quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Novo presidente da Guatemala: de palhaço a dono do circo
Desde a queda do presidente Jacobo Arbenz, em 1954, a Guatemala jamais parou sua autoimolação. Desde o golpe organizado pelo Departamento de Estado e executado pela CIA, que ungiu como presidente um de seus mais lascivos vassalos, o coronel Carlos Castillo Armas, executado em 1957, se consolidaram razões para a guerra civil que deixou 300 mil mortos, 80 mil desaparecidos e mais de um milhão de refugiados, entre 1960 e 1996, quando se firma o Acordo de Olso.
Por Guadi Calvo*, para o Vermelho
Em 1960, 62% das terras do país estavam nas mãos de 2% da classe dominante. A discriminação contra a etnia Maya-K’iche, que representa 45% da população, mais outros 45% dos “ladinos” (mestiços), impedia que eles tivessem acesso à educação, saúde e qualquer tipo de representação política. Eram, e seguem sendo, submetidos a todo tipo de arbitrariedades do Estado e da classe dominante: desde a superexploração trabalhista à proibição de praticar seus rituais ancestrais.
A discriminação colaborou para a consolidação das condições objetivas para iniciar uma guerra revolucionária. Diferentes organizações de inspiração marxista como as F.A.R. (Forças Armadas Rebeldes), MR-13 (Movimento Revolucionário 13 de novembro), O.R.P.A. (Organização do Povo em Armas), E.G.R. (Exército Guerrilheiro dos Pobres), terminariam aglutinadas em 1982 na URNG (Unidade Revolucionária Nacional Guatemalteca), que resistiu durante 36 anos a todos os embates do exército guatemalteco e comandos especiais como Kaibiles – especialistas em tortura treinados por Israel e Estados Unidos – e grupos paramilitares como Movimento de Ação Nacionalista Organizado, Nova Organização Anticomunista, Conselho Anticomunista da Guatemala, Olho por Olho e Jaguar Justiceiro, que atuaram especialmente contra comunidades indígenas e camponesas. Esta guerra civil deixou 200 mil mortos, 50 mil desaparecidos e um milhão e meio de exilados.
A partir de 1996, uma sucessão de governos neoliberais, que acataram as orientações e aplicaram sem anestesia as recomendações do Fundo Monetário Internacional, aprofundou a crise econômica que a esta altura já era endêmica.
A diferença social entre ricos e pobres se agigantou, ao passo que os índices de criminalidade dispararam geometricamente, convertendo a Guatemala em um dos países mais violentos do mundo.
Maras, feminicídio, linchamentos, cartéis & CIA LTDA
A partir do atentado de 2001, os Estados Unidos começaram a aplicar ferrenhamente diferentes leis sobre a imigração, o que fez com que nos quatro anos subsequentes mais de 20 mil jovens criminosos, de origem centro-americana, fossem devolvidos a seus países de origem.
Aqueles milhares de jovens recém-chegados envolvidos em gangues, junto aos outros milhares que viviam sem rumo nas ruas dos bairros pobres das cidades e povoados guatemaltecos, salvadorenhos e hondurenhos, constituíram a base do que mais tarde seria conhecido como Maras [espécie de gangues], incontáveis organizações criminais que em poucos anos conseguiram dominar toda a gama de delitos, desde extorsão ao tráfico de drogas, do mercado negro de armas ao tratamento de imigrantes. A partir de 2002 as Maras começaram a ter uma presença avassaladora em todos os atos de violência da Guatemala, El Salvador e Honduras.
A Guatemala, particularmente, tem uma taxa de criminalidade de quase 43% a cada 100 mil habitantes, o que significa em torno de 15 a 18 mortes violentas por dia. Apesar de os assassinatos de mulheres serem por outras razões, morrem ao dia mais de duas, colocando o país como o primeiro no mundo em número de feminicídio. A insegurança da sociedade guatemalteca gerou anticorpos extrajudiciais que, como acontece sempre, agravam mais o que tentam resolver. Há alguns anos começaram a promover linchamento de suspeitos por diferentes delitos, ação esta que deu margem às vinganças pessoais. Não é necessário mais que um boato sobre alguém para que este termine golpeado e muitas vezes morto, quando poderia tratar-se apenas de uma discussão entre vizinhos, um parente ou um sócio incômodo. Foram registrados quase dois mil episódios deste tipo nos últimos cinco anos.
Como se isso fosse pouco, pistoleiros pertencentes ao cartel mexicano dos Zetas se fortaleceram em povoados cafeeiros do norte da Guatemala. A polícia se converteu em escolta dos narcotraficantes e juízes e fiscais aterrorizados se desligaram de toda responsabilidade, enquanto alguns operam para o Cartel. Enquanto isso, as autoridades de migração produzem, sem muita burocracia, passaportes guatemaltecos aos traficantes mexicanos.
O exército está encarregado de resistir à invasão e fica com a pior parte. Com armamento obsoleto, sem treinamento e com a população contra (já que os traficantes se estabelecem com milhões de dólares e geram prosperidade na região), deve combater um inimigo com treinamento, armamento e salário melhor. Os Zetas estão vencendo a guerra por território com o objetivo de converter o Norte da Guatemala em uma grande pista de aterrisagem para receber os envios dos cartéis colombianos.
Todos os dias centenas de aviões com mais de mil quilos de cocaína cada um chegam nesta região para então ir ao México, onde seguem a caminho dos Estados Unidos.
Da vez do assassino à vez do palhaço
Frente à derradeira violência que vivia o país, as promessas de ordem e pulso firme do general Otto Pérez Molina iriam se impor nas eleições presidenciais de 2012. Graduado na Escola das Américas, foi chefe de inteligência militar durante a presidência do ditador José Efraín Riós Montt (1982-1983), um dos genocidas mais implacáveis que o continente teve notícia. Os organismos de direitos humanos o culpam pela morte de 70 mil indígenas durante sua presidência que durou apenas 16 meses.
