quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017
Prisão de Eike é um espetáculo: o palhaço no circo
Fernando Brito - Tijolaço
Eike Batista “fugiu” do país 11 dias depois de expedida uma ordem de prisão contra ele. Fugiu, entre aspas, porque saiu pelo guichê da Polícia Federal no Aeroporto do Galeão, com direito a carimbo e “boa viagem”.
Depois, Eike ficou uns dias “foragido” em Nova York, não se sabe onde, embora ele tivesse um apartamento por lá, de endereço sabido e consabido.
A seguir, Eike Batista vão para o Aeroporto John Kennedy, onde há uma providencial equipe da TV Globo, a quem ele concede entrevista lá dentro da área após o check in.
Não bastasse, um repórter de O Globo compra na hora uma passagem ao lado do ex-empresário – não sei se e quais empresas ele ainda tem – rumo ao Rio, grava um pequeno vídeo a bordo e descreve a noite de sono angelical de Eike.
A programação da Globonews, ontem, se resumiu a Eike: Eike de travesseiro, Eike no camburão, Eike no IML, Eike no Ary Franco, Eike careca, Eike em Bangu 9.
Nos intervalos, o registro da homologação da Odebrecht.
Hoje, de novo, Eike já está prestando depoimento, com direito a cobertura total.
Marcelo Odebrecht deveria ficar com ciúmes de seu desafeto Eike.
Ele só teve direito a prestar depoimento vários dias depois de sua prisão.
Passa do limite de coincidências, não é?
Eike tem o “physique du rôle” para o papel de delator premiadíssimo.
Afinal, quem chegou ao topo do “jet set” representando e levando “no gogó” mídia, governantes e empresários, o que não fará com estes holofotes que já não sonhava ter?