segunda-feira, 22 de maio de 2017
China pede aos EUA 100 dias para influenciar Coreia do Norte
Pequim pediu a Washington um prazo de 100 dias para influenciar economicamente a Coreia do Norte.
Segundo escreve o jornal japonês Asahi, este foi um dos assuntos discutidos durante o encontro entre Trump e Xi Jinping em abril.
As autoridades americanas exigiram medidas mais duras em relação à Coreia do Norte. Noventa por cento das exportações norte-coreanas vão para a China. Se a China não cumprir a exigência, os EUA ameaçaram que as sanções aplicadas contra Pyongyang passarão a incluir empresas e instituições chinesas que colaboram com a Coreia do Norte, destaca o jornal japonês. Caso isto aconteça, as empresas chinesas não poderão interagir com parceiros americanos.
Em resposta, a China pediu um adiamento de 100 dias, igual a outro que Pequim já tinha pedido a Washington mais cedo, para fazer mudanças no comércio externo, destaca Asahi. O plano comercial de 100 dias, destinado a aumentar as exportações dos EUA à China, prevê reduzir o desequilíbrio do comércio externo entre os dois países, bem como reduzir o défice comercial norte-americano.
No entanto, a edição japonesa tem dúvidas de que a China possa influenciar a Coreia do Norte, que apenas em uma semana realizou dois lançamentos de mísseis. O último lançamento ocorreu este domingo e, de acordo com Pyongyang, foi bem-sucedido.
Destaca-se que ambos os planos de 100 dias serão discutidos no decurso da cúpula do G7, marcada para julho.
Coreia do Norte não quer seguir os passos de Saddam e Kadhafi
Coreia do Norte não iniciará unilateralmente uma guerra, afirmou à Sputnik o suíço Felix Abt, um dos primeiros empresários estrangeiros a investir neste país asiático.
"Coreia do Norte esteve observando de perto os acontecimentos no Iraque e na Líbia. Saddam e Gaddafi não tinham nada com que pudessem assustar o Ocidente para evitar a guerra contra eles. Por isso, as autoridades da Coreia do Norte não vão renunciar às armas nucleares para se assegurarem que não sofrerão o mesmo destino. Porem, não vão ser os primeiros a usar estas armas, porque isso, sem dúvida, significaria seu fim", destacou Abt.
O empresário viveu e trabalhou na Coreia do Norte durante sete anos, de 2002 a 2009, já contribuiu muito para os intercâmbios comerciais entre este país asiático e a Europa.
Em 2005, ele estabeleceu juntamente com seus sócios na Coreia do Norte a associação European Business Association, que se converteu em primeira câmara de comércio estrangeira presente no país asiático. Mais tarde, foi fundada a câmara chinesa.
Depois de terem sido ativadas as sanções ocidentais, a European Business Association cessou suas atividades na Coreia do Norte, enquanto a câmara chinesa continua funcionando.
Abt está muito preocupado que neste ano, depois da aprovação de uma proposta dos Estados Unidos, a ONU proíba a exportação dos produtos mais importantes da Coreia do Norte: o carvão, metais e minerais. "Se a China, o principal parceiro comercial da Coreia do Norte, aplicar plenamente o embargo, seguidamente a Coreia do Norte perderá de imediato praticamente todos seus ingressos em divisas", afirma o especialista.
Sem divisas Pyongyang não será capaz de importar nada. "Isso será um golpe duro para a economia e para muitos cidadãos da Coreia do Norte que vivem das receitas do comércio de mercadorias importadas. Neste caso, o crescimento econômico dos últimos anos pode abrandar muito, e o resultado poderia ser uma grande fome como a dos anos 90", concluiu o empresário.
Sputniknews