quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
ONU: El Estado Islámico secuestra a cientos de niños soldado a los que tortura, viola y asesina
Un extenso informe de la ONU ha documentado algunas de las peores atrocidades cometidas por la organización terrorista del Estado Islámico en Irak entre el 1 de enero de 2014 y el 31 de octubre de 2015.
La organización yihadista Estado Islámico ha secuestrado a cientos de niños de sus familias en el norte de Irak y los ha sometido a horribles abusos cuando estos se negaban a luchar en el frente (lo que ha hecho proliferar el uso sistemático de niños soldados, acto designado como crimen de guerra según el derecho internacional), denuncia un informe del Alto Comisionado de Naciones Unidas para los Derechos Humanos y de la Misión de la ONU en ese país (UNAMI), informa 'The Independent'.
Usando solo testimonios e informes verificados por fuentes fiables entre enero de 2014 y octubre de 2015, la ONU ha descrito cómo los combatientes del EI captan a un gran número de niños en sus campañas de reclutamiento, las cuales son llevadas a cabo en los territorios bajo su control. Aquellos que se negaron a luchar fueron azotados, torturados y violados. Hay informes que indican que los niños soldado que huían de la batalla eran ejecutados.
En un incidente ocurrido en mayo de 2015, un grupo de niños soldado se vieron obligados a ejecutar a 15 combatientes del EI que habían perdido en las batallas o se habían retirado de la lucha en las llanuras de Ninewa. En junio de 2015, el grupo terrorista reclutó en Mosul entre 800 y 900 niños: los que tenían edades comprendidas entre los 5 y los 10 años fueron enviados a campos de educación religiosa y aquellos con edades comprendidas entre los 10 y los 15 años, a campos de entrenamiento militar.
Asimismo, el informe denuncia que en territorío iraquí al menos 18.802 civiles murieron y otros 36.245 resultaron heridos entre el 1 de enero de 2014 y 31 de octubre de 2015. Otros 3,2 millones de personas se han visto desplazadas desde enero 2014, incluyendo a más de un millón de niños en edad escolar. "Las cifras engloban a aquellos que fueron asesinados o mutilados con violencia abierta, pero muchos otros han muerto a causa de la falta de acceso a los alimentos básicos, agua o atención médica", reza el documento.
"El EI continúa cometiendo de forma sistemática y generalizada violaciones y abusos de la ley humanitaria internacional y de la ley internacional de derechos humanos. Estos actos pueden suponer, en algunos casos, crímenes de guerra, crímenes contra la humanidad y posible genocidio", denuncia el texto.
Actualidad RT
El Estado Islámico destruye el monasterio cristiano más antiguo de Irak
El monasterio de San Elías, el monasterio cristiano más antiguo de Irak, que data del siglo VI, ha sido demolido hasta los cimientos.
Las fotografías de satélite obtenidas por la agencia Associated Press confirman las peores sospechas de la comunidad eclesiástica y de los historiadores: el Estado Islámico ha destruido otro objeto del patrimonio cultural por considerarlo herético.
El monasterio de San Elías situado en la provincia de Nínive, al sur de Mosul, era el centro de la comunidad cristiana regional y durante siglos había unido a miles de cristianos.
Los arqueólogos destacan que los terroristas del Estado Islámico están eliminando de la faz de la Tierra grandes monumentos de la historia antigua en Siria e Irak con el objetivo de obtener enormes sumas por estas reliquias únicas.
A inicios de octubre las autoridades sirias informaron que el EI dinamitó el antiguo anfiteatro romano y el Arco del Triunfo, de 2.000 años de antigüedad, ambos en la provincia de Homs.
La ciudad antigua de Palmira fue la capital del Imperio de Palmira entre los años 268-272 d.C. y en la actualidad sólo persisten sus numerosas ruinas. En 1980 fue elegida como Patrimonio de la Humanidad y el 20 de junio de 2013, la Unesco la incluyó en una lista de ciudades en peligro por su exposición a la guerra civil siria.
Actualidad RT
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
Nota da Embaixada da República Árabe da Síria no Brasil sobre o massacre de Begheliyeh
As hordas pertencentes à organização terrorista ISIS atacaram, em 16/01/2016, o bairro de Begheliyeh, invadindo casas e matando civis inocentes por degola, tiros e explosões, o que resultou no assassinato de 280 civis, em sua maioria idosos, mulheres e crianças. As hordas desta organização terrorista também sequestraram cerca de 400 civis desarmados da comunidade de Begheliyeh, que foram levados para outras localidades.
Este novo massacre segue uma sequência de atos terroristas brutais e sistemáticos perpetrados por estes grupos terroristas armados, na Síria, apoiados por países regionais e internacionais que se utilizam destes terroristas para servir aos seus interesses estreitos e para atender às suas agendas geopolíticas para a região.
O governo da República Árabe da Síria afirma que os crimes e os massacres perpetrados pelo ISIS e por outras organizações terroristas não ocorreriam se não fosse pelo apoio ininterrupto dado aos terroristas, tal como o fornecimento de armas, equipamentos, dinheiro e apoio logístico, fornecidos pelos serviços de informações envolvidos no derramamento de sangue do povo sírio, especialmente da Arábia Saudita, do Qatar e da Turquia. Assinala, ainda, para o papel destrutivo da França, que colocou toda a sua diplomacia para falar besteiras que incentivam a perpetração de ações terroristas, através da demonização das forças que combatem, verdadeiramente, o terrorismo.
Os massacres e crimes cometidos pelos grupos terroristas armados na Síria, tais como o “ISIS”, a “Frente Al Nusra”, o “Exército Islâmico”, a “Frente Islâmica”, o “Exército Fath”, o “Exército Livre”, “Os Livres da Síria” e outras organizações terroristas ligadas à estas, requerem do Conselho de Segurança medidas mais severas contra os países que apoiam e financiam o terrorismo que vem tomando os continentes. Este terrorismo não tem, somente, como alvo a paz e a segurança da Síria, mas sim do mundo como um todo. Exige-se, hoje, da comunidade internacional que reafirme o seu compromisso em lutar contra o terrorismo e os grupos terroristas e extremistas, longe da politicagem, da duplicidade de pesos e medidas e através da total cooperação e coordenação com o Governo da República Árabe da Síria, para combater este perigoso flagelo e oferecer o apoio ao Governo sírio, que luta contra o terrorismo, em nome de todos os povos do mundo, em defesa do ser humano, dos valores de justiça, de liberdade e de uma vida digna, e para combater o mal do extremismo, do fanatismo cego e das ideias obscurantistas e destrutivas. Estes crimes estão sendo cometidos perante a chamada “Coalizão Americana” e dos outros países que colaboram com ela e que já provaram o seu fracasso e a sua hipocrisia, enquanto o Exército Árabe Sírio e as Forças Aéreas russas travam uma guerra implacável contra este terrorismo.
O Governo da República Árabe da Síria, ao afirmar a priorização da luta contra o terrorismo na Síria e sua perseverança em continuar cumprindo com o seu dever de defender o povo sírio e protegê-lo de tudo o que possa afetar a sua integridade, de acordo com as suas responsabilidades constitucionais, conclama, mais uma vez, o Conselho de Segurança e o Secretário Geral das Nações Unidas a condenar estas ações criminosas de terrorismo e para que todos os membros do Conselho de Segurança assumam a sua responsabilidade de lutar contra o terrorismo, erradica-lo e secar suas fontes de financiamento através do cumprimento de suas resoluções, especialmente as resoluções números 2170(2014), 2178(2014), 2199(2015) e 2253(2015), e a adotar todas as medidas dissuasivas contra os países, indivíduos, associações e instituições que violam estas resoluções, especialmente os regimes da Turquia, do Qatar, da Arábia Saudita e de alguns países ocidentais que continuam mantendo este complô contra a Síria.
Fonte: Embaixada da República Árabe da Síria
Tradução: Jihan Arar
UM EXCREMENTO DENOMINADO CHARLIE HEBDO
Aylan vivia nesta cidade que agora é apenas um monte de escombros.
Alguem sabe quantos Aylan viviam nesta cidade?
Notem a imagem no círculo e a resposta.
O que pouca gente sabe, o jornal pertence à família Rothschild, família que domina os bancos desde a idade média. E hoje, alem do mais, ocupa por intermédio do sanguinário exercito de Israel, as Colinas de Golã sírias, onde produz, segundo os enólogos, o melhor vinho do mundo.
E você, continua je suis charlie?
por George Bourdoukan
Brasil: "Fui caçado pela mídia por um crime que não cometi", diz Adlène Hicheur
Em uma entrevista exclusiva feita durante dois dias, enquanto jornalistas da grande mídia tentavam caçá-lo no Rio de Janeiro, o cientista argelino Adlène Hicheur, professor do Instituto de Física da UFRJ, revelou a sua história e contou como foi sua polêmica prisão e condenação na França, episódios criticados por físicos e defensores dos direitos humanos.
Por Florência Costa e Shobhan Saxena*, enviada ao Vermelho
Acusado de “formação de quadrilha” com terroristas, ele já não devia mais nada à Justiça francesa quando chegou no Brasil, onde reconstruía sua carreira, viajando sempre para a Europa para ver a família, que vive na França. Mas aqui, alvo de uma campanha midiática desencadeada pela revista Época, que seus colegas (inclusive europeus) afirmam ser difamatória, Hicheur decidiu que vai deixar o país.
Adlène Hicheur ainda consegue abrir um sorriso atrás da barba escura e bem desenhada que cobre suas bochechas afundadas. Com uma mochila verde pendurada em seu ombro esquerdo, ele caminha calmamente na sala e senta na beira do sofá.
