O acordo foi firmado entre os presidentes da Venezuela, Nícolas Maduro, e David Granger, da Guiana, mediado pelas Nações Unidas.
Para resolver uma disputa pelo território de Essequibo, localizado a oeste do rio de mesmo nome, em região de fronteira entre Venezuela e a então Guiana Britânica – hoje República Cooperativa da Guiana –, estes dois países e o Reino Unido assinaram, em 17 de fevereiro de 1966, o Acordo de Genebra.
Na última quarta-feira (17), para reiterar a importância histórica do acordo, a embaixada da República Bolivariana da Venezuela no Brasil promoveu um evento com a participação de movimentos sociais, grupos solidários e o corpo diplomático em Brasília. O Acordo de Genebra reconhece a legitimidade da reivindicação venezuelana sobre a área e sua inconformidade em relação ao Laudo Arbitrário de Paris de 1899.
Durante a celebração, o embaixador da Venezuela no Brasil, Alberto Castellar, reafirmou a soberania do país sobre o território e leu o comunicado oficial do presidente Nicolás Maduro que, em nome do povo venezuelano, manifestou júbilo pelo 50° aniversário do Acordo de Genebra.
“Hoje, mais do que nunca, a Venezuela e todo seu povo persistem no propósito de alcançar a justa e definitiva reivindicação de seus direitos soberanos, por meio deste acordo que representa um marco histórico de legalidade e justiça”, afirmou.
Castellar destacou que a Venezuela mantém firme sua reivindicação sobre Essequibo pelas vias do direito internacional e no âmbito da Diplomacia Bolivariana de Paz, legada pelo presidente Hugo Chávez.
O embaixador também apresentou argumentos históricos que legitimam a soberania venezuelana sobre a área: “A Venezuela rejeita veementemente o Laudo Arbitrário de Paris de 1899, por representar um compromisso entre o antigo império britânico e o imperialismo nascente nos Estados Unidos, protegidos pela Doutrina Monroe, para despojar os verdadeiros herdeiros do território da Venezuela", ressaltou o embaixador.
Apesar da controvérsia sobre o território de Essequibo, o embaixador Alberto Castellar deixou clara a relação de cooperação e paz existente entre ambas as nações. “Pelos razões já expostas, ratificamos a plena vigência do Acordo de Genebra e a mediação das Nações Unidas como mecanismo para a resolução bem-sucedida da disputa da fronteira com a nação irmã República Cooperativa da Guiana, a qual a Venezuela tem estendido sua mão amiga, como, por exemplo, por meio do Acordo de Cooperação Energético Petrocaribe, que serviu para o desenvolvimento de ambos os povos ", disse.
Embaixada da Venezuela
