quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Haiti: Ocho candidatos presidenciales denuncian fraude electoral el 25 de octubre y quieren una comisión de investigación


Haiti Press Network, Puerto Príncipe – Sauveur Pierre Etienne, Moise Jean-Charles, Jude Celestin, Jean-Henry Ceant, Steeven Benoit I., Charles Henry Baker, Eric Jean-Baptiste y Samuel Madistin firmaron conjuntamente una nota para denunciar los casos de fraude masivo durante las elecciones del pasado 25 de octubre. También pidieron la formación de una comisión de investigación independiente para identificar los casos de fraude y hacer recomendaciones.

La nota

Nosotros, firmantes de la presente, candidatos presidenciales que participan en el proceso electoral que debe llevar a la instalación de un nuevo Presidente electo el 7 de febrero de 2016:

– Habiendo constatado que la jornada electoral del 25 de octubre 2015 dio lugar a casos de fraude masivo que afectan la integridad del escrutinio; lo que, en tales condiciones, si no se hace nada en términos de depuración de los votos, tornarían inaceptables los supuestos resultados de esta ronda;

– Conscientes del peligro que enfrenta la nación y la urgente necesidad de hacer todo lo posible para salvar a la patria amenazada;

– Decidimos, sin despojarnos de nuestras respectivas posiciones ideológicas y políticas, reclamar al CEP, antes de la publicación de los resultados de las elecciones del 25 de octubre de 2015, debido a los numerosos casos de irregularidades y fraude masivo que marcaron el escrutinio, la formación, esta vez, de una comisión de investigación independiente integrada por cinco miembros designados por los sectores creíbles: Asociación de Medios de Comunicación, bajo la supervisión de la ANMH, el sector de los derechos humanos, bajo los auspicios de la POHDH, las organizaciones de mujeres bajo la dirección de la SOFA, la Universidad, supervisada por el Rector de la Universidad Estatal de Haití y el grupo de observadores nacionales de la elección, bajo el control de JILAP.

Esta Comisión, dotada del derecho de acceso al centro de cómputos o de todo otro lugar apropiado, tendrá por atribuciones:

a) depurar el proceso de votación mediante el análisis de las listas electorales parciales (LEP), los registros de firmas, las hojas de conteo, las actas y las quejas presentadas con vistas a detectar los casos de fraude;

b) identificar y recomendar la exclusión del proceso tanto a quienes lo cometieron como a quienes se beneficiaron de los casos de fraude encontrados;

c) recomendar todas las medidas que considere oportunas para restablecer la confianza y garantizar la transparencia necesaria para la continuación del proceso electoral.

La comisión, que podrá hacerse asistir por expertos creíbles e imparciales, debe cumplir su misión histórica en un plazo no superior a los quince días corridos.

Los observadores electorales, partidos políticos o candidatos a la Presidencia podrán observar el desarrollo del trabajo de la comisión.

En su corazón y mente y preocupados por el futuro del país, los firmantes esperan que se tomen medidas urgentes al respecto.

Siguen las firmas:

Sauveur Pierre ETIENNE

Moise JEAN-CHARLES

Jude CELESTIN

John Henry CEANT

Steeven I. BENOIT

Charles Henry BAKER

Eric JEAN-BAPTISTE

Samuel MADISTINS

http://hpnhaiti.com/site/index.php/politique/17232-haiti-elections-7-candidats-a-la-presidence-font-front-commun-pour-denoncer-les-fraudes-massives

Traducción del francés gentileza Diálogo 2000 – Jubileo Sur Argentina.

A debacle de Kerry em Viena


Mike Whitney, Counterpunch - Tradução: Vila Vudu

Pode alguém me explicar por que o presidente Obama decidiu anunciar que vai enviar soldados das Forças Especiais dos EUA para a Síria, no mesmo dia em que o secretário de Estado John tinha reunião com diplomatas russos e iranianos para discutir o fim de uma guerra que já dura quatro anos e meio?

Do que, afinal, se trata?

Será que Obama supõe que assustaria russos e iranianos com esse agitar cenográfico de sabres?

Será que pensa que os russos cancelariam a ofensiva militar e retirariam o apoio que dão a Assad?

O que Obama estaria pensando?

O próprio Kerry mostrou-se constrangido pelo anúncio presidencial, que nada obteve, exceto convencer os presentes de que a política externa dos EUA é conduzida por amadores, sem nem ideia do que fazem. Foi o que conseguiu.

Segundo o New York Times, "o secretário Kerry disse aos jornalistas que o timing do anúncio fora 'uma coincidência', e que ele não tinha conhecimento de que alguma decisão havia sido tomada, até a manhã daquela 6ª-feira." (Obama Sends Special Operations Forces to Help Fight ISIS in Síria, New York Times)

"Coincidência"? Kerry acha que foi coincidência?

Por sorte, o Times tem melhor noção que Kerry do que se passava, e até admite qual o real objetivo do 'movimento'. Vejam vocês mesmos:

"O presidente Obama anunciou na 6ª-feira, que ordenou o envio de várias dezenas de soldados das Operações Especiais dos EUA à Síria, para a primeira missão sem fim previsto de soldados dos EUA em solo daquele país (...)

(...) o envio dos soldados norte-americanos (...) visou a reforçar as ações diplomáticas do secretário de Estado John Kerry, que, na 6ª-feira, obteve um acordo em Viena, com países que têm interesses divergentes, para explorar "um cessar-fogo em todo o país" (...) (Obama Sends Special Operations Forces to Help Fight ISIS in Síria, New York Times).

Viram bem? Não foi coincidência, não, de modo algum. Foi intencional. Teve o objetivo de "reforçar as ações diplomáticas do secretário de Estado John Kerry". Em outras palavras: foi ameaça, pura e simples ameaça.

Para que se consiga avaliar a real estreiteza de visão desse 'movimento', é preciso tentar compreender, para começar, por que essas conversações foram propostas.

Qual o objetivo dessas negociações e quem as propôs? Ora... Foi Washington quem propôs! Não foi Rússia, não foi Irã, nem Arábia Saudita, nem Turquia e nem Europa. Foi Washington. Washington. E a razão por que Washington quis essas reuniões é que (como o Times diz) os norte-americanos queriam "explorar um cessar-fogo em todo o país". O governo dos EUA quer o fim dos combates. E já. Essa é a razão pela qual Kerry correu feito galinha recém-degolada de um lado para outro, para conseguir pôr todos os diplomatas em torno de uma mesma mesa – e o mais depressa possível.

Mas que ninguém suponha nem por um instante que, dado que Washington deseja um cessar-fogo, Washington também deseje alguma "solução política", ou "acordo negociado", nem alguma paz, porque Washington não deseja nada disso. Não há paz alguma na agenda dos EUA, e nunca houve.

Ao longo dos últimos quatro anos e meio, os EUA vêm apoiando empenhadamente os terroristas sunitas e outros grupos militantes, para garantir que esses e outros evitem a qualquer custo qualquer paz, porque paz seria mais um obstáculo ante o real objetivo dos EUA, que é derrubar o governo da Síria, "mudar o regime" no jargão oficial.

