segunda-feira, 4 de abril de 2016

Terror, terrorismo, terroristas


por João Carlos Lopes Pereira

Quando há um atentado terrorista, como os que aconteceram em Paris ou, agora, em Bruxelas, não consigo entendê-lo como julgo que entende a maioria das pessoas que falam na comunicação social, especialmente nas televisões. Segundo esses comentadores – quase todos eles – os atentados foram cometidos por grupos de fanáticos que têm como objectivo destruir a civilização ocidental – os nossos valores, a nossa cultura, o nosso modo vida – e, como fim último, sujeitar-nos às suas crenças e ao seu domínio. A isto se resumiriam as acções designadas por terroristas. E porque assim é, os terroristas agiriam em nome de uma ideia que visaria destruir o mundo ocidental, o que culminaria na ocupação das nossas casas, na pilhagem dos nossos bens, sem esquecer a imposição da burka às nossas mulheres, tudo isto depois da nossa inevitável conversão – à força, se necessário – ao Islão, após o que seríamos constrangidos a prostrar-nos, não sei quantas vezes por dia, virados para Meca. Não acredito numa coisa assim, e presumo que quem o diz – ou deixa, pelo menos, essa ideia no ar – também não acredita. Podem ser uns papagaios bem pagos, mas tontos a esse ponto não são. Seguramente.

O que está em causa – melhor: o que está por detrás disto tudo – não é, sequer, um choque de culturas, nem é uma questão religiosa. Nem se explica, também, pelo ódio ou, se preferirmos, pela sede de vingança nascida de incontáveis chacinas e humilhações que os europeus, desde sempre, praticaram, coisa que começou porque se outorgavam, em nome da fé, ou a seu pretexto, o direito divino de matar, esfolar e queimar, para além de, convenientemente, saquear os incréus. Nada disto é segredo para ninguém, qualquer compêndio de história o diz, sabendo-se, por exemplo, como portugueses e espanhóis foram por esse mundo fora, com a cruz numa das mãos e a espada na outra, impingindo os seus credos e cobrando em ouro, prata e outros proveitosos embolsos.

Mais tarde, porque aos impérios, dessas e doutras conjunturas nascidos, competia ter colónias e povos escravizados – toda a África, desde o Mediterrâneo ao Cabo da Boa Esperança, era um mosaico de colónias das potências europeias, o mesmo sucedendo no Médio Oriente, com o Iraque, a Síria, a Palestina e o Líbano a juntarem-se a Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia e Egipto. E depois – já nos tempos que correm – porque o espírito colonial não morreu com o fim dos impérios, pela razão simples de que as matérias-primas continuam lá (especialmente uma, chamada crude ), a civilização judaico-cristã, que pariu guerras atrás de guerras dentro das suas fronteiras, concluiu que é muito melhor fazê-las fora de portas, a fim de conseguir pela força aquilo que não for possível conseguir pela persuasão, nomeadamente através de governos venais. E quando se tem um parceiro que nasceu com a violência no sangue, para quem as guerras são um modo de vida – refiro-me aos EUA, obviamente – não custa nada convencermo-nos que a civilização começa e acaba nesta coisa chamada Mundo Ocidental.


Nós, ocidentais – digamos assim, apesar de eu não pretender incluir-me no contexto – é que sabemos como devem viver todos os povos. Nós – eu salvo seja, que disso me excluo! – europeus e norte-americanos, é que definimos as regras do jogo. Nós – ou seja: eles – com as nossas/suas gravatas e etiquetas, é que somos verdadeiramente civilizados. Nós – salvo seja eu, ainda e sempre! – que acreditamos que um homem, chamado Moisés, foi convocado por uma criatura divina, chamada Deus, ao cume de um monte árido, chamado Sinai, e ali recebeu duas tábuas onde, escritos pelo dedo do próprio Deus, estavam todos os mandamentos que deveriam orientar os homens para todo o sempre, somos os primeiros a não cumprir, praticamente, nenhum desses mandamentos. Matamos, roubamos, e passamos a vida a desejar e a tentar possuir tudo o que é do próximo, incluindo a sua mulher, e sendo verdade que Deus não disse – ou não escreveu – que seria proibido a uma mulher cobiçar o homem da próxima, por estar, obviamente, subentendido, tal não deixa de suceder, como o mais lerdo dos mortais está farto de saber.

E nós – salvo seja, mais uma vez, que "nós" é apenas uma maneira de dizer – que acreditamos em Moisés, apesar de não haver quem testemunhasse esse encontro com o ser sobrenatural – nós, civilização ocidental, judaico-cristã, que dizemos acreditar ter Deus despachado que ninguém cobiçará a casa do seu próximo, nem a mulher do seu próximo, nem o seu escravo, nem a sua escrava (na altura, Deus ainda considerava que a escravatura era uma coisa excelente, o que prova que até Deus se pode enganar), nem cobiçar o seu boi, nem coisa alguma do seu próximo, nada mais temos feito, nesta velha e civilizada Europa cristã, do que exactamente o contrário do que Deus terá dito – ou escrito – a Moisés. Ou que Moisés, para consolidar o seu lugar de patriarca, terá dito que Deus lhe disse, que é como quem diz: terá escrito aquilo que disse ter sido escrito por Deus. Temos – nanja eu – passado os séculos a matar e a morrer em guerras fratricidas, apenas porque desejamos aquilo que é do próximo. Isto é: Não há maiores infractores às leis de Deus, do que precisamente aqueles que dizem acreditar que foi Deus quem, através de Moisés, as pôs a circular.

