segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Assassinato de Kim Jong-nam pode ter sido ataque de falsa bandeira, promovido por EUA e Coreia do Sul


Intoxicação de Kim Jong-nam, o meio-irmão do líder norte-coreano Kim Jong-um, pela arma química conhecida como "VX Nerve Agent" deu à sua morte um novo pretexto político. Agora está sendo discutida a possibilidade de a Coreia do Norte dispor de arma química. Mas não há provas. A morte de Kim Jong-nam pode ser um pretexto para os EUA atacarem a Coreia do Norte. A divulgação de mentiras por parte do Pentágono deu certo no Iraque.

A morte de Kim Jong-nam pode ter sido um ataque de falsa bandeira - promovida pelos EUA e Coreia do Sul - para justificar um ataque à Coreia do Norte nestes dias em que ambos os países promovem exercícios militares provocativos na região.

Militares sul-coreanos afirmam que há grandes chances de o país vizinho possuir cinco toneladas de substâncias tóxicas, informou a agência AP. A acusação é irresponsável porque não há provas neste sentido e o governo da Coreia do Sul não passa de fantoches dos EUA. O país é ocupado por 17 bases militares norte-americanas.

Neste contexto o colunista da Sputnik Japão, Dmitry Verkhoturov, lembra que, em 2003, Iraque foi condenado pela produção e acúmulo de armas químicas. Tais alegações se tornaram pretexto para efetuar operação militar contra o Iraque que resultou na queda de Saddam Hussein. Mas, finalmente, nenhuma arma química foi encontrada no Iraque e a investigação independente de Sir John Chilcot, presidente do centro analítico The Police Foundation, que estava investigando a atividade da polícia britânica, revelou que o relatório da inteligência do Reino Unido era falso.

Entretanto,segundo o colunista, uso de VX no aeroporto da Malásia não pode servir como prova de que a Coreia do Norte dispõe de arma química, pois a dose letal de VX no ser humano corresponde a 100 microgramas ou 0,0001 gramas para cada quilo. Por exemplo, se Kim Jong-nam pesasse 100 quilogramas, a dose letal corresponderia a 0,01 gramas. A dose utilizada teria sido insuficiente, opina colunista da Sputnik Japão, e, com exceção de Kim Jong-nam, não causou outras vítimas, incluindo os organizadores do assassinato. Além disso, os especialistas malaios não conseguiram determinar a substância imediatamente.
É importante destacar que a pequena dose da substância tóxica VX e de outras pode ser encontrada em laboratórios que possuem autorização. A pessoa que possui curso superior em química e experiência em laboratório pode muito bem receber a substância em qualquer laboratório licenciado. Sendo assim, condenar todo um país devido a um único caso de intoxicação não parece ser correto.

Dmitry Verkhoturov aponta que a escolha do local do assassinato e do VX como arma comprova que os organizadores não tiveram recursos e agentes suficientes para realizar atentado em um lugar mais seguro para eles. O aeroporto era o único lugar possível de se aproximar de Kim Jong-nam. Mas entrar com uma arma de fogo é tarefa difícil, já com a substância tóxica VX a história é outra: ela pode ser mistura com acetona, colocada em um recipiente inodoro e passar facilmente pela segurança do aeroporto.
Conforme o colunista, tal cenário leva a compreender que, mesmo com recursos insuficientes, os organizadores conseguiram mexer com a política coreana, provocando conflito militar entre as duas Coreias.

Se pensar em quem poderia se beneficiar com o assassinato, os primeiros candidatos são inimigos da Coreia do Norte, indica o columnista. A influência de Kim Jong-nam na política norte-coreana foi mínima. Algumas vezes ele foi contra o regime atual e apontou necessidade de reformas econômicas no país. Mas não pretendia se tornar líder e nem esperava voltar para o país. Sendo assim, é difícil sugerir que Pyongyang seja conivente a esse crime. Em qualquer caso, é perigoso fazer rumores sobre esse assunto e conveniência de Pyongyang, pois tais ações podem resultar em conflito grave.

Redação com Sputniknews