino está en busca de un equilibrio entre todas las partes.

Al final de sus declaraciones, expresó la disposición de Rusia para colaborar con todos países en la lucha contra el terrorismo, cuya expansión es una amenaza mundial.

En reiteradas ocasiones las autoridades rusas han reprobado la intervención de la OTAN en Libia. En marzo, el canciller ruso, Serguei Lavrov, tachó la intervención extranjera en Libia como una acción ilegal que ha desestabilizado la región, particularmente, los países vecinos, donde grupos extremistas operan activamente.

En 2011, los países miembros de la OTAN se enfrascaron en una campaña militar en Libia con el fin de derrocar el régimen de Muamar Gadafi y restablecer la paz en este territorio, sin embargo, este objetivo no tuvo otro logro que el desastre total del país que se ha convertido en un bastión seguro para los terroristas.

Rusia se esfuerza para garantizar la tregua en vigor en Siria desde el 27 de febrero. El país árabe sufre desde 2011 un conflicto armado que ha causado hasta el momento más de 270.000 muertes, mientras que 12 millones de sirios necesitan asistencia humanitaria inmediata, de acuerdo con las cifras divulgadas por el llamado opositor Observatorio Sirio para los Derechos Humanos (OSDH).

msm/ncl/hnb/HispanTv

Los denominados rebeldes sirios piden apoyo de Israel ante el Ejército sirio


Varios integrantes del llamado Ejército Libre Sirio (ELS).

Los llamados rebeldes sirios han pedido al régimen de Israel que les brinde apoyo en su lucha contra el Gobierno del presidente sirio, Bashar al-Asad.

Nabil al-Dandel, un comandante del denominado Ejército Libre Sirio (ELS), en una entrevista concedida el domingo al diario Yedioth Ahronoth, expresó la disposición del ELS para mantener negociaciones de paz con el régimen de Israel.

“Israel tiene la oportunidad de hacer la paz con el pueblo sirio, ya que el pueblo sirio quiere la paz con Israel. Sin embargo, Israel tiene que anunciar que se encuentra de su lado y no del Gobierno sirio", afirmó Al-Dandel, quien la semana pasada envió una carta al presidente del parlamento israelí, Yuli Edelstein, en la que exigió el apoyo del régimen de Tel Aviv a la llamada oposición armada en su lucha contra el Gobierno de Damasco.

Al-Dandel, exgeneral sirio que se desempeñó como jefe de la Dirección de Inmigración y Pasaportes en Deir al-Zur, descartó que el régimen de Israel esté implicado en el conflicto armado sirio y lamentó que, con su política de no intervención en la crisis siria, el régimen israelí no esté haciendo lo suficiente a favor del pueblo sirio, en comparación con otros pueblos.

Sobre su etapa en el Ejército Nacional de Siria recordó que “cuando era parte de las fuerzas sirias, estaba convencido de que el presidente sirio Hafez Al-Asad perdió la oportunidad de hacer la paz con Israel, al revés, el presidente egipcio Anwar Al-Sadat la aprovechó. Pero cuando se sirve al régimen, uno tiene que decir lo que quiere que uno diga y no lo que realmente uno piensa”, alegó.

El comandante del ELS hizo estas declaraciones mientras que, en reiteradas ocasiones, se ha revelado el apoyo que brinda el régimen de Israel a los grupos terrorista que operan en Siria.

Desde 2011, cuando comenzó la crisis en Siria, el régimen de Tel Aviv proporciona servicios médicos a terroristas que resultan heridos en el campo de batalla contra el Gobierno del presidente Bashar al-Asad.

mkh/ncl/hnb/HispanTv

"50 centavos por sexo": Terroríficos relatos de niños violados en un campo de refugiados en Turquía


"Me ofreció 50 centavos de dólar por sexo. Lo rechacé. Entonces rápidamente bajó mis pantalones y me violó", cuenta una de las víctimas de 12 años de edad.

Un turco de 27 años que trabajaba en la limpieza en el campo de refugiados Nizip, ubicado en la provincia Gaziantep, Turquía, está acusado de haber violado y acosado sistemáticamente a niños sirios a lo largo de cuatro meses, reportan medios locales.