Recorde-se, por exemplo, que uma dessas guerras, a dos Cem Anos chamada – que foi composta por vários conflitos, e que durou, na verdade, cento e dezasseis anos, pois decorreu entre 1337 e 1453 – teve como causas as necessidades de os senhores feudais, que eram cristãos dos pés à cabeça, quererem mais terras do que aquelas que já tinham. Queriam, esses eleitos de Deus, as terras do próximo. E mais o que estava lá, incluindo as mulheres.

Mais tarde, entre 1618 e 1648, decorreu outro conflito, com epicentro na Alemanha, por motivos variados, mas sempre à volta do mesmo: rivalidades religiosas como pretexto, mas, principalmente, por razões territoriais e comerciais. Chamou-se a Guerra dos Trinta Anos. Lá está: queria-se a fazenda e os negócios do próximo. E todos eles – os senhores das partes envolvidas – louvavam a Deus sobre todas as coisas.

De 1803 a 1815, Napoleão Bonaparte, que se considerava o herdeiro da Revolução Francesa, decidiu que deveria levar os valores da Revolução a toda a parte, esquecendo-se ele próprio de os respeitar, pelo que resolveu fazer-se coroar imperador. Safou-se da guilhotina, mas não se safou dos ingleses. Fosse como fosse, falamos de doze anos durante os quais a cristandade mostrou o seu carácter autofágico.

No século passado, nasceram nesta mesma Europa civilizada e cristã até mais não poder ser, os dois maiores conflitos mundiais. E cada um matou mais do que o anterior. Sempre pelas mesmas razões. Independentemente do rastilho que as fez despoletar – ambas rebentaram, por curiosidade, tal como a guerra dos Trinta Anos, na Alemanha – era preciso deitar a mão à riqueza alheia. Hitler chamou ao que era do próximo, o seu – dele, Hitler – Espaço Vital. Tal como os norte-americanos chamam àquilo que querem, esteja lá onde estiver, e seja lá de quem for, os seus Interesses Vitais.

Já vimos, portanto, de que massa é feita esta Europa civilizada, imbuída de ensinamentos bíblicos, cristã até à medula, uma parceira ideal para o Tio Sam, o maior rapinante que anda por aí ao cimo da terra. Deus os fez, Deus os juntou, tal como as duas tábuas da lei.

Mas perdi-me do fio inicial. Dizia eu que o que está por detrás disto tudo – do terrorismo – não é, sequer, um choque de culturas, nem é uma questão religiosa. Nem se explica, também, pelo ódio ou, se preferirmos, pela sede de vingança nascida de muitas chacinas e humilhações que os europeus, desde sempre, praticaram. É tudo isso amalgamado e utilizado como ingredientes por quem não se amarra a um cinto de explosivos, que não viajou de avião no dia 11 de Setembro, nem foi, como costumava ir, às Twin Towers nesse mesmo dia, nem frequentava o Bataclan. E que, seguramente, sabia que não podia estar no aeroporto de Bruxelas, ou no metro, no dia em que as bombas explodiram. Quem matou, em Bruxelas, é quem vende armas ao Estado Islâmico, é quem lhe compra o petróleo, é quem trata os seus feridos nos hospitais de Israel. É quem despeja bombas sobre as mulheres e as crianças da Faixa de Gaza. É quem roubou as casas e a água aos palestinianos.

Quem matou, em Bruxelas, ou em Paris, foi quem colaborou activamente com a selvática e desumana destruição da Líbia (Allo, monsieur Sarkozy!), executada pela NATO, onde não morreram 30, nem 40, nem 140 pessoas inocentes, mas centenas de milhares de seres humanos tão inocentes como estes do metro e do aeroporto de Bruxelas.


Quem matou em Bruxelas, ou em Paris, foi o reles fantoche que aceitou ser um sinistro mandatário de Obama (Allo, monsieur Hollande!), ao armar e financiar as hordas terroristas na Síria, onde os mortos civis, causados por esta guerra inspirada e alimentada pela França e pelos EUA, já ultrapassaram os 300 mil. Quem vir a Síria de hoje, verá um país cuja devastação faz lembrar o que de pior se viu na II Grande Guerra após um qualquer raid aéreo. Aquele país moderno, arejado e desenvolvido, onde as religiões conviviam sem ódios ou querelas, onde o nível de vida fazia inveja a muitos países europeus, como Portugal, por exemplo, é hoje um monte de ruínas devido à interferência estrangeira, porque os governantes europeus e norte-americanos consideram que não pode haver exemplos de sucesso fora do sistema capitalista. Ou fora da democracia na sua única versão "aceitável": a versão em que os interesses dos senhores capitalistas (como se dizia há anos), ou dos Mercados, ou dos senhores Investidores (como se diz agora), prevalecem sobre tudo o resto.

(Note-se que a Síria cometeu o horroroso crime de manter o petróleo como riqueza nacional, posto ao serviço de todo o povo, e não de qualquer multinacional).

Quem matou em Bruxelas, como antes em Paris, foram e são aqueles que, dos seus gabinetes governamentais na Europa, ou em Washington, olham para os povos de África ou do Médio Oriente, e desenham no mapa da geoestratégia os destinos que melhor convieram aos seus interesses.

Quer isto dizer que absolvo os homens que se deixaram desumanizar pela violência e pelos vexames a que os seus povos foram sujeitos, fazendo desabar agora sobre pessoas inocentes o peso de décadas e décadas de humilhações sem limites? Não! De modo nenhum! Por razões claras e óbvias, que são as das pessoas comuns, e por mais uma: estas acções em nada afectam o poder dos líderes europeus e norte-americanos. Muito menos o poder de quem comanda esses líderes e, a nível mundial, a vida de milhões de seres humanos, através dos cordelinhos da economia. Dos Mercados. Ou seja: os senhores Investidores.