O presidente Pérez Molina foi acusado de participar da onda de corrupção de funcionários estatais entre os quais se inclui a vice-presidenta, Roxana Baldetti. A rede de corrupção conhecida como “A linha”, roubou cerca de US$ 130 milhões dos cofres públicos.
Depois que as denúncias foram comprovadas, Pérez Molina foi deposto de seu cargo em setembro de 2015, quando se abriu um novo processo eleitoral que acabou por transferir o poder a outro representante da direita guatemalteca, o ator Jimmy Morales, que com seus mais de 15 anos de carreira na televisão alcançou grande popularidade.
Morales chega à presidência através da Frente Convergência Nacional (FCN), uma organização de direita fundada em 2008 por militares aposentados, envolvidos em um largo processo de violação dos direitos humanos durante a guerra civil que terminou em 1996.
Jimmy Morales, evangélico de 46 anos, se define como: “empresário, professor universitário, comunicador, acadêmico, filantropo e político”. Ao longo de sua carreira com bobo da corte não perdeu uma única oportunidade de zombar dos povos indígenas, justificando a tortura e o assassinato deste e de outros grupos sociais. Contra o aborto e homofóbico, como presidente tenta calar as vozes de quem pede justiça pelo genocídio promovido pelos militares e pela oligarquia, mas apesar disso se define como “defensor da família” e se diz “temeroso a Deus”.
Os assessores de Jimmy Morales são os mesmos militares e empresários que estavam ao redor de Pérez Molina, por isso se crê que ele dará continuidade às políticas neoliberais de seu antecessor, que atualmente está preso à espera de um julgamento.
Pelo que é possível extrair de seu plano de governo, apresentado em apenas meia dúzia de páginas, Morales pretende encabeçar um governo de unidade nacional.
Entre outras propostas “revolucionárias” para a educação, pretende monitorar com dispositivos GPS a localização dos professores e garantir desta forma o horário das aulas. Considera ainda a possibilidade de criar uma Secretaria da Transparência para combater a corrupção.
Aumentará consideravelmente a quantidade de agentes da polícia, espera modernizar a equipe de segurança e ampliar a logística, ao passo que já anunciou a redução de todos os programas sociais.
Morales, que acabou de assumir a presidência, em 14 de janeiro, deverá trabalhar sobre dois eixos fundamentais: combater a pobreza do país cuja taxa é de 59% para uma população de 16 milhões de pessoas e diminuir drasticamente a violência que causa 35,4 homicídios para cada 100 mil habitantes. Um quadro demasiado dramático para ser resolvido com piadas.
Lula: Não permitirei que destruam o projeto de inclusão que começamos
Em entrevista coletiva a jornalistas blogueiros, nesta quarta-feira no Instituto Lula, em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou seu compromisso com o país e disse: “Não vou permitir que ninguém destrua o projeto de inclusão social que nós começamos a fazer em janeiro de 2003”.
Para o ex-presidente é isso de fato o que incomoda a elite conservadora. “Eles não vão destruir esse projeto, porque esse povo aprendeu a conquistar coisas. Esse povo aprendeu que pobre não nasceu pobre, ele ficou pobre por conta do sistema que existe nesse país”, enfatizou. E acrescentou: “Embora a gente governe pra todos, nós temos lado! E a gente tem que mostrar que tem lado! Temos que defender a inclusão social”.
Numa conversa franca e objetiva, Lula abordou diversos assuntos da conjuntura política e econômica. O ex-presidente repeliu as manobras da oposição tucana na tentativa de dar um golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff por meio do impeachment. “Os democratas não podem se conformar com essa tentativa de golpe explícito. Democracia é coisa séria que a gente não pode brincar. Toda vez que tentam brincar com a democracia houve um golpe. Eles brincam com a democracia negando a política”, afirmou.
Ainda sobre o conflito de classe, Lula afirmou que a elite, mesmo ganhando o dinheiro que ganhou, “não aceita” a ascensão social da população. “Aqui no Brasil é visível o ódio por causa do aumento para empregadas domésticas. É visível a bronca porque pobre anda de avião”, afirmou. “Tento tratar isso democraticamente, mas permitir que a direita faça o discurso fascista que faz”, disse.
Sobre a política econômica, Lula afirmou que acredita que a presidenta Dilma vai ser mais ousada, pois um momento de crise permite que se faça tudo aquilo que não faria em um período de normalidade. “O Brasil vai voltar a crescer, vai melhorar, voltar a gerar emprego e a gerar esperança”, disse.
Para Lula, o governo precisa criar condições para a retomada do crescimento, com controle da inflação e aumento da geração de emprego. “O emprego deve ser uma obsessão para nós, e a inflação não pode avançar. Quem perde é o trabalhador, quem ganha são os especuladores. Precisamos continuar investindo em inovação para o país se transformar num país que tenha ascendência mundial”, afirmou.
Lula resgatou que durante a crise de 2008, o governo colocou R$ 100 bilhões do Tesouro para financiar o desenvolvimento. “Na primeira levada que colocamos, os bancos privados não criaram crédito a partir dos títulos do Tesouro. Então fomos com os bancos públicos, compramos o Banco Votorantim para financiar carro, o Bradesco tinha parado de financiar motocicleta e nós fizemos o financiamento para motocicleta nos bancos públicos”, destacou.
Para ele, o momento é de aquecer a economia ofertando crédito às 14 milhões de microempresas e pequenas empresas e toda a cadeia produtiva. “Isso tem de ser feito com mais rapidez. Tem de ter uma política de financiamento de infraestrutura com mais rapidez, e do consumo. Se não tem consumo, ninguém investe. Poderia se tentar ver como está o crédito consignado e fazer uma forte política de crédito consignado, acertado com o movimento sindical e os empresários”, opinou.
“Infraestrutura é central, não apenas ferrovias, mas muitas coisas que você precisa investir. Eu se fosse a Dilma, fazia como os russos: chamava a China e pactuava um grande projeto de investimentos e dava como garantia o petróleo. Eles precisam e nós temos”, lembrou.