El presunto agresor, que se enfrenta a una posible pena de 230 años de prisión, está acusado de haber abusado sexualmente de unos 30 niños sirios de entre 8 y 14 años, entre junio y septiembre de 2015. Sin embargo, Sputnik indica que solo 8 niños de los 30 contaron a sus padres sobre el acoso sexual sufrido en Nizip.

El delincuente ―identificado por el tribunal como E.E.― es un ciudadano turco procedente de la provincia de Sanliurfa. Su acusación está caratulada como "abuso sexual premeditado hacia niños, obligando a los menores a entablar relaciones sexuales de una manera pervertida". Según los testimonios, a cambio de su silencio, el acosador ofrecía a las víctimas alrededor de 50 centavos de dólar.

"Me llamó al baño": Terroríficos relatos de los niños acosados

"E.E. me llamó y llevó al baño. Me ofreció 1,5 liras [0,50 dólares] por sexo. Lo rechacé. Entonces rápidamente bajó mis pantalones y me violó. Varios días después, me llamó otra vez pero me escapé. Sin embargo, al día siguiente me agarró, me arrastró hasta el baño y lo hizo de nuevo", reveló un niño de 12 años al tribunal.

Otra víctima de abuso también tiene 12 años de edad. "Durante ramadán, E.E. me llamó a la ducha y dijo que me daría 5 liras [1,70 dólares]. Fui hacia donde estaba él. Al principio, acarició varias partes de mi cuerpo, luego procedió a tocarme los genitales, pero no hubo ninguna violación", contó.

Sin embargo, algunos por suerte lograron evitar ser abusados. "E.E. me llamó y me dijo que me encontrara con él en el baño para 'divertirnos'. Prometió darme 10 liras [3,40 dólares]", contó otro niño. Para su suerte, el hombre se había olvidado algo y salió del lugar. "En ese momento me escapé. Fui hasta donde estaba mi padre y le conté todo. Después fuimos juntos a la estación de Policía y les contamos lo que había pasado".

Nizip, un campo "ejemplar", según los líderes europeos

Todos estos incidentes tuvieron lugar en el campo de refugiados que en abril fue mostrado por el primer ministro de Turquía, Ahmet Davutoglu, como una "instalación ejemplar" a la canciller alemana Angela Merkel y al presidente del Consejo Europeo Donald Tusk.

Entonces, Merkel alabó a Turquía por los esfuerzos que estaba realizando "no solo para proporcionar un refugio seguro para los millones de refugiados, sino también para darles oportunidades de desarrollo y perspectivas", mientras que Tusk llamó al país "el mejor ejemplo para el mundo de cómo debemos tratar a los refugiados".

Actualmente, el campo de refugiados está siendo investigando, y mientras tanto, permanece cerrado tanto para periodistas del propio país como para diputados opositores.

Actualidad RT

La enciclopedia de la corrupción del Gobierno de Michel Temer en Brasil



Tras la destitución de Dilma Rousseff, su vicepresidente asumió la jefatura de Estado de Brasil, pero tanto él como su gabinete y están acusados de varios delitos.

De los nuevos 23 ministros del gabinete de Michel Temer, siete están procesados o investigados por delitos de corrupción, mientras que 12 recibieron donaciones de empresas vinculadas con el escándalo de lavado de dinero de la estatal Petrobras.

Desde los diputados y senadores que votaron a favor del juicio político contra Dilma Rousseff hasta el nuevo Gobierno, todos están acusados o son sospechosos de haber cometido algún ilícito. Hasta el propio Temer tiene presentado un pedido de 'impeachment' ante el Congreso que, por supuesto, no ha avanzado.

El gabinete de la corrupción

Según una investigación publicada por el diario 'O Estado Sao Paulo', 12 ministros que se presentaron a distintos cargos en las elecciones de 2014 fueron financiados en sus campañas por compañías vinculadas a casos de corrupción.

La mayoría de esas empresas tienen a sus dueños, presidentes y altos ejecutivos con condenas de prisión. Por esa razón, los políticos que recibieron esas contribuciones, que provienen de las mayores constructoras nacionales y principales contratistas de Petrobras, son o deberán ser investigados por la Fiscalía.