Pelo contrário. O terrorismo é o melhor aliado dos senhores Investidores. Enche de medo os cidadãos, e não há melhor petisco para os senhores Investidores, do que um cidadão amedrontado.

Se os terroristas percebessem isto, não atacavam em Paris, nem em Bruxelas. Não matariam as pessoas comuns.

- Então, onde e quem atacariam? – perguntam-me.

- Se estão à espera que eu diga que deveriam atacar quando e onde se reunisse o Clube Bilderberg, desiludam-se. Não digo!

- Porquê? – voltam a perguntar-me.

- Porque o Clube Bilderberg é a maior organização terrorista do mundo. Foi ele que congeminou a Crise, o seu remédio – a Austeridade – e, desta maneira, empobreceu 90% do Humanidade, enriquecendo, em consequência, os restantes 10%.

O Clube Bilderberg é, portanto, a maior fábrica de terrorismo – e de terroristas – do mundo.

Tentativas de estrangular os sonhos e utopias de nossa América


Por Luis Manuel Arce Isaac

Havana (Prensa Latina) A direita continental volta a tecer o laço do enforcamento com corda emprestada e tenta colocar no pescoço de uma América Latina que mostra fragilidades após uma etapa de vitórias populares impressionantes e históricas.

Reveses eleitorais que comprometem em diferentes graus os processos sociais em países como Argentina, Venezuela e Bolívia e estimulam ações inclusive de maior envergadura no Brasil e no Equador, marcam o rumo escolhido para derrubar governos progressistas desgastando-os de dentro sem a necessidade de quarteladas como antigamente.

As próprias estruturas do que se costuma chamar racionalidade democrática pós modernista impedem o regresso ao “gorilato” militar defasado e, em seu lugar, recorrem a juízes, promotores, tribunais e deputados conservadores ou corruptos para chegar a igual meta sob ares civilistas, que o presidente equatoriano Rafael Correa denomina novo Plano Condor.

O avanço dessa direita nas urnas por pequenas margens como na Argentina, ou perigosas maiorias na Venezuela e na Bolívia, não pode ser subestimado porque aponta a desequilibrar uma correlação de forças na região que, pela primeira vez em muito tempo, foi desfavorável aos Estados Unidos.

O século XXI trouxe consigo um fluxo político e ideológico muito forte na periferia sul que surpreendeu o sistema de dominação dos Estados Unidos e da velha Europa, o qual desenterrou a opção de um socialismo de novo tipo sem deixar de ser marxista frente ao neoliberalismo, proclamado por Hugo Chávez, quando ideólogos conservadores anunciavam ecoando o fim da história e das ideologias.

Nessa maré, estiveram na crista da onda Venezuela com sua revolução bolivariana, Bolívia, Equador, a Nicarágua sandinista, Argentina e Brasil com Lula, apoiados nos mecanismos de integração como a ALBA-TPC, Petrocaribe, Sela, Unasul, Celac, a Associação de Estados do Caribe e instrumentos da batalha de ideias tão valiosos como a Rede de Intelectuais em Defesa da Humanidade ou a Telesul.

O poder de acordo e unidade da América Latina e do Caribe ficou demonstrado com a esmagadora derrota da Área de Livre Comércio das Américas, o cavalo de Tróia derrotado por Chávez, Fidel Castro e Néstor Kirchner em Buenos Aires, com o qual Estados Unidos pretendia recuperar o terreno perdido e consolidar sua dominação econômica e comercial.


A reação ofensiva conservadora tem provocado um refluxo contrário ao progressismo, cujas negativas consequências evidenciam-se na Argentina e no Brasil, com graves divisões nos setores da esquerda e uma propaganda encabeçada por meios de imprensa neoliberais que faz estragos, cria confusões e apoia como boas traições aos povos o pagamento de 12 bilhões de dólares aos “fundos abutres”, ou um atroz processo de julgamento político de Dilma Rousseff como anúncio de que o conseguido no Paraguai contra Fernando Lugo ou em Honduras com Manuel Zelaya pode se repetir sem se importar com a potencialidade política de grandes países como o Brasil, onde a campanha atinge também Lula.

Na Venezuela, o refluxo é muito concreto e sua força pode ser medida nas ações para um golpe parlamentar contra o presidente Nicolás Maduro, liderado por uma direita podre que já se pensava enterrada, com cadáveres políticos como Henry Ramos Allup e Antonio Ledezma, que pretendem eliminar a Constituição bolivariana, esmagar a revolução chavista e implantar um governo como o do Pacto de Ponto Fixo e o “caracazo” do ex-presidente Carlos Andrés Pérez.

Na Bolívia expressa-se na cruzada contra Evo Morales, para tentar frustrar os planos de desenvolvimento – terminar de tirar o país e seu povo da pobreza secular, e fazer voar em pedaços o Estado multiétnico, enquanto aceleram a implantação de instrumentos de desintegração latino-americana como a Aliança do Pacífico.

Se nos deixarmos levar por aquilo que, em termos estratégicos, a história sempre caminha para frente, América Latina não deveria temer pelo que está acontecendo.

Todavia, a história a fazem os homens e os povos e suas ações não são sempre perfeitas pela enorme quantidade de fatores que influem nos processos sociais.

A lição mais elementar dos retrocessos nas urnas ocorridos nesses países indica que se as mudanças políticas são realizadas com a camisa de força imposta pelo capitalismo, a tarefa é bem mais dura, difícil e complexa porque é necessário ganhá-la com padrões preestabelecidos criados e conduzidos pela direita com muito domínio e mais dinheiro para preservá-los.