Quanto pior melhor
Lula também repeliu a política do quanto pior melhor da oposição tucana. “Acredito que o povo brasileiro precisa repudiar de forma veemente todas aquelas pessoas que trabalham para atrapalhar o desempenho do Brasil, pois na verdade não estão prejudicando o governo, quem sofre é o povo mais necessitado deste país”, afirmou o ex-presidente.
Lula também falou sobre o comportamento da imprensa que tem atuado como partido da oposição. “Admito a politização porque eles têm lado, mas não admito mentira na informação”, disse ele, informando que, diferentemente de outros momentos, vai acionar a Justiça. “Infelizmente, não existe outro jeito, por isso, daqui pra frente vou processar para ver se consigo colocar ordem na casa”, destacou.
“A minha língua está felina outra vez. É a única coisa que tenho para defender a minha honra, o meu caráter e o legado que nós construímos nesse país”, completou.
Sobre a Lava Jato e a campanha de difamação promovida contra ele, Lula classificou de uma verdadeira “execração pública”, mesmo não sendo um dos investigados. “Não existe nenhuma ação penal contra mim. O próprio Moro [juiz responsável pela Lava Jato] já disse que não sou investigado”, lembrou.
O ex-presidente disse também que não há nenhuma possibilidade de uma ação penal ser aberta contra ele, a não ser que a direita conservadora “cometa uma violência democrática”.
"Eles querem chegar no Lula. Eu tenho endereço fixo, todo mundo sabe onde eu moro. Se tem uma coisa que eu me orgulho, neste país, é que não tem uma viva alma mais honesta do que eu. Nem dentro da Polícia Federal, nem dentro do Ministério Público, nem dentro da Igreja Católica, nem dentro da Igreja Evangélica. Pode ter igual, mas mais do que eu, duvido”, disse Lula.
Mentiras
Ele também comentou as ilações de que ele cometeu “jogo de influência” a favor de empresas brasileiras no exterior. “As pessoas deveriam me agradecer porque o papel de qualquer presidente quando viaja é tentar vender serviços de seu país. Essa é a coisa mais normal. Tem uma tese de que o Lula faz jogo de influência. Como se o papel do presidente da República fosse ser uma vaca de presépio”, declarou.
Disse ainda que a imprensa “condena” antes de a Justiça tomar uma posição e que a corrupção na Petrobras é anterior ao seu governo. “Sabe o que é engraçado? Os funcionários envolvidos na corrupção na Petrobras têm 30 anos de carreira. Não houve uma denúncia do MP, da PF... Não houve um presidente que foi mais à Petrobras do que eu.”
Lula ressaltou que as investigações são necessárias e devem apurar os esquemas de corrupção no país. Lembrou que tais operações são possíveis porque desde 2003 foram criados os mecanismos para que nada fosse jogado “embaixo do tapete”.
“Esse processo existe na magnitude que existe porque o governo criou condições para apurações... Dilma vai ser reconhecida por isso”, completou.
Pauta da Dilma
Lula também falou que a presidenta Dilma é vítima diariamente dessa mídia oposicionista. Citou como exemplo a medida tomada por Dilma de manter a política de valorização do salário mínimo, do aumento dos aposentados e garantia do reajuste do piso nacional dos professores. “A imprensa disse que Dilma dá que não tem, quando ela fez o que deve ser feito. Não é o pobre que vai pagar pela crise. E a Dilma está certa. Temos que fazer a economia voltar a crescer. Temos que fazer a coisa mais combinada com o nosso povo, embora a gente governe para todos, nós temos lado e a passeata do dia 16 de dezembro disse a ela: vai à luta, que nós estamos do seu lado”, destacou.
Lula defendeu que a presidenta Dilma deve ter a consciência “de que é ela quem deve fazer a pauta” do governo e não deixar que a imprensa dite a pauta como faz com os vazamentos seletivos toda semana. Ele também disse que Dilma deve viajar pelo país e brincou: “Não tem essa de que vão bater panela. Quem quiser bater panela que bata. É bom porque vão comprar mais panelas”.
O ex-presidente afirmou que vai participar ativamente do processo eleitoral deste ano. “Eu vou fazer mais política. Este ano tem eleições. Eu vou participar ativamente do processo eleitoral. Tem gente dizendo que o PT acabou, vocês vão ver o PT. Estou convencido que o Haddad vai ser reeleito, para ficar no exemplo da maior cidade”, declarou.
Do Portal Vermelho, Dayane Santos
'Como um bom relógio suíço': jornalistas visitam base aérea russa
Mais de 50 jornalistas estrangeiros de vários países chegaram na quarta-feira (20) à base aérea russa de Hmeymim, situada na província de Latakia, no noroeste da Síria.
Há jornalistas dos EUA, Reino Unido, França, Noruega, Armênia e Bielorrússia, além da Síria e Rússia.
A página no Facebook do Ministério da Defesa da Federação da Rússia divulgou fotos de jornalistas fazendo reportagens sobre o quotidiano da base aérea.
A fonte citada informa que os repórteres têm a possibilidade de acompanhar a manutenção dos aviões da Força Aeroespacial da Rússia e, claro, assistir à decolagem dos aviões de combate.
Além disso, a mídia pôde ver como era preparado o envio de um novo lote de ajuda humanitária destinada aos habitantes das cidades e aldeiras sírias ocupadas pelos terroristas, neste caso Deir ez-Zor. O lote consistia de alimentos e medicamentos.
A página do ministério cita um jornalista italiano (sem indicar o nome) que disse que a base aérea funciona "como um bom relógio suíço".
A base aérea de Hmeymim é o centro de estacionamento dos aviões russos que combatem os grupos terroristas Daesh (também conhecido como "Estado Islâmico") e Frente al-Nusra. A Federação da Rússia enviou, em 30 de setembro, os primeiros aviões da sua Força Aeroespacial à Síria para ajudar as forças governamentais desse país a combater os grupos terroristas, após o pedido correspondente de Damasco.