Assim sendo, o que mudou? Em outras palavras, por que Kerry parece agora repentinamente tão desesperado para promover reuniões, quando, durante os últimos quatro anos e meio, teve todas as oportunidades do mundo para recolher seus animais ao canil?


O que mudou foi Vladimir Putin. Putin cansou-se, cansou-se totalmente, definitivamente, dos EUA a rasgarem em farrapos, um depois do outro, tantos países do Oriente Médio. E Putin decidiu pôr fim àquela farra. E formou uma coalizão (os 4+1: Irã, Iraque, Síria e Hezbollah). E começou a empurrar os terroristas para o inferno, à bomba.

Criou-se assim enorme problema para Washington, porque muitos desses extremistas violentos e terroristas foram armados e treinados pelos EUA. São "os rapazes" de Washington, e estão fazendo o trabalho sujo de Washington, combatendo guerra por procuração para derrubar do poder o presidente Bashar al Assad da Síria. Por isso Kerry 'solicitou' as reuniões: porque os EUA precisam desesperadamente de um cessar-fogo, para proteger o maior número possível de terroristas, bandidos, assassinos e ladrões que os EUA treinam e armam. Eis o que disse Kerry depois das conversas da 6ª- feira:

"A teoria do cessar-fogo é muito simples: certas partes controlam ou influenciam o pessoal armado e com habilidade para lutar. E se alcançarmos um acordo com respeito a trechos da estrada à frente, haverá uma responsabilidade dos que influenciam aqueles que... aqueles que têm controle direto sobre algumas partes, e vão controlá-las. Claro que no que tenha a ver com Daesh e al-Nusrah, não há cessar-fogo, nada disso, e esses são os parâmetros iniciais. Mas há muito mais a discutir entre militares, políticos... Há todos os tipos de possibilidades, mas ainda estão por ser exploradas."

Não lhes parece, caros leitores, que Kerry está muito mais interessado em discutir detalhes de um cessar-fogo, do que em pôr fim à guerra? Isso, porque seu real objetivo nada tem a ver com paz ou socorro humanitário. O verdadeiro objetivo de Kerry é salvar o maior número possível daquelas hienas sedentas de sangue. Esse é o único e verdadeiro objetivo de Washington.

E que importância tem nós sabermos disso?

É muito importante, porque, se Washington realmente não deseja paz alguma, nesse caso é forçoso concluir que as conversações são pura farsa, e que Kerry só está tentando ganhar tempo para reorganizar os seus exércitos de terroristas, que agora estão sob efetivo ataque da Força Aérea Russa, para adiante logo que possam, voltarem à guerra.

E como sabemos disso tudo?

Sabemos porque Kerry fez uma palestra na [ONG] Carnegie Endowment for International Peace [Dotação Carnegie para a Paz Internacional], um dia antes de embarcar para Viena, na qual anunciou exatamente qual é a estratégia dos EUA. Eis o que disse lá:

"No norte da Síria, a coalizão e seus parceiros empurraram o Daesh (ISIS) para fora de mais de 17 mil quilômetros quadrados de território, e já securitizamos a fronteira turco-sírio a leste do rio Eufrates. É cerca de 85% da fronteira turca, e o presidente está autorizando mais ações para securitizar o resto (...).

Também estamos reforçando nossa campanha aérea, para ajudar a empurrar o Daesh, que antes dominava a fronteira sírio-turca, para fora da faixa de 70 milhas, que o grupo controla" (US Secretary of State John Kerry on the Future of US Policy in the Middle East, Carnegie Endowment for International Peace)

Aí está, preto no branco. Kerry está dizendo, basicamente, ao círculo de seus amigos mais íntimos, que Washington está mudando-se para o Plano B, um plano de conservação, que envolverá estabelecer uma "zona segura" no lado sírio da fronteira sírio-turca onde EUA e seus parceiros possam continuar a armar, treinar e enviar de volta à Síria aquele seu exército de terroristas bandidos, sempre que acharem interessante.

Agora, então, compreende-se perfeitamente o que as Forças Especiais de Obama farão na Síria, não é mesmo? Lá estarão para supervisionar operações para pôr em andamento esse projeto.

Será que Putin gostará da ideia de Washington tentar anexar território sírio soberano, para que os EUA tenham meios para manter guerra naquela região para todo, todo um longo futuro?

Não. Absolutamente não gostará. De fato, pode vir a ser problema grave para ele. Se os EUA securitizam área na qual os terroristas extremistas se possam plantar por longo tempo, então, sim, os EUA podem até conseguir converter o conflito sírio em mais um sorvedouro de tipo Afeganistão – que parece ser o objetivo/desejo de muitos atuais planejadores estratégicos em Washington.

E o que Putin deve fazer? Como alcançará os seus objetivos, sem esbarrar no projeto dos EUA?

Bem. Para começar, primeira coisa, tem de entender que Viena é piada. Que o governo Obama não fala a sério, que não tem qualquer interesse em nenhuma solução diplomática. Só fumaça e espelhos. Kerry ter admitido que os EUA já controlam "cerca de 85% da fronteira turca, e o presidente está autorizando mais ações para securitizar o resto" prova acima de qualquer dúvida que Washington já está acionando o Plano B. Em resumo, é isso.

Muito provavelmente, Putin já percebeu que Viena é golpe e fraude, o que explicaria por que o homem dele, o ministro russo de Relações Exteriores Sergei Lavrov, recusou-se a fazer qualquer concessão em qualquer dos pontos que estavam em discussão (em Viena). No que tenha a ver com Lavrov, ou todas as demandas da Rússia são atendidas, ou nada de acordo. O estado e as instituições do estado sírio permanecem intactos; os terroristas serão exterminados até o último terrorista; Assad participará do "governo de transição"; e o povo sírio decidirá, só ele, quem governará a Síria. É o mapa do caminho básico de Genebra, e Lavrov permanece firmemente colado a ele. Washington aceitará, porque não terá escolha, a não ser aceitar.

Quanto ao cessar-fogo: Lavrov também bombardeou a ideia. Disse precisamente que "Se se declarar algum cessar-fogo, nenhuma organização terrorista será coberta". Em outras palavras, a coalizão comandada pelos russos continuará a bombardear bandidos degoladores até que o último deles seja mandado prestar contas ao Criador.

As palavras de Lavrov não foram publicadas em nenhum veículo da mídia-empresa privada ocidental, provavelmente porque deixam bem claro quem, de fato, comanda a agenda: a Rússia. Quem está definindo a agenda na Síria é a Rússia. Sugerem também que não há espaço para tergiversações na abordagem russa, e não há. Terroristas, 'moderados' ou radicais, serão caçados até o último e exterminados. Ponto, parágrafo.

Eis um detalhe a mais, do que Lavrov disse:

"A Rússia permanece firme em sua posição de que o combate ao terrorismo tem de ser conduzido de acordo com as bases sólidas da lei internacional. Falemos de intervenções militares por ar ou por terra, todas terão de ser conduzidas em comum acordo com o governo ou com o Conselho de Segurança da ONU."