Entre los investigados está el canciller José Serra, del Partido de la Social Democracia Brasileña (PSDB); y el titular de la Secretaría de Gobierno, Geddel Vieira Lima, del Partido del Movimiento Democrático Brasileño (PMDB, al que pertenece Temer).

También del PMDB e integrantes de la lista de los 12 son los ministros de Turismo, Henrique Eduardo Alves; de Deportes, Leonardo Picciani; y de Desarrollo Social y Agrario, Osmar Terra.

Por su parte, Ricardo Barros, ministro de Salud, y Blairo Maggi, de Agricultura, Pecuaria y Abastecimiento, ambos del derechista Partido Progresista (PP), también recibieron fondos de la constructoras investigadas. Según reseña el diario argentino Página/12, "el PP fue aliado del Gobierno de Rousseff y es el partido que tiene más integrantes investigados por sus presuntos nexos con los fraudes en la petrolera nacional".

Asimismo, la Policía Federal investiga de manera formal a tres ministros en el marco de la operación Lava Jato: los ya mencionados titulares de Turismo y de la secretaría de Gobierno y el responsable de Planificación, Romero Jucá, del PMDB. Esta causa abarca el desvió de fondos millonarios de la empresa estatal Petrobras.

Temer, el golpe y EE.UU.

Aun cuando el "golpe" contra Rousseff no se había concretado, los rumores sobre la injerencia de Estados Unidos en la desestabilización del Gobierno circulaban como un secreto a voces. Concretada la destitución de la presidenta, esto se ha hecho más claro aún.

Por un lado, WikiLeaks denunció que Temer fue informante de la embajada de EE.UU. en Brasil. En 2006 el entonces diputado envío al Comando Sur, asentado en Miami (Florida, EE.UU.), un análisis de la situación política del país.

Además, sus vínculos con las empresas y los mercados norteamericanos no los oculta ni la propia cadena estadounidense CNN, que lo describió como una figura que "a Wall Street le gusta".

Finalmente, el programa En la mira de RT y TeleSUR reveló que la actual embajadora de los norteamericanos en Brasilia, Liliana Ayalde, desempeñaba ese mismo cargo en Asunción durante el periodo previo al golpe de 2012 contra el expresidente de Paraguay, Fernando Lugo.

Según cables de WikiLeaks, ya en 2010 la embajadora norteamericana propició un debate sobre la situación política en Paraguay y la eventualidad de un juicio político para destituir al antiguo mandatario paraguayo.


La resistencia al gobierno golpista

Todos estos acontecimientos han desencadenado distintos tipos de resistencia, que ya se venían manifestando previamente.

Durante la asunción de Temer, la Policía Militar reprimió a unos manifestantes que gritaban "Fuera Temer" y "Temer golpista" en la Plaza de los Tres Poderes de Brasilia. Desde entonces, se han producido movilizaciones y protestas de distinta intensidad en todo el país, como registra el Radar de Lutas Populares del periódico 'Brasil de Fato'.

Por otra parte, la Orden de Abogados de Brasil sostuvo este domingo que los ministros nombrados que están bajo sospecha de corrupción deben dejar sus cargos, ya que su nombramiento "contraría los anhelos de la sociedad".

El presidente de esta influyente organización de letrados, Claudio Lamachia, señaló que "aquellos investigados no pueden ser ministros de Estado", ya que eso "amenaza la posibilidad de que Brasil transite por mejores rumbos".

Finalmente, en el plano político el expresidente Lula Da Silva anunció que buscará unir a las distintas expresiones de izquierda más allá del propio Partido de los Trabajadores (PT). Para ello, entabló conversaciones con la Central Única de Trabajadores (CUT), el Movimiento Sin Tierra (MST) y la Central de Trabajadores de Brasil (CTB).

El objetivo de Lula es recorrer el país para organizar la resistencia popular contra el golpe de Estado.

