quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

O Espírito Santo arde e Moraes cabala votos


Fernando Brito - Tijolaço

Há cinco dias, Alexandre de Moraes foi nomeado, além da Justiça, Ministro da Segurança Pública.

Há três, foi indicado para uma cadeira no Supremo Tribunal Federal.

Há cinco dias, a grande Vitória está sem policiamento, um caos e um morticínio.

Em cinco dias, 100 mortos, mais pessoas do que morriam, por mês, no ano passado e no estado do Espírito Santo inteiro, do qual a região da capital representa uns 30% da população.

O movimento grevista dos policiais não recuou e, hoje, ganhou a adesão da Polícia Civil.

O Ministro da Segurança Pública mandou 200 soldados da Força Nacional para lá, e só.

O Exército, que virou pau pra toda obra armada no governo Temer, é quem ainda segura, um pouco, a rebordosa.

Hoje, sua agenda se resume a duas prosaicas reuniões – nenhuma sobre o tema.

Teve tempo para ficar de de rapapés com os senadores, para que andem logo com a homologação de seu nome.

De manhã, foi se encontrar com Eunício de Oliveira, o “Índio” da Odebrecht, tratar do “vamos logo com isso, para eu estancar aquela…”

O Espírito Santo era apontado como um “exemplo” de contas públicas, perto de seus vizinhos gastadores, o Rio e Minas.

Vê-se pelos PMs como…

E i pior é que a falta de diálogo, antes da greve, e de uma ação fulminante, depois de deflagrada, duas coisas que poderiam ter desmontado o impasse, chegou-se a uma situação em que, cedendo, será um balde de gasolina nas corporações policiais nos dois vizinhos.

No Rio, como dizia aquele locutor esportivo do passado, falta “pouco, muito pouco, pouco mesmo” para…nem é bom pensar.

E o Ministro da Segurança Pública -este primor de homem rígido, intransigente, intolerante com o crime -está…cabalando votos para ser ministro e nem mesmo a licença que disse ontem que iria tomar o fez.