Isso implica que na atualidade latino-americana evitar retrocessos como os citados na Argentina e inclusive na Venezuela revolucionária, depende ainda de um forte domínio das estruturas principais do sistema capitalista como são os processos eleitorais, e de uma mais difícil ainda, educação ideológica que implique uma mudança cultural, sem a qual é quase impossível consolidar um processo social pós neoliberal.

Fazê-lo assim é batalhar para impedir que a direita consiga repor o neoliberalismo para estrangular os sonhos e utopias de nossa América.

O Brasil no Contexto dos Golpes do Século XXI


Os processos históricos não são dados a coincidências. E como diria o velho filósofo, os grandes personagens e fatos históricos ocorrem duas vezes, “a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa”. A crise política que vem se agudizando desde junho de 2013 no Brasil não reflete apenas suas contradições domésticas. Ao contrário, somente é possível compreendê-la à luz das dinâmicas internacionais e das novas formas que assumem os velhos processos.

Por Diego Pautasso*

Cabe rememorar que as ditaduras militares na América Latina entre as décadas de 1960 e 1980 emergiram, sem exceção, profundamente articuladas à dinâmica internacional: Brasil em 1964, Chile em 1973, Argentina e Uruguai em 1976. Ou seja, não é possível entendê-las dissociadas da lógica da Guerra Fria, do patrocínio político-diplomático dos EUA através da Doutrina de Segurança Nacional, da promoção da retórica anti-comunista pela grande mídia e indústria cultural, da instrumentalização dos militares na Escola das Américas no Panamá, etc. Nesse sentido, a desestabilização interna, com a espiral inflacionária, o denuncismo moralista da corrupção pelos setores conservadores, a paralisia institucional e a crise econômica foram pré-condições construídas para a efetivação dos golpes militares. Já o fim desses regimes também ocorreu no mesmo contexto da virada dos 1980-90, quando estes tornaram-se disfuncionais para os EUA e seus aliados. Com o colapso do bloco soviético, o objetivo era afirmar a agenda liberal a partir das políticas do Consenso de Washington. Não por acaso firmaram-se os governos de Collor-FHC (Brasil), Salinas de Gortari (México), Andrés Pérez (Venezuela), Fujimori (Peru), Menem (Argentina),Sanchéz de Lozada (Bolívia), Sanguinetti (Uruguai), etc.

As políticas neoliberais recrudesceram as contradições na América Latina ao término da década de 1990. O resultado foi uma virada à esquerda com os governos Chávez-Maduro, Evo, Lula-Dilma, Néstor-Cristina Kirchner, Rafael Correa, etc. Não parece coincidência que todos tenham enfrentado processos de desestabilização importantíssimos tais como aqueles do contexto da Guerra Fria. A Venezuela (2002) teve um golpe, com a tentativa de apresentá-lo como renúncia, que fracassou; enquanto a elite na Bolívia (2008) tentou fragmentar o país com o separatismo da elite da Meia Lua. Em Honduras (2009) e no Paraguai (2012) os golpes foram bem-sucedidos e assumiram a face constitucional. Em Honduras, o Presidente Zelaya chegou a ser expulso do país, em decisão frontalmente contrária à Constituição do país posteriormente anulada pela Corte; enquanto no Paraguai o processo de impeachment foi encaminhado de forma açodada sem o devido processo legal. A tragédia dos golpes na região se repete, mas farsa, assumindo contornos de ‘legalidade’.

Como chama a atenção Jessé Souza ao tratar do Brasil, o golpe moderniza-se, substituindo a arma pelo argumento pseudo-jurídico e sua aparente neutralidade. Os endinheirados, que controlam a riqueza, o poder e instrumentalizam a mídia, mobilizam seus recursos para evitar regimes reformistas aproveitando-se da fragilidade institucional para subverter a soberania popular (SOUZA, p. 261). As práticas típicas de Estados de exceção são realizadas sem a interrupção do Estado democrático. Assim, o entrelaçamento de interesses de certas elites latinas é encaminhado e, com efeito, se atropela a soberania popular.

Já Losurdo destaca que o Ocidente, na sua autodefinição de guardião da consciência moral da humanidade, se acha autorizado a desencadear desestabilizações, golpes de Estado e ‘revoluções coloridas’, embargos e guerras ‘humanitárias’ em todos os quadrantes do globo (LOSURDO, 2012, p. 277). O imperialismo cru do século XIX também assume novas formas. A outrora narrativa cínica do ‘fardo do homem branco’ agora recebe a forma legal e legítima das agressões por meio da retórica da ‘intervenção humanitária’ e do ‘direito de proteger’, sob mandato de poderes ampliados autoconcedidos às potências membras do CSNU – ou, no limite, violando suas próprias atribuições.

Seria ingênuo supor que as ‘revoluções coloridas’ no entorno da Rússia, como a Revolução das Rosas (Geórgia-2003), Laranja (Ucrânia, 2004-14) e das Tulipas (Quirguistão-2005), teriam sido “espontâneas” ou não orientadas pelo ocidente. Moniz Bandeira foi exaustivo ao revelar os grupos criados pelo governo dos EUA como a NationalEndowment for Democracy (NED) e a Agência Internacional para o Desenvolvimento (Usaid), assim como os thinktanks e fundações como FreedomHouse e Open SocietyInstitutevoltados a ‘exportar a democracia’ (BANDEIRA, 2013, 95). Novos golpes que convergem com a velha política de contenção da Rússia, como destacamos (PAUTASSO, 2014).