Sputniknews
Aviación siria destruye 1662 objetivos terroristas en 481 vuelos
Avión de combate de la Fuerza Aérea de Siria lleva a cabo una operación antiterrorista en el norte de la provincia de Alepo, sita en el noroeste de Siria.
El Comando General de las Fuerzas Armadas de Siria anuncia que la Aviación siria ha destruido al menos 1662 objetivos terroristas en distintas zonas del país árabe durante las últimas tres semanas.
"La Fuerza Aérea de Siria eliminó 1662 objetivos terroristas en las zonas de Damasco, Homs, Hama, Idlib, y Alepo (…) desde el 27 de diciembre pasado hasta el día de hoy al haber realizado 481 vuelos", según el comunicado emitido por el Comando General y leído este miércoles por el portavoz del Ejército sirio, Ali Maihub.
El comunicado informa que en la zona rural de la provincia de Hama (centro-oeste) los aviones de combate sirios destruyeron varios cuarteles de los grupos terroristas, tres coches blindados y una plataforma lanzamisiles en las localidades de Al-Latamnah y Al-Akrab, además de acabar con dos camiones cargados con armas y municiones en el monte Al-Shahshabo.
Las fuerzas militares ―añade el texto― también recuperaron el control de al menos 15 aldeas estratégicas ubicadas en las zonas orientales y sureñas de Hama.
En la ciudad de Idlib (noroeste), los ataques llevados a cabo por los cazas del Ejército sirio acabaron con al menos cuatro sedes terroristas, un taller de fabricación de proyectiles, varias posiciones terroristas y vehículos.
Maihub también ha añadido que las unidades militares llevaron a cabo una serie de operaciones antiterroristas en la provincia suroccidental de Daraa, donde fueron liberadas varias zonas cercanas a importantes localidades.
“Las unidades militares retomaron el control sobre la aldea de Al-Blaliyah y sobre las granjas que la rodean Quta Oriental en la provincia de Damasco (suroeste), continuando su avance en el suburbio de Harasta (a las afueras de Damasco)”, ha destacado el portavoz del Ejército.
Tras aseverar que el Ejército sirio seguirá con sus operaciones antiterroristas hasta que limpie todo el territorio sirio de la presencia de los terroristas, el portavoz ha agregado que las unidades militares recuperaron el control de al menos 20 aldeas en la provincia occidental de Latakia y, como consecuencia, un gran número de terroristas huyó hacia las fronteras de Turquía y Jordania.
Desde 2011, Siria se ha convertido en el escenario de una crisis ―provocada por varios grupos terrorista que gozan del apoyo de ciertos países occidentales y regionales como Arabia Saudí, Turquía y Catar― que ha dejado más de 260.000 muertos, en base a las estimaciones del opositor Observatorio Sirio para los Derechos Humanos (OSDH).
alg/anz/rba - HispanTv
Mayor cadena de supermercados eslovena boicotea productos israelíes
Una sucursal de la cadena de supermercados Mercator en Liubliana, capital de Eslovenia.
La mayor cadena de supermercados de Eslovenia Mercator ha boicoteado los productos del régimen de Israel, según anunciaron el miércoles los medios de comunicación israelíes.
Retirando los productos israelíes —la mayoría de ellos cítricos, aguacates y dátiles— de sus estantes, Mercator se ha sumado así al movimiento Boicot, Desinversión y Sanciones (BDS).
De acuerdo con el diario israelí Yedioth Ahronoth, la medida de esta cadena de supermercados eslovena consiste en otra victoria para BDS, que busca aislar y deslegitimar al régimen de Israel a nivel internacional.
El acto, sin embargo, provocó la ira del régimen de Tel Aviv que se tradujo en la convocatoria de la embajadora eslovena, Alenka Suhadolnik, para explicarle las grandes consecuencias que conllevará su medidaesta mudanza.
De todos modos, un portavoz de Suhadolnik dijo a The Times of Israel que no existe boicot alguno a los productos israelíes en Eslovenia e hizo hincapié en que el Acuerdo de Asociación entre la Unión Europea (UE) e Israel es la base las relaciones esloveno-israelíes.
“Desde 2014, el Gobierno esloveno no tiene acciones de la cadena de Mercator. Las relaciones entre Israel y Eslovenia son tradicionalmente buenas y marcadas por la cooperación diversificada, en particular en los ámbitos de la economía, la ciencia, la investigación, las altas tecnologías y el turismo”, declaró el vocero esloveno.
Los medios israelíes informaron también de que el embajador israelí en Liubliana, capital eslovena, espera abordar la situación con el Gobierno de Eslovenia y con la administración de Mercator, preocupado por la posibilidad de que la prohibición se extienda a otros países en los que Mercator tiene sucursal, entre ellos Croacia, Serbia y Bosnia.
No es la primera vez que la cadena eslovena de supermercados Mercator boicotea productos israelíes; en 2014 se unió a BDS, poniendo fin a la venta de toronjas israelíes, no obstante, dio marcha atrás tras las críticas y presiones del régimen de Israel y los aliados locales de ese régimen.
De esta forma, Mercator sigue los pasos dados por el gran centro comercial KaDeWe (Kaufhaus des Westens) en la capital de Alemania, Berlín, después de que UE implementara la ley que permite etiquetar los productos israelíes fabricados en los asentamientos ilegales en los territorios ocupados palestinos. La medida ha provocado el enojo del primer ministro israelí, Benyamin Netanyahu.
Los israelíes están profundamente preocupados por la extensión de la influencia de BDS, que consiguió una gran victoria después de que la junta de pensiones de la iglesia protestante estadounidense United Methodist boicoteara a cinco bancos israelíes por sus violaciones de DDHH y actividades en los asentamientos ilegales israelíes.
Las colonias israelíes en los territorios ocupados palestinos son consideradas “ilegales” por la Organización de las Naciones Unidas (ONU), la UE y un gran número de países, ya que contradicen la legislación internacional y suponen un importante obstáculo para un acuerdo de paz entre israelíes y palestinos.
zss/ncl/nal - HispanTv
Todo lo que debe saber sobre el programa secreto de drones de Corea del Norte
El país asiático podría poseer alrededor de 300 drones y el Gobierno surcoreano se enteró del uso de los UAV por parte de Pionyang solo en 2010.