Redactado por Santiago Mayor
Actualidad RT

La banca gana (en Brasil)


Alfredo Serrano Mancilla

ALAI AMLATINA - Van ríos de tinta sobre Brasil en estos últimos meses. No se habla ni de fútbol ni de juegos olímpicos. Todos hemos aprendido lo que significa la palabra impeachment. Está de moda para camuflar el actual golpe de estado. Un eufemismo más en esta época de tanta importancia de las palabras. Hemos asimilado incluso nombres de la política brasileña que nos eran desconocidos. ¡Que levante la mano quién sabía quién era Temer en las elecciones del 2014! Andamos en cursos acelerados sobre leyes e instituciones en Brasil para enterarnos qué es lo que se viene a partir de ahora. Comenzamos a estar un poco confundidos con tantos casos de corrupción de unos y otros. Hemos llegado hasta a incursionar en las cuestiones de contabilidad pública para conocer mejor cuál ha sido la excusa para derrocar a Dilma. Los más ilustrados, inclusive, ahora utilizan con naturalidad el término de “pedaleo fiscal” cuando antes nunca lo habían escuchado.

Lo sorprendente de esta brasileñomanía es que se ha prestado poca o nula atención a uno de los actores -seguramente- más decisivos en este episodio golpista. Como siempre, la mano invisible acaba permaneciendo invisible ante este tipo de hechos políticos. Sin economía, no hay debate político que se sostenga. Y viceversa. Es imposible entender qué ocurre en un país si no se observa con lupa cómo opera el sector financiero en estas circunstancias. La banca, en un mundo económico inmensamente financiarizado, tiene mucho que decir en cada cita política. Sea electoral o no. Este actor jamás queda por fuera de la escena del crimen.

La banca privada había vivido feliz con Lula y Dilma a lo largo de muchos años. En época de vacas gordas, la política económica en Brasil fue muy exitosa en redistribuir riqueza a favor de las mayorías. Políticas sociales, como el programa Bolsa Familia, fueron responsables de sacar a 36 millones de brasileños de la pobreza. Se generó empleo (20,8 millones de puestos de trabajo), se mejoraron los salarios y se crearon casi 80.000 nuevas pequeñas y medianas empresas. Sin embargo, todo esto se consiguió sin romper con las alianzas con el sector financiero. La banca privada nacional engordaba sus cuentas y el capital-golondrina financiero llegaba del exterior al calor de las altísimas tasas de interés. Por momentos, de las más atractivas del planeta. Un complejo equilibrio de ganar-ganar aplaudido por todos: alta aprobación de las mayorías y piropos de los medios internacionales. Por ese entonces, se llegó a hablar de Brasil como la tercera vía latinoamericana.

Pero el idilio no duró para siempre. Desde hace unos años, la reducción de la entrada de divisas vía exportaciones supuso una importante restricción externa. Los capitales golondrina amenazaron con irse a otros lugares si no se sostenía la elevada tasa de interés. Entonces, llegó el problema que sí constituye una de las principales razones de ser de este golpe. En un primer momento, Dilma cedió en su primer gabinete y colocó a Joaquim Levy en el Ministerio de Hacienda como contraparte para la negociación con la banca. Qué mejor que un banquero como interlocutor con sus pares. No resultó porque Brasil exigía una respuesta no neoliberal si es que no se quería ahogar en la austeridad. Levy buscó el ajuste, pero los resultados económicos y sociales no hicieron más que empeorar. Se cambió de Ministro y se optó por una propuesta más keyenesiana: mayores estímulos para la producción, más inversiones públicas (en redes ferroviarias, autopistas, aeropuertos y carreteras). Fue una apuesta a favor de la industria productiva y no para la banca.

No sólo no gustó el nuevo rumbo, sino que enfurecieron cuando el gobierno de Dilma quiso reducir la brecha entre la tasa de interés que cobran los bancos por prestar y la que pagan a los ahorradores (spread bancario). Este diferencial a favor de la banca privada, en Brasil, tenía de los valores más alto del mundo. La propuesta económica implicaba una reducción mínima de la rentabilidad del capital financiero, con una tasa de interés algo menor. Así, se pretendía reactivar la economía como lo hizo la Reserva Federal en Estados Unidos. Desde ese momento, la banca le juró muerte política a Dilma. Y así fue.

