segunda-feira, 20 de março de 2017

O que Coreia do Norte realmente lança: satélite ou míssil balístico intercontinental?


No dia 19 de março, Coreia do Norte declarou realização de teste bem-sucedido do novo potente motor de mísseis. Em distinção a outros lançamentos norte-coreanos, desta vez Pyongyang não indicou com exatidão os fins da ação.

O especialista do Instituto de Problemas do Extremo Oriente da Universidade de Kyungnam, Kim Dongyeop, comenta a situação à Sputnik Coreia:

"Depois dos lançamentos de mísseis em marte, foi divulgada a informação detalhada sobre o tipo de mísseis usados. Depois dos testes de 18 de março, a retórica foi completamente diferente e até mesmo obscura – 'testes de motor superpotente norte-coreano'".

O especialista julga que a Coreia do Norte confundiu intencionalmente as informações dos programas militar e espacial. Segundo a mensagem norte-coreana, trata-se de teste de um motor para um satélite geoestacionário, que foi efetuado pela primeira vez em setembro de 2016, acrescenta.


A mídia norte-coreana declara que essa foi "grande contribuição tecnológica para a esfera espacial, que dará a possibilidade de lançar satélite de classe mundial". Ao mesmo tempo, eles declaram este lançamento como sendo "o grande sucesso na história de desenvolvimento da defesa do nosso país, da indústria de defesa e da produção de armas estratégicas".

A menção de armas estratégicas é uma referência ao discurso de Ano Novo de Kim Jong-um, onde ele mencionou um motor para lançar mísseis balísticos intercontinentais.

Kim Dongyeop acredita que Coreia do Norte difundiu intencionalmente os rumores que "o motor pode ser usado para lançar mísseis balísticos intercontinentais" no intuito de dar resposta à declaração do secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, sobre a necessidade de uma "nova abordagem" quanto à situação na Coreia do Norte "diante de uma ameaça cada vez maior".
Muitos consideram as ações da Coreia do Norte como tentativa de mostrar seus êxitos para a China e para os EUA, justamente no momento em que o secretário de Estado norte-americano visita a China.

Sputniknews