Então, ele começa a falar, falar, falar. Ele adora falar. No meio de uma frase sobre islamofobia, ele desliza a mão para dentro da bolsa e saca dois livros. Um deles, em francês, é o clássico “As Veias Abertas da América Latina”, do uruguaio Eduardo Galeano. “As pessoas não podem esquecer a sua história. Eu li este livro quando estava na prisão e estou lendo de novo”, diz. “Nós precisamos conhecer as alternativas, outras formas de vida”, diz ele, tirando da bolsa outro livro, este em português: “Por uma outra Globalização”, do renomado geógrafo brasileiro Milton Santos. “Eu adoro suas ideias. Ele faz uma nova interpretação do mundo contemporâneo”, comenta, enquanto bebe chá branco em pleno calor carioca. “Eu gosto de chá. Não preciso de café. Já sou muito agitado”, conta. Ele coloca a mão dentro da mochila novamente e desta vez surgem mais dois livros sobre ecologia e desenvolvimento sustentável.
Hicheur, 39, não precisa de gatilho para começar uma conversa. Parece que dezenas de ideias borbulham na sua mente ao mesmo tempo. Ele salta, em questão de minutos, de física de partículas, para geopolítica, história da Argélia, repressão aos muçulmanos na Europa, álgebra, culinária, cinema. Há espaço até mesmo para Batman em sua conversa. As frases saem de sua boca em várias línguas: inglês, francês, português, de vez em quando com pitadas de árabe.
Ele faz uma pausa apenas para enxugar o suor de sua testa ou para ajustar os óculos que pousam em seu nariz. Então, a conversa amena começa a ganhar um tom mais sério: a sua atual situação. Ele se afunda no sofá e fica em silêncio – por alguns segundos. “Sinto que tem uma bola no meu estômago – sinto um vazio”, franzindo suas fartas sobrancelhas. “Eu decidi deixar o Brasil. Não sei ainda para onde vou e quando, mas vou embora”, contou.
Adlène Hicheur não está deixando o Brasil por sua própria vontade. O cientista, tido por todos que o conhecem como brilhante, e seus colegas dizem que ele está sendo empurrado porta a fora. Hicheur foi taxado no Brasil como uma ameaça terrorista real devido às acusações do passado. Ele protege firmemente a sua privacidade, não deixando que se fotografe seu rosto, até para não sofrer agressões na rua.
Mas sua vida – e seu passado – não é nenhum segredo. Uma simples procura no Google mostra que em 2009, enquanto trabalhava na famosa Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (Cern), que abriga um superacelerador de partículas, perto de Genebra, na Suíça, ele foi preso pela polícia francesa. A acusação foi de “formação de quadrilha” com um grupo terrorista” (Al Qaeda no Mahgreb). Ele passou 30 meses encarcerado. É também de conhecimento público que a polícia francesa acusou Hicheur devido a 35 e-mails e conversas virtuais em fóruns na internet com um interlocutor que usava pseudônimo e que alegadamente seria um integrante argelino da Al Qaeda.
Durante o julgamento, não se conseguiu apresentar nenhuma prova ou indício de que ele teria tomado qualquer ação para concretizar seus comentários. Sua resposta às acusações é bem conhecida também: ele alega que as conversas online icluíam numerosos tópicos internacionais, que ele nunca planejou nenhum ataque terrorista com ninguém. Há até uma página na Wikipedia sobre Hicheur que compara seu caso com o de Lotfi Raissi, acusado de ser o principal mentor do ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 nos EUA, mas depois foi libertado sem qualquer acusação.
Também não é segredo que após 949 dias na notória prisão de Fresnes, em Paris, Adlène Hicheur foi liberado em maio de 2012. Ele deixou o país um ano depois, com o caso encerrado. Desde então, já no Rio, ele procurava colocar sua vida nos trilhos novamente – como professor e pesquisador. Aqui ele estava feliz porque se sentia bem acolhido. Ele já havia se convencido de que conseguiria apagar a marca de terrorista que havia sido carimbada em seu rosto na Europa e que o assombrou de 2009, quando foi preso, a 2013, quando chegou aqui. “Fui capaz de ensinar física na UFRJ e me dediquei totalmente às minhas pesquisas, além de escrever artigos acadêmicos. Tudo caminhava muito bem. Isso era tudo o que eu queria na minha vida e aqui no Brasil eu encontrei espaço para fazer isso”, lembrou Hicheur.
Ele estava no lugar certo, mas provavelmente no momento errado.
Reciclando o passado
No último dia 9, em meio à intensa disputa entre partidos políticos sobre a “necessidade” de o país adotar uma lei anti-terrorismo, Hicheur apareceu na capa da revista Época, com uma reportagem intitulada “Um terrorista no Brasil”. A matéria afirmava que havia “um segredo” na biografia do cientista, que estava sendo investigado pela Polícia Federal. Dizia ainda que ele havia recebido “uma bolsa do governo e que ensina em uma universidade pública”. A reportagem citou alguns e-mails que falavam em atentados terroristas, trocados entre ele e e um interlocutor chamado Phenix Shadow, que segundo o governo francês seria um membro da Al Qaeda. Mas Hicheur e seus colegas reagiram afirmando que a matéria remoeu detalhes velhos do caso já amplamente noticiados na mídia europeia há seis anos. A foto de um Hicheur barbeado foi estampada com um título em vermelho: “terrorista”. A reportagem parecia trazer a mensagem de que o Brasil está sob uma ameaça terrorista. “Não há segredo em meu currículo. Eu cheguei ao Brasil com um visto válido, convidado por um centro de pesquisas. Meu caso é muito conhecido, é passado. Eu sou cientista, mas eles me carimbaram como terrorista ao reciclar de forma vergonhosa uma história velha”, protestou Hicheur, com um misto de tristeza e raiva.
Isso foi apenas o início de seu pesadelo brasileiro, com toda a grande mídia atrás dele. Sua foto, retirada do website do Ministério da Ciência e Tecnologia, ilustrou jornais e revistas, além de reportagens de televisão. Adlène Hicheur, um cientista que ainda trabalha, a partir do Brasil, em parceria com o Cern, foi apresentado como um perigo iminente ao Brasil. “Seu julgamento e condenação foram muito questionados. Os juízes sabiam disso, senão não o teriam liberado após três anos”, afirmou Patrick Baudouin, seu advogado, ao jornal Le Monde, na última quinta-feira. O Le Monde publicou uma matéria sobre o escândalo em torno de Hicheur a partir da reportagem da revista. Mas o próprio jornal francês, que fala de uma “máquina midiática-política”, coloca a palavra “terrorista” entre aspas. “Em todo o caso ele cumpriu sua sentença”, acrescentou Baudouin, que é também diretor da Federação Internacional dos Direitos Humanos.
Mas o estrago já tinha sido feito.
Fatos cruciais foram ignorados no bombardeio contra Hicheur, como o de que ele foi condenado no dia 5 de maio de 2012 e liberado apenas 10 dias depois. A longa detenção de Hicheur foi criticada por mais de 600 cientistas, incluindo o prêmio Nobel de Física Jack Steinberger, além de organizações de defesa dos Direitos Humanos na Europa.
Hicheur acredita que está sendo julgado novamente no Brasil, quando já cumpriu a pena, e por um crime que, segundo ele, nunca cometeu.
“Nem a mídia francesa mostrou uma hostilidade tão exacerbada contra mim”, disse o físico, que recusou-se a falar com os jornalistas que invadiram sua sala na UFRJ e bateram na porta de seu apartamento, na Tijuca. Os repórteres, após entrarem no prédio, que não tem porteiro, fizeram plantão no corredor de seu andar, até que um colega de Hicheur chamou a Polícia Federal para retirá-los de lá.
Quatro dias após ele ter se transformado em manchete no país, Hicheur concordou em nos dar uma entrevista para contar seu lado na história. “Sem gravadores escondidos e sem fotos”, foi a única condição que ele apresentou. Ele avisou que poderíamos perguntar qualquer coisa.
Vestindo túnica de algodão azul marinho de manga curta, calça preta e sandália marrom, e com um boné cobrindo a sua cabeça, Adlène Hicheur entra na sala da casa de um amigo, aperta as mãos dos jornalistas, e senta para ser entrevistado.
Hicheur conversa com a urgência de um homem que tem muito a dizer mas pouco tempo. Sua dicção é serena enquanto ele faz a conexão do que aconteceu com ele com o contexto político e social mais amplo.
Como um verdadeiro físico, ele explica sua história, como uma equação onde ciência, política, religião e cultura interajam uma com a outra.
Primeiro Julgamento
Hicheur nasceu em Setif, uma região montanhosa com florestas verdes e uma cidade com ruas arborizadas, no norte da Argélia, em 1976. Quando ele tinha um ano, sua família mudou-se para Isère, na França, levando ele, seus dois irmãos e três irmãs. Mesmo tendo nascido em uma família simples - seu pai era operário da construção civil -, ele ficou em primeiro lugar na turma de mestrado de Física Teórica na École Normale Supérieure, uma universidade da elite francesa. Ele fez o doutorado no Laboratório de Física de Partículas de Annecy-le-Vieux de (Lapp), após breve passagem pelo Stanford Linear Accelerator Center (Califórnia). Em seguida, foi para o Rutherford Appleton Laboratory, perto de Oxford, na Inglaterra, onde fez seu pós-doutorado. Depois, ele foi convidado a trabalhar no Departamento de Física de Altas Energias da École Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL), na Suíça, e trabalhou no experimento LHCb do Cern.