Ahora la banca celebra el golpe con una revalorización del real del 1,5% en estos días. La bolsa de Sao Paulo ha pasado de 50.000 a 54.000 puntos desde el día del golpe. La banca privada vuelve a estar contenta. El nuevo Ministro de Hacienda, Henrique Mieirelles, es ex banquero de Wall Street. A partir de ahora, lloverán recortes para la mayoría a medida que se inflan los beneficios para una minoría. Detrás del golpe a la democracia está la aversión a democratizar la economía.

Como siempre, la banca gana.

Alfredo Serrano Mancilla, @alfreserramanci
Director CELAG, Doctor en Economía

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Temer designa a israelí presidente del Banco Central de Brasil


El economista israelí, Ilán Goldfajn.

El nuevo presidente del Gobierno interino de Brasil, Michel Temer, ha designado a un israelí como nuevo presidente del Banco Central de Brasil.

El israelí Ilán Goldfajn sustituirá a Alexandre Tombini, quien junto a Ricardo Leyser, ministro de Deportes, fueron los únicos que no resultaron separados de sus cargos por parte de la presidenta Dilma Rousseff cuando en su momento disolvió el Gabinete.

Según el periódico israelí Aurora, Goldfajn se desempeñó previamente como economista en jefe de Itaú, el mayor banco privado de Brasil. Además, ha sido vicegobernador del Banco de Brasil, asesor del Banco Mundial (BM) y asesor del Fondo Monetario Internacional (FMI).

El anuncio será oficial este lunes, cuando también se conozcan las nuevas autoridades de los principales bancos estatales del país suramericano.

Entre sus primeras medidas, Temer designó canciller a José Serra, amigo de los israelíes, y a Ilán Goldfjan, economista que nació en los territorios ocupados de Palestina, como presidente del Banco Central.


Así que, tras la llegada al poder de Temer como consecuencia de la suspensión de Dilma Rousseff, muy crítica con las atrocidades israelíes en los territorios ocupados palestinos, se abre la posibilidad de una nueva era de relaciones menos tensas entre Brasil y el régimen de Israel, ha aseverado este lunes un informe de The Times of Israel.

Rousseff irritaba habitualmente a las autoridades israelíes por sus comentarios, incluso llegó a calificar la ofensiva del régimen de Israel contra la Franja de Gaza en 2014 como “una masacre”.

Además, Brasil se negó a aceptar el nombramiento de un exlíder de los colonos de Cisjordania, Dani Dayan, como embajador en Brasilia.

"Vamos a mantener un diálogo eficaz y abierto con el nuevo gobierno (de Temer) en relación con temas internacionales, nacionales y comunitarias", ha afirmado Fernando Lottenberg, presidente de la Confederación Israelita de Brasil, según el diario israelí.

El 12 de mayo, el Senado de Brasil aprobó por 55 votos contra 22 la apertura de un juicio político contra la presidenta Rousseff, por lo que deberá dejar su cargo por un plazo máximo de 180 días y será sustituida por su vicepresidente, Michel Temer, acusado por la misma mandataria de ser el “jefe de la conspiración” y cooperar con la oposición para dar un “golpe de Estado contra la democracia” en Brasil.

La ahora suspendida mandataria ha sido acusada por la oposición de “maniobras irregulares para maquillar” los resultados del Gobierno en 2014 y 2015. Sin embargo, ella ha cuestionado en diversas ocasiones la legalidad del juicio político en su contra.

tmv/nii/HispanTv

Boletim de acontecimentos na Síria


Ações terroristas perpetradas no período de 05/05/2016 a 14/05/2016.