El miércoles pasado Corea del Sur realizó disparos de advertencia contra un avión no tripulado de Corea del Norte en la zona fronteriza entre ambos países. El incidente de nuevo ha despertado los rumores sobre el extenso programa norcoreano de aviones no tripulados de más de 25 años y ha creado dudas sobre la capacidad de Corea del Sur de defender su espacio aéreo.
De acuerdo con la información obtenida por las Fuerzas Armadas surcoreanas, Corea del Norte podría poseer alrededor de 300 drones, algunos de los cuales son capaces de llevar a cabo vuelos de reconocimiento así como ataques aéreos kamikazes, eliminando los objetivos de alto valor de Corea del Sur sin arriesgar la vida de sus soldados.
El experto sobre Corea del Norte, Joseph Bermúdez, señala que por ahora parece que los drones norcoreanos todavía no son capaces de transmitir imágenes en tiempo real a la base o volar largas distancias, pero sin duda podría convertirse en un problema real para EE.UU. y Corea del Sur si el Norte adquiere la tecnología necesaria para su modificación de aliados como China o Irán, informa el portal de la cadena Public Radio International (PRI).
Inicio del programa
De acuerdo con Bermúdez, Corea del Norte adquirió sus primeros vehículos aéreos no tripulados (UAV) de producción china entre 1988 y 1990. En aquel entonces el Ministerio de Defensa de Corea del Norte anunció que pretendía construir una flota de drones y a finales de 1993 el país comenzó a producir sus propios análogos del chino Xian ASN-104 UAV, inicialmente llamado 'Panghyon' ('Guardafango'). Los expertos también sospechan sobre el desarrollo de un modelo posterior basado en un dron más avanzado, el ASN-105, presumiblemente llamado 'Panghyon-2'.
En 1994 Corea del Norte tuvo acceso al dron de reconocimiento UAV del Ejército sirio Tu-143 Reys, que funciona con un motor turborreactor. Pionyang fue acusado de modificar el aparato para que fuera capaz de transportar armas nucleares o biológicas.
El mismo año, Corea del Norte compró 10 drones Pchela-1T (Abeja) del Instituto de Investigación Científica de Rusia Kulon, presuntamente exportados como el Shmel-1 (Abejorro), que tenía controles de televisión, pero era incapaz de volar por la noche. Pionyang también expresó su interés en la compra de más aviones no tripulados Pchela durante la visita de Kim Jong-il a Rusia en el 2001.
Despliegue activo
En 2005, la inteligencia de Corea del Sur accedió a un plan norcoreano detallado de acción en caso de guerra. El documento mostraba que Corea del Norte podría tomar decisiones basadas en la inteligencia de los satélites espía y vehículos aéreos no tripulados. En ese momento, Seúl reaccionó con escepticismo a la idea de que el Norte pudiera tener suficientes drones, pero admitió que podría estar trabajando en esa dirección.
El Gobierno surcoreano se enteró del uso de los UAV por parte de Pionyang solo en 2010, cuando detectó a un avión no tripulado no identificado en la frontera en el mar Amarillo. El UAV aparentemente estaba evaluando ejercicios de artillería de Corea del Norte.
En febrero del 2012, una fuente militar dijo a la agencia Yonhap que Corea del Norte estaba desarrollando un avión no tripulado sobre la base del dron de fabricación estadounidense MQM-107 Streaker. En el 2013, la televisión norcoreana mostró los nuevos drones en vuelo durante un ejercicio militar, destruyendo blancos en el aire y en tierra.
Guerra moderna
La alarma sonó en Corea del Sur en abril del 2014, tras descubrir tres mini drones UAV estrellados en su territorio, al parecer enviados desde Corea del Norte. Los vehículos no tripulados fueron programados con coordenadas GPS para tomar fotografías de instalaciones estratégicas en Corea del Sur, incluyendo la administración presidencial en Seúl. El examen de los aparatos mostró que se trataba de drones modificados de fabricación china Sky-09 y UV10.
Luego Seúl se dio cuenta de que el Norte podía realizar múltiples vuelos exitosos a su territorio con fines de espionaje sin que se notara tras ver un dron en una foto de Kim Jong-un en una base aérea en 2013.
En el 2015 drones norcoreanos fueron detectados en el espacio aéreo surcoreano en dos ocasiones en agosto, pero nunca lograron interceptarlos.
Tal situación llevó a los surcoreanos a desplegar un sistema de radar capaz de detectar aviones de vuelo bajo, el cual entró en funcionamiento a finales del 2015. En Seúl admiten que dicho sistema no es una garantía, ya que siguen sin conocer aspectos del sistema norcoreano de drones como sitios de lanzamiento y posibles capacidades de evasión del radar.
Bermúdez, por su parte, también afirma que hoy en día no hay manera infalible para los estadounidenses y surcoreanos de evitar que los vehículos aéreos no tripulados de vigilancia de Pionyang se infiltren en el espacio aéreo del Sur, por lo que necesitan una mejor combinación de inteligencia y armamento.
Actualidad RT
'Ni come ni deja comer': Berlín impide un crédito chino a Atenas
"Los prestamistas internacionales intentaban debilitar a Grecia según sus propios intereses", considera un experto.
El Gobierno de Alemania no ha querido comentar las palabras de quien fuera ministro de Finanzas de Grecia. Yanis Varufakis, el exministro de Finanzas de Grecia, ha dicho que Berlín impidió a Atenas aprovechar una línea de crédito de China. Y eso lo ha explicado. Porque asegura, que en medio de las negociaciones con los acreedores internacionales a principios del año pasado, el Gobierno heleno estaba preparando un plan alternativo con Pekín.
Varufakis declaró que había un acuerdo con China en materia de inversión en Grecia, incluso en los bonos griegos. "Este acuerdo fue anulado, sin embargo, con una llamada telefónica de Berlín", afirmó el exministro, citado por el portal Ekathimerini.com.