Como uma estrela ascendente do EPFL, Hicheur tinha tudo a seu favor quando de repente sua vida começou a se desintegrar. No início de 2009 foi diagnosticado com hernia de disco que o fazia sofrer com fortes ondas de dores na espinha e na perna direita. Ficou confinado na cama da casa dos pais, em Isère. Algumas vezes as dores eram tão insuportáveis que ele tinha que tomar injeções de morfina. Ele só conseguia se locomover com andador.
Mas o pior estava por vir.
No dia 8 de outubro de 2009, a casa dos Hicheurs foi invadida por homens encapuzados fortemente armados. Eram agentes da polícia e da inteligência francesa. Hicheur e seu irmão mais novo, Zitouni, um engenheiro mecânico, foram levados para a delegacia de polícia. Seus computadores e equipamentos eletrônicos foram confiscados. “Não sabíamos o que estava acontecendo. Minha mãe, que é diabética, desmaiou e a polícia não deixou que a socorrêssemos. Mesmo com dores terríveis eu fui levado para o carro da polícia”, lembrou Hicheur com amargura.
Zitouni foi liberado após poucos dias, mas Hicheur foi acusado de “formação de quadrilha” com um grupo terrorista e enviado para a prisão de Fresnes. Sua detenção passou a dominar as manchetes da mídia francesa e europeia.
“O terrorista do Big Bang”
Em 2009, o Cern estava sob holofotes da mídia global por suas colisões de altas energias no maior acelerador de partículas do planeta. O Cern inspirava livros de ficção e filmes com tramas recheadas de teorias conspiratórias. No início de outubro daquele ano, quando coincidentemente nós dois visitávamos o Cern em uma viagem de 10 dias pela Suíça, o entusiasmo em torno do experimento do “Big Bang” (que procurava descobrir a origem do universo), chegava ao ápice.
“Cientista do Big Bang acusado de ter ligações com o terror”, dizia uma manchete em um jornal australiano. Outros reproduziam chamadas semelhantes e aterrorizadoras. Naqueles dias, em conversas com cientistas no bandejão do Cern, nós percebemos que a notícia explosiva assustou muitos, mas não convenceu vários de seus colegas mais próximos. Hicheur, que desde sua prisão tem negado consistentemente sua ligação com grupos terroristas, diz que paga um preço alto por ser um muçulmano bem educado na França. “As pessoas aqui não entendem o que significa ser muçulmano na França nestes dias, o que significa ser um migrante argelino. Se você é um muçulmano com alto nível cultural e educacional e ascendeu na vida eles vão te derrubar. Eu fui apresentado como como um exemplo de terrorista bem-educado, ativo na internet e que se radicalizou. Eles queriam me punir por minhas opiniões políticas”, afirmou Hicheur. “Eles queriam apenas destruir a minha reputação. Eles queriam me desumanizar”, concluiu.
Membros do Comitê de Apoio a Adlène Hicheur, em manifestação na França
Ele não foi o único que interpretou a sua detenção desta forma. Jean-Pierre Lees, um físico do Lapp que trabalhou com Hicheur e fez campanha por sua libertação, disse em 2011 que os promotores “sabiam muito bem que ele não tinha feito nada sério”. Citado em um artigo da revista científica internacional “Nature”, Lees disse que Hicheur foi atingido porque ele é um muçulmano com alto nível de educação trabalhando em física.
Mas o que aconteceu depois, nas palavras de Hicheur, parecia ter sido inspirado em um romance de Franz Kafka. Quatro dias após a sua detenção na delegacia, o juiz que o investigava apresentou acusações contra ele, decretou a investigação formal e ordenou que ele fosse enviado para a prisão de Fresnes. Pela lei francesa, juízes lideram a investigação de crimes. A acusação contra Hicheur é uma das mais comuns em casos relacionados ao terrorismo na França. Apesar de não haver acusação concreta de nenhum ato de terror _ planejado ou executado – contra Hicheur, sua detenção provisória em Fresnes durou quase três anos, com limitado acesso ao mundo exterior. Um grupo de apoio composto por cientistas divulgou uma declaração condenando o estilo “Guantanamo” de encarceramento no caso de Hicheur.
A polícia da Suíça, onde ele viveu e trabalhou até ser preso, o investigou e não conseguiu encontrar nenhuma evidência contra ele.
Os chefes de Hicheur na Suíça e no Brasil são só elogios a ele e rejeitam categoricamente que o físico seja culpado. Aurelio Bay, um cientista suíço que foi seu chefe no Grupo de Altas Energias do EPFL, em Lausanne, nos enviou um email ressaltando a sua crença na inocência de seu subordinado. “A Polícia Federal da Suíça averiguou tudo sobre a vida dele em Lausanne. Não encontraram nada. Eles acharam apenas papeis e contas velhas, copos sujos e discos rígidos que não tinham nada,” disse Bay. “Adlène deveria escrever um livro. O ataque é a melhor forma de defesa”, opiniou Bay.
Política do terrorismo
Em um dia chuvoso, mas quente, no Rio, Adlène Hicheur não esconde que sua mãe, de 68 anos e doente, domina a sua mente. “Você não imagina o que a minha mãe passou quando eu estava na prisão por causa de acusações falsas e o que ela está sentindo agora que estou sendo perseguido novamente no Brasil por algo que não fiz”, lamentou.
Hicheur está triste e desapontado, mas ele não caiu na tentação de mergulhar no sentimentalismo. O cenário do que aconteceu em 2009 e o que está acontecendo agora está claro em sua cabeça. De fora, a França parece um país de primeiro mundo com uma robusta democracia e respeito pelos direitos humanos. Mas uma pessoa que cresceu em bairros empobrecidos e com muitos imigrantes tem uma percepção diferente do que seja o Estado francês. Nesta parte da França invisível, direitos são violados frequentemente, conta Hicheur. Ele acredita que foi alvo do governo de direita de Nicolas Sarkozy, por ser um cidadão francês de origem argelina e muçulmano. “Logo que eu fui levado para a delegacia, o ministro do Interior da França, Brice Hortefeux, declarou que eles haviam ‘feito um grande avanço’. Eu o vi na delegacia. Este ministro foi condenado por racismo. Ele estava com tanta pressa que queria me condenar antes mesmo de me acusar formalmente”, lembra o cientista, citando o comentário racista de Hortefeux, amigo próximo de Sarkozy, contra um homem de origem argelina, em setembro de 2009. Em abril do ano seguinte este ministro foi multado em €750 por um tribunal francês devido a comentários racistas.
Em 2012, a popularidade de Sarkozy despencava. Assim, não foi coincidência, analisa Hicheur, que seu julgamento tivesse ocorrido apenas três semanas antes do primeiro turno das eleições presidenciais na qual Sarkozy encarou uma dura disputa e perdeu para Francois Hollande. “Meu julgamento acabou em apenas duas tardes, depois de me manter na prisão por 30 meses. Esta foi a forma de Sarkozy mostrar que havia capturado um perigoso terrorista”, disse Hicheur, que foi condenado a cinco anos de prisão em 5 de maio, apenas um dia antes do último turno do pleito presidencial. Logo após o veredito, seu advogado, Baudouin, classificou o julgamento de “escandaloso”.
Hicheur diz que a matéria da revista Época distorceu os fatos e ignorou detalhes cruciais que indicariam a sua inocência. Em 2009, antes de ser preso por visitar “websites de conversas subversivas islâmicas”, Hicheur estava seriamente doente, tomando medicação. “Durante aquele período eu passei seis meses entre hospitais, médicos, fisiologistas, reumatologistas e finalmente na casa de meus pais para me recobrar dos problemas nas costas e no nervo ciático”, conta Hicheur, que afirmou ter passado naquela época por um “período de turbulência”.
Hicheur diz que a revista quis apresentar os 35 e-mails e conversas online como algo novo. “Não há nada novo nisso”, afirma ele. Em seu julgamento a acusação apresentou isso como evidência de sua culpa, mas Hicheur afirma que este é o elemento mais fraco do caso. Em uma sala de bate-papo virtual lotada de participantes com pseudônimos, Hicheur expressava livremente suas visões políticas sobre tudo o que acontecia no mundo islâmico. Depois que a sala de bate-papo foi hackeada – acredita ele – por algum serviço de inteligência, Hicheur passou a trocar email com um interlocutor chamado “Phoenix Shadow”. Segundo ele, nenhum dos dois estava ciente da identidade real de ambos. Durante os dois dias de julgamento em 2012, a acusação afirmou que “Phoenix shadow” era na verdade Mustapha Debchi, um alegado integrante da Al Qaeda do Mahgreb. Mas a acusação nunca conseguiu estabelecer a conexão entre o pseudônimo, o número de protocolo de internet de seu computador e Debchi, segundo Hicheur. “O nome Mustapha Debchi foi mencionado desde que eu fui preso sem nenhuma prova de minhas ligações com ele”, explicou. “Então, de repente, em setembro de 2011, eles anunciaram que o haviam capturado em fevereiro daquele ano, na Argélia, que o haviam interrogado e que a informação que constava do arquivo era de que tratava-se de ‘Phoenix Shadow’. “Mas Debchi não foi levado ao tribunal e nem indiciado, mesmo estando no centro desta alegada associação comigo. Ou seja, a culpa nunca foi estabelecida”, detalha Hicheur. “Se ele foi preso em fevereiro, porque eles mantiveram esta informação secreta até setembro?”, questiona o cientista. Então, ele oferece a resposta: “Porque em outubro de 2011 eu completaria dois anos de detenção provisória e eles não poderiam de me manter preso por mais tempo”.
A maioria dos resultados das buscas na internet sobre Mustapha Debchi estão ligados ao julgamento de Adlène Hicheur. “Minha correspondência com ‘Phoenix Shadow’ foi toda em árabe, mas o que produziram no tribunal foram trechos daqui e dali, fora do contexto e distorcidos, todos traduzidos muito mal para o francês. Eles estavam desesperados para me levar a julgamento e mostrar que eu era culpado”, afirmou.
