sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017
General líbio tentou matar Saif Al Islam, sucessor de Kadafi na Líbia
O general auto intitulado marechal Khalifa Hafter, comandante do que restou do Exército Nacional líbio, tentou assassinar ontem Saif Al Islam, sucessor de Kadafi na Líbia, detido em prisão após a guerra de ocupação do país em 2011.
A prisão de Saif Al Islam é totalmente ilegal sob o ponto de vista da legislação local e internacional, mas é mantida sob o silêncio cúmplice e criminoso da mídia e da Anistia Internacional, que silenciam para agradar a política imperialista dos EUA.
A tentativa do general fracassou e foi vista como uma forma de evitar a volta ao poder do único líbio capaz de unir o povo na luta contra os terroristas implantados no país por potências ocidentais, entre eles a Al Qaeda e Daesh (Estado Islâmico).
Saif Al Islam Kadafi seria o sucessor natural de Muamar Kadafi na preferência do povo líbio para manter o progresso e desenvolvimento do país. Entretanto, com a guerra de 2011, a infraestrutura do país foi destruída por potências ocidentais que passaram a roubar petróleo e gás natural.
Saif Al Islam é um progressista preso por autoridades traidoras do povo árabe líbio, colocadas no poder por potências estrangeiras para traírem o próprio povo. Sabendo disso, as tribos líbias se recusam a apoiar o governo fantoche criado por países ocidentais para governar a Líbia, manifestando que o único líbio capaz de unir as tribos líbias para lutar contra os terroristas é Saif Al Islam Kadafi.
Quem é o general Khalifa Hafter?
O comandante do que sobrou do Exército Árabe líbio é um agente da CIA, colocado no poder pelo governo dos Estados Unidos da América com apoio de potências ocidentais.
Khalifa Hafter, em março de 1987, era um general do Exército líbio que foi capturado junto com cerca de 650 de seus comandados durante a Guerra Líbio-Chadiana. Depois de sua captura, juntou-se à Frente Nacional para a Salvação da Líbia (FNSL), então o maior grupo de oposição ao regime líbio na época, financiado pelos EUA.
Em 1988, a CIA recrutou cerca de 600 ex-militares líbios capturados no Chade, para formar uma força paramilitar que poderia ser usada para derrubar o líder Muamar Kadafi, dentre eles Hafter que lideraria um grupo de mercenários líbios.
Em 2 de dezembro de 1990, o governo de Hissène Habré foi derrubado por Idriss Déby, apoiado pelo governo líbio que exigiu que os ex-militares líbios fossem repatriados, mas Déby permitiu que os ex-militares líbios que recebiam treinamento da CIA fossem levados para para o Zaire (país que a partir de 1996 passou a ser denominado como República Democrática do Congo e que à época era um aliado dos Estados Unidos na região), por meio de aviões de transporte norte-americanos. Posteriormente o governo líbio conseguiu convencer 250 daqueles ex-militares a retornar ao país, enquanto que os 350 restantes, dentre eles Hafter, foram recebidos como exilados nos Estados Unidos em 1991, onde foram dispersos entre todos os 50 estados norte-americanos recebendo salários da CIA.
Ao chegar aos Estados Unidos, Hafter se instalou em Vienna no estado da Virgínia, em um lugar próximo à capital norte-americana, não muito longe da sede da CIA.
Em março de 1996, cumprindo ordens do governo norte-americano, retornou à Líbia e participou de um levante contra o governo líbio, nas montanhas Jabal Akhdar no leste do país.
Em dezembro de 1996 era apontado pelo Serviço de Pesquisas do Congresso dos Estados Unidos como o chefe da ala militar da FNSL, denominada como Exército Nacional Líbio, um grupo de mercenários financiados pelos EUA para derrubar Kadafi.
Em 19 de março de 2011, durante a guerra de ocupação do país, chegou a Bengasi, onde foi saudado por mercenários e passou a disputar o comando militar das forças rebeldes Abdel Fatah Younes.
Atualmente o general desafia o Congresso líbio para assumir o poder. Organizou diversos golpes militares, mas todos fracassaram.