Em outras palavras, se um país, os EUA, digamos, decide realizar operações militares ilegais na Síria (e todas as operações que os EUA mantêm na Síria hoje são ilegais), o país o fará por sua conta e risco. A Rússia continuará a implementar agressivamente seu plano de combate ao terrorismo, haja ou não haja ali soldados das Forças Especiais dos EUA combatendo ao lado dos terroristas e expostos em situação conhecida de altíssimo risco.

A ofensiva comandada pelos russos também reestabelecerá as fronteiras soberanas da Síria. Se Obama quer 'reservar' uma parte do território sírio, para presentear como valhacouto aos seus assassinos de aluguel, melhor preparar-se para lutar por eles. É o preço.

Putin mostrou notável capacidade para antecipar os movimentos de Washington e tomar medidas preventivas para minimizar-lhes o impacto. Mesmo assim, haverá disputa duríssima, se Obama conseguir criar um santuário na fronteira turca para garantir abrigo aos terroristas, por onde eles possam entrar e sair da Síria à vontade, mantendo o país em estado permanente de guerra. Nesse caso, Putin terá de enfrentar o seu pior pesadelo: que os russos tenham de ficar na Síria para sempre.

Será que Putin tem alguma carta na manga, para reagir contra essa ameaça? Estará disposto, por exemplo, a mandar para lá as suas próprias tropas de elite das Forças Especiais da 7ª Divisão Aérea (de Montanha) de Guardas de Assalto [orig. 7th Guards Airborne-Assault (Mountain) Division], que já têm sido vistas perto de Latakia, para impedir a presença de terroristas e de 'combatentes rebeldes' na fronteira, o que poria rápido fim ao plano pervertido de Washington para dividir a Síria em enclaves não estatais e criar um paraíso seguro permanente para terroristas e extremistas islamistas?

Putin vê o terrorismo como ameaça direta à segurança nacional da Rússia. Fará o que tiver de ser feito para derrotar o inimigo e vencer a guerra. Se significar pôr coturnos russos em solo para dar conta do serviço, assim Putin fará.

"EUA são o pior inimigo da democracia nas Relações Internacionais", diz filósofo italiano


João Novaes e Rodolfo Machado - Opera Mundi

Para Domenico Losurdo, crise provoca questionamentos nos fundamentos liberais, que poderão ser respondidos com ajuda da esquerda da América Latina

A crise econômica global iniciada em 2008 afetou não somente as economias das grandes potências ocidentais como também a crença desses países no liberalismo triunfante, que se iniciou após o fim da Guerra Fria. Essa é a opinião do filósofo, historiador e cientista político marxista Domenico Losurdo, que está no Brasil para uma série de atividades e palestras.

Nesta quarta-feira (02/10), ele concedeu entrevista a Opera Mundi em um hotel no centro de São Paulo, ocasião em que criticou as atitudes imperialistas belicistas dos EUA em contraponto à sua retórica em prol da liberdade e da democracia.

Ele também teceu severas críticas à social-democracia na Europa, a quem denominou de “esquerda imperial” e de possuir objetivos muito próximos aos partidos da direita tradicional, fazendo parte de um sistema “monopartidário competitivo”.

Losurdo é professor da Universidade de Urbino, na Itália, e também de entidades como o Internationale Gesellschaft Hegel-Marx für Dialekttisches Denken e da Associação Marx-XXIesimo Secolo. Leia abaixo a primeira parte da entrevista. A segunda será publicada na sexta-feira (04/10).

Opera Mundi: Como podemos classificar o atual momento do liberalismo no século XXI? Ao mesmo tempo em que o mundo se encontra em uma crise econômica que já dura cinco anos, os liberais têm obtido sucesso no processo de desmantelamento do estado de bem-estar social.

Domenico Losurdo: O liberalismo está em crise. Você tem razão quando fala do desmantelamento do estado de bem-estar social na Europa. Mas isso ocorre porque estamos em um momento de fraqueza. No fim da II Guerra Mundial, foram o movimento operário e os movimentos populares que conquistaram o estado de bem-estar social, em um momento onde o comunismo contava com muita estima e exercia grande influência.

No decorrer da crise atual, esse ataque ao estado social está fazendo com que muitos comecem a colocar em questão o sistema capitalista liberal. Foram criadas uma série de ilusões após o fim da Guerra Fria, quando se falou até mesmo em “Fim da História” [pelo cientista político Francis Fukuyama] já que o liberalismo teria triunfado em nível planetário. Hoje isso é ridicularizado.

No contexto internacional vemos outros aspectos dessa crise: a decadência econômica do capitalismo ocidental corresponde à ascensão de países como a China. E a China não segue aos ditames do “consenso de Washington”, onde o mercado domina tudo e o estado não tem papel na economia. O que presenciamos agora é o "consenso de Pequim", que defende a intervenção do estado na economia.


OM: Sob o ponto de vista eleitoral, na Europa, Angela Merkel venceu mais uma vez. Já a social-democracia, a centro-esquerda, não soube aproveitar as vitórias nos últimos anos para realizar transformações em seus mandatos, enquanto os partidos de esquerda, salvo o grego Syriza, não apresentaram programas que chamaram atenção de parte considerável do eleitorado.

DL: De acordo. Na Europa ainda vemos uma desorganização de forças que podem ser alternativas ao sistema dominante. No momento, esse sistema político europeu é constituído pelo que chamo de monopartidarismo competitivo, uma categoria que elaborei em meu livro Democracia ou Bonapartismo. Ou seja, os partidos que certamente têm alguma competitividade são expressões da mesma classe social, da grande burguesia, exprimem mais ou menos a mesma ideologia e perseguem projetos políticos quase semelhantes.

Já os partidos populares são muito fracos, não podemos ignorar. Por outro lado, na opinião pública, o prestígio do capitalismo liberal se encontra muito enfraquecido. O problema é como transformar esse descontentamento que se desenvolve em projeto político concreto. E devo reconhecer que, infelizmente, a esquerda e os comunistas estão em grande atraso.

OM: Em suas palestras o sr. cita frequentemente John Locke, ao mesmo tempo pai do liberalismo e associado à African Company, que explorava a escravidão a seu tempo. Isso lembra, aqui no Brasil, o discurso da corrente liberal dominante que defende a tese do estado mínimo alegando que o poder público é obeso, incapaz de gerir uma sociedade cada dia mais complexa e dinâmica. Em resposta, são lembrados dos pedidos de ajuda dos bancos aos governos e de que grandes sucessos privados como Google e Apple hoje são o que são graças à ajuda governamental e à intervenção estatal. O senhor está de acordo que exista essa dicotomia constante no discurso liberal?

DL: A tese do estado mínimo é ideológica e uma auto apologia. Pegando o exemplo de um país como os Estados Unidos, o estado é mínimo na relação de direitos econômicos e sociais, na garantia dos direitos da saúde, por exemplo. Mas não se considerarmos o aparato policial e militar. Os dois aspectos devem ser considerados.

O presidente dos EUA, Barack Obama, tem o poder de decidir sozinho qual suspeito de terrorismo pode ser eliminado. Isso não tem a ver com garantias liberais. O presidente dos EUA tem até mesmo o poder de iniciar uma guerra, não precisa nem mesmo da aprovação do Congresso – ele o fez agora no caso da Síria, mas não tinha necessidade jurídica para isso.