Hicheur deixou a prisão depois de ter decidido não recorrer do veredito. “Desafiar o verefito significava ficar na prisão por mais um ano, além do tempo do julgamento. Não há como conseguir justiça. Eu iria apodrecer na cadeia. Eu queria voltar a ensinar e a pesquisar. Então, quando eles me disseram que eu poderia voltar para casa, eu senti que poderia renascer. A prisão é o túmulo dos vivos, como diz uma poesia em árabe. Eu sobrevivi lá dentro por causa da minha educação e da minha maturidade”, contou.
Jogos Mentais
Prisão nunca é um lugar prazeroso, mas algumas delas são notórias – historicamente – como Fresnes. Hoje, a guilhotina, que foi usada na França até 1977, está guardada em Fresnes, a maior casa de detenção do país. Durante a Segunda Guerra Mundial foi usada pela Gestapo. O lugar abrigou os que lutaram pela Frente de Liberação Nacional (Argélia), nos anos 50 e 60 , quando eles buscavam a independência da França. Foi no andar térreo da prisão que Hicheur passou 30 meses sem ver o céu aberto. Mas a quase falta de sol não era o maior problema. A polícia tentava quebrá-lo emocionalmente todos os dias, conta Hicheur. “Eles me diziam que eu nunca seria capaz de ensinar novamente e que eu seria obrigado a vender legumes nas ruas. Eles queriam me anular”, diz. “Mas eu estava determinado a resistir a este processo de desumanização”.
O livro que Adlène está lendo atualmente | Foto Shobhan Saxena
A sua determinação eram os livros que ele não apenas devorava para manter sua sanidade, mas apresentava a outros prisioneiros. Ele discutia os livros em uma espécie de Café Fisolófico na biblioteca da prisão, que podia frequentar uma vez por semana.
Hicheur herdou o amor pelos livros de seu pai, um operário da construção civil. Quando Hicheur e seu irmãos eram pequenos, o pai os levou ao canteiro de obra para mostrar como era uma vida dura. Se os meninos não estudassem íam acabar como ele, advertia. A educação era a salvação, repetia o pai. “Meu pai era um homem politicamente consciente. Apesar de ter sido um operário, ele sempre falava sobre livros, cultura e política com a gente”, lembrou. “E graças à minha educação, eu sobrevivi na prisão”, constatou.
O refúgio na prisão se dava através de livros dos mais variados: de física, cultura, espiritualidade e poesia árabe. Mesmo na loucura da cadeia, onde os prisioneiros brigavam uns com os outros por causa de um cigarro, ele manteve sua ligação com o mundo acadêmico. “Uma de minhas orientandas de doutorado me enviou um capítulo de sua tese para que eu corrigisse. Eu fiquei tão feliz em corrigir. Eu vi que poderia ainda me manter em dia com a física”, conta.
Em Fresnes ele fez amizades com outros detentos. Seu apelido entre os prisioneiros era “Google” porque era capaz de responder a todos os tipos de perguntas - de neutrinos à religião. “Eles queriam me ver fora dali”, conta Hicheur, entusiasmado, comparando sua condição com a do Batman no filme “O Cavaleiro das Trevas Ressurge”, onde Bruce Wayne é detido mesmo estando com um problema nas costas, mas escapa com o apoio dos outros presos. “Eu estava na mesma condição, na cadeia, com dor nas costas, mas contando com a torcida dos outros presos para sair”, riu.
Bruce Wayne escapou devido à sua força extraordinária, mas o que mantem o espírito de Hicheur positivo são sua crença e suas orações. Muçulmano praticante, ele adora falar sobre tradições islâmicas de ensino na matemática e química durante a Era Medieval. Seu interesse pela ciência e pelo conhecimento vem desta tradição. Ele manteve sua mente aberta na prisão interagindo com os outros detentos, ensinando o que podia e também aprendendo com eles. “Você deve se beneficiar da sabedoria de onde ela vier”, afirma, citando o profeta Maomé.
Estava chovendo enquanto Hicheur falava sem parar, respondendo as perguntas. Mas quando o sol começou a se por, ele se levantou: “Eu preciso rezar”, diz, tirando seu tapetinho de nylon. Vai para o escritório, desenrola o tapete no chão e faz suas orações.
O recomeço
Em maio de 2012, logo que ele saiu da prisão, Hicheur comprou um computador, instalou alguns programas e começou a fazer ciência de novo. Ele estava ávido para voltar a trabalhar. Logo ele voltou ao Cern como integrante do laboratório de Lausanne e até fez uma viagem ao Brasil para um curto período no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Mas em maio de 2013, um ano após a sua libertação da prisão, ele foi proibido de entrar na Suíça ( decisão válida até 2018) como resultado de uma ordem administrativa da polícia daquele país, apesar de a justiça suíça não ter encerrado o caso por falta de provas. Hicheur sugere que esta decisão foi tomada por pressão da França. “Eles queriam ter certeza de que eu não seria capaz de trabalhar como cientista nunca mais na minha vida. Eles sempre me falavam isso na cadeia”, lembra Hicheur, com olhar preocupado.
Mas mesmo com esta proibição e estando no Brasil, ele continuou colaborando com o Cern, o que faz até hoje. Ao saberem da campanha contra ele no Brasil, seus colegas europeus mais próximos reagiram revoltados. “Hicheur já pagou alto preço por sua correspondência online com alguém alegadamente da Al Qaeda. Hicheur nunca cometeu, direta ou indiretamente, qualquer ato terrorista ou criminoso. Ele cumpriu sua sentença e estava trabalhando pacificamente no Brasil”, afirma através de um email que nos enviou, a física suíça Monica Pepe Altarelli, do experimento LHCb do qual ele faz parte. Ela também é vice-porta-voz do Cern. “É admirável que o Brasil tenha oferecido ao professor Hicheur a possibilidade de retornar à sua carreira científica, beneficiando-se, assim, de suas elevadas qualidifcações como cientista e professor. O artigo publicado pela revista Época não está baseado em fatos e é inconsistente com a aberta tradição humanitária do Brasil”, afirma ela , com o respaldo de outros colegas que trabalharam de perto com ele, como os cientistas Pierlugi Campana, do Laboratori Nazionali dell’INFN de Frascati (Itália), e ex-porta voz do experimento LHCb, e o suíço John Ellis, professor de Física Teórica do King’s College, em Londres, integrante do Cern.
Com os portões do Cern fechados para Hicheur, ele começou a olhar além da Europa para procurar trabalho. Seus colegas o ajudaram e ele encontrou a oportunidade de renascer no Brasil, um país que ele sempre admirou por sua rica história, “pela política externa independente” e pela cultura de ativismo da sociedade civil. Depois de obter o visto do consulado brasileiro em Genebra, processo que demorou mais de 30 dias, devido a todo o processo de verificação de seu caso, ele desembarcou aqui em maio de 2013 e começou a trabalhar no CBPF. A partir de junho de 2014, passou a trabalhar na UFRJ.
Apesar de ter crescido na França, Hicheur manteve os laços com sua cidade, Setif, na Argélia, que sua família costumava visitar sempre. Acostumado com as montanhas, o calor tropical e as praias do Rio são um choque térmico, mas ele se adaptou. Depois de algumas semanas vivendo em um apartamento em Copacabana, Hicheur mudou-se para uma rua da Tijuca e começou a descobrir a cidade. “Eu adoro andar na Floresta da Tijuca. É tão bom ser parte da natureza” diz ele, que gosta também de montanhismo.
Devido à sua limitação no domínio do português, no início ele só pesquisava. Mas no segundo semestre de trabalho na UFRJ já havia começado a dar aulas, no nível da graduação, sobre sustentabilidade das energias renováveis e física experimental. Seus colegas da UFRJ aplaudem a contribuição que o professor Hicheur tem dado à ciência no Brasil e ao ensino. O professor do Instituto de Física, Leandro Salazar de Paula, a quem Hicheur é subordinado no grupo de pesquisa no qual trabalha, define: “Ele é um excelente pesquisador, simplesmente brilhante”. Segundo ele, se Adlène Hicheur deixar o país “será uma grande perda para o nosso programa de pesquisa”. O professor argelino atua em várias linhas de pesquisa. “Somos nove pesquisadores e estamos perdendo o mais atuante”, lamentou Leandro de Paula.
O segundo julgamento de Adlène Hicheur
Apesar de o contrato de Hicheur valer até junho, ele decidiu deixar o país, desapontado com tudo o que aconteceu e com a falta de apoio do governo. Sua paz no Brasil foi abalada em outubro do ano passado quando ele foi abordado por policiais à paisana em uma rua perto de sua casa. “Eu entrei em pânico. Você pode pensar que eu sou paranoico, mas por causa da minha experiência terrível na França eu não sabia quem eram estes homens e o que eles queriam de mim”, conta. Eram da Polícia Federal. Eles queriam conversar com Hicheur sobre um indicente na Masjid e Nur, uma mesquita da Tijuca frequentada por ele.
Em janeiro de 2015, poucos dias após o ataque terrorista à sede da revista Charlie Hebdo, em Paris, uma equipe da CNN da Espanha foi à mesquita para fazer uma filmagem. Coincidentemente – ou não –, enquanto a equipe filmava, um homem que nunca frequentou o local apareceu diante das câmeras e tirou a sua camiseta para revelar uma bandeira do grupo terrorista Estado Islâmico, impressa em uma outra camiseta que havia por debaixo. Isso, segundo a polícia contou para ele, fez com que se investigasse todos os frequentadores da mesquita, inclusive o próprio Hicheur. “Eu não estava nem no Brasil naquele dia. Estava na Europa passando férias com a minha família”, lembra. “Não há nada contra mim por parte da polícia brasileira”, assegura. De fato, Hicheur tem em mãos um certificado de antecedentes criminais datado de 14 de janeiro: “A Polícia Federal certifica, após pesquisa no sistema nacional de investigação criminal, que até a data de hoje (14 de janeiro) não há registro de antecedentes criminais em nome de Adlène Hicheur”, diz o atestado ao qual tivemos acesso.