El exministro de Finanzas griego ha revelado esa información en una entrevista a un canal heleno. Además, en referencia a la deuda del país, Varufakis aseguró que Atenas no ha pedido ningún préstamo a Moscú. Explicó que una acción como esa habría provocado la indignación de sus acreedores, quienes podrían haber congelado las negociaciones. En alusión a estas declaraciones, el exasesor del entonces ministro, Daniel Munevar, señala a RT en su entrevista que los prestamistas internacionales intentaban debilitar a Grecia según sus propios intereses.
Anteriormente, en julio del 2015, el Parlamento de Grecia llegó a un acuerdo, asimismo dando luz verde al plan de rescate por valor de más de 80.000 millones de euros exigido por los acreedores para mantener al país en la zona euro.
Actualidad RT
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
Venezuela: Asesinado el periodista Ricardo Durán
Popularmente conocido por su trabajo en La Hojilla
Resumen Latinoamericano / Alba Ciudad/ En horas de la madrugada de este miércoles fue asesinado el periodista Ricardo Duran, popularmente conocido por su trabajo al lado del comunicador, Mario Silva en el programa ” La Hojilla”. Cuerpos de seguridad se encuentran presentes en el sitio del crimen, Caricuao, para determinar las circunstancias en las que le fue segada la vida al comunicador social, según informó el ministro del Poder Popular para la Comunicación y la Información, Luis José Marcano, a través de su cuenta @luisjmarcano en Twitter.
De acuerdo a Informaciones extroficiales, Durán, quien residía en el sector UD-4 de la populosa parroquia Caricuao, habría sido interceptado y ultimado por personas no identificadas cuando llegaba a su lugar de residencia.
Ricardo Duran se desempeñaba como jefe de prensa del Gobierno de Distrito Capital, fue director de Comunicación e Información de la Asamblea Nacional (AN). Durán fue periodista de Venezolana de Televisión y jefe de prensa de la Asamblea Nacional. También condujo un programa en RNV, que lo hizo merecedor del Premio Nacional de Periodismo 2009, en la categoría Opinión mención Radio. Hace pocos días fue nombrado director de prensa del Gobierno del Distrito Capital.
Según un artículo publicado en el 2009 por Tribuna Popular, periódico del Partido Comunista de Venezuela, Durán había recibido en el pasado varios atentados contra su vida por diversas denuncias que había realizado.
El ministro de Comunicación e Información, Luis José Marcano, confirmó el grave hecho de la muerte de Durán a través de la red social twitter, en donde señaló que el Estado efectuará todas las investigaciones pertinentes y hará justicia ante la lamentable tragedia.
“Lamentamos profundamente el asesinato del compatriota Ricardo Durán… Organismos de inteligencia se trasladan a Caricuao en este momento”, escribió.
Precisó que “cuerpos de seguridad esta hora realizan labores en el sitio para determinar circunstancias en las que fue asesinado (…), vamos a esperar los resultados de la investigación como corresponde, el Estado hará justicia con esta tragedia… ¡Honor y gloria a Ricardo!”.
Ricardo Duran fue el periodista de Venezolana de Televisión durante el golpe de abril del 2002, estuvo en Miraflores y defendió siempre con valor la verdad en todo momento. Se desempeñaba junto a Daniel Aponte, como jefe de prensa del Gobierno de Distrito Capital./YU
Spike Lee anuncia boicote ao Oscar 2016 por falta de negros na lista de concorrentes
Spike Lee declarou nesta segunda-feira, 18, que não irá participar do Oscar em fevereiro deste ano por causa da falta de diversidade entre os indicados. O diretor recebeu um prêmio honorário em novembro do ano passado por sua carreira.
Na semana passada, após a Academia revelar os 20 candidatos nas categorias de atuação, sendo nenhum deles negro pelo segundo ano seguido, a hashtag #OscarAindaMuitoBranco foi destaque nas redes sociais.”Nós não podemos apoiar isso e eu não quero desrespeitar os meus amigos, o apresentador Chris Rock, o produtor Reggie Hudlin, a presidente [Cheryl Boone] Isaacs e a Academia. Como é possível pelo segundo ano consecutivo todos os 20 candidatos na categoria de ator serem brancos? E não vamos nem entrar em outros ramos. Quarenta atores brancos em dois anos e nenhuma personalidade”, disse o diretor em seu Instagram. Na postagem, ele também lembrou Martin Luther King Jr.
A mulher de Will Smith, a atriz Jada Pinkett Smith, também já declarou em suas redes sociais que não irá a cerimônia do Oscar e que repudia a falta de diversidade entre indicados.
Sputniknews
Alemães acusam os EUA de levar a cabo ditadura comercial na Europa
Os Estados Unidos usam há muito tempo as negociações comerciais como um instrumento para fazer pressão sobre os seus parceiros europeus, forçando-os a mudar a sua legislação de acordo com os interesses das empresas norte-americanas, divulgou a publicação alemã Der Spiegel.
A respetiva informação foi publicada pela mídia alemã, citando as investigações da empresa Lobby Control.
Os opositores do Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP) têm sempre criticado o documento, destacando a possibilidade de que as empresas dos EUA poderão usá-lo para ditar aos países europeus as políticas que lhes convêm.
Mas as pesquisas da Lobby Control e Corporate Europe Observatory mostram uma realidade ainda mais triste: as empresas norte-americanas já fazem pressão para mudar a legislação da União Europeia.
“Os lobistas lucram com a assim chamada cooperação regulamentar. Por detrás desta expressão está a ideia segundo a qual os projetos de lei são considerados do ponto de vista da possibilidade de criarem obstáculos ao comércio, mesmo antes de chegarem ao parlamento”, escreveu o Der Spiegel.
O artigo da publicação também nota que, desde 1998, os funcionários dos EUA e União Europeia se encontram regularmente com o objetivo de verificar se os projetos de lei e regulações novas impedem ou não o comércio mútuo.
