sexta-feira, 5 de maio de 2017
A República de Curitiba treme com a vinda de Lula no dia 10
Manifestantes durante a Guerra do Pente em Curitiba
Na Copa de 1958 o técnico brasileiro Vicente Feola reuniu os jogadores e combinou a estratégia para o jogo com a União Soviética. Dizem que a estratégia envolvia uma jogada em que Nilson Santos, Zito e Didi trocariam passes curtos no meio do campo para atrair a atenção dos russos. Vavá puxaria a marcação da defesa deles caindo para o lado esquerdo do campo. Depois de um tempo, Nílton Santos deveria fazer um lançamento para direita, alcançando Garrincha pelas costas do marcador. Garrincha dribla e cruza para Mazzola, que faria o gol.
Depois de ouvir com atenção, Garrincha, com a cabeça de gênio da bola e com a maior simplicidade possível, perguntou: “Tá legal, Seu Feola… mas o senhor já combinou tudo isso com os russos?”
O anunciado plano de segurança para a vinda do ex-presidente Lula a Curitiba, para depor na Justiça Federal, lembra muito o episódio acima.
Para impedir confrontos na cidade de Curitiba com a vinda do ex-presidente Lula no próximo dia 10, para depor na Operação Lava Jato, os órgãos de segurança definiriam que os prós e contras Lula serão separados, para evitar confrontos diretos. Quem quiser realizar manifestações a favor de Lula deverá ficar no calçadão da Rua XV de Novembro, no Centro da cidade. Já as pessoas contrárias ao ex-presidente devem ficar na Praça Nossa Senhora Salete, no Centro Cívico.
Curitiba em 1937 - Centenas de manifestantes fazem a saudação nazista na Praça Tiradentes. A cidade tem exemplos de extremismo e radicalismo em momentos de sua história.
Com a presença anunciada de militantes petistas de diversos estados, de centrais sindicais, mobilização nas redes sociais, servidores atingidos pela nova lei de aposentadoria, Movimento Sem Terra, Movimento Sem Moradia etc., fica difícil imaginar que as coisas corram como o previsto.
A presença de movimentos extremistas – fascistas – deve aumentar ainda mais as possibilidades de confrontos radicais.
A sociedade espera que, mesmo “sem combinar com os russos”, o próximo dia 10 de maio em Curitiba seja um dia tranquilo, com manifestações dentro da lei; mas não devemos esquecer que em 8 de dezembro de 1959 Curitiba viveu a maior revolta popular de toda sua história durante a Guerra do Pente, uma rebelião popular com casas e veículos incendiados por causa de um mísero pente.
Esperamos que as autoridades estejam certas em suas previsões porque alguns analistas afirmam que, dependendo dos confrontos em Curitiba no próximo dia 10, e diante dos desgastes causados por denúncias de corrupção nos Três Poderes, o país poderá mergulhar em uma guerra civil.
Carla Regina