Após a divulgação da reportagem da Época, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que uma pessoa “condenada por terrorismo” deveria ter sido impedida de entrar no país. O ministro sinalizou ainda que o governo iria averiguar seu status legal no país.
Os acadêmicos mais próximos de Hicheur criticaram esta declaração, mas isso fez com que Hicheur decidisse desistir da oportunidade que o Brasil havia oferecido a ele para reconstruir a sua vida. “Não me deixaram opção”, disse. Ele contou que está desapontado e sentindo-se traído. “Eu cheguei aqui legalmente. Vim para trabalhar e contribuí com a física aqui . Agora sou forçado a deixar o país”, lamentou. “O que fizeram com ele no Brasil é um linchamento inaceitável. Ele passou mais de um ano ocupando um escritório do lado do meu. Conversei muito com ele sobre a prisão, sobre política no Oriente Médio e outros temas. Ele sempre criticou grupos terroristas, inclusive o Estado Islâmico.
Aí uma revista semanal veio com uma matéria que prefiro nem usar adjetivo... e ele viu seu tremendo esforço para reconstruir sua vida científica desabar. A isso adiciona-se uma declaração de um ministro e ele passa a se sentir ameaçado. Ele não quer ser espancado e humilhado novamente. Ele entrou pela porta da frente e quer sair pela porta da frente”, disse Ronald Shellard, diretor do CBPF. “Ele é um muçulmano bastante fiel, com um senso muito agudo de honra, respeito e dignidade, completou. “Se o Adlène for embora, ou pior, for expulso, isso significará a derrota definitiva de tudo por que nossa geração lutou durante a ditadura militar, de todos os princípios de direitos humanos”, opinou Shellard. Sobre o caso francês, já encerrado, Shellard diz que pelo o que sabe “ele foi condenado por seus pensamentos que estão em um disco rígido. Isso me faz lembrar o livro ‘1984’, de George Orwell”, concluiu.
Ignacio Bediaga, chefe do grupo LHCb no CBPF, ex-chefe de Hicheur nesta instituição, antes de ele trabalhar na UFRJ, diz que o que aconteceu com o físico argelino foi um linchamento. “Adlène foi submetido a um linchamento pela revista Época e pela declaração do ministro. Adlène foi contratado pela UFRJ, ou seja, pelo governo brasileiro. Agora dizem que ele não é bem-vindo. Isso é preconceito porque ele é um cientista muçulmano”, criticou Bediaga.
Hicheur ainda não havia decidido seu destino até hoje, dia 18 de janeiro. Ele parou de lecionar na UFRJ porque o assédio da mídia não permitiria mais essa função. Mas ele continua a desempenhar suas tarefas de pesquisador, e tem dois artigos científicos para tocar. Mesmo sob este ataque, hoje ele está apresentando a análise de dados para um destes artigos, sobre uma partícula subatômica rara e pouco conhecida chamada “Bc”. Esta apresentação foi feita em vídeo conferência para 700 cientistas internacionais que participam de seu grupo de experimento e que vão corroborar o artigo assinado por ele.
“Estou sendo julgado no Brasil por algo que já me julgaram na França”, protestou Hicheur, afirmando tratar-se de um caso de islamofobia. “Meu caso deve ser visto dentro do contexto da França. Se você tirar o Islã da equação, não há problema. Eu sou apenas um caso entre muitas pessoas perseguidas por serem muçulmanas”, lamentou, acrecestando que não esperava que isso fosse acontecer no Brasil, um país que ele sempre admirou.
‘Eu estou a 10 mil quilômetros de Paris, mas ainda assim estou ao alcance deles. Eles estão me quebrando de novo. Onde posso ir?”, pergunta, refletindo sobre onde poderá tentar reconstituir sua vida mais uma vez.
Ele fica em silêncio por alguns minutos, parecendo pensativo. “Se você está vivendo bem, eles não aceitam. Eles haviam me avisado que eu não ía voltar a fazer ciência. O Brasil me deu este espaço. Pelo menos eu pude provar que consegui voltar à ciência”, diz Hicheurs, andando pela sala, com um sorriso melancólico no rosto.
*Florência Costa é jornalista freelancer, ex-correpondente na Rússia e na Índia e autora do livro “Os Indianos” (Editora Contexto)
Shobhan Saxena é jornalista indiano, baseado em São Paulo, e contribui para o website internacional “The Wire”, para o jornal “Times of India” e para a BBC em Hindi
“São os transgressores que fazem a história avançar”, diz Manu Chao
Atraído pela ameaça de instalação de uma fábrica da Monsanto na província argentina de Córdoba, Manu Chao se reuniu com moradores das Malvinas Argentinas e fez um show intimista para os cerca de 20 militantes que se concentraram na praça central da cidade e que há mais de um ano resistem contra a multinacional.
Por Lucas Martin e Ezequiel Lopardo na Revista Trincheira
A seguinte entrevista foi concedida pelo cantor francês em Buenos Aires, após sua passagem pelas Malvinas Argentinas. O Diferente, Pero no Mucho reproduz os principais trechos da conversa de Manu Chao com os jornalistas Lucas Martin e Ezequiel Lopardo, realizada em novembro do ano passado.
Leia a entrevista na íntegra:
Em geral, para todo artista é difícil definir para quem ele cria, mas o certo é que todos na hora de eleger um estilo, uma estética, uma temática, acaba definindo. Como é isso para Manu Chao?
Para minha maneira de encarar as coisas, minha arte sinceramente é para todo mundo. Egoisticamente lhes diria que é para mim. É minha pequena terapia pessoal para aguentar esse mundo. Assim me curo, assim o aguento. A partir daí, a quem sirva. Mas é para todo o mundo. É um processo interno, pessoal e serve para mim, e se esse processo serve para mais pessoas, que é o que tem ocorrido, pois que sejam bem-vindos.
Uma emoção, uma palavra, uma melodia. Minha arte é música mais que tudo; há mais coisas, mas se falamos do que propôs, é assim. Eu nunca pensei se era dirigido a alguém. Minha arte está dirigida a quem lhe sirva. No bom sentido da palavra, a quem ela possa ajudar.
Aqui Mano Negra [antigo grupo de Chao] repercutiu, mas quando saiu o disco solo Clandestino contribuiu para que nos encontrássemos com nós mesmos, com nossa Pátria Grande. Nos ajudou a nos vermos sem vergonha como indígenas, negros, mestiços, pobres. A sentirmos novamente como parte de Nossa América e menos ianques. Como sentiu esse primeiro disco solo?
Quando respondi a primeira pergunta, de que minha música é para quem sirva, eu penso que Clandestino serviu. Serviu a isso em um momento, em uma época histórica — final dos anos 1990, 2000 —. Este disco foi como um pequeno tubo de oxigênio para respirar um pouco e sair para a luta de novo. Eu o vi assim e me serviu assim.
Em suas músicas há um apoio — às vezes mais explícito, às vezes menos — a diferentes lutas que há no mundo. Como se dá essa relação entre a música e suas posturas?
Essas posturas tenho defendido enquanto cidadão. Eu não sei bem analisar minha música, mas nenhuma delas é realmente panfletária. O lado assim mais combativo, não estou seguro que esteja na minha música, mas as pessoas entendem assim. Eu não sei analisar, mas há frases, há uma certa liberdade. Mas o lado realmente de ativista cidadão eu me coloco mais como algo paralelo, mais como pessoa. São os trabalhos de ajuda cidadã. É preciso ajudar-se mutuamente. Eu acredito nisso
Todos conhecemos Manu Chao ambulante, que canta aqui e acolá, onde tem vontade. Mas quando volta para a sua casa, como lida com sua vizinhança?
Eu sou apaixonado pela vizinhança, minha cidadania como vizinho é algo muito importante na minha vida. Você vive em um rincão do planeta e está rodeado por vizinhos e tem que se entender com eles. Se não se entende com seus vizinhos, como vai se entender com todo o mundo? Começa pela sua casa.
Até que o vizinho… alguns na sequência te roubam, outros são reacionários pelas ideias, pela cultura, porque “o Manu é um vermelho e eu sou de direita”. Me chamem de vermelho se quiserem, mas primeiro é meu vizinho, no que precisar de mim, aqui me terás. E rapidamente eles vêm.
E eu sou músico. Como posso ajudar no meu bairro? Pois com música. Dou aulas de violão para as crianças do bairro, os levo para casa ou na calçada e “tatatata”. O truque acontece naturalmente. As mães ficam gratas, porque primeiro a criança volta iluminada e segundo, porque lhe tiro o filho por uma, duas horinhas. A mãe não está preocupada se a criança está bem. E à noite chega uma tortilla, uma comidinha.
Vendo a vida desde este lugar de simplicidade, de bairro, de surpresas simples e cotidianas, como crê que deve ser a arte?
A arte tem que ser livre. Não tem porque ter receitas e deve ser algo totalmente sem padrões de construção. É mais, creio que no mundo da arte em geral há muitos patrões… em todos os sentidos.
Eu acho que o artista tem que ser livre para fazer uma arte que a mim me pareça interessante, porque se é livre, não aplica o manual, e se não aplica o manual será surpreendente, vai se surpreender. Eu penso que na história da humanidade, da cultura, os que sempre fizeram avançar foram os transgressores.