- Doze cidadãos morreram e outros quarenta ficaram gravemente feridos, no dia 05/05/2016, quando grupos terroristas armados perpetraram duas explosões que tiveram como alvo a cidade de Mokhram Foqani, localizada na zona rural de Homs.
- No mesmo dia, os grupos terroristas armados alvejaram o bairro de Maidan, em Aleppo, com vários mísseis que resultaram na morte de um cidadão, outro ficou ferido e a ocorrência de danos materiais.
- Na sexta feira, 06/05/2016, mísseis lançados contra os bairros de Qosour e Thawra, em Aleppo, provocaram a morte de dois cidadãos e danos materiais.
- O lançamento de um morteiro contra o bairro de Harabesh, em Deir El Zour, resultou no ferimento de uma cidadã e em danos materiais.
- Três crianças ficaram feridas ao serem atingidas por estilhaços, durante a explosão de uma mina terrestre deixada pelo ISIS no vilarejo da Hamra, localizado na área de Shadadi, em Hasaka.
- A explosão de duas minas terrestres, em 07/05/2016, plantada pelos grupos terroristas armados, na cidade de Qashili, em Hasaka, resultou na morte de duas crianças.
- O lançamento de nove mísseis contra os bairros de Thawra e Tahtouh, em Deir el Zour, resultou no ferimento de seis cidadãos, dentre os quais duas mulheres.
- O lançamento de um morteiro contra o bairro de Nova Aleppo, em Aleppo, resultou no ferimento de uma criança.
- Uma criança ficou ferida em consequência do lançamento de cinco mísseis contra o vilarejo de Mossil, em Hama.
- Em 08/05/2016, cinco cidadãos morreram e outros vinte ficaram feridos, dentre os quais mulheres e crianças, durante o lançamento de dezenas de mísseis contra bairros residenciais de Aleppo.
- O lançamento de dez mísseis contra o bairro de Thawra, em Deir El Zour, resultou na morte de três cidadãos e o ferimento de outros cinco, dentre os quais duas crianças.
- O lançamento de mísseis contra a cidade de Fouaa, em Idleb, provocou a morte de um cidadão e o ferimento de outros dois.
- Em 09/05/2016, uma mulher morreu e uma criança ficou ferida em consequência de um tiroteio aleatório, perpetrado por um atirador pertencente aos grupos terroristas armados, na cidade de Fouaa, em Idleb.
- O lançamento de 16 morteiros contra os bairros de Harabesh e Hoeka, em Deir El Zour, resultou no ferimento de oito cidadãos, entre eles mulheres e crianças.
- Um míssil lançado contra a cidade de Sayeda Zainab, na zona rural de Damasco, resultou no ferimento de uma criança.
- Em 10/05/2016, cinco cidadãos morreram e mais de quarenta ficaram refidos, em consequência do lançamento de um míssil contra a cidade de Fouaa, em Idleb.
- A explosão de uma mina terrestre, plantada pelos grupos terroristas armados, contra a localidade de Mazaree Alhadadeen, em Aleppo, provou ferimentos em duas crianças.
- O lançamento de um morteiro contra a localidade de Sheikh Najjar, em Aleppo, provocou ferimentos em um cidadão.
- Em 14/05/2016, a explosão de um carro-bomba, na cidade de Qamishli, resultou na morte de cinco cidadãos e o ferimento de outros seis.
- Uma criança morreu e outras três ficaram feridas em consequência do lançamento de um morteiro contra a cidade de Qamishli.
- O lançamento de cinco morteiros contra a localidade de Hamdaniyeh e a localidade de Saladino, em Aleppo, resultou na morte de um cidadão e feriu outros três.
- A explosão de uma mina terrestre, plantada pelos grupos terroristas armados, no vilarejo de Fadghami, em Hasaka, provocou ferimentos em dois cidadãos.

Fonte: Embaixada da República Árabe da Síria
Tradução: Jihan Arar

Em torno do poder


Por Janio de Freitas

A rapidez e a facilidade com que Câmara e Senado levaram ao processo de impeachment não foram naturais, nem espontâneas. No Conselho de Ética da Câmara, a batalha em torno da cassação de Eduardo Cunha reflete muito melhor as lutas pelo poder político nos parlamentos.

Poder que, sobretudo no Brasil, vem a ser também material, com influência em altos valores públicos e privados, possíveis manipulações de projetos e outras no interesse de grandes grupos econômicos, e ainda favorecimentos em nomeações ou eleitorais. As aparências públicas sugerem a luta em torno de um mandato, mas, se não for um deputado chinfrim, o mandato propriamente é o de menos.