Cito Immanuel Kant que fez a seguinte questão: “Como podemos saber se um líder é déspota ou não?” Quando um líder político diz que a guerra deve ser feita e esta acontece. É aquele que pode decidir sozinho ou quase sozinho o início de uma guerra. Se considerarmos essa afirmação correta, então devemos considerar Obama um déspota, segundo Kant. Portanto, o Estado não é tão mínimo quanto a propaganda apresenta.

Kremlin: Rússia não vai alterar a postura para com Síria devido ao acidente aéreo do A321


O secretário da imprensa do presidente russo, Dmitry Peskov, afirmou que as considerações hipotéticas sobre alterações da postura russa para com a Síria são absolutamente inoportunas.

Reagindo aos rumores de uma bomba que ficou a bordo do avião ter sido a cauda do acidente, Peskov disse que nenhuma versão da catástrofe pode ser chamada da verossímil.

Criar versões da queda do avião A321 no Egito é a prerrogativa dos investigadores, o resto é a informação não-verificada e especulações, disse o porta-voz do presidente russo Dmitry Peskov.

“Se há alguns dados mais sérios, nós, com certeza, esperamos que, quem quer que os tenha, os porá à disposição da investigação”.

Na quarta-feira (4) o governo britânico afirmou que, segundo os dados “das várias fontes”, a queda do avião russo foi causada “muito provavelmente” pela bomba que ficava a bordo.

No sábado, 31 de outubro de 2015, um Airbus A321 pertencente à empresa russa Kogalymavia (também conhecida como Metrojet) levantou voo que levaria 224 pessoas — 217 passageiros, inclusive 14 crianças, e sete membros da tripulação — da cidade balneária egípcia de Sharm el-Sheikh à cidade russa de São Petersburgo. Mas logo depois do início mesmo do seu trajeto, sobrevoando a península do Sinai, o bordo desapareceu dos radares e não devolvia sinal de contato. Em breve, a sua queda foi confirmada. Uma investigação internacional está em curso.

Sputniknews

‘Corea del Norte tiene preparado misil nuclear que alcanza EEUU’


Corea del Norte tiene misiles balísticos intercontinentales (ICBM, por sus siglas en inglés) que pueden alcanzar objetivos en EE.UU. y Europa, revela uno de los institutos de ideas más influyentes del país norteamericano.

Según el reporte militar anual de la Fundación Heritage difundido la semana pasada, Pyongyang ya ha terminado de desarrollar el ICBM KN-08, misil balístico intercontinental con un alcance que supera los 6000 kilómetros y capacidad de transportar dispositivos nucleares.

En el reporte se pone de relieve la probabilidad creciente de que Corea del Norte ya tenga varias decenas de misiles KN-08 preparados para ser lanzados en cualquier momento.

El KN-08, desarrollado por ingenieros norcoreanos con la supuesta ayuda de algunos expertos extranjeros, fue mostrado por primera vez durante un desfile en abril de 2012.

Lo que más preocupa a Washington, afirma dicho think-tank, es la característica de su lanzamiento: el KN-08 puede ser lanzado desde plataformas móviles, lo que hace casi imposible que sea neutralizado antes de despegar.


Un misil balístico lanzado desde submarino (SLBM, por sus siglas en inglés) de Corea del Norte.


Dicho instituto de ideas también advierte de que Pyongyang continúa desarrollando proyectos de construcción de nuevos misiles balísticos que puedan alcanzar el territorio estadounidense.

También aconseja adoptar medidas ante posibles ataques nucleares norcoreanos con aparatos de largo alcance.

Las tensiones entre Corea del Norte y Estados Unidos han aumentado drásticamente en los últimos meses, incluso, Pyongyang ha amenazado con lanzar ataques nucleares contra el suelo estadounidense.

Anteriormente, Washington reconoció la capacidad nuclear de Corea del Norte y advirtió de que desplegaría bombarderos nucleares B-52 Stratofortress en el territorio surcoreano si suben las tensiones.

hgn/ncl/mrk - HispanTv

Israel roba órganos de palestinos muertos en choques


El Gobierno palestino reveló que el régimen de Tel Aviv roba los órganos de los palestinos que mueren en los choques con las fuerzas israelíes en los territorios ocupados.

En una carta enviada el miércoles al secretario general de la Organización de las Naciones Unidas (ONU), Ban Ki-moon, el representante palestino ante esta entidad, Riad Mansur, subrayó que el régimen israelí devolvió cuerpos de palestinos asesinados a los que "faltaban córneas y otros órganos, lo que confirma aún más los informes de la extracción de los órganos de los palestinos por los ocupadores".

"Durante los exámenes forenses de los cuerpos de palestinos muertos por disparos israelíes, los médicos se dieron cuenta de que a los cadáveres les faltaban órganos", escribió Mansur en su misiva al máximo responsable de la ONU.

Los cuerpos de los palestinos a quienes Mansur se refería eran los de aquellos que perdieron la vida por la escalada brutal de violencia israelí desde el inicio de octubre en los territorios palestinos ocupados.


El representante palestino ante la Organización de las Naciones Unidas (ONU), Riad Mansur.


El enviado palestino también denunció el uso excesivo de la fuerza y las medidas represivas de las fuerzas de seguridad del régimen israelí contra los palestinos.

El tema del robo de órganos por parte de Israel se difundió por primera vez en un informe publicado por el diario sueco Aftonbladet en 2009.

El exresponsable del instituto forense de Israel Yehuda Hiss admitió que su equipo ha extirpado órganos de cadáveres palestinos sin el consentimiento de su familia.

Por su parte, el diario estadounidense The New York Times, en agosto de 2014, señaló que los traficantes de órganos israelíes han logrado enormes sumas de dinero al adquirir de forma ilegal órganos de seres humanos que luego venden a pacientes israelíes.

Además, el coordinador de la Campaña Nacional para la Recuperación de los Cuerpos de los Mártires Palestinos, Salem Jeleh denunció que los médicos militares israelíes extraen órganos de los cadáveres de los palestinos que pierden la vida en las cárceles del régimen de Tel Aviv.

mkh/ncl/mrk - HispanTv

Rusia suministra a Siria sistemas de misiles antiaéreos para prevenir secuestros de aviones


Rusia ha suministrado a Siria sistemas de misiles antiaéreos para prevenir posibles secuestros de aviones y lanzar ataques de respuesta, según ha revelado el comandante de la Fuerza Aérea rusa, el coronel general Víktor Bóndarev.

Rusia ha suministardo a Siria "no sólo cazas, aviones de asalto, bombarderos y helicópteros, sino también sistemas de misiles antiaéreos, porque se pueden producir circunstancias de fuerza mayor", ha expresado el comandante de la Fuerza Aérea rusa, el coronel general Víktor Bóndarev, en una entrevista a 'Komsomolskaya Pravda'.

El coronel general ha puesto como posible ejemplo de una situación similar "el secuestro de un avión en el territorio de un país fronterizo con Siria y su uso para realizar un ataque contra Rusia", ante lo cual ha comentado que "tenemos que estar preparados".