Para o continente latino-americano esses modelos fracassados, na música, foram chave para que surgisse algo novo no campo popular. Que elementos importantes encontra em Nossa América?
Que encontro? Amplitude e diversidade, essa é a minha resposta. Não posso dizer exatamente o que encontro, mas sim o que me deu. Foi uma aprendizagem de vida fenomenal. A conhecia de pequeno, pelos discos, pela cultura, pelo ativismo da época, com todos os exilados.
Minha família exilada da Espanha, do Chile, da Argentina, do Uruguai. Então havia toda uma comunidade latina no meu país e eu mamei desde pequeno, sem me inteirar dos problemas políticos.
Estava nos vinis: Bola de Nieve — cantor, compositor e pianista cubano dos anos 1950-60 — meu grande herói da infância. Creio que no meu desenvolvimento da música latina, meu primeiro professor foi Bola de Nieve, o amava desde pequeno.
Há um personagem argentino que você tem cantado muito. Por que Maradona?
Eu o cantei duas vezes. A primeira com o Mano Negra por tietagem total. Gostava dele porque era o único que abria a boca, que não dizia “sim, como queira o senhor”, o único transgressor para o bem e para o mal, mas que pelo menos rompia com as barreiras.
Com os anos tive a sorte de conhecê-lo em Nápoles, quando voltou para lá. Eu conheci Diego, e me pareceu bem com o bom e o mau que tem; porque é um ser humano e tem suas cagadas. Gostei porque há algo que pratico também e que ele também pratica. Ser Maradona não é fácil, e é disso que se trata… ”a vida tombola [a vida é uma loteria]”. É fácil criticá-lo ou dizer que é um deus, mas se coloque na pele de Maradona e veja como resolvê-lo.
O que gostei nele é que realmente é um cara do momento presente, assim o analiso. Diego não está nem no passado, nem no futuro, mas está aqui e te olha e… o que ocorre: Bem ou mal, damos risada de uma piada ou não, mas está. Não está pensando em outra coisa ou em quando irá embora. Não, mas está 100% no momento que está vivendo contigo ou comigo, ou com quem seja. Com o gari do estádio do Nápoles o vi dar seu tempo: ficar, falar, perguntar pela menina, perguntar pelo filho. Diego quando está, está.
Assista ao clipe de Clandestino: https://youtu.be/rSEUH4KRfN8
Forças sírias atacam Daesh na província de Deir ez-Zor
O Exército sírio e as Forças de Defesa Nacional (FDN) conseguiram expulsar os militantes do Daesh de mais área na província de Deir ez-Zor no leste da Síria.
Outros grupos de terroristas foram expulsos da província síria de Deir ez-Zor pelo Exército sírio e as Forças de Defesa Nacional. As forças pró-governamentais conseguiram ainda retomar o controle sobre os montes estratégicos na província, segundo a agência noticiosa iraniana FARS.
“O Daesh retirou as suas forças das posições perto de altitudes al-Ruwad depois de o Exército e as FDN o ter atacado e eliminaram muitos dos seus combatentes. Os montes al-Ruwad e os seus arredores estão sobre o controlo total das forças governamentais sírias”, informou a FARS citando fontes no exército.
Durante as últimas semanas, as tropas sírias lançaram ataques contra as posições do Daesh por toda a província de Deir ez-Zor onde muitos militantes foram eliminados e mais ficaram feridos.
No domingo (17), o Exército alvejou um veículo blindado cheio de explosivos antes de os terroristas terem conseguido detoná-lo.
“O Daesh conseguiu atacar as posições governamentais perto de vila de Ayyash usando um veículo blindado, carregado com grande quantidade de materiais explosivos mas os soldados do Exército alvejaram o veículo antes que os terroristas o terem detonado”, afirmaram as fontes.
Também no domingo, mais fortificações terroristas foram eliminadas pelo Exército sírio e a Força Aérea do país nas partes ocidental e oriental de Ghouta a leste da capital síria de Damasco.
Na quinta-feira (14), o Ministério da Defesa da Rússia comunicou que, em Janeiro, a Força Aeroespacial russa conduziu uma operação de combate conjunta com a Força Aérea síria pela primeira vez.
Sputniknews
Ex-ministro alemão alerta OTAN contra aproximação excessiva da fronteira russa
O ex-ministro das Relações Exteriores da Alemanha Klaus Kinkel criticou em entrevista à Sputnik a decisão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de fortalecer as suas posições na Europa, cada vez mais perto das fronteiras russas.
"Eu acho que a instalação planejada de um sistema de defesa de mísseis é um passo errado", afirmou o político do Partido Democrático Liberal.
A Rússia tem expressado grande preocupação com a criação de um sistema de mísseis balísticos da OTAN no continente europeu, aprovada em 2010, durante cúpula dos membros do bloco em Lisboa. Países como Polônia, Romênia e Turquia se comprometeram a receber partes do sistema em seus territórios, decisão que, segundo Moscou, representa sérios riscos para a segurança regional e global.
De acordo com Kinkel, a OTAN realmente está cometendo um erro ao se aproximar tanto das fronteiras russas.
"Talvez, muito pouca atenção tem sido dada a essa questão", disse ele.
As relações entre o Kremlin e a aliança militar ocidental vêm se deteriorando desde 2014, quando do início de um conflito civil na Ucrânia, que colocou em lados opostos o Kremlin e o grupo formado por Estados Unidos e países europeus. Acusando a Rússia de estar interferindo em questões internas ucranianas, a OTAN decidiu reforçar sua presença na Europa, alegando estar protegendo seus Estados-membros contra possíveis agressões por parte de Moscou.
Sputniknews
O que vi quando visitei a Coreia do Norte
Jornalista dos EUA visita a Coreia do Norte e “corrige” alguns equívocos que a mídia ocidental propaga sobre o país. Confira mitos, verdades e episódios que podem surpreendê-lo
Marcel Cartier
Tive a oportunidade única de passar vários dias em três partes diferentes da República Popular Democrática da Coreia, mais comumente referida apenas como Coreia do Norte. Aqui estão algumas coisas sobre o país que podem surpreendê-lo.
1. Os americanos não são odiados, mas bem-vindos
O alto nível de consciência de classe dos coreanos faz com que eles não confundam o povo estadunidense com o seu governo. Os coreanos não fazem segredo quanto ao seu desprezo pelo imperialismo dos EUA, mas se você diz que é um estadunidense, a conversa geralmente gira muito mais em torno de temas culturais ou relacionados a esportes do que de política. Na biblioteca The Grand People’s Study House, localizada em Pyongyang, o CD mais popular é o Greatest Hits, dos Beatles, embora Linkin Park também seja bastante solicitado entre a juventude local. Os jovens parecem fascinados pela NBA e sabem muito mais sobre a liga de basquete e seu campeonato do que apenas sobre o ex-jogador Dennis Rodman.
2. Fronteira e alfândega
Muitos dos ocidentais que viajaram de Pequim para Pyongyang comigo estavam preocupados que o procedimento de imigração seria longo e intenso. Todos pareciam muito surpresos que os passaportes foram carimbados, sem perguntas, e que apenas um punhado de passageiros teve alguns itens de suas malas olhados.
Antes de viajar, é altamente recomendável por empresas de turismo que as pessoas não tragam qualquer livro sobre a Guerra da Coreia ou itens que estampem bandeiras dos Estados Unidos. Este pode ser um conselho sólido, mas a imigração realmente não parece muito preocupada com o que é trazido para o país.
3. Pyongyang é bonita, limpa e colorida
Provavelmente uma das cidades mais lindas do mundo, Pyongyang está incrivelmente bem conservada. Considerando-se que toda a cidade foi bombardeada pelas forças dos EUA na Guerra da Coreia (que eles chamam de Guerra de Libertação Pátria) e que apenas dois edifícios permaneceram em pé em 1953, é uma realização impressionante. As estátuas e grandes edifícios são inspiradores, assim como são os grandes espaços verdes, onde você pode ver as pessoas relaxando. Há muitos novos prédios surgindo em toda a cidade, mas mesmo os que são evidentemente mais antigos são bem mantidos. Costuma-se dizer que Pyongyang durante a noite é escura, e embora possa ser comparada a uma cidade ocidental, ela tem belas luzes que iluminam muito o centro da cidade.
4. Cabelo a la Kim Jong-Un
Quando eu estava a caminho do aeroporto para o centro da cidade, vi apenas um homem usando o “corte de cabelo a la Kim”, que, aliás, não me pareceu nada bom. Os rumores quanto à obrigatoriedade de todos os homens da Coreia do Norte em idade universitária terem de usar o mesmo corte do líder norte-coreano surgiram após a BBC e a Time veicularem a história de um tabloide sul-coreano. Essa história não só não é verdade, assim como também não é a alegação de que os homens no país só teriam um número seleto de cortes para escolher na barbearia, sancionado pelo Estado.
5. Norte-coreanos sorriem muito
A pergunta que você deve estar se perguntando é: “Mas eles não sorriem porque são forçados a isso?”. Isso seria um grande feito se para todos os risos genuínos que eu compartilhei com os coreanos, eles estiverem apenas rindo “para inglês ver”.
6. Ideologia monolítica não significa personalidade monolítica
Este é um bom lembrete quanto ao fato de individualismo e individualidade não serem a mesma coisa. Na realidade, observando as pessoas interagirem umas com as outras me deu a impressão que a diversidade de tipos de personalidade é tão forte quanto o é no “liberado” Ocidente. As pessoas têm uma divergência de interesses, desde esportes à cultura, e são livres para escolher o que eles gostam e desgostam.