Assim, não se entendem esses processos de desestabilização e golpes do século XXI (ou políticas de regime change como prefere a elite estadunidense) fora do quadro internacional. Da mesma forma, o abandono de conceitos centrais do marxismo, como de imperialismo e luta de classes, fez setores progressistas não entenderem as raízes profundas do golpismo no Brasil. De um lado, os interesses e o poder (imperialista) das grandes potências inspiram e apoiam os grupos que patrocinam o golpe constitucional no país, ansioso por atuar no Pré-Sal; evitar o protagonismo diplomático do país na integração regional, na África e/ou no BRICS; ter acesso privilegiado ao gigantesco mercado doméstico e seus recursos naturais. De outro lado, os conflitos (de classe) que atravessam o aparelho de Estado estão no âmago da crise atual; e as ingênuas noções ‘republicanistas’ deixaram míope a esquerda brasileira.

Agora como antes repetem-se afirmações alarmistas vindas da direita mais alinhada aos ultraliberais e neoconservadores dos EUA. Em 1964, Jango não era comunista nem corrupto como acusados pelas oligarquias e camadas médias aliadas à UDN. A partir de novembro de 2014, repetem-se mantras no Brasil. Os governos socialdemocratas de Lula-Dilma não são nem bolivariano, nem passível de crítica de moralidade pelo PMDB e seus aliados – silentes diante da sonegação, do financiamento privado de campanha e da corrupção dos partidos tradicionais. Novamente, a moralidade é a retórica para interromper as políticas reformistas e voltar ao seio do Estado e de seus privilégios autoconcedidos. Mais uma vez as camadas médias são insufladas por uma mídia com histórico golpista e práticas pouco transparentes. Novamente a OAB se coloca do mesmo lado, buscando agora a ‘legalidade’ através de um impeachment sem crime de responsabilidade, o que em 1964 buscou-se através do discurso de que Jango teria renunciado e, com efeito, assumido a Junta Militar, conforme a Constituição e mantendo-se funcionamento das instituições (STF, Parlamento, etc.) pelo menos até o AI5 em 1968. Tal como antes, não parece improvável que os grupos líderes das manifestações (Movimento Brasil Livre, Estudantes pela Liberdade, Revoltados Online e Vem pra Rua) tenham apoio externo, como em outros países e em outros contextos (em 1964 o IPES-IBAD). Enfim, a História não é dada a coincidências e mais uma vez veste-secom o manto da farsa. E com isso o Brasil continua sendo o país do futuro a realizar-se…

*Diego Pautasso é Professor de Relações Internacionais na UNISINOS e na ESPM Porto Alegre.

‘Recuperación de Al-Qaryatayn en Siria corta rutas de suministro de EIIL’


Una posición del Ejército sirio establecida en las afueras de la histórica ciudad de Palmira en la provincia central de Homs.

El Ejército de Siria asegura que la liberación de este domingo de la ciudad de Al-Qaryatayn, en la provincia central de Homs, garantiza también la seguridad de oleoductos y gasoductos en Siria y bloquea las rutas de suministro de Daesh.

Con este nuevo logro los oleoductos y gasoductos en la zona estarán asegurados y serán bloqueadas las rutas de suministro del grupo terrorista takfirí EIIL (Daesh, en árabe) entre Al-Badiya (desierto) y Al-Qalamun, reza un comunicado emitido por el portavoz del Ejército sirio, Ali Maihub.

Luego de alabar la “precisa” y “rápida” operación de las fuerzas sirias, la nota indica que “volver a tomar la ciudad de Al-Qaryatayn es sólo otro golpe duro a los terroristas de EIIL”, después de sus recientes derrotas sucesivas en decenas de pueblos y ciudades, como en la histórica ciudad de Palmira.

Al final, destaca la importancia de este éxito debido a la situación estratégica de la urbe, y reitera la firme decisión de las fuerzas sirias de seguir su lucha antiterrorista en todos los puntos del país.

tas/ktg/mrk/HispanTv

Escándalo en Argentina: Macri, implicado en el informe mundial sobre sociedades en paraísos fiscales


Eldestapeweb.com - La investigación Panamá Papers, impulsada por el Consorcio Internacional de Periodistas de Investigación (ICIJ, en ingles) y por el diario alemán Süddeutsche Zeitung, brinda detalles sobre los negocios de 128 políticos y funcionarios del mundo.

Se trata de una filtración de más de 11 millones de documentos exclusivos sobre sociedades registradas en paraísos fiscales dejó expuesto al presidente Mauricio Macri y su padre, en movimientos realizados a través de una sociedad offshore en Islas Bahamas, uno de los principales paraísos fiscales del mundo.

Estas sociedades son creadas para esconder lo que se denomina como plata negra, es decir, sacar de los ojos de la ley dinero devenido de delitos como puede ser lavado de activos y la evasión impositiva. Ahora, será la Justicia la que deba investigar por qué razón el Presidente creó una sociedad en un lugar que se utiliza para estos fines.

El presidente Macri figuró como directivo en una sociedad de las islas Bahamas, Fleg Trading Ltd: según informó el diario, que participó de la investigación de Panamá Papers, Macri integró, junto con su padre Franco y su hermano Mariano, el directorio de una sociedad offshore registrada en las islas Bahamas desde 1998, identificada como Fleg Trading Ltd.

Se trató de una derivación del holding que los Macri habían montado en Argentina y en Brasil. Fleg Trading Ltd. funcionó hasta 2009, año en que Macri ejercía como jefe de Gobierno porteño.