El operativo antiterrorista ruso en Siria comenzó el 30 de septiembre a petición del presidente del país, Bashar Al Assad. Desde que comenzó, la Fuerza Aérea rusa ha atacado más de 2.000 instalaciones y equipamientos, según informó este martes el jefe de la principal gestión operativa del Estado Mayor ruso, el coronel general Andréi Kartapólov.

Actualidad RT

Tres ministros israelíes, financiados por un traficante de drogas


La ministra israelí de asuntos jurídicos, Ayelet Shaked.

Tres altos funcionarios israelíes han recibido dinero de un traficante de armas y drogas para impulsar sus carreras políticas, sostiene una televisión israelí.

La ministra de asuntos jurídicos, Ayelet Shaked, el ministro del interior, Gilad Erdan y el ministro de turismo, Yariv Levin, han recibido financiación por parte del empresario belga judío Serge Muller, señala el reporte emitido por el Canal 2 israelí.

El multimillonario hombre de negocios fue arrestado el pasado marzo en Montenegro por la Organización Internacional de Policía Criminal (Interpol), después de que la Policía belga emitiera su orden de detención, señaló el martes el portal independiente Middle East Monitor.


El ministro israelí del interior, Gilad Erdan (dcha.) y el ministro de turismo, Yariv Levin.


De acuerdo con el informe, cada uno de los ministros recibieron dinero en apoyo a sus campañas en el período previo a las elecciones parlamentarias anticipadas del régimen de Israel que se celebraron el pasado 17 de marzo.

Una publicación de mayo del diario Times of India indica además que la emisión de la orden de captura de Muller se debió a su presunta implicación en una red internacional de tráfico de cocaína, a lavado de dinero proveniente de la droga y a su pertenencia a una organización criminal.

En el pasado, la familia de Muller afirma haber “hecho donaciones a lo largo de los años al proyecto sionista”, al régimen de Israel y a todo aquel que buscase beneficiarlo, conforme a la ley y sin esperar ninguna recompensa.

mrk/mla/nal -HispanTv

"EE.UU. ha cruzado el límite y se ha convertido en una amenaza para la paz mundial"


Las provocaciones de EE.UU. en mar de la China Meridional están en línea con su política exterior, que generó las crisis en Siria y Ucrania, opina el analista y activista estadounidense Mike Billington.

La operación naval que Estados Unidos llevó a cabo este 26 de octubre en el mar de la China Meridional, cerca de las islas Spratly, es un intento del Gobierno de Barack Obama de "provocar deliberadamente la confrontación militar" con Pekín, afirmó Mike Billington en una entrevista para Press TV.

Billington indicó que "los chinos están tratando de defenderse de esta loca amenaza de guerra que Obama expande por todo el mundo" y estimó que el presidente de EE.UU. debe abandonar el cargo para evitar que el país tenga un conflicto militar con Rusia y China.

Este analista consideró que la provocación de Washington en el mar de la China Meridional está en línea con las acciones que provocaron las crisis en Siria y Ucrania, que buscaban derrocar el gobierno de Bashar Al Assad y amenazar a Rusia.

"Hay una sensación creciente, no sólo en Estados Unidos, sino en todo el mundo, de que hemos cruzado el límite y somos una amenaza para la paz mundial", concluyó Billington.

Actualidad RT

Exército da Síria recupera a rodovia para Aleppo

Após intensos combates e com o apoio de aviões e helicópteros russos, o Exército Árabe da Síria recuperou uma das mais importantes rotas de abastecimento dos terroristas na
Síria, a rodovia para Aleppo, por onde passavam carregamentos de alimentos, armas e dinheiro vindos do exterior, enviados aos terroristas pelos governos dos EUA, Israel, França, Inglaterra, Turquia, Catar e Arábia Saudita.

Assim ficou a estrada de Aleppo que foi libertada pelo Exército Sírio:


quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Depois que Merkel acabar de destruir a Alemanha, e Cameron, a Europa; e depois que Obama tiver perdido sua guerra contra o Kremlin, Putin será o último homem à tona (e a Rússia estará livre dos oligarcas).


John Helmer, Dance with bears - Tradução: Vila Vudu

"É artigo de provocação. Mas, se você acompanhou a imprensa-empresa anglo-europeia durante os dois últimos anos, sabe que Putin já teria de ter sido destruído. Sanções ocidentais, preços muito baixos para o petróleo foram medidas concebidas para encurralar Putin contra a parede e obrar mais uma 'mudança de regime', nesse caso no Kremlin, ou, no mínimo, para enfraquecer Putin de tal modo que os EUA pudessem dar início a mais um daqueles seus enredos para "mudar o tabuleiro do jogo estratégico", que em geral deixam, por onde passem, um rastro de estados destruídos.

Mas Putin, presidente de um país de segundo escalão em termos econômicos, e apesar de ter sempre lutado contra adversários mais pesados que ele, em termos geopolíticos, desequilibrou-os a ponto de deixá-los zonzos e, agora, até já organizou uma coalizão no Oriente Médio que, pelo andar da carruagem, arrancará dos EUA um objetivo para cuja conquista vários governos norte-americanos apostaram grande parte da própria reputação, além de muito dinheiro, a saber, arrancar Assad da presidência da Síria.

Como Putin fez tudo isso? Como é possível? O que aconteceu?"
(3/11/2015, Naked Capitalism, (ing.), Ives Smith, introdução ao artigo que abaixo se lê)
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Desde que os EUA iniciaram a queda de regimes-dominós em Kiev em fevereiro 2014, já derrubaram o regime polonês, e o francês está condenado – presidente François Hollande será derrotado por qualquer um dos candidatos que concorrem contra ele, inclusive Marine Le Pen da Frente Nacional. O primeiro-ministro britânico David Cameron pode adiar sua prestação de contas, mas para efeito europeu, não dentro de casa. A chanceler alemão Angela Merkel tem menos apoiadores a cada dia que passa. Quando Merkel cair, levará com ela a União Europeia (UE) em ruínas.

A Rússia, sob ataque eterno de EUA, Alemanha, França e Grã-Bretanha na guerra para derrubar o presidente Vladimir Putin, é agora o único país europeu cujos eleitores manifestam mais apoio aos próprios governantes, não menos, que antes. É também o único com capacidade para resistir contra a imigração não desejada; para converter sua economia de modo a que gere crescimento economicamente sustentável; e para derrotar, pela força, os inimigos do próprio povo russo. A guerra para 'proteger' a Europa contra a Rússia está destruindo, em velocidade impressionante, a Europa.

Quando há guerra internacional, o capital internacional é obrigado a virar nacional. Historicamente, essa transformação foi implantada pela pirataria naval de tipo elizabetano, pelos bloqueios napoleônicos, por negociação com os estatutos inimigos, ou por sanções de tipo "EUA". Durantes esses episódios, o capitalismo internacional deixa de existir, exceto como mercado negro ou contrabando. A regulação (reforma) dos mercados internacionais passa a ser subordinada dos interesses do capital nacional, de modo que os compadres da nação impõem-se sobre reformadores internacionais.