7. As pessoas se vestem incrivelmente bem no país todo
Até mesmo no campo, os coreanos se vestem de maneira muito digna. Não houve um só lugar que viajei onde as pessoas parecessem malvestidas ou vestindo roupas que parecessem ser velhas. Homens e mulheres também não vestem o mesmo estilo de roupa, como somos condicionados a pensar. É comum ver mulheres usando roupas bem brilhantes, incluindo ternos e vestidos tradicionais coreanos de cor pink. Os homens usam gravata, camisas de cola e ternos, mas também não é incomum vê-los em roupas mais casuais, como moletons, dependendo da ocasião.
8. As crianças começam a aprender inglês aos 7 anos
O domínio da língua inglesa, particularmente pela geração mais nova, impressiona. Nas décadas anteriores, a época de aprender inglês era no colegial. Mas isso foi mudado para a terceira série do ginásio agora. Embora muitas crianças sejam tímidas (no final das contas, elas não veem muitos estrangeiros), muitas delas apertaram minhas mãos e até mesmo trocaram poucas palavras em inglês comigo. Entre as línguas populares estudadas no colegial estão o chinês e o alemão.
9. O turismo será incentivado num futuro próximo
Um dos aspectos da economia que serão priorizados no futuro parece ser o turismo. No momento, todo o aeroporto de Pyongyang está em obras – e sendo expandido. Os coreanos estão dispostos a se abrir para o mundo, mas também estão certos de fazerem isso de maneira diferente da dos chineses (após ter estado em Pequim e visto a onipotência de alguns dos piores aspectos da cultural ocidental, isso os dá toda a razão para terem cuidado a esse respeito). A companhia Air Koryo, a qual foi concedida apenas 1-estrela pela companhia SkyTrax, na realidade, foi muito melhor em termos de serviço e conforto do que ao menos um dúzia de outras companhias aéreas que já voei. Eles têm uma nova frota de aviões russos que voam entre Pyongyang e Pequim, proveem entretenimento a bordo ao longo de toda a viagem (o desenho para crianças Clever Raccoon Dog é hilário) e servem um “hambúrguer” (que não é muito bom, mas comível) e uma variedade de bebidas (café, chá, cerveja e suco). Toda a experiência valeria no mínimo 3 estrelas se tivéssemos que avaliá-la para valer.
10. Coreanos estão dispostos a falar sobre seu país de maneira aberta
As pessoas estão bem abertas para falar a respeito dos problemas que o país enfrenta e não se furtam em discutir alguns dos mais difíceis aspectos da vida. Por exemplo, eles falam sobre a “Marcha Árdua” (pense no “Período Especial” em Cuba) quando seca, fome e enchentes somadas à perda da maioria dos parceiros comerciais do país causaram grandes retrocessos ao país que até os anos de 1980 tinha uma qualidade de vida mais alta do que a da sua vizinha Coreia do Sul. Eles também discutem as narrativas em relação à Guerra da Coreia e estão dispostos a um melhor relacionamento com a Coreia do Sul na esperança que aconteça a reunificação. Entretanto, também são bem firmes quanto ao fato de que nunca irão renunciar seus princípios socialistas para facilitar essa reunificação.
11. Cerveja e microcervejarias
Quase todos os distritos do país agora têm uma cervejaria local que provê cerveja para os arredores. Há uma variedade de diferentes tipos que são bebidas por todo o país e a maioria das refeições são servidas com uma pequena quantidade de cerveja. No Kim Il Sung Stadium, onde a maratona de Pyongyang começou e terminou não era incomum ver locais bebendo cerveja enquanto observavam as partidas-exibição entre os times de futebol do país. Pense no estádio dos Yankees, sem a agressividade do público.
12. Tabloides
Havia ao menos 100 estadunidenses ao mesmo tempo que eu em Pyongyang, em grande parte devido aos corredores amadores estrangeiros que tiveram a permissão de competir pela primeira vez na maratona. Um casal disse ser esta sua segunda visita ao país, após o terem visitado no ano passado. Eles mencionaram como estavam um pouco asssustados quando vieram pela primeira vez porque isso foi bem depois de uma história que tinha ganhado as manchetes sobre Kim Jong – um ter matado sua namorada e outras pessoas por terem aparecido em uma fita pornô. O casal falou de como eles entraram em uma ópera em Pyongyang e assim que sentaram perceberam que a mesma mulher que devia estar morta estava sentada bem na frente deles. De fato, uma walking dead. Outras histórias recentes que saíram na mídia ocidental via tablóides sul-coreanos em relação a execuções em massa em estádios ou ao tio de Kim Jong – um ter servido de alimento para um bando de cachorros famintos também são ditas como sem sentido por ocidentais que viajam frequentemente para lá e conhecem bem a situação do país. Isto não é para nada dizer sobre a existência de campos de reeducação política ou prisões, mas para falar sobre uma campanha de demonização contra o país que o distorce completamente e que não ajuda em nada o povo coreano
13. Os coreanos não hesitaram em fazer com que você se divirta com eles
Aconteceu uma série de eventos organizados em Pyongyang por ocasião do aniversário de Kim Il Sung, que é um feriado nacional quando as pessoas ficam dois dias sem trabalhar. Alguns foram organizados publicamente, como as mass dances, em que centenas de pessoas dançam em grandes praças ao som de músicas populares coreanas. Outros eventos envolveram famílias no parque fazendo piquenique enquanto crianças compravam sorvete e vovós bêbadas dançavam de forma hilária porque tinham tido muito soju caseiro. Mas, como em qualquer outro Estado autoritário, você tem que participar! Intimidar-se não é uma opção, já que eles vão te puxar pelo braço e te ensinar a dançar todos os passos mesmo que eles próprios não os estejam fazendo de maneira correta.
Em resumo, eu achei os coreanos do Norte uns dos mais acolhedores e mais autênticos seres humanos que já tive a chance de interagir. Seria tolo referir-se ao país como um “paraíso dos trabalhadores” devido à profundidade de problemas que enfrenta. Como em todas as sociedades, existem aspectos positivos e negativos. Entretanto, considerando que eles têm superado séculos de dominação imperial, a perca de quase um quarto de sua população na Guerra da Coreia e continuam a manter seu sistema social diante de um continuado estado de guerra, eles têm se dado tremendamente bem. Os sucessos em educação gratuita por meio da Universidade, a não existência de sem-teto e um povo orgulhoso e digno deveriam ser apresentados no sentido de se ganhar uma imagem do país mais completa e com mais nuances.
Tenho de dizer que a Coreia do Norte pintada pela mídia ocidental na verdade fala mais sobre a eficiência de nosso aparato de propaganda e de técnicas de lavagem cerebral do que do deles. O fato que eu até tenho que escrever sobre as coisas surpreendentes que testemunhei é a evidência da séria falta de compreensão que temos sobre o país. Os problemas enfrentados pela Coreia nunca são contextualizados como deveriam ser – como uma nação oprimida com o objetivo de libertar-se da servidão das grandes potências que têm a intenção de devorar cada Estado restante livre de uma unipolaridade que morre.
Ah, e eu quase estava esquecendo sobre as armas nucleares! Bem, vamos considerar se os militares norte-coreanos estivessem realizando exercícios militares anualmente ao largo da costa de Nova Iorque, simulando o bombardeio de Manhattan e a ocupação da totalidade do país, o qual já controla a metade ocidental.
Não seria sensato dado o contexto para os estadunidenses desenvolverem um arsenal nuclear? Os coreanos não são famintos por guerra ou até mesmo “obcecados” com o exército ou forças militares. No entanto, dado a forma como a situação na Líbia foi jogada, eles ainda estão mais convencidos – com razão – de que a única razão pela qual o seu Estado independente continua a existir é devido ao Songun (a política “militares em primeiro lugar”) e a existência de capacidades nucleares. Para ter certeza, eles não têm a intenção de usá-lo a menos que os coloquem na posição de ter de fazê-lo.
É meu desejo sincero que exista um continuado intercâmbio cultural e interpessoal no futuro próximo entre as pessoas da Coreia do Norte e os países ocidentais. Praticamente todas as pessoas que viajaram comigo de volta a Pequim estavam em êxtase de quão diferente sua experiência foi, comparado ao que eles esperavam. Eles – como eu – ganharam muito com a experiência humanizadora de interagir com os coreanos. Embora os ocidentais sejam relativamente livres para viajar muito mais do que os cidadãos da Coreia do Norte, é irônico como os coreanos aparentemente sabem muito mais sobre nós do que nós sabemos sobre eles. Isso terá que mudar nos próximos anos.
Israel mantiene a niños palestinos presos en jaulas al aire libre en pleno invierno
En un informe de noviembre de 2015 hecho público por el Independent, se decía que la organización de derechos humanos Club de Prisioneros Palestinos (PPC) había denunciado que al menos 600 niños palestinos habían sido arrestados solo en Jerusalén en la primera mitad de 2015 y que alrededor del 40 por ciento había sufrido abusos sexuales. Ahora, un nuevo informe de enero de 2016, mencionado igualmente por el Independent, afirma que el gobierno israelí está torturando niños y manteniéndoles en jaulas al aire libre en pleno invierno.
El Independent cita un informe publicado por el Comité Público Contra la Tortura en Israel (PCATI), en el que se dice que “niños acusados de delitos menores han sido encerrados en jaulas al aire libre, amenazados y sometidos a actos de violencia sexual, así como a juicios militares sin representación legal”.
Tras una visita realizada por los abogados de la Oficina del Defensor Público, se han conocido detalles impactantes de lo que está pasando en los centros de detención.