"Dicha sociedad, tenía como objeto participar en otras sociedades no financieras como inversora o holding en Brasil. Estuvo vinculada al grupo empresario familiar. De allí que el Sr. Mauricio Macri fuera designado ocasionalmente como director, sin participación accionaria", sostuvieron los voceros del presidente.

Se trata de multimillonarios acuerdos en paraísos fiscales, que en sí no son ilegales, pero que en su mayoría son usados para evadir impuestos o lavar dinero.

En total, 140 políticos de 50 países del mundoaparecen en la investigación, como Macri junto a su padre Franco y hermano Mariano, directivos de la sociedad Fleg Trading Ltd.

La compañía del jefe de Gobierno de la nación suramericana fue registrada en las islas Bahamas entre 1998 y 2009, sin embargo, al ser electo como gobernador de Buenos Aires en 2007, el actual presidente de Argentina no incluyó en su declaración jurada sus vínculos con la firma.

"Dicha sociedad, tenía como objeto participar en otras sociedades no financieras como inversora o holding en Brasil. Estuvo vinculada al grupo empresario familiar. De allí que el Sr. Mauricio Macri fuera designado ocasionalmente como director, sin participación accionaria", sostuvo su portavoz Iván Pavlovsky, quien añadió que la actuación del actual mandatario "fue circunstancial y solo cubrió formalmente el cargo en el directorio".

Entre las otras personalidades que figuran en la lista de sociedades en paraísos fiscales se encuentran el jugador de fútbol argentino Lionel Messi, los primeros ministros de Georgia e Islandia, el rey de Arabia Saudita, Salmán bin Abdulaziz; el presidente de Ucrania, Petro Poroshenko; la hermana del rey emérito de España, Pilar de Borbón; entre muchos otros.

Donald Trump: EEUU se encamina a una recesión masiva


Por: teleSURtv.net

El precandidato republicano a la presidencia de Estados Unidos, Donald Trump, aseguró este domingo que las condiciones económicas del país son tan peligrosas que se encamina hacia una "recesión muy masiva" y que es un mal momento para invertir en el mercado de valores, por lo que aconsejó a los estadounidenses que se abstengan de hacerlo.

"Creo que vivimos una burbuja económica y financiera", dijo el multimillonario durante una entrevista con el diario "The Washington Post".


Asimismo, consideró que las previsiones económicas más optimistas se basaron en datos falsos sobre el desempleo y activos inflados de precio en el mercado de valores de Estados Unidos.

Trump afirmó que está en capacidad de corregir esa situación, pese a las previsiones pesimistas.

Además aseguró que de llegar a la presidencia de la nación norteamericana ejecutará un plan para deshacerse de la deuda nacional, estimada en aproximadamente 19 billones de dólares, "en un plazo de ocho años".

La coalición contra el Estado Islámico destruye un consulado turco en Irak


La cancillería de Turquía ha anunciado que la coalición liderada por EE.UU. destruyó con su consentimiento el edificio del consulado general de Turquía en la ciudad de Mosul en Irak.

La cancillería turca ha anunciado este lunes que el edificio del consulado general en la ciudad iraquí de Mosul ha quedado destruido por un ataque de la coalición internacional que combate al Estado Islámico. La acción que destruyó el consulado fue acordada con Ankara.

"El complejo de edificios de nuestro Consulado General en Mosul ha sido ocupado por el EI desde 2014 y, según datos de Inteligencia, permanecían instalados allí varios altos mandos de los terroristas", reza la declaración del Ministerio, que anunció su destrucción este lunes por la mañana, informa el diario turco Hurriyet.

Según esta declaración, la operación fue acordada con Ankara en todas sus etapas.

Mosul, la segunda ciudad más grande de Irak, permanece ocupada por la organización terrorista desde hace casi dos años.

Actualidad RT

Irán despliega un comando en Siria


Un funcionario militar iraní ha anunciado que un comando de tropas especiales de su país está desplegado en Siria en misión de asesoramiento.

Amir-Ali Arasteh, coordinador adjunto de las Tropas Terrestres del Ejército de Irán, ha anunciado en declaraciones a la agencia de noticias persa Tasnim que comandos iraníes de la 65ª brigada habían asumido una misión de asesoramiento de las fuerzas sirias.

Irán mantiene asesores militares en Siria, donde el Gobierno del presidente sirio Bashar al Assad combate a varios grupos armados respaldados por algunos países, incluido al grupo terrorista el Estado Islámico, Frente Al Nusra y otras organizaciones extremistas.

La presencia de asesores militares de Irán fue acordada por los Ministerios de Defensa de ambos estados. Sin embargo, Irán no mantiene unidades regulares de sus tropas desplegadas en el país árabe, indica el portal iraní PressTV.

Rusia, aliada de Siria, viene llevando a cabo una campaña aérea contra grupos terroristas en Siria desde septiembre de 2015 a solicitud del Gobierno sirio.

¿Llegó el 'spetsnaz' iraní a rematar al EI?

Con la ayuda de sus aliados, el Gobierno sirio ha sido capaz de arrebatar a los grupos terroristas varias zonas del país, incluida la antigua ciudad de Palmira, que cayó en manos del Estado Islámico en mayo de 2015.

La derrota del Estado Islámico en Palmira "ha cambiado el equilibrio de fuerzas" en este país, opinó este lunes el viceministro ruso de Exteriores, Serguéi Riabkov.

"En Siria se da una situación ahora que permite la posibilidad de dar un golpe demoledor a las organizaciones terroristas, sobre todo al EI, pero también al Frente Al-Nusra y otros", explicó.