As sanções de EUA e UE do tipo imposto desde março de 2014 (individual, setorial, cirúrgicas, invisíveis) representam um dos fronts da guerra EUA-UE contra a Rússia. Esse tipo de guerra breca a internacionalização do capital, como quando o comércio de commodities é precificado em dólares norte-americanos; os bancos dos EUA fazem a lavagem; e sistemas como SWIFT, Visa e Mastercard transferem o dinheiro. A Rússia (China e Índia também) passa(m) a ter de nacionalizar as próprias instituições, instrumentos e apparatchiki do capital.

A justificativa introdutória para as sanções dos EUA como ataque contra o "círculo íntimo" em torno de Putin não passou de camuflagem para uma estratégia para tentar mudar o regime na Rússia – e nunca foi campanha para sanear os abusos do capital internacional, evasão de impostos, corrupção. A perseguição extrajudicial, pelos EUA, contra capitalistas corruptos e apaniguados é tática de guerra, não política empresarial nem, menos ainda, doutrina jurisprudencial. Aplica-se contra "inimigos" como Dmitry Firtash, mas não contra "amigos" como Yulia Tymoshenko.


Merkel p/ Timoshenko: "Quanto?"
Timoshenko p/Merkel (no ouvidinho): "195 milhões."


A divulgação, semana passada, dos memorandos redigidos por advogados do governo dos EUA, para o presidente Barack Obama, justificando o assassinato planejado de Osama bin Laden em maio de 2011, confirma o que é óbvio, na guerra contra a Rússia. "Havia também um trunfo" – o New York Times noticiou. – "Por mais que os advogados acreditassem que Mr. Obama estivesse obrigado a cumprir a lei doméstica, eles também acreditavam que ele podia decidir violar a lei internacional e autorizar uma ação clandestina, disseram alguns funcionários."

A força não é a única violação da lei doméstica dos EUA que pode ser empregada em terra estrangeira. O suborno é tradicional arma de estratégia de estado; claro que não é monopólio, nem do Kremlin, nem da Casa Branca. O antigo império romano, e o império bizantino que o sucedeu, três vezes mais longo, ilustram o óbvio. Pagar para neutralizar os inimigos, ou persuadi-los a ser amigáveis, é muito mais objetivamente efetivo, previsível, menos arriscado que mobilizar exércitos enormes capazes de conter rebeliões locais, fazer incursões transfronteiras ou invadir. Para ter ideia clara do custo das infindáveis guerras dos EUA no Afeganistão e Iraque, leiam isso.

É igualmente óbvio que exércitos e armas não podem defender fronteiras e territórios em profundidade, sem sistemas internos operantes para arrecadar impostos para pagar o que custam os exércitos e as armas. Nos anos finais da União Soviética, o Politburo em Moscou tentou, sem sucesso, intervenções armadas na Lituânia, depois no Azerbaijão. Mas rapidamente desistiram da opção de força, e abandonaram o esforço para impor o poder direto. Demoraram ainda mais até serem persuadidos a abandonar os meios para manter intacta a zona do rublo de estados ex-soviéticos, mediante um único banco central e um sistema comum de financiar o rublo.

Depois que a União Soviética colapsou, em lugar dos controles militares, administrativos e financeiros do velho sistema, o Kremlin usou (criou) os oligarcas russos para restaurar uma medida considerável da sua antiga influência. Não tão diretamente nem tão obviamente potentes como o Partido Comunista, a segurança da KGB, o aparato do Gosbank e os comandos do Exército Vermelho haviam sido antes de 1991; mesmo assim, os oligarcas funcionaram bem para restaurar a influência pessoal com as elites governantes centro-asiáticas, obtendo assim meios únicos para antecipar e neutralizar tantas ameaças aos interesses do estado russo quantas pudessem estar em cogitação. Os russos conseguiram fazer isso pagando em dinheiro – a preços que não passavam de minúscula fração do velho preço soviético.

Os EUA empregaram exatamente os mesmos meios, dentro da Federação Russa e dentro da União Soviética. O caso do processo, pelo governo dos EUA de James Giffen, por ter subornado altos funcionários no Cazaquistão, é exemplar. A defesa de Giffen ante uma corte federal em New York, que o acusava de subornar e corromper funcionário estrangeiro, foi que Giffen agira com mandado da CIA. O juiz federal acolheu a defesa e encerrou o processo: "Nada há a discutir. O Sr. Giffen foi importante fonte de informação para o governo dos EUA e portador de informação secreta saída da União Soviética, durante a Guerra Fria. Fez voluntariamente o que fez e foi dos raros norte-americanos com acesso continuado e confiável aos mais altos níveis do oficialato soviético. (...) Esse relacionamento, construído ao longo de uma vida, foi perdido no dia em que ele foi preso. Esse calvário tem de acabar. Como o Sr. Giffen poderá recuperar sua reputação? Essa corte dá o primeiro passo, reconhecendo os serviços por ele prestados."

Na esfera russa de influência, o sistema dos oligarcas (incluindo as corporações estatais de energia) foi bem-sucedido na proteção dos interesses estratégicos do Kremlin na Armênia, Uzbequistão, Turcomenistão, Cazaquistão, Tadjiquistão e Quirguistão. Não foi tão bem-sucedido, embora ainda garantindo apoio positivo, na Bielorrússia. E foi malsucedido na Geórgia e na Ucrânia.

Nesses países, dado que os EUA optaram por usar a força – não importa que sob forma de guerra 'híbrida' ou de guerra 'por procuração' – o Kremlin foi obrigado a contrarreagir também pela força. A derrota da força dos EUA na Geórgia, em agosto de 2008, levou os EUA a usarem força muito maior na Ucrânia em 2014.

Na Ucrânia, o substancial confisco de bens, os controles sobre oferta de energia e o clientelismo político que Rússia, seus bancos estatais e os oligarcas russos haviam estabelecido ali, mostraram-se mal protegidos e impotentes quando os EUA usaram força para derrubar o regime do presidente Victor Yanukovich. Depois que aconteceu, dentro do Kremlin Putin perdeu o efeito de equilíbrio de seus "internacionalistas" e facções "empresariais", e foi obrigado a seguir o curso previsto e mapeado, não pelos siloviki (como são conhecidos em geral), mas pelo Estado-maior e pelos serviços de inteligência. Consequência disso foi uma revolução silenciosa que ninguém fora da Rússia percebeu.

O sistema russo oligárquico (também conhecido como capitalismo clientelista russo [orig. Russian crony capitalism]) decidiu, primeiro, manter no poder um presidente fraco, corrupto, cliente dos EUA: Boris Yeltsin. Na sequência, o sistema oligárquico mostrou-se bem adequado para projetar o poder econômico russo para o exterior, e para fazer expandir o apoio doméstico a Putin, depois que ele eliminou as ameaças instaladas na linha de frente dos oligarcas – Vladimir Gusinsky, Boris Berezovsky e Mikhail Khodorkovsky. O sistema era volátil e competitivo, mas estável. Até que os EUA usaram de força para fazer acontecer uma mudança de regime na Rússia.