Um dos exemplos desta política foi o caso quando, em 1998, a UE pretendia introduzir uma lei que regularia o uso de substâncias perigosas em equipamentos elétricos. As empresas dos Estados Unidos sofreriam muito com a aplicação desta lei, elas se mostraram contra a proposta e a Comissão Europeia foi obrigada a suavizar muito as suas exigências. O uso de substâncias tóxicas foi proibido só vários anos depois.De mesma forma, os norte-americanos minaram em 1997 a iniciativa da UE de combate às substâncias que destroem a camada de ozono.
O artigo conclui que o setor financeiro e a indústria farmacêutica beneficiarão mais do que outros setores econômicos com a aplicação do polêmico TTIP.
Sputniknews
Dupla dinâmica: Sarah Palin manifesta apoio a Donald Trump
O principal candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu o apoio da conservadora peso pesado Sarah Palin, em um movimento que pode dar um impulso adicional à campanha do empresário a menos de duas semanas do início das votações, nas prévias de Iowa, informou Associated Press.
"Estou muito honrado em receber o apoio de Sarah", disse Trump em um comunicado onde anunciou o endosso da ex-governadores do Alasca, que era companheira de chapa de John McCain, nas eleições de 2008. "Ela é uma amiga, e uma pessoa de alta qualidade a quem eu tenho respeito. Estou orgulhoso de ter seu apoio".
A campanha de Trump descreveu Palin como uma conservadora que "ajudou a lançar as carreiras de vários futuros líderes do Partido Republicano e movimento conservador".
Sputniknews
ESTADOS UNIDOS QUEREM MÉDICOS CUBANOS
E mais, esse médicos não precisam de vistos para entrar no país.
O dono do mundo reconhece a qualidade dos médicos cubanos.
A Organização Mundial da Saúde reconhece a qualidade dos médicos cubanos.
Mas por que os que trabalham aqui foram tão ofendidos?
Porque eles são médicos sérios, apesar de “ter cara de empregadas domésticas e de pedreiros”...
Se eles são bons para os Estados Unidos por que não seriam para nós?
Enfim, os Estados Unidos precisam de médicos cubanos e querem recebe-los de braços abertos.
Sorte deles, azar o nosso.
George Bourdoukan em seu blog
A Venezuela à beira da tormenta
“Empapelar Caracas”. Chavistas mobilizam-se para colar, na capital, milhares de cartazes de Simon Bolívar e do ex-presidente. Ato foi resposta a decisão dos deputados, que retiraram as fotos de ambos do Parlamento
Poder popular avançou, mas não enfrentou burocracia e dependência do petróleo. Oligarquia conquistou Legislativo e quer revanche. Qual o futuro do país de Bolívar e Chávez?
Por Luiz Arnaldo Campos
Em Santa Elena de Uairén , cidade venezuelana fronteiriça com a brasileira Pacaraima, no estado de Roraima, é possível fazer cambio negro abertamente. Em média um real vale 150 bolívares e um dólar entre 700 a 800 bolívares. Como a cédula venezuelana de maior valor é a de 100 bolívares o resultado são pacotes de notas a serem transportados por quem compra o dinheiro venezuelano. Se esta é uma cena emblemática da crise econômica atravessada pela República Bolivariana a outra, sem dúvida, são as filas de gente pobre nas primeiras horas da manhã , esperando para comprar gêneros e artigos de primeira necessidade com preço subsidiado.
Em Caracas, num supermercado privado, um cartaz informa a quantidade de produtos “sensíveis” (entre eles farinha, leite in natura, arroz, azeite, papel higiênico etc…) que podem ser comprados semanalmente por cada consumidor mediante a apresentação da carteira de identidade no caixa.
Como uma espécie de rodízio, na segunda feira podem comprar os produtos racionados os portadores de carteiras terminadas no número 1e 2 e assim sucessivamente pelos dias da semana. O quadro se completa com os reclamos da inflação galopante e da criação de uma espécie de sobrevivência através da especulação. Muita gente desempregada na fila dos armazéns estatais vai comprar a preço baixo produtos que logo estará vendendo no mercado negro com os preços majorados em mais de 100%.
A crise econômica está instalada na Venezuela e o presidente Maduro até agora não conseguiu convencer a maioria do povo trabalhador da culpa da grande burguesia comparadora por este desastre. Para o senso comum é incompreensível que um governo que controla a compra e venda de dólares e dirige plenamente a PDVSA (a companhia estatal de petróleo) responsável por mais de 90% das receitas econômicas do país não seja responsabilizado pela carestia e a piora das condições de vida da maior parte da população.
Claro que tudo é mais complexo. Grandes importadoras compram dólar barato no cambio oficial sob a desculpa de importar alimentos e desviam parte do dinheiro para o cambio negro onde obtém lucros espetaculares e a desaparição de produtos das prateleiras- como o sumiço dos refrigerantes na época natalina- parece claramente uma manobra de grandes distribuidoras para indispor a população contra o governo. Porém, por debaixo das aparências se esconde o fato inconteste: o país está sem divisas e com o petróleo a quarenta dólares o barril não existe muita perspectiva para recompô-las. Até mesmo setores do chavismo admitem que a corrupção na máquina governamental responde pela desaparição de milhões de dólares que afetaram a reserva nacional, porém para além dos chamamentos a retificações devidas no processo revolucionário fica a pergunta: existe uma saída possível e imediata para a crise econômica?
A oposição martela todos os dias que com o chavismo no poder a situação vai transitar do ruim para o pior e nisto aposta suas fichas, muito embora esteja dividida entre aqueles que querem fazer o chavismo sangrar e decorridos três anos (metade) do governo Maduro tentar reunir as assinaturas de cidadãos suficientes para convocar o revocatório (uma eleição prevista pela Constituição Bolivariana, onde a população pode revogar o mandato do presidente e convocar novas eleições) e outros setores que entrincheirados na Assembleia Nacional buscam choques frontais com a presidência.