Actualidad RT

domingo, 3 de abril de 2016

Pentágono treina militantes islâmicos na Síria


O Pentágono admitiu que está treinando rebeldes sírios. O coronel do Exército americano Steve Warren disse a jornalistas na última sexta-feira que “dezenas de pessoas estão sendo treinadas”, sem revelar mais detalhes.

Entretanto, oficiais americanos disseram à Reuters, sob condição de anonimato, que o treinamento vem acontecendo na Turquia.

Os esforços mais recentes são uma recauchutada no programa multimilionário anterior do Pentágono, que tinha como objetivo treinar milhares de rebeldes sírios para combater os jihadistas do Daesh.
O plano inicial, contudo, terminou após um escândalo, quando foi revelado que apenas um punhado de rebeldes permaneceram após o treinamento. A Radio Sputnik debateu as revelações mais recentes com o analista de Oriente Médio e editor da revista Politics First, Marcus Papadopoulos.

“Desde o fim de 2011 e início de 2012, quando o ocidente realmente começou a intervir na Síria, o ocidente projetou o mundo essa ideia de que a América honrada está armando e treinando combatentes pela liberdade da Síria”, disse o analista.

“A realidade é que a América não é honrosa e as pessoas que os americanos vêm treinando nos últimos cinco anos na Síria não são combatentes pela liberdade, não são rebeldes. Eles são militantes. São militantes islâmicos. São terroristas. São as pessoas que vêm executando alguns dos crimes mais horríveis imagináveis não apenas contra sunitas na Síria, mas contra xiitas, judeus e cristãos.

Papadopoulos falou também sobre como os EUA têm um longo passado de parceria com islâmicos. Ele citou como exemplos o Afeganistão, a Bósnia e como os EUA mantinham contato com Osama bin Laden.
Sobre a Síria, o coronel Warren afirmou que os EUA não haviam aberto mão de seu objetivo de derrubar o governo de Bashar Assad. Os Estados Unidos também não pediram à Turquia que fechasse sua fronteira com a Síria, apesar de a Turquia ser uma grande aliada dos EUA.

“A estratégia americana na Síria é uma bagunça completa, é inteiramente caótica. Eles têm abertamente dito que seu objetivo é derrubar o Presidente Assad e o governo sírio. Isso, é claro, contradiz a carta da ONU e as leis internacionais, mas desde quando os americanos foram genuinamente comprometidos com a lei internacional e com a carta da ONU?”, indagou o analista.

Sputniknews

Terrorismo: os clientes


No dia 22 de março Bruxelas foi alvo de ataques terroristas reivindicados pelo "Estado Islâmico" em que morreram 35 pessoas e mais de 300 ficaram feridas. No dia 25, a cidade iraquiana de Alexandria foi vítima de um outro ataque terrorista reivindicado igualmente pelo "ISIS" em que morreram 32 pessoas e 80 foram feridas.

Por Ângelo Alves, no Jornal Avante

No dia 27, em Lahore, no Paquistão, um ataque reivindicado pelo autodenominado "Jamaat ul Ahrar" (uma cisão dos talibã) matou 72 pessoas e feriu 359.

Poderíamos continuar com dezenas de outros relatos de ataques terroristas ou de conflitos militares que só no ano de 2014 vitimaram diretamente cerca de 200 mil seres humanos. Conflitos alimentados pelos complexos industriais militares das grandes potências imperialistas, num negócio de bilhões, dominado pela Otan, em que seis dos seus membros (EUA, França, Alemanha, Itália, Espanha, Dinamarca) são responsáveis por 56% do total de "exportações" de armas em todo o mundo (com os EUA à cabeça com 33%), tendo como seus principais "clientes" países como a Turquia, Israel, o Egito, Marrocos, a Jordânia, os Emirados Árabes Unidos, o Qatar e… a Arábia Saudita, o segundo maior importador de armamento do Mundo, apenas suplantado pela Índia.

Olhando para esta lista de "clientes" da Otan faz-se luz sobre uma afirmação de sempre do Partido Comunista Português: é preciso combater o terrorismo nas suas causas, e uma das causas é a política do militarismo e da guerra, da ingerência, da agressão a estados soberanos e de terrorismo de Estado. Do mesmo modo que os taliban e a própria Al-Qaeda foram criados, financiados, "educados" e treinados pela CIA para combater o "inimigo soviético" e controlar o Afeganistão, também o "moderno" terrorismo "islâmico" é um resultado da ação das potências imperialistas mundiais que visam redividir o Oriente Médio, mantendo a sua supremacia econômica e militar na região ou dos seus "clientes" regionais.

Numa recente entrevista a um diário português, o presidente do Instituto Islâmico Britânico afirmava que "o ISIS não apareceu do nada, sempre existiu, o ISIS é a Arábia Saudita". Tem razão, quer abordemos a afirmação do ponto de vista ideológico (o Wahhabismo e o Salafismo são a base ideológica comum do regime ditatorial saudita, do ISIS e da Al Qaeda) quer do ponto de vista do papel da Arábia Saudita, e seus aliados no "Conselho de Cooperação do Golfo", na estratégia imperialista de redivisão sectária e confessional na região, e em particular na Síria.

Estão já hoje abundantemente documentadas as ligações dos principais "clientes" da Otan no Oriente Médio aos grupos de mercenários e criminosos que atuam na Síria. O fortalecimento do "ISIS" resulta da criação do "Exército Sírio Livre" que nas suas fileiras integra ou integrou organizações terroristas como a "Frente Al-Nusra" e o "ISIS" e cujos "combatentes" foram treinados em campos de treino na Turquia. "Exército" de "libertadores" que teve como um dos seus principais "dirigentes" Ibrahim al-Badri, o atualmente conhecido "califa" Abu Bakr al-Bagdadi, o "chefe" do "Estado Islâmico" no Iraque e Síria, com conhecidas ligações com o senador norte-americano John Mc-Cain.