Daquele momento em diante, tornou-se óbvio que o sistema carecia de poder político nos países e mercados nos quais os oligarcas russos haviam tentado convencer o Kremlin de que seriam poderosíssimos. Mikhail Fridman tinha, continua a ter, patrimônio valioso na Ucrânia, mas zero de poder político, na hora de fazer as contas, ano passado. Roman Abramovich e Alisher Usmanov estão entre os homens mais ricos que vivem no Reino Unido – mas se provaram impotentes, quando o capital britânico uniu forças com os EUA para atacar Putin. Alexander Lebedev é dono de dois jornais e de um canal de televisão em Londres, mas seu filho Evgeny usa esses veículos para morder a mão que o alimentou. Mikhail Prokhorov, Alexander Abramov e Vagit Alekperov, os oligarcas que têm o maior capital aplicado nos EUA, não conseguem manifestar a mesma capacidade de resistir que outros de seus pares em outros países, quando o governo ou o Congresso dos EUA vira hostil.

Esses oligarcas provaram-se mal adaptados para guerrear. Isso, porque foram internacionalizando seu capital e, ao fazê-lo, foram-se tornando reféns dos instrumentos de guerra que hoje EUA e europeus estão usando.

Três figuras do mundo político russo compreenderam tudo isso e o declararam publicamente: o vice-ministro da Defesa Dmitry Rogozin (imagem, à esquerda); o às vezes conselheiro presidencial Sergei Glazyev; e o coronel Igor Girkin (Strelkov, à direita) proponente da guerra na Novorrússia. Os três aparecem nas listas de EUA-UE de nomes postos sob sanções.

Com o colapso do comércio internacional de commodities e o corte nos financiamentos internacionais para eles, o endividamento dos oligarcas resultou na virtual nacionalização daqueles patrimônios por bancos estatais russos. Individualmente, os oligarcas continuam, enquanto Putin e os serviços de segurança entenderem que se comportam com lealdade e patriotismo; e sob a condição de que aceitem o novo papel, como avalistas do Estado, não como capitalistas empreendedores.

Resistência da velha guarda, como a de Igor Zyuzin da [empresa] Mechel, contra a compra de sua mineradora e siderúrgica falidas pelo Sberbank, é a exceção que ajuda a verificar a regra. Mais exemplar é o caso de Oleg Deripaska que recentemente converteu a Rusal, monopólio de alumínio, de exportadora global de minérios, para fábrica integrada verticalmente para o mercado doméstico de minério de bauxita para fabricar estruturas de janelas; detalhes, aqui.

E há também o caso de Alexei Mordashov. A última vez que Putin convocou os oligarcas para dar-lhe ordens quanto a o que fazerem, foi num jantar no Kremlin dia 19/12/2014. Aqui está a lista de convidados; Mordashov estava sentado alfabeticamente à direita de Putin. Um mês depois, dia 19/1, ele se encontrou com Putin (imagem) no Kremlin para discussão mais íntima.

A transcrição parcial de gravações do Kremlin mostra Mordashov dizendo a Putin que está feliz por estar atualmente focado na Rússia. – De fato, como diz, ele está fazendo mais dinheiro por causa disso. "Ano passado, aumentamos levemente o volume de nossa produção: a produção de aço subiu 2%. De modo geral até se diria que tivemos bons indicadores, primeiros do mundo em termos de fatores importantes como lucratividade da produção e volume líquido de endividamento. Ao mesmo tempo, trabalhamos bem no exterior, mas chegamos à conclusão de que nosso futuro está primariamente aqui, na Rússia, no mercado russo, e nossa produção aqui é mais eficiente. Vendemos a divisão norte-americana e estamos quase totalmente focados em nossas empresas russas. Isso levou a nível bem considerável de lucros." Para saber dos vários bilhões de dólares que Mordashov investiu nos EUA, não na Rússia, e logo perdeu, leiam aqui.

"Acreditamos que nosso futuro está primariamente aqui, na Rússia, no mercado russo" – disse ele, mas só quando já não tinha escolha se não acreditar precisamente nisso. "No momento, há muitas conversas sobre tempos difíceis e tal. Mas penso que o que está acontecendo agora, apesar de algumas sérias dificuldades, também representa bom potencial para crescimento. Em outras palavras, o que está acontecendo é uma correção séria nos indicadores macroeconômicos, mas por outro lado esses eventos estão tornando mais competitiva a produção nacional."

Mordashov não faz essas viagens até o gabinete de Putin para trocarem figurinhas. Quase sempre, vai pedir licença para gastar algum dinheiro fora da Rússia; para saberem o que aconteceu depois que Putin atendeu ao pedido dele, em maio de 2006, clique aqui. Dia 19 de janeiro passado, parece não ser exceção. A transcrição do Kremlin é interrompida com Putin dizendo: "Bom. Obrigado." Será que Mordashov, na continuação, disse que queria gastar mais de um bilhão de dólares na compra de ações de Tui, grupo de turismo listado na Bolsa de Londres, com sede na Alemanha? O porta-voz de Mordashov em Moscou não responde, mas há sinais surgindo na Alemanha de que Mordashov pediu permissão e Putin permitiu.

Segundo matérias de jornais alemães, que têm sido repetidas na imprensa de negócios em Moscou, em agosto Mordashov pediu autorização da agência alemã de regulação antitrustes, para comprar 12% das ações do grupo Tui, que se acrescentariam aos 13% que ele já tinha. A matéria alemã surgiu dia 21 de agosto; a russa, dia 4 de setembro. Mordashov informou ao governo alemão que está atuando mediante uma empresa de Chipre, de nome Unifirm. A proposta de compra de 71 milhões de ações de Tui custariam a Mordashov £859 milhões (1,3 bilhão de dólares) a preços atuais de mercado. Sem revelar o custo, ele contou a um jornal de Moscou: "Posso e quero [ampliar minha parte das ações], me parece. Acho que não ultrapassarei o limite de 30%, a partir do qual teria de fazer uma oferta aos acionistas. O pacote que desejo é de 20% a 25%, dependendo da situação." É o maior investimento único de oligarca russo fora da Rússia, que Putin autorizou pessoalmente desde que anunciou publicamente que estava proibindo precisamente esse tipo de investimento. O que virá depois disso?

A guerra norte-americana – incluindo o front ucraniano, o front sírio e o front no Norte da África – não pode continuar a ser sustentada por muito tempo na Europa, porque os custos são altos demais para os orçamentos nacionais pagarem e para o eleitorado tolerar. A crise dos refugiados demonstra que o respingamento dessas guerras norte-americanas está quebrando qualquer tipo de acordo e consenso político europeus, ameaçando portanto todos os partidos governantes e muitos dos partidos de oposição por toda a Europa. O sistema Putin de governar é mais bem adaptado agora, que o sistema europeu, para guerra prolongada, apesar doa altos custos domésticos.

O clientelismo no governo dos EUA também é prática pouco adaptável à atual situação. Isso, porque nenhum governante norte-americano consegue implementar o que quer que decida fazer, seja aos amigos seja aos inimigos, e, assim, os EUA não têm como combinar com os aliados os seus gambitos de guerra (como, antes, foi possível combinar, no Afeganistão, no Iraque e na Líbia). Pelo mesmo motivo, nenhum acordo de paz que os EUA negociem com rivais ou adversários será jamais estável.

