terça-feira, 12 de abril de 2016
Peru: Nova contagem indica vitória de Keiko Fujimori no primeiro turno
Novos dados oficiais divulgados nesta segunda-feira (11) garantem que Keiko Fujimori é a vencedora do primeiro turno nas eleições presidenciais do Peru e que seu partido, o Força Popular, contará com uma ampla maioria parlamentar.
Os dados divulgados pelo Escritório Nacional de Processos Eleitorais (Onpe, na sigla em espanhol) demonstra que dos resultados sobre 66,82% dos votos apurados, 39,5% são de Keiko, enquanto que as projeções não oficiais indicam que ela terá quase a metade das vagas no parlamento.
O relatório mantém no segundo lugar o também neoliberal Pedro Pablo Kuczynski, com 23,7% e em terceiro a progressista Verónika Mendoza, com 17,1%.
Para trás ficaram o centro-direitista Alfredo Barnechea, com 7,5%, o ex-presidente neoliberal Alan García (6,1%) e o ex-governador da região de Cajamarca, Gregorio Santis (com 2,5%).
Os dados diferem um pouco da contagem rápida (baseada em uma amostra das atas de votação) realizada por duas empresas privadas de pesquisa, que davam uma diferença bem menor entre Kuczynski e Verónika.
Ao mesmo tempo já tiveram inícios os prognósticos, as análises e conjecturas sobre as alianças de forças para o segundo turno, que será disputado em 5 de junho, com Fujimori como favorita e apoiada tacitamente na coerência de que governará quem poderá manejar o Congresso peruano.
Luz Salgado, uma parlamentar reeleita da Força Popular, afirmou que o resultado do primeiro turno exige que se deixe para trás o passado, isto é, que se esqueça o regime de mão de ferro do pai de Keiko, Alberto Fujimori, com o qual amplos setores identificam a Keiko, o que será um elemento essencial no segundo turno.
Pedro Francke, porta-voz da Frente Ampla, de Verónika Mendoza, apontou que, para isso, faz falta um mea culpa do fujimorismo que nunca foi feito, pois Keiko e suas hostes alegam que Alberto Fujimori é "inocente" dos crimes de lesa humanidade e corrupção pelos quais cumpre condenação de 25 anos.
Kuczynski, por outro lado, disse que, se confirmados os dados oficiais, falará com todos aqueles que acreditam na democracia – em alusão aos antecedentes do fujimorismo – mas descartou alianças maiores.
O candidato fez uma campanha milionária, com propaganda aos borbotões em rádio e televisão, ao contrário da franciscana campanha de Verónika Mendoza, que foi elogiada por ter obtido um resultado importante, quase sem recursos e apesar de uma guerra suja de ataques e perseguições contra si.
Prensa Latina