O governo por sua vez só aponta para alternativas de médio e longo prazo, como um maior controle da moeda, combate à corrupção e construção de uma base produtiva mais ampla do que a extração do petróleo. Parece pouco, até mesmo porque como optou por não reduzir os investimentos sociais – a Missão Vivenda acabou de entregar sua milionésima casa de no mínimo 82 metros quadrados e completamente mobiliada, o metrô de Caracas continua com sua passagem custando incríveis quatro bolívares (para efeito de comparação um cafezinho custa cinquenta bolívares) e modernos ônibus chineses, confortáveis, com ar condicionado e preço subsidiado, se incorporaram a paisagem urbana de todas as cidades- a inflação não dá tréguas. Como não tem recursos para sustentar os gastos sociais o governo imprime dinheiro e com isso a inflação dispara.
No fundo a questão é política. No Chile de Allende, mesmo com o desabastecimento bem mais cruel do que o vivido pelos venezuelanos, a Unidade Popular venceu as últimas eleições parlamentares que disputou aumentando sua presença no Parlamento, fato decisivo para a direita optar pelo golpe. Na Venezuela, o resultado do último pleito foi muito duro para os bolivarianos. A oposição elegeu 2/3 das cadeiras e conquistou maioria absoluta. Porém, estes dados precisam ser esmiuçados. Na prática, a direita ampliou em apenas 300 mil votos a sua votação histórica. Na abstenção e no voto nulo- visto como o chamado voto de castigo de chavistas desiludidos ou apreensivos- construiu sua maioria acachapante. A batalha pelos corações e mentes dos venezuelanos está a pleno vapor.
No último dia 05 de janeiro, com a posse dos deputados eleitos foi dada a largada da etapa atual. Nem mesmo tinham esquentado suas cadeiras, a Mesa Diretora da Assembleia Nacional ordenou a retirada do prédio dos retratos de Chávez e dos quadros de Bolívar feitos durante o período chavista, empossou três deputados do estado de Amazonas, cuja eleição está sob judice pelo Tribunal Superior Eleitoral e apresentou o projeto de uma Lei de anistia com o objetivo de libertar os opositores presos acusados de incitação e participação em atos violentos destinados a questionar a vitória de Maduro quando se elegeu presidente do país. O contra-ataque veio rápido. Maduro solicitou na Justiça a não validação dos atos da Assembleia, por causa da incorporação dos três deputados questionados judicialmente , as Forças Armadas realizaram atos de desagravo á figura de Bolívar e o ex-presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello aventou a possibilidade de mesmo que seja aprovada a chamada lei de anistia não seja cumprida.
Na televisão, Maduro, convocou o povo chavista a ir buscar aqueles que ficaram em casa nas últimas eleições e chamou para este mês de janeiro a realização de um Congresso da Pátria destinado a retificar o processo revolucionário, ouvindo todas as vozes de todos os lutadores sociais. E nisto parece residir o x da questão. Nenhum país da América Latina onde se elegeram presidentes na onda antineoliberal avançou tanto no empoderamento popular quanto a Venezuela. A instalação do poder comunal em diversas administrações locais, rádios e tvs comunitárias, círculos bolivarianos, centenas de iniciativas de formação, organização e participação foram estimuladas e desenvolvidas em dezessete anos de Revolução Bolivariana, porém, não são poucas as críticas ao verticalismo do Partido Socialista Unificado da Venezuela (criado por Chavez para unificar e institucionalizar a ação revolucionária ) , ao mandonismo e a demonização de críticos no interior do partido. Não é à toa que retificação é uma palavra que surge em todas as bocas. Da profundidade deste processo renovador, de sua capacidade de combater a corrupção interna e corrigir a autossuficiência do governo (que continua a cometer erros graves no terreno da luta política, como demonstram os enormes murais exaltando a Venezuela Potencia! por cima das longas filas por alimentos) e principalmente de sua capacidade de animar e mobilizar o povo chavista – ainda saudoso do seu Comandante- a sair às ruas para convencer a maior parte da população de que os problemas econômicos possuem uma raiz política e que podem ser superados no interior da via democrática e popular reside a possibilidade do governo ganhar um folego para seguir adiante travando a batalha.
No entanto a grande questão e em última instancia a decisiva é a do horizonte da revolução. Dezessete anos depois da primeira eleição de Chávez, a revolução bolivariana precisa ser relançada, necessita de um programa que atualize seus objetivos, apresente claramente como será alcançada a diversidade produtiva, libertando o país da dependência absoluta do petróleo e como a reforma agrária será capaz de alcançar a tão sonhada soberania alimentar. Estes dois objetivos foram apontados por Chávez ao definir o Socialismo do século 21 como o porto de chegada da Revolução Bolivariana. A partir daí foram realizadas estatizações, se investiu em infraestrutura e foi lançada uma reforma agrária que enfrentou grande resistência dos latifundiários tendo até agora custado a vida de duzentos camponeses , segundo dados oficiais. Nas cidades e nas estradas abundam painéis exaltando a “construção da pátria socialista” e nas lojas e supermercados produtos fabricados por empresas estatais trazem um selo com os dizeres “feito no socialismo”.
Apesar de todo esforço, a Venezuela continua escrava do petróleo, não consegue produzir alimentos suficientes para alimentar seu povo e o socialismo é uma vaga e difusa ideia a espera de sua concretização. Apresentar um programa que seja capaz de mostrar à população como os objetivos estratégicos serão alcançados, o caminho a ser percorrido, as dificuldades que serão encontradas e portanto prepare o povo para os inevitáveis enfrentamentos parece ser uma necessidade inadiável.
De agora em diante os desdobramentos da conjuntura política da Venezuela terão que ser acompanhados diariamente por todos aqueles que reconhecem, valoram e se solidarizam com um processo que em muito ajudou colocar a luta dos povos latino-americanos num patamar superior. Ainda que o Alto Comando da Força Armada Nacional Bolivariana tenha dado provas de coesão e fidelidade ao ideário chavista, setores da direita venezuelana possuem um DNA golpista e sonham com uma intervenção imperialista. A disputa entre os poderes executivo e legislativo assume agora o centro da luta política. A sorte está lançada.
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