Não há hipocrisia que apague a evidência: o terrorismo que assola o continente europeu nasceu do caos criado pelas sucessivas intervenções imperialistas no Oriente Médio, na Ásia Central e na África. Nasceu da guerra que desde a primeira invasão do Iraque no século passado foi feita a todos os estados da região do Oriente Médio que cometerem esse terrível crime de não se vergar à dominação imperialista. O terrorismo que vimos em Bruxelas alimenta-se ideologicamente do ódio emanado das teorias do "choque de civilizações" e também do racismo e xenofobia presentes nas políticas europeias ditas de migrações. Mas não só. As armas, os veículos, os enormes "custos operacionais" de organizações terroristas como estas não caem do céu. E o rasto do dinheiro leva-nos, mais uma vez, à Otan e aos seus "clientes".

O ódio machista da revista IstoÉ


Por Soninha Corrêa, em sua página no Facebook:

Acabei de ver a capa do panfleto semanário IstoÉ. Não li a matéria por dois simples motivos: 1) Não é possível que haja qualquer coisa que se aproxime de jornalismo, quando uma capa e sua respectiva chamada são de um nível que não consigo encontrar palavras para classificar. 2) Meu estômago não resistiria a tamanha putrefação.

A capa da IstoÉ ultrapassa todos os limites. Todos. Poderíamos falar do limite da dignidade humana. Ou, quem sabe, do desrespeito humano. Ou ainda à institucionalidade. Não. Nada disso responderia a atitude misógina do panfletário folhetim.

IstoÉ, para cumprir seu rito golpista, utiliza-se do pior proselitismo de reforço ao ódio, ao fascismo e ao machismo.

Quando uma médica se recusa a atender um bebê por este ser filho de alguém que pensa diferente de si, é por ter seu argumento embasado em situações dessa natureza.

Temos no país o que há de pior, em todo o mundo, no que diz respeito ao papel da mídia que, apoiada numa legislação retrógrada, faz o que quer, na certeza da impunidade.

A novidade do golpe é iniciar uma campanha que apresente a presidenta como uma louca. A desequilibrada que não tem condições de governar o Brasil.

Mas, tenho que dizer: nisso Lula e Dilma tem culpa, sim. Não fizeram as reformas estruturantes e democratizantes que o país tanto necessita.

Entre elas, destaco, a reforma da mídia. Subestimaram o papel que a imprensa golpista poderia exercer (e está exercendo) em favor da classe que representa e serve, utilizando-se das gordas verbas publicitárias. Subestimaram, em última instância, a luta de classes.

Pois, se Dilma está sendo tratada como demente, pelo menos que tenha um surto de lucidez e decrete uma nova Lei de Meios no Brasil, que puna minimamente crimes como essa capa de IstoÉ.

Política de Macri ameaça 200 mil empregos, diz CNI da argentina


O secretário da União Industrial Argentina (UIA), Juan Carlos Sacco, advertiu que esse setor poderia ver os postos de trabalho diminuírem se o governo não agir oportunamente. "Se não fEm entrevista à Rádio 10, o empresário apontou ao Ministério de Energia e disse que com os aumentos no preço da luz, o gás e os combustíveis, "querem se suicidar".

"Se não forem tomadas algumas medidas rápidas, as perdas de emprego no setor industrial vão acontecer. Podem se perder muito rapidamente entre 100 e 200 mil postos de trabalho", afirmou.

O secretário geral da UIA destacou o chamado tarifaço nos serviços públicos e no transporte, assim como a crise no Brasil, com a possibilidade de uma onda de novas demissões.

Segundo ele, muitas empresas entram em situação de crise pelo impacto desses aumentos e a queda na produção, que se estão acontecendo ao mesmo tempo.

Disse ainda em um encontro com o ministro de Energia, Juan José Aranguren, que quase sete mil PMEs (pequenas e médias empresas) poderiam sofrer perdas de postos de trabalho se o aumento anunciado nas tarifas não for revertido. "Não é que as pessoas não querem pagar, é que não conseguem", enfatizou.

Recentemente, o ministro de Transporte, Guillermo Dietrich, apresentou os aumentos de até 100% nas tarifas de transporte.

Antes disso, o ministro de Produção, Francisco Cabrera, confirmou um aumento de preços de até 500% no serviço de água e de 300% no de gás.

Há poucas semanas, o governo de Mauricio Macri decretou um aumento de 300% no serviço de eletricidade.

Prensa Latina

Rusia despliega un nuevo sistema S-400 en Siria que alcanza Tel Aviv


Un rotativo digital israelí afirma este domingo que Rusia ya ha desplegado un nuevo sistema antiaéreo S-400 en Latakia, noroeste de Siria.

Según el sitio web The Jewish Press, el sistema S-400 en cuestión puede alcanzar hasta el Aeropuerto Ben Gurión, en el sureste de Tel Aviv, y su despliegue es una exhibición para mostrar las nuevas capacidades de dicho sistema.

El pasado mes de marzo, Moscú anunció que los S-400 permanecerían en Siria después de la parcial retirada de fuerzas rusas de Siria. Mientras tanto, los diarios israelíes hablan de la posibilidad de que estos aparatos caigan bajo el control de integrantes del grupo terrorista EIIL (Daesh, en árabe).

zss/mla/msf/ HispanTv