Renda per capita da China cresceu para US$ 7,8 mil


Bancário chinês separa cédulas de cem iuanes

Foi publicado nesta terça-feira (3) um documento do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) sobre o projeto para o 13º Plano Quinquenal de Desenvolvimento Econômico e Social. Segundo o documento, o período do 12º Plano Quinquenal foi extraordinário.

Nestes cinco anos, a economia chinesa estava na segunda posição mundial e a renda per capital da população chinesa, que foi de 1,3 bilhões, cresceu para US$ 7,800.

Durante o 12º Plano Quinquenal, o valor acrescentado da terceira indústria foi mais do que o da segunda, o nível de infraestrutura foi elevado consideravelmente, a agricultura registrou contínuos crescimentos, a população urbana ocupou 55% da toda a população chinesa, e uma série de resultados científicos atingiram o nível avançado mundial.

Rádio Internacional da China

As coisas vão de mal a pior na Alemanha


Por Flavio Aguiar, de Berlim, na Rede Brasil Atual

“A Alemanha está em um estado de emergência.” Esta é uma das frases com que a reportagem do semanário Der Spiegel International, em inglês, caracterizava a situação do país em artigo desta segunda-feria (2) – “The Lonely Chancellor: Merkel under Fire as Refugee Crisis Worsens”. Ou seja, a primeira-ministra Angela Merkelm, já isolada, fica ainda mais acuada à medida em que a crise dos refugiados se agrava.

A coalizão que sustenta o governo passa pela pior crise desde sua constituição. Ela é um tripé de duas pernas. Explico. Uma das pernas, a minoritária, é o SPD, o Partido Social Democrata, que, de acordo com a tradição, indicou o vice-chanceler, Sigmar Gabriel. A outra tem dois pés: a CDU, sigla em alemão da União Democrata Cristã, partido da chefe de governo Merkel, e que atua em 15 das 16 províncias e cidades-estado (Berlim, Hamburgo e Bremen) do país; e a CSU, União Social Cristã, que atua na região da Baviera.

O líder da CSU e primeiro-ministro bávaro, Horst Seehofer, é hoje o principal crítico de Merkel quanto à política para os refugiados que buscam a Europa e, em particular, a Alemanha. A Baviera recebe o maior número deles, vindos da fronteira austríaca, e Seehofer chegou ao ponto de dar ultimatos para que a chanceler fechasse a fronteira alemã. Também sugeriu que se organizassem “campos de triagem” nas fronteiras, o que foi rejeitado pelo ministro da Justiça, Heiko Maas, que é do SPD. Maas não disse o nome maldito, mas é óbvio que isso de “campos de triagem” lembra os campos de concentração do passado não tão remoto.

A tal ponto chegou a desavença, que Sigmar Gabriel, por sua vez, deu um ultimato aos dois – Seehofer e Merkel – para que chegassem a um acordo. No domingo os três se reuniram, sem resultado. Depois de suas horas de reunião, Gabriel se retirou, e mais tarde, sem acordo, Merkel e Seehofer suspenderam o encontro, que prosseguirá na quinta-feira.

A situação parece a de uma dupla sinuca de bico. Se Merkel recua, se desmoraliza perante a Europa e o resto do mundo; se Seehofer recua, se desmoraliza perante suas bases bávaras. Também há muita resistência dentro da própria CDU, e políticos insatisfeitos vêm dizendo que a atitude de Merkel só está favorecendo a extrema-direita, como o movimento Pegida (sigla em alemão para Europeus Patriotas contra a Islamização do Ocidente) ou o neo-nazi NPD, ou ainda a direita com pedigree acadêmico, o recém-fundado AfD (Alternativa para a Alemanha).

No plano europeu, Merkel enfrenta muita resistência, particularmente no antigo Leste, onde vários políticos de direita, como o estrondoso Viktor Orban, primeiro-ministro da Hungria, vêm se erguendo em defesa da “Europa cristã” (sic), contra a horda alienígena que a está invadindo.

É a pior crise de identidade da União Europeia desde a sua fundação. E paradoxalmente Merkel vem dependendo da boa vontade de políticos que antes triturou, como o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras. Ou então vai depender também da boa vontade de líderes complicados, como Tayyip Erdogan, da Turquia, para conter os milhares de refugiados que ainda chegam sem parar. Também dependerá da boa vontade do social-democrata Matteo Renzi, da Itália.

Na Alemanha, a crise política do governo é a ponta do iceberg de uma crise mas profunda, social, cultural e identitária. Vozes se erguem contra a política de Merkel, dizendo que a abertura está destruindo a “matriz genética” do povo alemão e infraestrutura social e previdenciária do país. Os argumentos são falaciosos, pois todo mundo de bom senso sabe que, em matéria de previdência, a Alemanha pode cobrir essa leva de refugiados e muito mais. E todo mundo sabe que a população alemã envelhece a olhos vistos e encolhe, precisando de mão de obra variada em todas as frentes.

Vozes mais sensatas argumentam que em cinco anos os refugiados já terão compensado o investimento feito para recebê-los e começarão a contribuir positivamente para o equilíbrio econômico do país. Além disso, desde o fim da Segunda Guerra a Alemanha se beneficia dos fluxos migratórios contínuos, tendo à frente portugueses, depois turcos, a seguir os do antigo Leste, o que alimenta uma saudável diversidade social e cultural.

Porém, é exatamente essa diversidade que desagrada mais veementemente os insatisfeitos e “puristas” alemães. Os movimentos e as manifestações de extrema-direita têm sido cada vez mais constantes e violentos. Todas as noites abrigos para refugiados são incendiados criminosamente, sobretudo no antigo Leste, mas também em outros recantos. Nas manifestações do grupo Pegida, forcas têm sido levantadas com dizeres indicando que se destinam a Merkel e Gabriel. Na mais recente, um dos oradores disse que o ministro Maas era “pior do que Goebbels”.

E atos se tornam mais violentos. Em Colônia, a candidata à prefeitura Henriette Reker (eleita), foi atacada a facadas por um “desempregado”. Duas noites atrás um grupo de refugiados sírios foi emboscado à noite por um grupo neonazi armado com tacos e sarrafos. E recentemente o jornalista Helmut Schumann, do jornalTagesspiegel, que escreveu críticas ao crescimento da xenofobia na Alemanha, foi atacado numa rua de Berlim por um grupo enfurecido que o derrubou a pancadas e gritos de “porco esquerdista”.

Vários analistas estão falando que o clima lembra perigosamente os dias da República de Weimar, que antecedeu a ascensão nazista nos anos 30.

Para completar esse quadro complicado e algo assustador, na última manifestação do grupo Pegida, ontem em Dresden, a polícia local teve um comportamento que muitos jornalistas qualificaram de “bizarro”. Como é costume, manifestantes antipegida se reuniram em outro local. Enquanto a manifestação do Pegida não tinha acompanhamento policial, a manifestação dos contrários era vigiada por um enxame de policiais. Não se teve até agora nenhuma explicação oficial para a estranha atitude, que também lembrou, perigosamente, os dias de Weimar, em que as forças de segurança reprimiam duramente manifestações esquerdistas e não raro faziam vista grossa para as dos nazistas.