Com mais razão, e com seu poder disseminado sobre uma infinidade de interesses privados e públicos, passa-se o mesmo em torno de uma presidência suscetível de assédio. O exemplo do que ocorreu com Getúlio, no seu criativo e ótimo governo presidencial nos primeiros anos 1950, é para se tornar clássico na história da luta entre a força de interesses e o poder governamental. No Brasil, até hoje, sempre com o mesmo vencedor.

Foram várias as forças a impulsionar as ações e o ambiente nacional pelo impeachment de Dilma Rousseff. Os políticos, por exemplo, estão conhecidos em seu papel. Imprensa e TV, mais ainda, talvez na culminância dos seus surtos de antijornalismo político (nem a visita e as palavras institucionais e democráticas do secretário-geral da OEA, Luis Almagro, foram divulgados). Mas há os impulsos pouco ou nada conhecidos, o que já lhes indica a força e a dimensão do interesse.

Petróleo. Pré-sal. Petrobras. Os boicotes tramados contra o sistema de concessões e participações no pré-sal foram frustrados, e isso resultou em que as petroleiras boicotadoras ficaram de fora. Indignadas e sedentas. O competente corpo técnico da Petrobras superou os problemas para exploração no pré-sal, com os quais as boicotadoras poderiam contar para dificuldades que lhes abrissem nova oportunidade. Os percalços de uma ou outra empresa associada à exploração foram insignificantes no êxito geral.

Retirar da legislação das concessões a obrigatória participação e operação da Petrobras, na exploração mesmo por empresa privada, é a primeira fórmula proposta para quebra do sistema vigente, aproveitando-se da crise financeira da estatal e do seu desgaste político e na opinião pública. Surgiu ainda sob improbabilidade do impeachment: José Serra apresentou o projeto no Senado.

Logo se iniciou o trabalho sobre e dentro da imprensa, em pouco tempo aparecendo páginas inteiras de assuntos correlatos mas incidentes na abertura do pré-sal. A possibilidade do negócio foi levantada por alguns até no próprio governo de Dilma.

Dois nomes tornaram-se citados na articulação, política e comercial, dos interesses dirigidos ao pré-sal. Daniel Dantas, dono do banco de investimentos Opportunity, notabilizado por negócios grandiosos e vários deles rumorosos; e Eduardo Cunha, íntimo conhecedor da área estatal e controlador de grande parte da Câmara.

É a estarem ambos no assunto petróleo que se atribui a proximidade de Serra e Cunha, até que o desgaste forte do presidente da Câmara retraísse o senador, para efeitos públicos.

Michel Temer entregou o programa de concessões a Moreira Franco, de histórico notório. Para ter tal encargo, Moreira abriu mão até de ser ministro. Há várias semanas, já dizia a jornalistas: "Tudo que for privatizável vai ser privatizado". Toda estatal é privatizável. E Michel Temer fala em concessões como parte importante de suas intenções.

O preço baixíssimo do petróleo torna a ocasião muito propícia para a compra de pré-sal da Petrobras. O custo alto da exploração não é empecilho. Por certo, em algum tempo o preço voltará a subir. Não é preciso dizer mais sobre uma das forças pouco ou nada mencionadas que agitam o Brasil e, entre outros feitos, impulsionam o impeachment – você sabe como.

domingo, 15 de maio de 2016

Líder da Frente al-Nusra eliminado pelas forças de Damasco


Um dos senhores da guerra da Frente al-Nusra, de origem belga, foi eliminado durante ataques aéreos do governo sírio, informou a imprensa belga no domingo (15).

Surgiram relatos na sexta-feira de que um avião de guerra do governo eliminou 16 militantes e feriu 20 no norte da província sitiada de Idlib.

Um dos jihadistas mortos era Abu Daoud Baljiki, que de acordo com um especialista em jihadismo, citado pelo jornal Le Soir, tinha um "alto cargo" na Frente al-Nusra.

Tanto como o Daesh, a Frente al-Nusra não faz parte do cessar-fogo permanente na Síria que foi mediado pelos Estados Unidos e pela Rússia em fevereiro.

