terça-feira, 14 de março de 2017
Opinião: EUA e Coreia do Sul "ensaiam" o assassinato do líder norte-coreano
Nesta segunda-feira, a Coreia do Norte e os EUA deram início aos exercícios militares conjuntos "Key Resolve", tendo como o pano de fundo a escalada das tensões com a Coreia do Norte.
Em Entrevista à Sputnik, o especialista da Universidade de Xangai de Comércio Exterior, Zhan Debin, destacou que as manobras militares são uma forma de intimidar Pyongyang.
"Os exercícios conjuntos dos EUA com a Coreia do Sul são uma medida para intimidar a Coreia do Norte. Coreia do Norte tem realizado com certo sucesso os lançamentos de mísseis balísticos e está desenvolvendo tecnologias nucleares. Portanto fica claro que as sanções norte-americanas e da ONU não são capazes de impedir a Coreia do Norte", ponderou o acadêmico chinês.
Dessas forma, segundo ele, "a Coreia do Sul e os EUA tentam demonstrar que o desenvolvimento do programa nuclear, em vez de garantir a segurança do regime norte-coreano, será uma ameaça à sua existência".
"Durante os exercícios, os EUA e a Coreia do Sul estão treinando operações para eliminação física (de Kim Jong-un) e para destruição de instalações nucleares. Eles querem mostrar ao Kim Jong-un que, se as sanções não tiverem resultados, medidas extremas serão tomadas, com objetivo de impedir as ambições nucleares da Coreia do Norte", explicou Zhan Debin.
"Os exercícios, desse modo, são uma demonstração e uma ameaça, tanto no plano militar, quanto no psicológico. Isso pode, por um lado, acelerar o desenvolvimento de tecnologias nucleares na Coreia do Norte, mas por outro, os EUA e a Coreia do Sul querem intimidar pessoalmente o Kim Jong-un", avaliou o especialista.
"Nessas condições, a China deve continuar a empreender esforços para que a questão nuclear norte-coreana seja resolvida por via de negociações. Porque, na verdade, o problema não pode ser solucionado por via militar. A escalação das tensões militares não é boa nem para a península Coreana, nem para a região, e não atende, de forma alguma, aos interesses da Coreia do Sul", concluiu o interlocutor da agência Sputnik.
Sputniknews