“En el curso de nuestra visita, que tuvo lugar durante una fuerte tormenta que azotó al estado, los abogados se reunieron con presos que les pusieron al corriente: en medio de la noche, un montón de presos fueron trasladados a unas jaulas de hierro al aire libre construidas en el exterior de las instalaciones de la prisión de Ramla”, se puede leer en el sitio web de la Oficina del Defensor Público.
“Resulta que este procedimiento, según el cual los presos esperaban en el exterior en jaulas, ha durado varios meses y fue verificado por otras autoridades”.
El informe dice que el caso de la prisión de Ramla es solo un ejemplo de una política más amplia de abusos que están padeciendo los presos.
En cuanto a los cargos por los que están presos los niños, el PCATI ha proporcionado datos que permiten afirmar que “la mayoría de los niños detenidos están acusados de arrojar piedras”.
El 74 por ciento de estos niños han sufrido violencia física durante su arresto, traslado o interrogatorio, añade el informe, subrayando que Israel es el único gobierno que persigue sistemáticamente a niños en sus tribunales militares y que “ningún niño israelí ha pasado por ningún tribunal militar”.
Solo en las tres primeras semanas de noviembre de 2014, Israel secuestró al menos a 380 [niños] palestinos en Cisjordania y Jerusalén Este.
En un estudio de 2013 sobre los derechos de los niños, el Comité de la ONU sobre Derechos de los Niños (CRC) dijo que estaba profundamente preocupado por las informaciones que hablaban de torturas y malos tratos de niños palestinos arrestados, procesados y presos por parte del ejército y la policía israelíes, así como por el hecho de que el gobierno no haya sido capaz de poner fin a estas prácticas, a pesar de las repetidas expresiones de preocupación por parte de organismos internacionales.
El comité denunció, también, “el uso continuado de la violencia física y verbal, las humillaciones, las restricciones dolorosas, las capuchas en cabezas y rostros, las amenazas de muerte, la violencia física, los abusos sexuales contra ellos o contra miembros de su familia, así como el acceso restringido a los aseos, comida y agua”.
El informe del CRC también explica que el ejército israelí utilizó a los niños palestinos como escudos humanos en múltiples ocasiones.
Más de 7.000 palestinos están presos en 17 cárceles israelíes y campos de detención. Varias organizaciones de derechos humanos han pedido reiteradamente a la ONU que prohíba a Israel detener y torturar a niños palestinos, parar los juicios militares contra ellos y poner en libertad a los niños detenidos ilegalmente.
Palestina Libre
OLP celebra decisión de UE y reclama más medidas contra el Apartheid israelí
El secretario del Comité Ejecutivo de la Organización para la Liberación de Palestina (OLP), Saeb Erekat.
La OLP celebra la decisión de la UE de amenazar a Israel con "más acciones", pero pide más medidas contra el régimen de Apartheid.
El secretario general de la Organización para la Liberación de Palestina (OLP), Saeb Erekat, pidió el lunes mediante un comunicado "una mayor implicación europea" y unos "pasos inmediatos" por parte de la Unión Europea (UE) como la prohibición total de la importación de productos procedentes de las colonias israelíes en territorios palestinos y un llamamiento a "un enfoque más multilateral para poner fin a la ocupación israelí que comenzó en 1967".
El comunicado fue publicado después de que los ministros de Exteriores de la UE reiterasen la misma jornada que los asentamientos israelíes son "ilegales bajo el Derecho Internacional, constituyen un obstáculo para la paz y amenazan con hacer imposible una solución de dos Estados", y amenacen al régimen israelí con estudiar "más acciones a fin de proteger la viabilidad" de Palestina.
El Consejo de Ministros por otra parte dejó claro en su comunicado conjunto que tales acciones "no constituyen un boicot a Israel", pero que pretenden garantizar "la aplicación plena y eficaz de la legislación existente de la UE" a los productos israelíes.
"Es un mensaje a Israel de que no importa todo lo que invierta para imponer y justificar el régimen de Apartheid en Palestina porque nadie lo reconocerá", afirmó en el comunicado Erekat, quien consideró que el pronunciamiento de los ministros supone "un paso adelante hacia la exigencia de responsabilidad" al régimen israelí por parte de la comunidad internacional.
El Parlamento Europeo (PE) aprobó en septiembre de 2015 una resolución que permitía etiquetar los productos hechos en las colonias ilegales israelíes en los territorios ocupados palestinos, para evitar que los consumidores del mercado comunitario sean engañados. Frente a esta medida el régimen israelí con Benyamin Netanyahu al frente respondió con la suspensión de contactos diplomáticos con las instituciones de la UE.
La construcción de viviendas israelíes en los territorios palestinos por parte del régimen de Tel Aviv es condenada por varios países y organizaciones internacionales, considerándola ilegal y un desafío para encontrar una solución al conflicto israelí-palestino.
Más de medio millón de israelíes viven en asentamientos ilegales construidos desde la ocupación, en 1967, de los territorios palestinos en Cisjordania y Al-Quds, pese a que la Convención de Ginebra prohíbe construir en terrenos ocupados.
snr/rha/hnb - HispanTv
Irak: Ya se nos está acabando la paciencia con Turquía
El canciller iraquí, Ibrahim al-Yafari.
Al Gobierno de Irak se le agota la paciencia, advirtió el lunes el canciller iraquí, Ibrahim al-Yafari, respecto a la medida de Turquía de desplegar fuerzas en el norte de Irak.
“Ya no soportamos la presencia de Turquía en el suelo de Irak”, dijo Al-Yafari durante una reunion con los embajadores de EE.UU., Francia y el Reino Unido acreditados en Bagdad, la capital de Irak, informó el portal Al-Sumaria.
El ministro de Exteriores de Irak aseguró que la presencia de militares turcos en el territorio iraquí es ilegal y una fragante violación de las normativas internacionales y exigió a Ankara retirar sus tropas que ocupan las zonas cerca de la ciudad de Mosul, principal bastión del grupo terrorista EIIL (Daesh, en árabe) en Irak.
También urgió a los representantes diplomáticos presentes en la reunión a presionar a Ankara para que ponga fin al despliegue militar ilegal en el territorio iraquí.
Igualmente recordó que hasta el momento el Gobierno de Irak ha usado la vía diplomática para tratar de resolver este problema pero advirtió de que de no ser retiradas las tropas turcas, Bagdad pondrá en consideración otras opciones para afrontar la situación.
A principios de diciembre de 2015 Turquía desplegó cientos de sus soldados en la localidad Bashiqa, so pretexto de entrenar a las fuerzas kurdas que combaten a Daesh, sin embargo, algunos medios turcos estiman que Ankara planea instalar una base en esa zona.
Hasta el momento Turquía ha ignorado las amenazas y los múltiples ultimátums por parte de Irak y sigue manteniendo a sus tropas en el territorio iraquí.
Las reacciones de otras naciones y otros organismos a esta medida turca fueron negativas; incluso, el secretario general de la Liga Árabe (LA), Nabil al-Arabi, la consideró una “flagrante intervención”.
hgn/ncl/nal -HispanTv
Líder iraní saluda implementación del acuerdo nuclear
Líder de la Revolución Islámica de Irán, el ayatolá Seyed Ali Jamenei.
El Líder de la Revolución Islámica de Irán, el ayatolá Seyed Ali Jamenei, saluda la retirada del Occidente ante los esfuerzos de científicos y autoridades iraníes para la implementación del acuerdo nuclear.
“Expreso mi felicidad por el éxito de la resistencia de la gran nación persa ante las sanciones crueles, por los esfuerzos de los científicos nucleares en el progreso de esa crucial industria y por los inagotables empeños de los negociadores en obligar a las contrapartes, famosas por su enemistad con la nación persa, a retirarse y levantar parte de las sanciones”, ha afirmado el Líder iraní.
Por medio de una carta enviada al presidente iraní, Hasan Rohani, el ayatolá Jamenei ha agradecido los esfuerzos del presidente, el ministro de Asuntos Exteriores, Mohamad Yavad Zarif, y toda la delegación negociadora y otras autoridades implicadas por el logro de la implementación del acuerdo nuclear.
En cuanto a la implementación del Plan Integral de Acción Conjunta (JCPOA, por sus siglas en inglés), el ayatolá Jamenei ha mencionado cinco puntos:
Primero, el Líder pide a las autoridades iraníes estar conscientes del pleno cumplimiento de todos los compromisos de la contraparte y recuerda que las recientes afirmaciones de algunos políticos estadounidenses provocan desconfianza.
Segundo, ha recordado a todas las autoridades gubernamentales que la solución de los problemas económicos del país sólo requiere de incesantes y sabios esfuerzos de cada uno de los sectores y en el marco de la economía de la resistencia.
A este respecto, ha indicado que el levantamiento de las sanciones por sí mismo no puede ser suficiente para una apertura económica en el país y el consiguiente mejoramiento del bienestar del pueblo.
Tercero, ha precisado, “en las propagandas, es necesario tener en cuenta que lo conseguido por este negocio ha costado altos precios. Así que los textos o dichos que intentan ignorar esta realidad y mostrarse agradecidos con la parte occidental no son sinceros con la opinión pública de la nación”.
Cuarto, ha resaltado que esta victoria frente a la arrogancia y la tiranía es resultado de la resistencia y persistencia: “Todos nosotros hemos de considerarla una gran lección para todos los casos y sucesos en la República Islámica”.
Quinto, el ayatolá Jamenei ha calificado de indispensable mantenerse vigilantes ante las conspiraciones o incumplimientos de los gobiernos arrogantes, en especial Estados Unidos, tanto en el caso nuclear como en otros asuntos.
Al final, ha deseado éxitos al presidente y las otras autoridades en la administración del país.
tas/ncl/nal -HispanTv
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