Sputniknews

TEMER DELETA A REFORMA POLÍTICA


Muitos assuntos antes palpitantes vão morrer ou sair de cartaz, agora que tudo foi consumado. Um deles é a reforma política, que foi muito pregada pelo presidente interino Michel Temer, quando falava de suas prioridades caso assumisse a Presidência. O PSDB incluiu-a no documento com 15 propostas apresentado ao ainda vice-presidente no dia 3 de maio como premissas para apoiar seu futuro governo. Temer agora assumiu e loteou seu ministério entre 11 partidos, tal como fizeram todos os seus antecessores desde que a proliferação partidária e o viés parlamentarista da Carta de 1988 nos impuseram o tal presidencialismo de coalizão.

Tal como outros presidentes, Temer já enfrenta disputas na base e reclamações dos que não foram contemplados na montagem do ministério. O deputado Paulo Pereira da Silva, dono do SD, reclama de eventual criação de tributo, anunciada pelo ministro da Fazenda Meirelles, mas ele não gostou mesmo foi de seu partido ter ficado fora do primeiro escalão. Logo ele, que tanto trabalhou pela derrubada de Dilma, montando palanques sindicais para Eduardo Cunha e Aécio Neves. O senador Perrela avisa que se Temer não tratar muito bem o Senado pode perder votos que garantem a condenação de Dilma e, por decorrência, sua efetivação no cargo. Rodrigo Maia, do DEM, e André Moura, do PSC, ligado a Cunha, disputam a liderança do Governo, cargo que o próprio Temer deveria escolher.

Duas reformas foram anunciadas por Temer e por Meirelles. A previdenciária e a trabalhista, que quando apresentadas vão enfrentar fortes reações dos movimentos sociais e sindicais contra a supressão ou redução de direitos. Já sobre a reforma política ele não disse uma palavra. Está bem que seja muito cedo para avançar em tema tão complexo. Mas a hora da posse foi hora de compromissos, e este ele não fez, ainda que possa dizer que só tomará tal iniciativa se for efetivado no cargo. Mas é sintomático.

O governo que começa pode ser classificado de reacionário ou restaurador, no sentido amplo de tais palavras, não na acepção pejorativa. Representa uma reação e uma negação a valores, políticas e concepções do governo que está substituindo. É a volta ao que havia mudado a partir de 2002 com a chegada do PT ao governo. Não que o PT tenha feito governos revolucionários mas porque tentou governar com uma frente ampla que incluía setores (e interesses) populares. Já o governo de Temer, embora tenha falado tanto em reformar e consertar, não deu qualquer sinal de que será reformista na política. É tudo mais do que já vimos, e com atores piorados.

O compromisso com a reforma política era elementar para sinalizar que tentará mudar o sistema que vem produzindo seguidos surtos de corrupção e instabilidade, afora danos para a administração pública e a qualidade dos serviços prestados pelo Estado, a partir do loteamento que visa a formação da maioria e não a qualidade dos nomes colocados nos postos estratégicos. Não sobrou para nenhum notável, exceto Meirelles e Serra.

E ainda que Temer propusesse uma reforma política digna do nome, que enfrentasse os mais graves problemas, como o financiamento de partidos e campanhas, as coligações proporcionais, a porteira aberta para a criação de partidos de balcão, sua base nada aprovaria. Por que irá este Congresso que já mostrou sua cara mudar regras que garantem a eleição de parlamentares como os que temos, dedicados a usar o mandato para arrancar vantagens? Por que mudar o sistema que trocou a presidente por seu vice mas continuará indicando, através dos partidos aliados para governar, os cargos com que se opera a velha aliança entre políticos e empresários para ordenhar o Estado?

A única solução seria a Constituinte exclusiva, composta por pessoas eleitas exclusivamente para reescrever os capítulos relacionados com a ordem política, que a Constituinte não ousou enfrentar. Este o maior defeito da Carta Cidadã. Como ele é contra, só uma ruptura ainda mais traumática do que esta que estamos vivendo abriria caminho para que tal mudança se impusesse. Fora disso, em breve veremos a base chantagear o novo ocupante do Planalto, veremos MPs serem desfiguradas e enxertadas com artigos negociados diretamente com forças econômicas interessadas, veremos o tributo de Meirelles ser rechaçado e, se for preciso, a aprovação de algumas bombas. Por isso e por muitas outras razões, não há tempo bom à vista para Temer. Nem para a democracia ferida.